Uma Imagem... Mil Sorrisos

 

“Uma Imagem… Mil Sorrisos” dá-nos asas à imaginação. Cada foto regista um momento que fica eternizado na nossa memória e provoca-nos sensações diferentes. Como fazer chegar uma imagem a quem não a vê? O que se espera é que cada um tenha a sua interpretação, para além da óbvia e esta pode valer um sorriso, ou melhor, mil sorrisos a quem a lê." Cristina Russo - mentora da iniciativa, criada especialmente para o meu primeiro grupo "Jardim de Poesia", em 2012.

ATENÇÃO: Podem usar as fotos da iniciativa noutros espaços, desde que não cortem a identificação do autor da foto. Todas as fotos têm dono, por isso, vamos respeitar. Também não gostamos que usem os nossos poemas sem a nossa identificação. Se quiserem a foto original, sem a identificação do grupo e da iniciativa, também posso fornecer. Mas na publicação em que a usarem, terão de mencionar o nome do  autor. As fotos que uso não são "roubadas" da net, são-me gentilmente facultadas pelos autores, ou tiradas de páginas autorizadas.


Não usem fotos ou nomes de iniciativas antigas no grupo para não induzirem os restantes membros em erro. No grupo, ambos devem ser usados apenas no dia da iniciativa. Fora do grupo podem usar quando entenderem.


Esta iniciativa não tem tema, apenas uma foto a ser interpretada. Todas as semanas interpreta-se uma foto diferente.


Todos os poemas serão publicados aqui por mim e é responsabilidade dos membros participantes  certificarem-se de que os seus trabalhos se encontram aqui e corretamente. Prazo de reclamação..24h.


A iniciativa não é obrigatória.


Atenção, só serão válidas as publicações feitas no próprio dia, das 00:00h às 23:45h. Participações para além do dia, serão eliminadas.


No ar às Segundas Feiras, salvo raras exceções


Os trabalhos expostos são da responsabilidade dos autores. São publicados no Grupo SORRISOS NOSSOS e posteriormente copiados e publicados aqui por mim. Não me voluntario para fazer qualquer tipo de correção. 



1 - Obrigatório identificar a iniciativa: 

- ou com o nome da iniciativa,

- ou com a foto da iniciativa,

- ou com ambos.

2 - A foto a usar é sempre a do dia correspondente, fornecida por mim.

3 - Poemas só em texto, publicados diretamente no grupo. Não são permitidas partilhas, nem poema na foto

4 - Poderão participar com até 3 poemas. 


Helena Santos

01-01-2024

MAIO


27-05-2024



20-05-2024


13-05-2024


06-05-2024



ABRIL

29-04-2024


28

1 - Mariposa
Mergulha numa piscina
na água  azul cor do mar
cerra os olhos e fecha a boca
calmo é o seu nadar.
Com o nariz bem inspirado 
nele o ar fica travado
a boca o ar adiou.
no sentido assim nadou.
Mariposa !Mariposa!
nadas como um golfinho
abraços na água dás 
num espaço azul-marinho.
Não é fácil o teu nadar
Mariposa força és 
ondulas o corpo na água 
com os braços e os pés.
Mariposa azul celeste
dentro d’água és menina…
sem ela não viverias
és Metamorfose da vida.
Não há melhor exercício 
à prática de natação 
dá vigor ao corpo físico
e melhora a mente em acçāo.
29 Abril 2024
Graciete Lima


2 - "O orvalho" 
O orvalho das manhãs
Em gotículas de chuva
Nos pinheiros árvores sãs
Cai límpida e não turva.
Bolas de água cristalina
Como bonitos cristais
De uma peça tão fina
Brilhantes por de mais.
Gostam delas as crianças
Julgando ser bolas de sabão
Sopradas com esperanças
Como pingentes de coração.
Se desfazem derretidas
Caindo no chão molhado
Bolinhas que perdem vidas
Caem soltas com desagrado.
Lurdes Bernardo 


3   Sonho com exóticas paisagens “  
Viajo no meu mundo dos sonhos.
Com a lua guia da escuridão
Fecho os olhos e encontro a paz.
A alma intranquila relaxa
Na esperança da oportunidade 
Chegar cheia de felicidade,
Num complexo vai ou raxa.
Sonho com exóticas paisagens 
De belas folhagens primaveris.
Como ágeis exploradores
Escalamos as montanhas agrestes
Da vida, em absoluto caos
Neste firme planeta azul.
Nas nossas sombras nada mais nos apraz
Que mostrar individualidade 
Em suaves folhagens outonais,
Tudo será um bom tiro no charco 
Que ecoam nos céus intemporais,
Deste imenso esverdeado paul
Que cautelosamente vivemos.
Meu viajar será bem mágico 
Em ingénuos sonhos juvenis,
Que me levaram à eterna paixão
Num erotismo de faustas miragens…
     Em paisagens agrestes
     Seremos exploradores 
     Com olhos de tempestades 
     Sairemos vencedores…
                 Heróicos 
                    Mágicos 
                       Cáusticos,
                  Bem sós 
                  E…,...,...
© Galvão-Lucas 
Lisboa/Alcântara 
Portugal 
Reservados todos os direitos ao abrigo do Código de Autor.


4 - Cristais
O vento esparge a chuva na vidraça
Lindas gotas cristais e luz fulgente
Diamantes puros neste presente
Espalhados pelo vidro com graça.
Enfeite duma festa numa taça
Nos fios gotas mil, minha vertente
Conchas abertas, eu tão sorridente
Meu pensar, tal imagem, pois refaça.
Vagueio na ilusão e vejo o que quero
Posso ver a galáxia no universo
Brilhante de estrelas e de planetas.
Flutuando no éter num bolero
Realço tal beleza no meu verso,
Nas mais diversas e pulcras facetas.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


5 - FOGO DE ARTIFÍCIO
.
Vejo fogo-de-artifício no céu
Ouço os corações das pessoas a vibrarem
As mulheres com os seus cabelos presos com um véu
Por causa do forte vento para não as despentearem
.
É noite de passagem de ano que sensação
As pessoas divertem-se com emoção
O barulho do fogo faz lembrar uma canção
Bem conhecida de quase toda a população
.
Vejo sorrisos lindos alargados
Que maravilha assistir a este evento
Vejo ainda beijarem-se os namorados
Talvez já a pensarem no casamento
.
Como é lindo ver o fogo no ar a se espalhar
Fazendo maravilhosos desenhos de encantar
Aos artistas que o fazem gostaria de os saudar
Para o ano tenho ainda esperança de cá estar
Para ver novamente o fogo no ar a se espalhar
.
José Martinho.


6 - GOTA DE ÁGUA 
.
Aquele teu olhar foi a gota de água 
explodiu algo dentro de mim
como se fosse o sol a me beijar
como se fosse uma noite de estrelas
e me quisesse esconder no luar
para não veres a minha face a ruborizar
.
E a gota de água 
foi nascente de algo inconsciente 
água e fogo se confundem
entre as margens das flores silvestres 
mordemos os morangos selvagens 
no orvalho nos banhámos
confundindo os sentidos
descemos o rio seguindo unidos
.
Caminhámos e atingimos 
o mar do amar
subimos montanhas floridas
descemos ao vale das margaridas
e nossas almas permanecem unidas…
.
Tiló Henriques


7 - OS CRISTAIS
.
Em meus olhos, os cristais
Absorvem a minha atenção,
Belos, de todos as cores
Trazem poder e reflexão.
.
Faíscas doces e cintilantes
Brilham na luz ou escuridão,
Trazem sorte, trazem cura
Boas energias e atração.
.
Bem estar e equilíbrio
Grande dom da meditação,
Acalma mente em amargura
Ai que grande satisfação.
.
Funchal, 29 de abril de 2024
Cecília Pestana


8 - INFINITA E INDIZÍVEL A NATUREZA 
.
Era primavera 
no topo da montanha
ainda coroada de neve
refletia os dourados raios de sol
com um fundo de céu azul anil
pelas encostas o verde brotava
e no vale mais baixo
as florinhas todas cobertas de orvalho
refletiam também os brilhantes raios do sol
as papoilas gritam em contraste 
as borboletas surgem por magia
escrevem de flor em flor doce poesia
a suave brisa as faziam balançar 
e as andorinhas sobrevoavam o lugar
regressando ao antigo lar
e tanta passarada em sinfonia 
voava também ao sabor do vento
faziam voo rasante para beber do orvalho 
e logo voltavam ao trabalho
dos seus ninhos
sonhando já com seus filhos
um pequeno ribeiro
cantarolava feliz
e eu descalça nesta água 
lavo a alma de toda a mágoa 
e pensava derretida com tal beleza
como é infinita e por palavras indizível 
a fabulosa e inefável Natureza!
.
Tiló Henriques


9 - PALAVRAS COMO ÁGUA
Pensei que se podiam soltar as palavras
E dizê-las correndo como água
Pensei que as palavras eram minhas
Brilhantes quais cristais formosos
Mas também tuas...
Que eram anjos voadores com asas de saber
Que na boca faziam casa
Eram palavras sonhadas e pensadas
Num dia ou em qualquer ocasião
Eram a força da verdade
O grito de alerta contra a repressão
Eram palavras sem dono
Livres como água cristalina
Correndo alegres, à solta
Palavras azuis, brilhantes 
Brincando no coração
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


10 - Clara é a luz 
**
Há luzes no Céu como diamantes 
Ou gotículas de água que formam cristais 
Em momentos únicos esqueço os meus ais 
Curtindo a beleza fico delirante 
**
Foguetes no ar em festa estrondosa 
E o Céu resplandece á luz dos morteiros 
Às vezes se elevam sendo traiçoeiros 
Festa sem foguetes é livro sem prosa 
**
Ou será granizo pelo frio congelado 
Trazido no vento ou na tempestade 
Que bate no vidro com ferocidade 
E   fico em êxtase , com todo o cuidado 
**
Não posso e não sei mais idealizar 
Só sei que é beleza que me delicia 
É luz e é fogo que da noite faz dia 
Beleza que explode tapando o luar 
**
Gertrudes Dias


11 - Algo invulgar
Procuro algo invulgar pelo bazar
Surge na minha frente uma tal jarra
Nela um intrigante arranjo se amarra
Azul símbolo forte de céu e mar
Gotas de água cristais a dançar
Maravilhosa imagem bem bizarra
Através do vidro me tranquiliza
No pensamento beleza desliza.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


12 - No sagrado
Belo artefacto me ilumina!
Atenta nele, me sossega
As ideias, em mim, germina
No sagrado a alma, assim, se entrega.
Céu e mar, infinito me lega
Protecção na minha rotina
Pura essência veloz navega
Comunica-se p’la retina.
Céu azul quietude divina
Tranquilidade recarrega
Corpos, no infinito combina
Em harmonia, algo se apega.
Mar azul mil gotas agrega
Generosidade fascina
Conchas belas, nele aconchega
Puros viveiros que aglutina.
Nas ondas tanto se domina
Filamentos pela trafega
Tal clareza bem cristalina
De diamantes se carrega.
Universo infindo me prega
Éter impregnado em neblina
Imaginação, pois, me nega…
Belo artefacto me ilumina!
...
Mary Lai (Cidália Teixeira)


13 -                            VIDA
.
As gotas são os beijos que chuva 
Envia pra fortalecer uma amizade! 
. ...
Tão lindo a cumplicidade entre as folhas das árvores e os passarinhos
Ver que são o guarda-chuva que os abriga 
Nos ninhos
Enquanto esperam que a lua lhes traga
a madrugada;
Tão bonito as rosas que desabrocham com o orvalho sem nunca cobrar nada;
As violetas que serpenteiam os rios e nascem em rodas aos montinhos e ele as rega com as suas cheias os raminhos;
Sei lá...Tantas são as coisas que acontecem sob as estrelas...
Entre as mais belas o verso e o refrão da melodia que move o coração em todo o universo!
.
RAADOMINGOS


14 - 

NAQUELA NOITE SEM LUA
Naquela noite sem lua
Num tempo muito diferente
Fui criadora de sonhos
Deitei-os na minha cama
Perfumei-os de magia
Temperei-os com amor
e poejos de alegria
.
Para ficarem odorosos
Fiz deles tempero da alma
E numa tarde mais calma
Embrulhei-os no meu peito
De manhã
Sentada à beira mar
Lavei-os no azul do céu
Com cristais, bordei seu véu
E nesse encantamento
Fui sonhando outros sonhos
Com ânsias de navegar
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


15 - GOTAS D`ÁGUA!
(1º Poema)
*****
Gotas d`água a borbulhar
São de uma beleza intensa
Sejam do rio ou do mar
Podem-se apreciar
Numa superfície extensa!
*****
Vibram num acasalamento
Como noivos se beijando
E depois num fragmento
Se esvaem com o vento
Por entre as ondas rolando!
*****
São gotículas suspensas
Tais jardins da Babilónia
Que entre tempestades tensas
Servem enfim de recompensas
Numa linda cerimónia!
*****
Nesse tão belo bailado
Em que um “beijo” seu é tudo
Parecem de braço dado
Que as gotas em seu trinado
São tal folhas de veludo!
*****
Formam tal uma canção
Num constante “soluçar”
Que ao parecerem um turbilhão
Sempre que chegam ao chão
Logo se vão dissipar!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


16 - MURMÚRIOS!
(2º Poema)
*****
Murmúrios de um mar dolente
Que a alma nos suaviza
Gotas que caiem livremente
Trazendo uma fresca brisa.
E ao remar contra a corrente
Na calma que se precisa
Havemos de seguir em frente
Que a vida se valoriza!
Vendo tantas gotas d´água
Faz-nos esquecer as mágoas
Do que para trás ficou
Agora em tal marulhar
Apenas nos resta amar
No fado que Deus guardou!
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


17 - NUM CHAP CHAP!
(3º Poema) 
*****
Mergulhei num chap chap
Numa enorme piscina
E as gotinhas em destaque
Quase lhes dá um ataque
Quando em borbulhas domina!
*****
Serei eu, que ao chapinhar
Produzirei tal efeito
Pois nem as ondas do mar
Nem um barco ao navegar
Fazem o ensaio perfeito!
*****
Anda a água em roda viva
Enquanto eu nado a rigor
Que o seu borbulhar cativa
Porque a ninguém se priva
De mergulhar no amor!
*****
Gotas belas , cristalinas
Movem-se assim agitadas
Que afastarão as neblinas
Quando em paixão me ensinas
Que d`igual serão prendadas!
*****
Uma beleza tão rara
Essas gotas que se formam
Que a maré que nos ampara
Com poeta que versara
Logo em afectos se tornam!
*****
 “O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


18 - POR TI
Só por ti
Inventei os sonhos
Demolhei-os no azul cristalino dos dias
Temperei-os de prazer
Inventei as florestas azuis
De sonhos e alvoradas
Fiz do meu corpo uma estrada
Percorrida pela mãos que plantavam a vida
E corri
Na noite inclinada de melancolia
Por ti...
Só por ti
Renasci
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


19 - POR TI
Só por ti
Inventei os sonhos
Demolhei-os no azul cristalino dos dias
Temperei-os de prazer
Inventei as florestas azuis
De sonhos e alvoradas
Fiz do meu corpo uma estrada
Percorrida pela mãos que plantavam a vida
E corri
Na noite inclinada de melancolia
Por ti...
Só por ti
Renasci
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


20 - Cristais transparentes
Que do céu vejo, vir caindo
Alimentando a terra
Que tanto tem sofrido
Mas que aos poucos
Lá vai sorrindo
Diamantes lapidados
Que a nuvem cinzenta
Nos envia
Que nos vai enchendo a alma
De esperança e alegria
********
Sílvia *Santos


21 - É luz e é fogo 
**
No brilho que mostram 
Caminhos que trilham 
No Céu onde brilham 
São foguetes no ar 
Que vão deslumbrar 
Ao esplendor aspiram 
E  é luz de encantar 
Feita em poesia 
Para apreciar 
**
Há festa na terra 
Meu peito em explosão 
Nutrindo a paixão 
De te ter a meu lado 
No amor gerado 
Grato o coração 
No sonho embalado 
O brilho que explode 
Num fogo sagrado 
**
Lágrimas ardentes 
Que caem no chão 
Geram ilusão 
Que a vida é magia 
Nem a luz do dia 
Desvanece a paixão 
Que traz alegria 
Fomenta a loucura 
Fogo que enebria 
**
Gertrudes Dias


22 - ÁGUA
É algo precioso que  existe no Universo
Sem "ela" daria primazia ao insucesso
É vida saúde alegria e louvor
Divindade por Deus enviada
Mas por nós por vezes maltratada
É poesia feita de amor 
É chuva que cai no meu rosto
Meus lábios a recebem
Porque dela gosto
É doce é salgada transparente ou não 
Suavidade calmaria
Doce quimera
Enchente feroz quando o mar galgou a terra
É a riqueza dos Povos 
Com gratidão ! 
                      Laura Prates


23 - Imersa no silêncio, ouço as cantigas da água 
Murmuram segredos dos mares navegantes 
Lendas, profecias, mistérios, canções de lua
Onde levará o meu pensamento errante?
Pequenas gotas d’água, partículas de sonhos
Palavras azuis de versos que componho
Quietude plena que alimenta a minha alma
Deixo-me ir… tudo em mim se transforma!
Meu corpo levita, minh’alma rejubila saciada
Como uma criança no ventre, imersa na vida
Na pureza do perfume inebriante das rosas
Sou anjo renascido, não preciso de asas!
Um dia, também eu serei nascente…
Da vida que borbulha no meu ventre!
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 
de 24 de Agosto e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06


24 - UMA GOTA DE ÁGUA 
Batia a chuva com força na janela
Querendo imitar o som do tambor
A gota grossa desprendeu-se dela
E explodiu no vidro com esplendor.
Numa reação normal fragmentada,
Sobre o vidro, cores mil se refletiam
Como tela mágica que fora pintada
Por pintores que na Terra não viviam.
Só podia ser avistada do espaço sideral
Um humano não acederia à visão na Terra 
Era a imagem de uma paisagem especial
De pureza absoluta  se não houvesse guerra.
Uma imagem do azul Infinito onde o nada
Não existe, é a ausência e é anda nulidade
É o deserto vazio belo, de vida abandonada
Sem sinal de existência da Humanidade!
É uma mensagem para servir de reflexão 
De que é tempo de acabar com a poluição.
29 de abril de 2024
Fernanda Simões Mendonça


25 - DIVINA DESTREZA
Cai de noite a geada,
Que quando cai enregela,
Por vezes, de madrugada,
Descongela na janela.
*
As próprias teias d’aranha,
Chegam, mesmo, a congelar,
E quando lhes bate o ar,
Criam constelação estranha;
*
Que só, mesmo, a Natureza,
Tem esse condão sublime,
De em tudo pôr beleza,
Com a divina destreza,
Que só mesmo Deus exprime.
LAF29ABR2024


26 - ILUSÃO, ALQUIMIA 
Olhos de água pura
transmutação  
da noite chorosa
que à luz da manhã
no milagre do novo dia
surgem como cristais
sobre pétalas de rosa
sendo beleza viva...
pérolas vidradas
encadeadas 
por fios de fantasia
raios brilhantes
que duram instantes 
transparentes
frescura viçosa 
ilusão, alquimia ! 
...........
maria g.


27 - A  Tempestade
São gotas de água gelada
Deixa os vidros embaciados
Ao aproximar-me não  vejo nada
Mas de repente, ficam
nos vidros meus lábios colados 
A água a estalar no terraço lá fora
Nesse momento sou surpreendida
A tempestade não avisa
nem dia nem hora
Que o Sol a deixa completamente despida !
                Laura Prates


28 - UM ENCANTO QUE SE TECE!
A chuva bate na janela, um som ritmado,
Formando bolhas de vida em seu legado.
Gotas dançam, como pérolas a brilhar,
Criando um espetáculo no ar a se revelar.
*
São bolas de agua, redondas e puras,
Brilhantes como gotas em suas alturas,
Risadas contagiantes no ar a voar,
Diversão límpida a nos refrescar.
*
Tic-tac suave, o som da chuva a cair,
Bolhas se formam, como sonhos a fluir,
Na janela, espetáculo efémero e divino, 
A chuva e suas bolhas, num encanto menino.
*
São bolhas de água, em um jogo sem fim,
Pulos e risadas que não  tem fim,
Alegria translúcida, transparente leve,
São  bolas de água: UM ENCANTO QUE SE TECE.
@Carmen Bettencourt !





22-04-2024

29

1 - CALHAMBEQUE
.
Desgastado e bem velhinho
Depois de uma vida cheia,
Para meu grande desgosto
Um dia, enviei-te na areia.
.
Belos foram nossos passeios
Os dois em grande euforia,
Nunca me deixaste apeada
Meu tesouro, fomos alegria.
.
Foram muitas as viagens
Entre grandes peripécias,
Entretanto envelhecemos
Meu querido calhambeque.
.
Desgastado e bem velhinho
Fizemos grandes correrias,
Pra sucata foste de mansinho 
Foste minha companhia.
.
Agora tens outra função
Aquela de bem restaurar,
Algumas peças são vendidas
Para outros carros renovar.
.
Funchal, 22 de Abril de 2024
Cecília Pestana


2 - EU NÃO QUERIA UM CARRO ASSIM!
(2º Poema)
*****
Eu não queria um carro assim
Apesar do seu valor
Era uma vergonha pr`a mim
Ter uns cornos em marfim
A apontar pró meu amor!
*****
Apesar de ser bonito
E de ter bastante história
Uns chifres não admito
E até me capacito
De fugir à difamatória!
*****
Mesmo ele sendo engraçado
Com esse tal ornamento
Sentia-me agoniado
Que tinha de ter cuidado
Por tamanho comprimento!
*****
E a cara que eu faria
Tão feia que ia assustar
A quem co`s cornos me via
Que de certo se alegraria
Mesmo sem eles no ar!
*****
Mas numa relíquia destas
Mesmo de chavelhos à vista
Podem sim, fazer-lhe festas
Para limar as arestas
De um simples coleccionista!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


3 - REI DAS ESTRADAS
Já fui o rei das estradas, um orgulho
De quantos me tiveram ou sonharam,
Troava no espaço, o meu barulho,
Consolei damas que em mim andaram.
*
Decoraram-me loucos fazendeiros
Com alguns dos mais bizarros adornos,
Exteriorizando gostos foleiros,
Expondo caveiras com os seus cornos.
*
Sem falar naquelas cores tão garridas,
Cheios de ambição tão desmedida,
Que, por vezes, torna a vida ingrata.
*
Já, há muito, passou o meu reinado,
Agora, estou esquecido, abandonado,
Não passo dum esqueleto na sucata.
LAF21ABR2024



4 - Meus áureos tempos 
**
Para lá do Continente 
Nas Américas sem fim 
Sempre dei muito de mim 
Era uma vida diferente 
Na estrada sempre contente 
Já corri em contra mão 
Em qualquer ocasião 
Fazia de limusine 
Áureo tempo que define 
A minha vida de então 
**
Fui transporte de alta gama 
Por  qualquer um adorado 
Quando em passeio afamado 
Era o herói , era a dama 
Só a idade me trama 
A isso me resignei 
E se á sorte me entreguei 
Renovo -me todos os dias 
Revejo -me em fantasias 
Os chifres me deram fama 
**
Mas já vivo abandonado 
Minha capa é a felugem
Os meus travões inda rugem 
Quando sou experimentado 
Com fantasias decorado 
Já só sirvo pra sucata 
Mas esta ideia é ingrata 
E ressuscito de novo 
Sou o enlevo do povo 
E essa visita me é grata 
**
Gertrudes Dias


5 - JÁ FUI CARRO DE PRAÇA 
Como se fosse num museu
Expõe-se a minha tristeza
Cinzelada de beleza
Serei obra de artista
Ou do tempo sem maneiras?
Que com as suas brincadeiras
Criou isto... Que sou eu
Mas seja lá o que for
Já sou peça apreciada
Desenhada pelo tempo
Ficam as pessoas espantadas
Tirando fotografias
Chamo a atenção p'lo estilo
Sou esquisito e com graça
Sou carro enferrujado
Mas já fui carro de praça 
A caveira a decorar 
Foi por certo boa ideia
Chama sempre a atenção
E os turistas que passam
Param para me apreciar e também fotografar 
Serei peça de museu
Mas têm que de mim cuidar
Um carro assim... Nunca visto.!
Dá prazer apreciar
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados



6 - Antiguidade que fez furor
condição de gente por vaidosa 
potencial peça ruidosa
considerada ser de valor. 
Memória de tempos de aventura
luxo só por luxo exibido 
hoje de mau gosto sem sentido
que qualquer beleza, desfigura. 
Impedindo toda a criançada 
de brincar sem chapa enferrujada
no espaço livre à sua feição. 
melhor, uma árvore houvesse
com banco de jardim que acolhesse
quem arrasta os pés pelo chão! 
......... 
maria g.


7 - Tempo passado
Tempo passado em euforia
De ter guiado um dodge puro
Nele instalei tal fantasia
De um império que hoje emolduro.
Criação de gado o futuro
Riqueza, essa, minha ousadia
Os chifres, espanta o conjuro
A vaidade pura franquia.
Sobre o capô, assim, se via
A pele de búfalo puro
Quando no tempo floria
O negócio com que faturo.
Viajei sempre bem seguro
No meu carro havia alegria
Olhar de espanto ainda afiguro
Reputação alva mais-valia.
De felicidade partia
Neste dodge sempre fulguro
Imemoriável folia
Roldar na estrada sem apuro
Hoje nele tanto capturo
Ferrugem essa à porfia
Faróis sem luz, tudo inseguro
Tempo passado em euforia.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


8 - ROTA DA AVENTURA 
Ficaram na estrada, meus dias de aventuras 
Perdia-me sem, na rota 66, sem direção…
Na idade sem razão, bem vividas primaveras 
Ao ronco do motor, pulsava meu coração!
Sentia o vento a no rosto… a liberdade
Viajava para os recantos secretos do mundo
A estrada abria-se, contando- me segredos 
Memórias dispersas no tempo da mocidade…
Agora já velho, sou um senhor muito distinto
Não sou um calhambeque, ganhei um estatuto
De um carro antigo, sou uma peça de museu
Fico exposto para ser visto, debaixo do céu!
Trago boas memórias para quem quiser me visitar
Da rota da aventura, quem é que não quer recordar?
- Fátima Arede 
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06


9 - No Illinois onde, pois, vivi
No Illinois onde, pois, vivi
Excêntrico era esse meu dono
Epopeia e luxo brami
No Illinois onde, pois, vivi.
Espanto de carro, conclui
Meus chifres, a marca em meu trono
No Illinois onde, pois, vivi
Excêntrico era esse meu dono.
Sucata, hoje, em quintal me vi
Perdido neste meu abandono
De vil ferrugem me abati
Da minha figura, a esqueci.
No Illinois onde, pois, vivi
Excêntrico era esse meu dono
Epopeia e luxo brami
No Illinois onde, pois, vivi.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


10 -  RAPIDAMENTE LHES CHEGUE A HORA       
.
Há muito que por aqui não via,
Carros com marcas de idade;
Talvez porque quem os adquiria
Não sabia ou até nem podia,
Cuidar, como se cuida a saudade!
.
A sucata magoa a vista,
Dão sinais de esquecimento;
Da tinta, pouca ou nada resta
O que sobra, há muito desbotou
E o que ficou vai indo com o vento.
.
Temo que o mesmo vá acontecendo
Com quem na casa ainda mora;
Que o tempo, deles não se vá lembrando 
E não gozando mas padecendo 
Rapidamente lhes chegue a hora!
.
RAADOMINGOS


11 - O MEU VELHO CARRO 
Ainda tenho ao portão estacionado,
o meu velho carro e fiel amigo.
Que embora antigo e seja do passado,
muitas recordações dele trago comigo.
A sua pintura era tal forma exuberante,
por onde circulava dava nas vistas.
Na capot tinha um enfeite deslumbrante, 
feito por dois meus amigos artistas. 
Está velho com ferrugem e parado,
aquele que foi companheiro, em diversão.
Mas mesmo assim ainda é admirado
O  velho carro,  por quem lhe dá atenção. 
Celestina Esteves 


12 - "0 calhambeque"
És mais velho que um búfalo
Do Texas és já lendário
Em tempos tinhas teu uso
Hoje és um velho e solitário.
Nem sei se o museu te quer
Ou se já estás na sucata
Nos tempos áureos de aluguer
Foste uma grande bombaça.
Talvez desses grande abrigo
Quando em passeios rodavas
Quem te comprou foi amigo
Contigo eram só farras.
De aspeto já envelhecido
Já nada mais importa agora
Já perdeste o brilho antigo
Hoje dormes sempre cá fora.
Lurdes Bernardo 


13 - PARA SEMPRE RECORDAR!
Um velho carro, de história a contar
Suas linhas curvas, a nos encantar
Com pintura desgastada, mas singular
Um tesouro sobre rodas, a reluzir no olhar
*
Suas janelas embaçadas contam segredos mil
De viagens passadas, sob o sol e sob o anil
O velho motor ronca, qual melodia singular
Anuncia suas histórias, prontas a recontar
*
Nas estradas poeirentas, ele segue sua sina
Testemunha do tempo, memórias na lataria fina
Um antigo companheiro, de aventuras sem par
Um velho carro: PARA SEMPRE RECORDAR!
@Carmen Bettencourt !


14 - MAS ETERNAMENTE ATENTO!
Será sempre  poesia em forma de metal
Rugindo pelas estradas do passado
Com a lataria gasta e ancestral
Guarda histórias das quais foi fiel legado
**
Seu motor ronca como um trovão
Recontando a jornada já vivida
É  carro que não perece em vão
Pelas rodovias por onde já fui querida
**
Seus pneus contam segredos de chão
Marcando cada milha percorrida
No asfalto, ecoa linda canção
É um carro velho, mas ainda de vida.
**
Assim, na estrada da eternidade,
Seguindo, mesmo que em passo lento
É o testemunho da sua própria verdade
Um carro velho: MAS ETERNAMENTE ATENTO!
@Carmen Bettencourt !


15 - Meu velho amigo 
**
Herdei um calhambeque que a meu ver 
Tinha gozado de grande estimação 
Naquele tempo era um luxo na região 
Todos queriam o calhambeque ver correr 
*
Vou -o conservar e melhorar por puro prazer 
Quando foi minha esta relíquia logo pensei 
Sempre por velharias me interessei 
Quem sabe ? Num museu um dia o irei ver 
**
Tantas vezes já pensei utilizar 
O Chevrolet apesar de tão antigo 
Queria fazer um figurão mas não consigo 
Porque aqui é que o quero admirar 
**
Tudo tem em bom estado e é garboso 
E se o pusesse na estrada ia galgar 
Léguas e léguas e pra trás ia deixar 
Qualquer um que o enfrentasse por ser novo 
**
Todos os dias o venho visitar 
É a minha companhia e distração 
Já um dia alguém o quis comprar 
Mas os chifres são a minha predileção 
**
Gertrudes Dias


16 - SÓ EU SEI COMO FIQUEI
.
Já pertences ao passado
Nas estradas correste muito perigo
Hoje infelizmente estás nesse estado
Meu tesouro velho amigo
.
Contigo viajei por muito lado
Sempre cumpriste com o teu dever
Nunca me deixaste enrascado
Mesmo naqueles dias a chover
.
Tratava-te como se fosses humano
Às vezes me fazias comover
Eras para mim um amigo bacano
Não merecias o que te vieram a fazer
.
Para tudo há uma explicação
Eu vou passar a explicar
Um dia um sacana de um ladrão
À minha garagem o foi roubar
.
Causou-me muitos transtornos
Por toda a parte o procurei
Quando o encontrei com aqueles cornos
Só é sei como fiquei.
.
José Martinho.


17 - Calhambeque 
Pedi à minha amiga Lolita
o Chevrolet emprestado
apesar de ser antigo
está muito bem conservado.
Nele fui dar um passeio
a minha vontade assim quis
soltei os cabelos molhados 
laços d’uma flor-de-lis.
Leve como uma pluma
na estrada a deslizar
com faróis de fantasia
amarelos de  pasmar.
Conduzi o Chevrolet
a cem quilômetros à hora
a via foi só minha
mesmo assim andei à nora...
Calhambeque disfarçado
numa Limusine Americana
só lhe faltava  o Ambrósio,
e o bombom da sua Dama.
22 Abril 2024
Graciete Lima


18 - RELÍQUIA A ETERNIZAR!
Um carro velho, relíquia encantada,
Memórias em seu metal entrelaçadas,
Marcas do tempo, nele esculpidas,
Histórias vivas, em suas rodas perdidas.
***
Pelos anos, fiel companheiro,
Testemunha de muitos mundo inteiro,
Cada ruga, uma história a contar,
Um tesouro de tempos a flutuar.
***
Relíquia viva, de épocas passadas,
Sob o sol brilhante ou nas noites estreladas,
Guardião do passado, com alma a rodar,
Um carro velho: RELÍQUIA A ETERNIZAR! 
@Carmen Bettencourt !


19 - PENA ESTAR AO ABANDONO!
(3º Poema)
*****
Sendo carro luxuoso
Nada mais ambiciono
Estou agora ao abandono
Num velho quintal…por pouso!
*****
É uma tristeza infinda
Como se chega a tal estado
Sendo um luxo do passado
Por ter uma história linda!
*****
Que me teve, talvez morresse
Não deixando algum herdeiro
E que sem qualquer dinheiro
Comprar-me então pudesse!
*****
E sem ninguém me querer
Solitário ali fiquei
Mas jamais eu negarei
De gostar que me venham ver!
*****
Mesmo só , desprotegido
À chuva, ao frio e ao calor
Por certo que com muito amor
Tenha noutros tempos…. Vivido!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


20 - Relíquia Querida
Em frente à casa com tal taipal
Colocaram a relíquia querida
Tempos áureos, fausto fenomenal
De vaqueiros com bem sorte na vida.
“Búfalo Bill” vejo-o tão natural
Caçar búfalos, carne ser vendida...
Láurea esse orgulho sensacional
O cowboy exibe troféu da batida.
Colocaram-lhe depois propaganda
Chamar, nas Américas, a atenção
Logo se pára a ver o carro antigo,
Com malícia chamariz para a entrada
Loja conveniência comprar pão…
Bizarro e real tal porto de abrigo.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


21 - CARRO VELHO!
(1º Poema) 
Carro velho é precioso
Para bem se apreciar
Passear nele dá gozo
Mas eu a isso não ouso
Estou sem dinheiro pr`a gastar!
*****
Este é um americano
De algum tempo já passado
Dessa época um veterano
Que agora é mais um tirano
Por ali abandonado!
******
Já com manchas de alforra
Ou quiçá é mesmo assim
Não ter dinheiro é um porra
Mas por teima antes que eu morra
`Inda vou ter um pr`a mim!
*****
Jamais o irei deixar
Num jardim ao temporal
Carro antigo é pr`a estimar
E não me irei perdoar
Vê-lo depois num quintal.
*****
O que mais pode acontecer
A quem dele se esqueceu
É ser dado com prazer
Pr´a que todos o possam ver
À entrada de um Museu!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


22 - ACABOU 
Parou-lhe o coração cansado
Momento por ele esperado 
Perdera o interesse na vida
Esse o seu desejo...
...e, partiu!...
Quebrou as amarras 
Soltou-se do sofrimento 
Caminhou noutro sentido
Num sentido ascendente!...
A solidão acompanhada 
Era a companhia permanente 
Tinha uma VIDA descendente 
Descuidada
Amargurada
Destratada 
Era no desgosto resiliente 
Vivia com a morte no pensamento!...
À porta o seu velho companheiro de viagens jazia parado e quebrado 
Estava velho 
Desmembrado 
À espera de ser reparado!...
Agora, sim! 
Aqui e agora 
Era esse o momento 
Mas não foi!?
Porque a VIDA...
Finou para ambos!...
Autora 
Irene Matias 


23 - SUCATA
.
Pobre carro abandonado
Velho a cair de podre,
Nunca mais é recuperado
Sem restauro, já sem cor.
.
Pobre carro abandonado
Ao sol, à chuva, ao vento
Nunca mais é restaurado
Apodrece no pavimento.
.
Pobre carro abandonado
Velho a cair de podre,
Nunca mais é comprado
É sucata pro ferro velho.
.
E como nada se perde
Tudo tem transformação,
De carro, passa a trotineta
É moderno, entra em acção.
.
Funchal, 22 de Abril de 2024
Cecília Pestana


24 - O CALHAMBEQUE PÓ PÓ
.
Hoje é uma antiguidade o meu calhambeque
que cansado repousa agora no jardim
um belo espada que nunca me pôs em cheque
em fabulosas viagens sempre com bom fim…
.
Atravessou muitas vezes a grande América
desde S. Francisco na Califórnia a New Iork
milhas e milhas tempos em que eu era rica
fazendo sempre um brilharete e bom work
.
Montanhas rochosas muitos estados e prados
o meu carrão atravessou feliz aos brados
pó pó…não havia como ele a rolar na estrada
.
agora está a precisar de uma pintura renovada
estou a pensar quem sabe vou enchê-lo de flores
e recordar os passeios dos antigos amores…
.
Tiló Henriques


25 - LASCAS 
Não sou,  sul nem norte
Nem a sábia rosa dos ventos
Viagei  a galope e a trote
Enfrentado  graves tormentos!
Meu olhar afaga a nostalgia
Com risadas de saudade
O tempo vegeta em sintonia
Com a prostituta sanidade!
Tenho as unhas lascadas
Todo o verniz se estalou
Nas tristezas, já ultrapassadas
A alegria, com mestria as toureou!
Autora Maria Gomes Pereira Cabana


26 - VELHO E CORNO...É DE MAIS 
Velho e corno é de mais
São estes meus jeitos tais
Q'me deixam envergonhado 
Se já foi novo e bem jeitoso 
Hoje tenho este ar jocoso 
Sou velho e enferrujado. 
Como é que vim aqui parar 
E a estes cornos me juntar 
Em vez dos meus cavalos 
Como tudo tem um fim
Acho q'o meu chegou assim
Com cornos por todos os lados. 
Vem aí o primeiro de maio 
E se de alguma coisa valho 
Nem que seja pra chifrudo 
Dou-vos assim minha testa 
Só fica a faltar a giesta 
Pra embelezar isto tudo. 
E porque velhos são os trapos 
Pelos vistos também carros 
E tudo o que seja matéria 
Só o tempo não envelhece 
Esse sempre novo permanece 
Junto com sua prima(vera).
#MariaGouveia#..


27 -   A PROVA REAL
Ao ver o automóvel a lembrar
Ricos fazendeiros do oeste
Fez-me velha anedota recordar
Que nada tem a ver com Faroeste.
Como daria jeito à personagem 
Que vai entrar hoje nesta história 
Que ia um dia de carro em viagem 
E se fosse igual a este que vitória!
Dois motoristas ficaram zangados 
Um tinha pressa, o outro andava devagar 
Acenando para os cornos e gestos malcriados
Fez o apressado ao conseguir ultrapassar.
O vagaroso mostra a gravata e sorrindo acenou
E deixou o que lhe chamou corno espantado 
Que à frente dele parou e lhe perguntou
Por que lhe tinha com a  gravata acenado.
Um sorriso no rosto do homem aparece
-Cada um mostra o que a mulher lhe oferece.
22 de abril de 2024
Fernanda Simões Mendonça


28 - PEDIDO DE SOCORRO
O tempo é artista
Nunca está parado
Cria obras de arte no museu da vida
Tudo acontece
E ao abandono tudo se degrada
E depois fenece
Já fui um belo carro
Por todos muito usado
Foi bólide muito elegante
Carro muito utilizado por amigos e amantes
Percorri belas cidades subindo montes e vales
Fui um carro desportista
Entrei em loucas corridas
Mas também fui um artista
Criando belos momentos
Fui rolando em lindas estradas
Depressa ou muito lento
O tempo passou por mim
Estou velho e degradado 
E neste meu triste estado
O tempo em mim parou 
Sou carro já muito velho
Sinto-me todo enferrujado
Doem-me os pneus já gastos 
O meu corpo a desfazer
A pintura a descascar
----escutem o meu chorar
Por favor olhem por mim
Levem-me para um museu
Onde me possam cuidar
Serei carro apreciado
Dando dinheiro a ganhar
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


29 - FERRUGEM DA VIDA
Percorri as avenidas do sentir
Viajei em contramão
Minha alma estava triste
Sem saber para onde ir
Saí de dentro de mim
Fiz o percurso ao contrário
Sem reparar nos sinais
Fui viajando e sonhando
Guardei a dor, sem pudor
Marcadas a fogo pelo tempo
Entre as rosas do jardim
Nesta viagem pla vida
Onde o tempo me marcou
Qual quadro de Picasso
Os dias ficaram baços
O sol não trouxe alegria
Na estação chuvosa e fria
A ferrugem me encontrou
Nesta viagem pla vida
Perdi-me nas avenidas
Que trago no coração
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados




15-04-2024



24

1 - Eu sou . . Fera 
**
De pintas me visto 
São cores do meu fado 
Sempre em qualquer lado 
Meu espaço conquisto 
Descanso , dormito 
E  procuro a presa 
Em minha defesa 
A fome me obriga 
Confesso sem intriga 
Esta natureza 
**
Corro na savana 
Espalho o meu odor 
O meu porte e cor 
Me trouxeram fama 
Em vão reclama 
Quem não me caçou 
Tentando apanhou 
Um susto valente 
Parou de repente 
E não me enfrentou 
**
Sempre vigilante 
Caço para comer 
No meu entender 
É mais ultrajante 
O homem diante 
Do que mais cobiça 
Sua ira atiça 
Mata por prazer 
E vai sempre esconder 
Que a manha é castiça 
**
Lá na floresta 
Vigio a manada 
Se anda afastada 
Minha força atesta 
Vida como esta 
Sempre quero ter 
Pois sinto prazer 
Em  ter liberdade 
Á minha vontade 
Sempre hei-de viver 
**
Gertrudes Dias


2 - NO  MEIO DA FLORESTA
Na noite fria e ventosa
Enquanto o vento rugia
Ouviam-se ruivos e gritos
No meio da floresta
Talvez lobos ou ginetas
Cães selvagens sem ter dono
Leopardos ou leões
Assustando os corações
Era o vento que chorava
No restolhar da folhagem
E a alcateia esperava uivando como um lamento
No fundo da floresta
Sombras negras como breu
Desenhadas na paisagem
Escondem a luz das estrelas
Como uma triste mensagem
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


3 - Meu reino é aqui 
**
Enquanto a onça se rende ao cansaço 
Dormita embalada no som da floresta 
Caçar e correr , pouco mais lhe resta 
Por vezes deseja também um abraço 
**
Por imagináveis caminhos que cruza 
Vencendo segredos na escuridão 
Pintada de preto ela é a versão 
Da fera feroz que nada recusa 
**
No porte soberbo , no tempo ou idade 
Sempre preparada para qualquer momento 
Daquela lonjura onde há luz , movimento 
Ela se esconde em seu habitat 
**
Procura na selva de dia ou de noite 
A presa ingenua que a fome lhe mate 
Das esperas traidoras fica sempre aparte 
Nada há por perto a que não se afoite 
**
Às vezes os homens a querem vencer 
Ela é astuta , possante e tem porte 
É na floresta que investe o seu forte 
Rainha é da selva com o seu poder 
**
Quando perseguida teme descansar 
E o inimigo lhe gaba a coragem 
Enfrenta obstáculos mas nunca dá margem 
A que alguém lhe tire da selva o lugar 
**
Gertrudes Dias


4 - A PINTA QUE O BICHO TEM!
(1º Poema)
*****
Este animal tem beleza
E lustroso se mantém
Vive bem na natureza
Procurando a sua presa
Vejam a pinta que tem!
*****
Pinta preta, em todo o lado
Por entre o pêlo amarelo
Ao caçar pr`a seu agrado
Dá carne ao filhote amado
Depois dorme um sono belo!
****
Por entre o verde do mato
Parece tão inocente
Fica à espreita sem boato
Mas de repente num salto
Tem outra presa à frente!
*****
Lá vai de novo a correr
Enquanto não a pegar
Só mesmo por a perder
Desiste assim de vencer
Pr´a mais tarde se vingar!
*****
Animais são como humanos
Em busca de subsistência
Se ferozes, soberanos
Se mansos, mesmo com planos
Vivem com a própria experiência!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


5 - QUANTA FEROCIDADE?
(3º Poema)
*****
Chego eu a perguntar
Se assim com esta ternura
Possa existir criatura
Que nos possa a nós, atacar?
*****
Com este ar amoroso
Duvido de qual é o grau
De ser um animal mau
E até mesmo um Ser gravoso!
*****
Aqui com esta meiguice
Fico pensando afinal
Se o Homem que é mais banal
Será pior por malandrice?
*****
Talvez errado, não esteja
Da sua grande maldade
Eu ataco por necessidade
E ele só, por safadeza!
*****
Mas fugindo da cidade
Porque tenho essa certeza
Vivo aqui na natureza
Onde in`da há dignidade!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados



6 - No arbóreo em descanso
Leopardo só, no arbóreo em descanso
Faz soneca, mas sempre vigilante
No pêlo pintas pretas em expanso
Felino gigante p’la noite errante.
Silente em savana parece manso
Caça o gamo com rápido flagrante
Sempre bem ágil sem qualquer armanso
Leva a presa para o alto num instante.
Põe a comida na árvore poisada
Longe dos olhos de outros predadores
Nessa mesa onde come, também dorme
Dali, consegue avistar a manada
Sempre algo atento a todos os rumores
P’la tardinha, seu mundo é enorme!
xxxxxxx
Expanso - expandidas
Armanso – jogo
xxxxxxx
Mary Lai (Cidália Teixeira)


7 - Lauto repasto
Depois de um tão lauto repasto
Uma sesta vem a calhar
No seu templo tão puro e casto
Tranquilidade a desfrutar
A sombra tem que aproveitar
Savana o calor, quente o pasto
Silêncio nada nela a arfar
Só o capim, assaz, tão vasto
À tardinha e pelo arrasto
Vai por aí a vadiar
Foge do percalço nefasto
Sozinho sempre a caminhar.
O cio da fêmea o atiçar
Enfrenta seu rival já gasto
Poderoso no acasalar
Vocalizações tais com asto
Depois se incita ao seu afasto
Seu caminhar bem devagar
Segue o seu instinto atrás dum rasto
E encontrar o que quer caçar.
Vê gazela além a pastar
Vai mansinho e demais madrasto
Na árvore pra degustar…
Depois de um tão lauto repasto!
Mary Lai (Cidália Teixeira)


8 - NO RELAX!
(2º Poema)
*****
Depois de um dia cansado
Estou agora centrado
Neste tronco a relaxar.
Durmo um sono profundo
Mas “penso” sempre ao segundo
No dia que há-de chegar!
*****
Pois quando a noite acabar
E novo dia começar
Serei sempre uma ameaça.
Pr`a um ou outro animal
Que se não der ao “pedal”
Será boa peça de caça!
*****
Enquanto tal não acontece
Quem a ferocidade conhece
De mim jamais se aproxima.
É bom que ninguém me aborreça
Antes que minhas “garras” mereça
E acabe de saltar-lhe em cima!
*****
Pareço tão inocente
Mas afinal sou diferente
Corro eu assim veloz.
Se ataco não se enganarão
Vão ver que tenho razão
Pois no fundo sou feroz!
*****
Mas se apenas decidir
Ficar na árvore a dormir
Sem que alguém vá perturbar.
Lustroso e admirável
Em petiz, tal criança afável
Todos me vão… apreciar!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


9 - Dura esteira
Dura esteira pra dormir
Seu descanso regalado
Bel fera sono a curtir.
Tronco grosso a se servir
Espírito dominado
Dura esteira pra dormir
Pinta preta aqui a sorrir
No amarelo assim pintado
Bel fera sono a curtir.
Dormita sem se bulir
Nada o faz ser acordado
Dura esteira pra dormir
Logo na noite vai sentir
Falta do ninho encantado
Dura esteira pra dormir
Bel fera sono a curtir.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


10 - OLÁ... 
Eu vou-me apresentar
Sou uma onça pintada
E sei
Que muitos, têm medo de mim
Depois de uma boa caçada
Estou aqui a descansar
Neste que é o meu jardim
Sei que ficam indignados
Quando me vêm matar
Esquecendo que sou irracional
E que é esta a minha natureza
Que só mato para comer
Ao contrário do bicho - homem
Que mata por malvadez
E puro prazer
Mas voltando atrás
Com a minha informação
Alguém veio até mim
Querer saber, da minha condição
Eu onça pintada
Disse-lhe quase tudo, o que de mim
Queria saber
AH!
Disse - lhe também
Que o bicho-homem, é racional
Mas cospe na água
Que vai beber😜
      ******
Sílvia *Santos


11 - VIVEMOS NUMA SELVA OU NÃO?
.
Vejo o mundo como se fosse uma selva
Mas vistas bem as coisas uma selva não é
Talvez, digo eu com uma certa ressalva
Este mundo se calhar selva até é
.
Há pessoas que mais parecem ser animais
Que destroem muita coisa e muita gente
Têm o rei na barriga e sentem-se imortais
Mas são tão imortais como é o elefante
.
Vivemos no meio de muita bicharada
São uns autênticos predadores
Que não pensam em mais nada
A não ser, por todo o lado espalharem horrores
.
Todos nós pertencemos ao reino animal
Mas as pessoas de bem são pessoas racionais
Todos aqueles que praticam apenas o mal
São uns imbecis, assassinos irracionais
.
Às vezes pergunto-me afinal como é?
Vivemos numa selva ou não?
Se calhar selva até é
Se não vivermos a todos/as peço perdão
.
José Martinho.


12 - Assombro 
Tenho olhos  de perdição 
tentação meus olhos são 
império selvático de beleza
olhar puro da Natureza.
Sou onça  desmascarada 
ajo na selva o que sinto
manifesto -me sem dizer nada
Sou razão a qual eu não minto.
Caramelo e doce desejado 
momentos de atenção repute
admirado pelo o homem é 
safaris e fotos de mim nutre.
Finge o homem que me domina 
caçador fingidor em recreio 
o teu domínio na selva é falso 
o meu!… É selvagem e verdadeiro.
15 Abril 2024 
Graciete Lima


13 - DESENCONTRO DE MEMÓRIAS
Naquela noite de chuva
Quando o vento uivava sem parar
Abri a gaveta das memórias
E comecei a escrever
Nas folhas longas da vida
Sem nunca o tempo escutar
Na noite de tempestade
Ouvi as vozes de outro tempo
Gritando, mesmo caladas
Recados pra lá do vento
Eram as vozes no exílio
De longe, gritando alto
Protestando o desencontro
Desta vida em sobressalto 
Vozes...
Soltando os lamentos
Como animais selvagens
Viajando com o vento
E  nos mostrando imagens 
De um povo em sofrimento
Embalada pela chuva 
Fechei a velha gaveta
Onde os livros de memórias
Guardam lembranças de dor
De muitas e tristes histórias
Neste triste recordar
Viajei sem direcção
P'las florestas perdidas
Por entre fauna e flora
Ouvi o grito da selva
Num protesto ao luar
Fantasias Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


14 - A SELVA
.
O mundo está em guerra
Terrível essa condição,
Dos outros, querem a terra
Difícil essa concessão.
.
Não importa a que custo
Mesmo com imensa dor,
O povo morre de susto
Quão maldade, sem pudor.
.
Mundo selvagem a valer
Terrível essa situação,
Tempos difíceis no viver
Morre-se de fome, sem chão.
.
O mundo está em guerra
Terrível essa condição,
Dos outros, querem a terra
Sugam seu suor, seu pão.
.
Mundo selvagem a valer
Terrível essa situação,
O tempo passa a correr
O povo morre de exaustão.
.
Funchal, 15 de Abril de 2024
Cecília Pestana


15 - TEMPO ESTREITO
Neste tempo que se estreita
e de paz ameaçada
já não dorme quem se deita
à espera da madrugada.
Sem saber qual é a hora
nessa espera se preguiça
no alvorecer que demora
a feroz máquina atiça. 
Diferente do suposto 
não há regras ao Sol posto
na incerteza da aurora... 
na razão só tem sentido 
deixar, medo adormecido 
se, a fera dorme agora! 
..........
maria g.


16 -   "MEIA VOLTA E VOLVER" 
.
Mote
.
Cansado d' andar à toa 
Prostrado fica a pensar
Se só tem patas e não voa
Como se vai alimentar
.....
I
Armou-se em chico-esperto 
Zarpou do zoo de Lisboa,
Agora é vê-lo a céu aberto 
Cansado d'andar à toa.
II
E se não recuperasse?
Como conseguira caçar?
E neste grande impasse 
Prostrado fica a pensar.
III
O que lhe passara pla cabeça 
Achar que ali teria coisa boa?!
Porquê fugir à pressa 
Se só tem patas e não voa?
IV
Já é tarde para volver;
Dar meia volta e recuar,
Agora tem que resolver 
Como se vai alimentar! 
.
RAADOMINGOS 


17 - COM LETRA DE POESIA
Fantasias 
É olhar a chuva e ver
As crianças sorridentes no seu doce adormecer
É sonhar que se viaja
Nas terras de além mar
E ver a natureza no seu doce desabrochar
Mesmo que não esteja a acontecer 
É passear na estrada molhada e pensar
"O Homem tem que acordar"
Ver a liberdade conquistada
Unindo as pontes douradas
Que ligam as almas carentes
Numa eterna alvorada 
Mesmo que não esteja a acontecer
Fantasias
É abraçar sonhos perdidos
Na beira suja da estrada
Correr com eles em viagem
Olhar os animais selvagens
Na floresta encantada
É soltar a alegria
Num dia triste de chuva
Gritando ao sol escondido
Que a chuva é magia
Adormecendo as crianças
Num cântico de alegria
Pois cai de um céu pintado 
Com letras de poesia
Como um doce renascer
Mesmo que não esteja a acontecer
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


18 - "O Leopardo" 
Há histórias vividas na primeira pessoa
No jardim zoológico estava uma criança
Entre as grades e as redes descontraída. 
Brincando e judiando da fera que estando enjaulada era bem mexida.
Num ápice a fera enfia sua garra por entre as redes e sua face deixa esfacelada.
Há gritos de dor da criança, da mãe das pessoas em seu redor.
Num profundo desconforto se vive o horror do menino ensanguentado.
Chega uma ambulância chamada à pressa, que por sinal é bastante rápida e lá vai aquela criança, que provavelmente ficou desfigurada. 
Não fosse o descuido e o seu excesso de perigo, aquele perigo ali à frente, prestes a ser um ataque feroz de um animal que se sentiu ameaçado, na sua própria jaula.
Estava uma tarde linda de sol, as crianças numa algazarra, largavam as mãos dos pais, para chegarem mais perto dos animais, mas o perigo era iminente e quando os pais chegavam perto já estava o ato consumado.
Toda a atenção é pouca comparada com a rapidez com que uma criança foge e se torna um alvo fácil para o animal.
Lurdes Bernardo 


19 - RAINHA DA SAVANA 
Linda onça pintada nas mãos do criador
Pintas pretas pinceladas no teu pelo dourado 
Descansa com os olhos semi-cerrados…
Na selva, é preciso ter cuidado com o caçador!
Quem sabe a onça pintada recostou-se na janela
do firmamento para sentir o vento, ver as estrelas
Lá bem no alto, adormece com o canto da lua
Pelo de veludo, onça pintada de uma realeza só sua!
Toma cuidado com a cobiça do bicho homem
Dizimam a natureza, sangram a mata, perseguem
Todas as espécies sem escrúpulos, até a extinção!
Onça pintada, caminha com graça, majestosa felina
Corta o vento, adentra o tempo , rainha da savana
Ruge para a lua que o teu rugido é trovão!
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06


20 -  ONÇA -PINTADA, JAGUAR OU LEOPARDO 
Sempre senti por estes animais curiosidade
Mas confesso que na hora de os distinguir
Sinto por mais que me esforce dificuldade
Mesmo tendo apenas semelhante o rugir.
No que diz respeito à onça -pintada e jaguar
Não existe qualquer espécie de distinção 
A onça- pintada também é chamada jaguar
E até pantera, são três nomes que lhes dão 
Mas olho para esse felino num ramo deitado
E lá fico a pensar se será uma onça- pintada
Ou um leopardo, menos corpulento e delgado
Que se encontra numa posição resguardada.
A onça é maior, robusta, com forte mordida 
Sabe defender-se de predadores muito bem
Enquanto o leopardo tem de proteger a vida
Não tem a capacidade que o outro felino tem.
Mas apesar de serem estes felinos parecidos 
As manchas da pele um olhar atento merecem 
A onça-pintada tem em círculos envolvidos 
Pontos pretos e as manchas rosas parecem.
Ora, no leopardo essas manchas são menores
E nelas os pontos negros já não existem mais;
Também os distingue a sua cauda, são maiores 
As caudas dos leopardos, elegantes animais.
Excelentes caçadores, garras afiadas 
Uns grandes gatos me fazem lembrar
Só têm deles linguagens diferenciadas
Eles falam a  rugir e os gatos é a miar.
15 de abril de 2024
Fernanda Simões Mendonça


21 -   “ Sigo vivendo meu filme… “
Por alguma razão especial
No tempo com a alma parada
Meus olhos não têm lágrimas,  
Com serenidade abro  portas
Ao amor que me inspira 
A sonhar em mágica ilha
Por demais encantada
Com toda a tua ternura
Longe da selva humana
Num simples virar de página
Me emocionar com os teus beijos,
Que de alegria me fazem ler
No teu coração enorme 
Toda essa doce candura,
Que até podemos dizer adeus
E de mão dada olhar a lua,
Ver ao longe os navios
Ultrapassarem o horizonte
Carregando os nossos desejos
Para um país bem distante,
Sem problema em te querer
Em loucura em tudo surreal
No maior dos ternos apogeus,
Sigo vivendo o meu filme…
© Galvão-Lucas
Reservados todos os direitos ao abrigo do Código de Autor.


22 - AMIGA DA ONÇA 
.
Amiga da onça é mesmo a natureza!
Onde ela desfruta de toda a beleza
corre pelos prados e pelas florestas
por vezes com intenções funestas...
.
A onça distinta nobre imponente e bela
quanta mulher tem inveja do casaco dela
na savana brinca com a descendência 
e lhes ensina caminhos de sobrevivência...
.
É amiga dos seus para outros traiçoeira 
se descobre caça la vai ela lampeira
subir a uma árvore é coisa que adora
.
para descansar ou ver quem la mora
não há dúvida é um fabuloso exemplar
que de perto e segura gostava de observar...
.
Tiló Henriques


23 - LEOPARDO
Leopardo é um felino,
É belo e independente,
Nos matos é perigo ingente,
Um caçador genuíno.
*
Deu-lhe Deus tanta beleza,
Como astúcia no caçar,
Faz das árvores sua mesa
E cama pra descansar.
*
Costuma ser solitário,
Camufla-se no matagal
De modo extraordinário.
*
Porém, não é sanguinário,
Só caça o necessário,
Por uma razão vital.
LAF15ABR2024


24 - Era numa árvore de grosso tronco,
que a Onça procurava para descansar.
Da sua boca parecia sair, um suave ronco,
Com os olhos fechados fingia dormitar. 
O felino apresentava uma linda pelagem,
era amarelo dourado com pintas pretas.
Considerado perigoso, o animal selvagem,
escondia-se por entre florestas secretas.
A onça é um animal noturno e solitário,
os animais mamíferos, são seu alimento .
Está sempre de olho no seu adversário,
Não se deixa caçar, é  forte e corpulento.
Celestina Esteves


08-04-2024

33

1 - O FÓSFORO 
O fósforo que acende o tronco 
Para dar conforto na lareira
Também é usado por um bronco 
Para acender uma vil fogueira.
Na lareira as chamas dançam 
E nas paredes se vão vendo
Sombras de pares que se abraçam 
Ao calor se aquecendo
Mas na vil fogueira acesa
Que o homem bronco ateou 
Ficou ferida a Natureza 
E um grito de dor lançou..
É como a eterna dicotomia 
Entre o terreno e o espiritual 
A que não se liga hoje em dia
Como a luta entre  Bem e  Mal.
8 de abril de 2024
Fernanda Simões Mendonça


2 - A vida é fogo que arde
é chama que se consome
tal o coração carente
sofrendo de amor de ausente 
vai morrendo dessa fome.
E a alma, porque sente
ser janela onde viver 
vive, essa dor tão presente 
de, amar eternamente 
até a chama se perder. 
Chama que, quando apagada
a vida, já não é nada
é cinza pelo vento levada 
pó que à terra volta 
da casa, fecha se a porta! 
............
maria g.


3 - LUZ NA ESCURIDÃO
Na noite escura e tristonha
Pintou-se o céu de luar
Os Deuses se entregaram
Numa alegria plena 
Invocando Poseidon o deus do mar
Fez-se luz na escuridão
Nas ondas a navegar
Os deuses soltaram seus cabelos ao vento
No céu dançaram estrelas
A lua foi seu altar
E na tua mão brilhou a chama
Que  iluminou nosso olhar
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


4 - A CHAMA...
Esta chama que me aquece
Depressa desaparece
Fico triste só  de pensar
A sós irei ficar? não  sei de Ti !
Por momentos me perdi
Vi chama, no teu olhar !
Ao longe vejo uma luz
Que me perturba e seduz
Não sei quem "Era"
Fugi por estreitos caminhos
Fiquei marcada de espinhos
Não vejo ninguém 
Vou mais além 
Nasceu o Sol... É  Primavera ! 
08-04-2024  Laura Prates


5 - A CHAMA
Assim como o fósforo acende a chama,
também tu em mim acendeste a alma.
Num fogo ardente, que não se acalma,
a dor que queima; só a sente quem ama.
É invisível esta interior chama ardente,
Ora ilumina de alegria, ou queima de dor.
Não sei se é paixão? Ou se será amor?
É  algo que não se explica, simplesmente. 
E este fogo ardente, que não se apaga,
vai emitindo dentro do meu corpo o calor .
Que não sei se te quero perto, ou te afaste.
Sei que essa luz no coração propaga,
que acende em mim a chama do amor.
Receio que no tempo, esse fogo desgaste. 
Celestina Esteves


6 - ILUMINA  ETERNAU E FULGURANTE!
Uma luz que brilha no horizonte distante
Iluminando o caminho, como um guia constante
Sua chama ardente clareia a escuridão
E revela segredos, trazendo nova inspiração
**
Essa luz radiante dança no céu noturno
Pintando estrelas, com seu brilho taciturno
Ela acalma a alma, trazendo serenidade
Despertando esperança, em meio à tempestade
**
Como um farol fiel, ergue-se no mar revolto
Guiando barcos perdidos, com seu brilho solto
Ecoa a promessa de um amanhã reluzente
A luz que: ILUMINA ETERNA E FULGURANTE!
@Carmen Bettencourt !


7 - Luz brilhante
Fósforo de luz brilhante
A incendiar a minha alma.
Luminoso e irradiante
Não-metal composição
Fosforescência a paixão
Fósforo de luz brilhante
Natural e tão faiscante
És, nas rochas, encontrado
Logo em solo misturado
A raiz pois assaz te absorve
Na alimentação te sorve
A incendiar a minha alma.
Pau de fósforo arrogante
Se tu chispas te iluminas
De dor tanto te alucinas
Fósforo de luz brilhante
Duras apenas instante
Potencial a energia
Que ativa a alva fantasia
Ignição demais perfeita
Que no meu ser bem se deita
A incendiar a minha alma.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


8 - Ignição
Acendi um fósforo e os lábios sorridentes
Meus olhos na chama se elevam de amor
Par a par, duas almas doces e crentes
Luzentes, brilhantes em doce fulgor.
Chama de paixões puras demais ardentes
Plenas de inspiração, sinal criador
Entusiasmo vero, estrelas cadentes
Talento a explorar sempre encorajador.
Flama do fósforo, vejo luz pra vida
Nos guia, dando amplas oportunidades
Tanta motivação e determinação.
Minha alma nesta ignição tão destemida
Se aventura à procura de verdades
Se dá conta da sua transformação.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


9 - O fósforo tem luz 
**
O fósforo tem lume , tem luz e tem cor 
Sua chama acende  velas do altar 
Perto do fogão vai a chama atear 
Em qualquer altura tem muito valor 
**
Usado com geito é uma mais valia 
Acende fornalhas , queima lixo incauto 
Na escuridão tem olhos de gato 
Serve para guiar quem se estravia 
**
É associado às grandes desgraças 
Aos fogos que alastram e queimam e matam 
Mas culpa não tem que loucuras façam 
Não pode evitar ser usado em trapaças 
**
E  quando é usado sem uma razão 
Faz risca que risca e não quer pegar
Porque já percebe que mal vai causar 
E fica quieto , perdido no chão 
**
Gertrudes Dias


10 - FAÇA-SE LUZ…
Em tempos que já lá vão,
Tempo da pedra lascada,
Faziam fogo à pedrada,
Qu’ arrancava um clarão
E acendiam o fogão,
Para aquecerem as cavernas,
Já eram coisas modernas,
Em tempos que já lá vão.
*
Pois, se alguém lá chegasse,
C’ uma caixa de palitos,
De fósforos, também ditos
E então iluminasse,
Como num mágico passe,
Seria o deus da caverna,
Tinha adoração eterna,
Enquanto a caixa durasse…
*
Pois, enquanto houver memória,
Vamos olhando o passado
E brincamos um bocado,
De uma forma notória,
Quer de malogros ou glória,
Como o acender dum fósforo
Ou o piscar dum semáforo,
Que já são parte da História.
LAF08ABR2024


11 - ETERNO,ENCONTRO,PAZ CONTEM!
Uma luz brilhante, a iluminar meu caminho
Um farol no mar escuro, um destino
Seu brilho suave me envolve num abraço
Fazendo o mundo ao meu redor parecer escasso
*
Esta luz radiante, em constante movimento
Revela segredos, trazendo alívio ao tormento
Ela dança e brilha, como uma estrela a guiar
Preenchendo o vazio, me fazendo flutuar.
*
Esta luz que irradia, traz esperança e calor
Acalma minh'alma, como um doce licor
Ela me inspira, me incita a seguir em frente
Em seu brilho: ETERNO, ENCONTRO,PAZ CONTEN!
@Carmen Bettencourt !


12 - Chama que se extingue 
**
Procuro na chama que acalenta o meu viver 
A luz onde meus passos se perderam 
Um pequeno ponto onde as dores se recolheram 
E em labaredas um dia irão  arder 
**
E nessas horas já vividas no passado 
Nunca a esperança deixou de me animar 
Sempre esta pequena luz a bruxelar 
Assim foi a minha vida e o meu fado 
**
Hoje já recolhida em nostalgia 
Há uma luz enfraquecendo a qualquer hora 
E nos meus dias vou esquecendo a cor da chama 
**
Porque o sol se põe todos os dias 
E minha alma pelo passado ainda chora 
Só o fósforo ainda risca e de luz se inflama 
**
Gertrudes Dias


13 - ERAM VERDES OS NOSSOS ANOS
.
Eram verdes os nossos anos
no jardim da primavera 
e o cupido lançou suas setas
.
Foi na biblioteca do liceu
que cruzamos nosso olhar 
e por causa da poesia
nos começamos a falar
e nossa música a escutar 
.
Daí a sairmos juntos
quais borboletas 
harpas e violinos a tocar
poesias a quatro mãos 
começaram a voar...
.
Foi o começo da chama
que intensamente ardia
amor assim tão puro
tornou-se porto seguro
para toda nossa vida...
.
Um fogo assim nasceu
ainda hoje crepita no coração 
no carinho e na ternura
nesta nossa sagrada união 
com tua mão na minha mão...
.
Tiló Henriques


14 - O AMOR VEM DESPERTAR !
Na cama macia, o calor aconchegante
Acesa por uma chama, pequena e cintilante
Uma cabeça de fósforo, faísca de luz
Desperta o fogo, que incendeia a cruz
***
A cama que aquece, em brasa a arder
Abriga a paixão, pronta pra florescer
Uma pequena faísca, o início da chama
Que aquece os corações, e em amor se inflama
***
A cama que aquece, com a luz a dançar
Emoções ardentes, prontas para se soltar
Uma simples cabeça de fósforo, faísca a brilhar
Na cama que aquece:O AMOR VEM DESPERTAR! 
@Carmen Bettencourt !


15 - Sina minha 
**
Sou fósforo e me rendo 
Á luz e calor 
Escondo a minha dor 
Quando me defendo 
Nunca fiquei querendo 
O mal a ninguém 
O fogo provém 
De quem pensa mal 
Eu queria afinal 
Só fazer o bem 
**
Não têm cuidado 
E fico sozinho 
Seguem seu caminho 
E eu mal apagado 
Se tenho a meu lado 
Um ramo qualquer 
Minha chama requer 
Ser logo apagada 
Sendo propagada 
Um incêndio gere 
**
Há dor , sofrimento 
Desgraças sem fim 
Por gente ruim 
Sem ter sentimentos 
Sou mero instrumento 
Das forças do mal 
Do ódio infernal 
De quem sem noção 
Esconde a intenção 
Mas nada é igual 
**
Se eu fósforo pudesse 
Não faria sofrer 
Só queria fazer 
Que o mundo soubesse 
Que às vezes em prece 
Eu choro a dobrar 
Por ver propagar 
A chama que é minha 
Mas é uma sina 
Que vou carregar 
**
Gertrudes Dias


16 - Há luz na escuridão
.
És luz incandescente
Chama no meu olhar,
És dor inconsequente
Brilho intenso no altar.
.
Há luz na escuridão
Em noites lindas de luar,
És fogo, és furação
És sol no meu amar.
.
És luz incandescente
Brilho intenso no olhar,
És amor doce e quente
És dor no meu chorar.
.
Há luz na escuridão
Chama no meu olhar,
És vida, és inspiração
Brilho intenso no voar.
.
Funchal, 8 de Abril de 2024
Cecília Pestana


17 - És…
És o meu desassossego
Minha tempestade 
E meu medo
És ansiedade
Ternura, amor e segredo
És a luz na escuridão
Beijo doce de paixão 
És anjo que me dá a mão 
Meu alento na solidão
És desejo, dúvida e sorte
Poema breve sem mote
Clarividência e desnorte
Misto de azar e sorte
És as asas que procuro
Quando minha alma pesa
Brilho que ilumina o escuro
Como uma lanterna acesa
És doçura nos meus dias
Calmaria, calor e frio
Frescura das manhãs frias
Brisa de um dia de estio
És suporte, direcção e norte
Rumo que sustenta o meu trilho
És meu sustento e sorte
És tu e só tu o meu brilho
És o pavio sempre aceso
Meu recesso indefeso
Meu recanto…minha paz
A essência que me faz.
Autora: Alice Cunha


18 - O FÓSFORO ESTÁ EM VIAS DE EXTINÇÃO
.
Basta um fósforo de madeira
Numa das suas pontas a arder
Para incendiar uma floresta inteira
Que levou muitos anos a crescer
.
O fósforo está em vias de extinção
Por isqueiros tem sido substituído
Os incendiários levam-nos na mão
Ou numa algibeira bem escondido
.
Quando vejo florestas e outras coisas mais
A arderem dias e noites sem parar
Destruindo casas e matando animais
Dá-me uma vontade imensa de chorar
.
Chorar por ser incapaz
De prender o assassino
Como é que ele teve coragem e foi capaz
De tudo queimar sem perder o seu tino
.
O fósforo faz parte da tradição
Eu a favor da tradição sou
Mas sou contra quem o usa com intenção
De queimar tudo que alguém um dia plantou
.
José Martinho


19 - ESTRADA DA ETERNIDADE
Na luz da manhã
O corpo se entrega num doce sorriso
É luz incandescente
Poema de cor
Corpo sem defeito, entregue ao amor
Na noite que chega como uma oração
A alma profana veste-se de luz
Brilha nas estrelas, na luz do luar
Abre-se serena para se encontrar
O corpo e a alma em perfeita união
Gritam nas cores do poente a sua verdade
Como seres unidos
Descobrem o caminho
Deitados na estrada da eternidade
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados 


20 - Guardarei o aroma das rosas que deixaste no leito
O vermelho da lua cheia que corou a minha face
O ébrio tinto que sorvi da tua boca, suave e doce
Brindamos às promessas de um amor perfeito!
Quimeras das flores brancas de laranjeira
Dos lençóis que esvoaçavam a brisa na janela 
Noites em que a lua nova crescia em mim inteira
Ai, os meus segredos, só os confidenciava a ela!
O segredo da flor da lua e seu noturno olor…
O murmurar dos búzios das noites de ouro e prata
Os mistérios do canto do rouxinol numa serenata
Cantava para os amantes que viviam o amor!
As nascentes cristalinas que brotavam do teu olhar
O lume dos lençóis que ardiam sobre o nosso leito 
A fogueira despudorada da lua, cheia de desejo
O sabor dos teus lábios num primeiro beijo!
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 
de 24 de Agosto e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06


21 - NÃO ME LIXEM A CABEÇA!
(1º Poema)
*****
Depois da caixa roçar
Logo eu entro no jogo
Começando a fumegar
E em chama me transformar
Pronto pr`a acender o fogo!
*****
Vou a lareira acender
Ou quiçá o fogão a gás
E nos dias que chover
Eu vou-te em casa ver
Aquecendo-te em paz!
*****
Sou o fósforo incendiado
Com a “carola” avermelhada
Que depois de abandonado
E por si já rejeitado
Não servirei pr`a mais nada!
*****
Minha “tola” em cinzas desfaz-se
E o pau é todo “comido”
E eu outrora com classe
Sou então só por disfarce
Um amorfo num jazido!
*****
Por isso é que às vezes digo
Ainda que eu enfraqueça
Não sejas meu inimigo
Só peço que sem castigo
Não me lixem… a cabeça!
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


22 - QUANDO DEPOIS DE APAGADO!
(3º Poema)
*****
Quando me acendem, eu brilho
Trago o mundo iluminado
E sei que até fervilho
Só porque essa luz partilho
Espalhando-a por todo o lado!
*****
Vou ardendo intensamente
Até que a chama se apague
E quem o meu calor sente
Pode queimar-se certamente
Ou um incêndio propague!
*****
Quando depois de extinto
Sem ter onde me focar
Fico assim triste, não minto
E no fundo até pressinto
Não ter mais nada pr`a dar!
*****
E a chama, outrora viva
Agora é somente pó
Já a mais ninguém cativa
E eu com a cabeça inactiva
Resta-me apenas…estar só!
*****
E o pouco que já fazia
Vai-se indo lentamente
Porque hoje no dia a dia
Há nova tecnologia
Que de mim…vai bem à frente!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


23 - PR`A QUE SIRVO?
(2º Poema)
*****
Pr´a que sirvo eu afinal
Se nem sempre fico direito
Sou um fósforo banal
Simplesmente de pau feito!
*****
Tenho alguma utilidade
Sem mim não vão acender
Um lume de chão de agrade
Ou o fogão …para a comida fazer!
*****
Muito embora hoje em dia
Já esteja fora de uso
Há fogões de outra etnia
E há isqueiros…deduzo!
*****
No entanto sou bonito
Quando aceso, a iluminar
E só vejo mais aflito
Quando me esteja a apagar!
*****
E nessa chama amarela
Que pode incendiar florestas
Sirvo pr`a acender uma vela
Que anime de anos… as festas!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


24 -  COPAS 
Mote
....
Frescas naquela floresta 
Onde os pássaros as ama,
Vê-se agora que não presta
Quem lhe chegou a chama.
.....
I
Farta de andar a correr 
Perante um sol que cresta 
Dá-me gosto de as saber 
Frescas naquela floresta.
II
Posso ser cabeça no ar,
Fazer do relógio um drama;
Mas sei qual é o lugar 
Onde os pássaros as ama.
III
É na árvore é no chão 
É na sombra para a sesta
Mas olhando pro ancião 
Vê-se agora que não presta!
IV
É um ingrato, um vulgar;
Chegar perto já me inflama!
Como posso respeitar 
Quem lhes chegou a chama?!
.
RAADOMINGOS


25 - NA ESPERANÇA DO QUE HÁ-DE VIR
Foi assim
Naquela noite, sem pudor, nos entregámos
Da mesma luz partilhámos
Nos caminhos do amor
Perdida nesta  loucura
Já não sei bem se sou eu
A luz que em ti se acendeu
Foi nosso palco e magia
Do teu corpo fiz o meu
E assim me entreguei 
Dei de mim tudo o que tinha
Descobrimos o caminho
Fomos arautos do amor
Na doçura do sentir
Tua chama me queimou
Senti a doce ternura
Que partilhamos a dois
Iluminou-se o caminho
Na esperança do que há-de vir
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


26 - Que a chama da esperança
Jamais se apague
Para todos aqueles
Que continuem a acreditar
Que o mal que o mundo padece
Um dia irá acabar
Que a luz que da chama emana
Continue a aquecer e iluminar
O coração do meu irmão
Que ilumine o meu país
O meu, e de toda a nação
Que a luz que provém desta chama
Me fortaleça na fé
Que melhores dias, hão - vir
E que estas iniciativas
Me deem mil razões para sorrir
             *****
        Sílvia *Santos


27 - Aberração 
Adeus dia chuvoso, mas até sempre!
Fazes viver campos e searas, não esqueças
de salpicar as enseadas, deixar viver os rios
para  sempre. A vida, espera por ti eternamente.
O que é da gente? Ó dia chuvoso descontente!
Ó chuva! Que acordas os nossos olhos!
Choras, refrescas a terra castanha, vermelha
e até negra de dor! Pingam lágrimas de suor,
nos  dias fogosos de verão, deixam chamas de fogo
ardendo no chão. 
É uma aberração.
8 Abril 2024
Graciete Lima


28 - Chama Gémea 
Pudesse eu ser um dia,
chama gémea!…
Da flor d’um girassol 
fruto d’uma colheita 
na Primavera com sol.
Girava  ao sol ao sabor 
do rei dos ventos,
noite e dia espelhada,
estrela gémea enfeitiçada,
fogo era sem dizer nada.
Retrato meu reflectido
corola de luz amarelinha
chama acesa sensibilização 
Sem dúvida Uma Gémea igualzinha.
8 Abril 2024
Graciete Lima


29 - "A chama" 
És uma chama vibrante
De um fulgor que ao olhar
Arrepia se constante
E é de um uso fatal.
Neste caso é chama ardente
Que a necessidade acende
O candeeiro o fogão a vela
E se apaga lentamente.
Mas cuidado para não te queimares 
Não deixes o pau arder até ao fim
O fósforo quando o usares
Que seja rápido o seu uso sim?
Ele queima se arder até ao fim do palito
Se o largares aceso pode incendiar 
Tens que com zelo usá-lo e apagá-lo
Têm de ser usados com cuidados
Para que o fogo nunca tenha lavrado
Por esses montes fora pelos incendiários.
Lurdes Bernardo 


30 - A Luz da Fé ...
É chama que arde
Diante do meu olhar
Cuido dela sem alarde
Pró vento não apagar 
Luz intensa no altar
Que a minha mente associa
Vou muitas vezes rezar
À imagem de Maria
É uma chama divina
Para quem tem sua fé
E não é (chama assassina) que consome árvores em pé 
É uma chama real 
É esperança no mundo inteiro
É uma luz natural
E o Poeta é Pioneiro !
08-04-2024 Laura Prates


31 - ARDENTE 
Ao longe crepitava fogo 
Alargava a extensão das suas chamas
Queimava tudo por onde passava
O medo que deixava... era tamanho 
Pois muitas vidas ceifava!...
Percorrera larga extensão 
E, a nada olhava 
Se era uma criança ou o seu cão 
Na sua frente tudo levava...
... tudo à sua frente devastava
... não era Clemente 
Era o fogo sangrento
Era a sanha da maldade 
Da desigualdade humana!...
Fora um fósforo mal apagado 
Que iniciou este desespero 
Nas Pereiras não restou um Pero
Nas macieiras uma maçã...
...o fogo começou logo pela manhã 
E, caminhou vastos hectares 
A tudo deu um grande desbaste
Nada ficou para lembrar!...
Ah! Tristeza que em nós entraste 
Ah! Choro das almas desaparecidas
E, das que cá ficaram sem gosto pela vida!
Correu prados
Chegou perto de aldeias e vilas
Ficou à porta das cidades...
...sentiu o frio da morte 
O medo que se instalou foi forte!
Os sonhos que ficaram por realizar
As vidas que foram destruídas!...
Não sei como o POEMA acabar
Pois ao fim de tanto tempo 
Ainda começo a chorar 
E, vejo a aflição de tanta gente!
Uns ficaram queimados 
Outros os seus amores se finaram
Perderam a vida; que para eles era tão cara
Foram levados nas asas do vento...
...nada mais há a assinalar 
Tudo foi dito e redito...
Agora, resta apenas a ORAÇÃO 
E, a lembrança no CORAÇÃO ❣️ ❣️ ❣️ 
Autora 
Irene Matias 


32 - UMA CHAMA QUE NOS CHAMA 
.
Foi um encontro por acaso
não nos viamos desde a escola 
convidaste-me 
conversámos recordamos 
foi um mergulho no passado
rimos e choramos...
.
E a história se repete
.
Ateamos uma chama
naquela noite de luar
no cume de uma montanha 
por entre estrelas cadentes
o nosso amor se entranha
e cada vez mais carentes
com nossos corpos
como troncos a arder
até ao amanhecer
inventamos loucas promessas 
mas a luz da manhã 
escureceu a realidade
pôs a nu outra verdade...
Seguimos nossos caminhos
mas cá dentro
ateada ficou a chama...
.
Que nos chama...
.
Tiló Henriques


33 - Fósforo luzente
Meu sonho em fósforo luzente,
Chama a pétala tricolor
Aqueces minha alma vivente
Transformando a sua vã dor.
Tua luz me dá teu calor
Incentiva a forte corrente
Do meu rio com tanto amor
Espalhando-o, assaz, contente.
Determinação tão presente
Criativo o meu ser alor
Encorajas minha nascente
Coração, assim, tão vencedor.
Teu fluir bem confortador
Que agita a minha servil mente
Que me arrasa sem ter humor
Pois de energia está carente.
Inspiração algo, em mim, aumente
Poesia a chama e louvor
Palavra essa estrela cadente
Num sorriso com tal vigor.
Âmago meu, confortador
Leva a magia alva crescente
Por esse mundo encantador
Meu sonho em fósforo luzente.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


01-04-2024

27

1 - PELE E OSSO!

(1º Poema)

*****

Pelos cinco continentes

Quem nos trata com frieza

Não preciso que inventes

Nem há com que te contentes

Cada vez há mais pobreza!

*****

Mão no rosto pr`a tapar

Toda a miséria encoberta

É tão triste ver chorar

Quem quer a fome matar

Mas que dia a dia aperta!

*****

Ninguém tal vê ou quer ver

De onde isto é oriundo

Querer e não ter de comer

E somente vive a sofrer

As amarguras do mundo!

*****

Assim é nossa regência

Que nos deixa infeliz

Gente que pede clemência

Para quem que com urgência

Quer que mude… este país!

*****

Mas sem que alguém faça caso

Quer se tenha ou não pró almoço

Vamos vivendo num atraso

Onde os grandes nos dão azo

A termos só…pele e osso!

*****

“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro

Todos os Direitos Reservados



2 - PENSANDO!

(2º Poema)

Pensando ou não

De que vale isso

Porque a condição

É cair ao chão

É dar-nos sumiço!

*****

Os senhores da riqueza

Sem preocupações

Com toda a franqueza

Esquecem a pobreza

Só dão bofetões!

*****

Então para quê

Termos de pensar

O estado não vê

E o povo não crê

Que isto vá mudar!

*****

Universalmente

É o que acontece

Quem quer dar ao dente

Pura e simplesmente

Nem sequer merece!

*****

Angústia imensa

De qualquer nação

Ditada a sentença

Não há pois quem vença

Triste situação!

*****

“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro

Todos os Direitos Reservados



3 - PARECE MENTIRA!

(3º Poema)

*****

Parece mentira

Mas é tão real

Qu`inda alguém delira

De fome afinal.

*****

E todos os traços

De um corpo bendito

Desde os pés aos braços

Sofre a dor…num grito!

*****

Por mais que se queira

Mudar esse rumo

E a pele hidratar


Falta na carteira

Dinheiro pró consumo

Pr`á sorte… mudar!


*****

“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro

Todos os Direitos Reservados



4 - MEDITAÇÃO

A velha ânsia sentava-se  numa pedra

olhando o horizonte. 

No silêncio pensava em todo um tempo, 

que ficara para trás. 

Tempos difíceis, cuja recordação, não 

lhe apraz. 

O seu olhar ficava muito distante, para lá do monte. 

O rosto negro envelhecido tinha as marcas do sofrimento. 

Os braços tinham a pele ressequida do calor. 

O corpo quebrado de tanto trabalho, não 

sentia dor. 

Os olhos cansados, mostravam um olhar

lento. 

*

O tempo não tinha sido para com a ânsia generoso.. 

Os alimentos eram adquiridos, com muito

trabalho. 

E quase não chegava para alimentar a família numerosa

*

Ver os seus passar fome e frio era muito doloroso. 

O trabalho era feito com muito esforço, sempre no malho.. 

Seu fado fora triste, mas olha o horizonte 

curiosa. 

CELESTINA ESTEVES 



5 - Mulher mistério

**

Tu és aquela a quem cortaram os seus sonhos

Sangras tuas dores na alma e coração

Escrava no trabalho , sem alento , olhar tristonho

África te deu o berço e também a opressão

**

Olhar perdido , no caos da tua vida

O sal das tuas lágrimas é pura desilusão

Pele gretada pelo calor envelhecida

Perdeste  tudo, pais e filhos , com eles o coração

**

Os caminhos que cruzaste só te trouxeram dor

E resvalaste nesse torpor de agonia

O peito às balas expuseste por amor

Hoje és sombra do que já foste em  outro dia

**

Mulher natureza , que não verga no caminho

Mas as forças já te faltam nesta idade

Sem afecto , sem família e sem carinho

Só  com os teus farrapos é pura realidade

**

Gertrudes Dias



6 - AFRICA MINHA

.

Mulher!

Tu sabes tudo

desde o princípio

das estrelas 

e do sol

do mar e das montanhas…

Dos dias de luz e de escuridão

dos sinais do tempo e da vida

das tempestades e das bonanças

das lutas e das guerras

do bem e do mal…

.

No Cabo Delgado da vida

já passaste e passas

o cabo dos trabalhos…

.

Nessa Terra vermelha

bela e mágica

mas também

de fome e de esperança

da vida fizeste uma dança

guerreira criaste teus filhos

Que foram agora por outros trilhos…

.

Mulher! Tu sabes tudo

és fonte de sabedoria

da tua tribo mãe considerada

nunca fugiste…

.

Mulher! Tu sabes que a vida 

vale tudo 

e não vale nada…

.

Teu espírito no teu olhar

anseia a Paz neste lugar…

.

África minha!

Meu chão meu corpo de mulher

Alma minha!

.

Mulher! Só tu sabes do abandono

da solidão e da dor

te embrulhas nos teus panos 

e danças na sua cor

só tu sabes da palavra amor…

.

Tiló Henriques



7 - ABAIXO PARA SEMPRE A OPRESSÃO

Escorre o sangue das palavras mutiladas

Pela ambição e pela falsidade

Como grito de revolta contra a dor

Ecoando sobre um mar de falsidade

Palavras ensanguentada já sem voz

No campo de batalha e do horror

É tempo de parar a ambição dos senhores da guerra

E de pensar que todos somos livres e irmãos

Olvida-se os choros das crianças

O medo que lhes vai marcando a alma 

As lágrimas escorrendo no seu rosto

De dor, de sofrimento e de desgosto

E o sangue vai escorrendo dentro do peito 

E nas palavras que já não são ouvidas

Morre a liberdade no campo de batalha

Impõe-se sem piedade

A ditadura opressiva

Mulher negra que sofre a dor da opressão

Dos homens que em tempos eram seus irmãos

Fernanda Rocha

A Guardadora de Palavras

Direitos de autor reservados



8 - Mente vazia

Olhar perdido

Rosto marcado

Pla injustiça 

Que a vida provém

Trabalho forçado

Plas terras de ninguém

Corpo enrugado

Exposto ao calor

Mãos gretadas

Feridas de dor

         *****

Sílvia *Santos



9 - África 

Alegria cantante 

À volta da fogueira

Tristeza dançante

No meio da poeira

Todos reunidos 

Como irmandade

Do sol escurecidos

Cantam a saudade

Pés descalços p'lo chão 

E feridas a sangrar

Olham o céu, em oração 

Para a paz, conquistar

Mãe Preta vem 

A "nós" te juntar

Amor de Mãe "tem"  

Caminhos a desbravar 

E os meninos Africanos

Bem alto querem cantar

A Liberdade amamos

Mãe Preta Está a Chorar !

01-04-2024  Laura Prates



10 - Sentada em inação

Tão sentada em inação

Queda e triste em pura ausência.

Bem dolente o coração

Seu mistério aqui evidente

Mostra o cansaço que sente

Tão sentada em inação

Vidas, acusa em tensão

Pois expõe agruras sentidas,

P’las rugas corpo metidas

Realidade ferida

Sua essência contraída

Queda e triste em pura ausência.

Seu sentir sem ambição

Distraída em sol poente

Luz que seu corpo algo alente

Tão sentada em inação

A ele presta submissão

Horas se vão em liberdade

Pensativa acha a verdade

Vê, sem se mover, o espaço

Seus braços no seu regaço

Queda e triste em pura ausência.

Mary Lai (Cidália Teixeira)



11 - Mãe África 

Tu ainda és capaz de pensar mãe África?!

Levaram-te tudo, até os filhos que pariste, os que apanhaste na tua abada

e também os de colo…, deixaram-nos morrer à fome e à sede.

Os teus olhos negros , assim como a tua pele,

secaram com as diabruras da vida, juntamente com o sal das tuas lágrimas.

O vento suão… também não teve  compaixão!…

E, para te mortificarem ainda mais, as águas dos oásis todas o vento levou.

Uma vida longa tiveste, mas tāo  sofrida, onde a resiliência e a esperança 

levaram-te  a vivê-la , para veres os teus netos a crescer…

e, não no chão a morrer, mas numa escola aprender…

Será isso o  que tens no pensamento? 

Como lamento  o teu sofrimento Mãe África… a tua sorte…!

O Continente em que tu vives…nāo  o conheço,

mas faço ideias na minha mente  o que  tu passas e passaste … assim como a tua gente.

Serás dum país pobre? Ou dum país rico!?

Não há diferença nas tuas  diferenças.

Tu és diferente; apenas o lenço amarelo te dá espaço e protege.

1 Abril 2024 

Graciete Lima



12 - VIVE REVOLTADA

.

Sentada perto da sua senzala

À torreira do calor ali no chão

À espera que a venham buscar

Para ir ganhar o seu pão

.

Tem filhos para alimentar

Na sua senzala os esconde

Esperançada quando regressar

Que todos eles a ela respondem

.

Vai trabalhar para muito longe

Para os lados de onde o Sol vem

Numa enorme quinta de um Monge

Que apenas lhe paga um vintém

.

Trabalha, trabalha e não fala

Porque não a deixam falar

Leva os dias fechada numa sala

A debulhar milho até que a mandem parar

.

O dono e familiares da quinta vivem felizes

Comem e bebem e divertem-se no terreiro

Enquanto os pobres trabalhadores são infelizes

São escravos a trabalhar e ganham pouco dinheiro

.

Esta senhora vive revoltada

Porque é bastante escravizada

Mas como tem os seus filhos quase sem nada

Trabalha com cara alegre sempre calada

.

José Martinho.



13 - A pele espessa, tisnada

já nada sente, não sente nada

ainda que, se insinue enfeitada.

Falam os sinais

de vida entardecida

vastos pôr de Sóis desconhecidos

olhar selvagem sem emoção

corpo no torpor dos sentidos. 

Indolente, sua expressão

razão toldada, pelas habituais feitiçarias 

estranhos rituais, superstição! 

...........

maria g.



14 - SOU VIDA E SOU MUNDO

Terras vermelhas

Inóspitas

Sangrentas

Sem prosperidade

Irrelevantes!...

Sonhos cortados à nascença...

... caminhos cruzados

Fados cheios de tristeza

Sem palavras fiquei

Nelas não nasci...

...mas vivi e pernoitei!

Pintadas em telas

Como sonhos não identificados

Beleza estonteante

Criação de um DEUS Universal

Vida de tantas outras vidas...

...transversais!

Tristeza carrega no olhar

No coração as recordações

De uma terra "ALÉM MAR"!

É vida e é mundo

Carrega nos ombros a sombra de uma raça

Não é lixo, é HUMANA...

...HUMANA será por essa e outras vidas 

Os seus olhos...

...o seu espelho

A sua alma sorri

A sua vida carrega insegurança desde a sua nascença à sua morte, e vive apenas de lembranças...

Pele enrugada

Mãos gretadas de trabalhos pesados

Sangram as dores das suas VIDAS!

"Engolem sapos"

Reconhecem nos maltratados; o diabo

Renegam-lhe o direito de existência 

São SERES VIVOS e em terras de El-Rei...

... escravizados!!!

Autora

Irene Matias



14 - Gerações de dor

**

Mulher velha , ao abandono

Perdeu toda a alegria

Naquela terra vivia 

Seus ideais e seu sonho

Recorda o dia tristonho

Que a sua vida ruiu

Teve a vida por um fio 

Só restou fome e a dor

Ao perder esse valor 

Às lágrimas não resistiu 

**

Não tem a ver com a cor

Em África fez sua vida

Trabalhando , mãos doridas

Sem ninguém lhe dar valor

Para quem já é devedor

Sofra tormentos , enfim

Mas esta sina ruim

Sozinha e desamparada

Sentada á beira da estrada

Só relembra a sua dor 

**

Esvai -se a esperança no olhar

De quem muito padeceu

Trabalhou , muito sofreu

O seu fadário é penar

África era o seu lugar

Tudo se desmoronou

Sem a família ficou

Partiram pra longes terras

É grande a mágoa , deveras

Do sonho nada restou 

**

Gertrudes Dias



15 - VONTADE DE VENCER!

Na terra de cores ricas e vibrantes,

O sofrimento habita suas estantes.

África, berço de  histórias tão intensas,

Seu povo enfrenta adversidades imensas.

*

Nos olhos cansados, marcas de tristeza,

Histórias marcadas pela crueza.

Fome, pobreza, conflitos a se espalhar,

Mas também resistência, força a brilhar.

*

No deserto árido, a sede devasta,

A luta pela água nunca se desgasta.

Crianças inocentes, com olhares vazios,

Buscam esperança em meio aos desafios.

*

Mas em cada canto, há sementes de esperança,

Mulheres guerreiras, danças que encantam.

A resiliência brilha como uma luz no escuro,

Apesar do sofrimento, há um amor puro.

*

África, terra de culturas entrelaçadas,

Nas suas tristezas, nasce a força desejada.

Que um dia os sorrisos sejam a tônica,

E a esperança floresça, como uma melódica.

*

Que o mundo ouça o eco do seu grito,

E se una em prol de um futuro mais bonito.

Que África seja sempre lembrada, não só no sofrer,

Mas pela sua força e:VONTADE DE VENCER!

@Carmen Bettencourt !



16 - Mãe Negra

Porque choras ?

Não vás embora

É de noite ! olha a escuridão 

Outro caminho imaginaste

Os teus filhos deixaste

Por alguma razão !

É grande o teu sofrimento

É dor é lamento

Vives na penúria 

Estás de cabeça perdida

Não te dês por vencida

Todo o mal, tem cura

És uma ave, sem asa

Mas volta p'ra casa

Dá o teu perdão 

Lidar com a pobreza

Sem ter pão na mesa

Nem compreensão !

Teus filhos te adoram

Eles por ti choram

"Desprezam quem te faz mal"

"Volta por eles somente"

Esquece o passado recente

Pois És Mãe Afinal !

01-de-Abril de 2024

               Laura Prates



17 - Vidas tristes 

**

Mulher : tu que cresceste , amaste e sorriste

E fizeste do teu lar um doce ninho

Onde criaste os teus filhos com carinho

A tristeza que no teu rosto hoje persiste

Perdeste a família , o que na vida é muito triste

Hoje vagueias ao acaso , sem rumo e sem destino

**

Ao veres desmoronarem os teus sonhos

Tal e qual como os muros da tua casa

É um tumulto de emoções que a tua alma arrasa

Tu que sonhavas um futuro sempre risonho

Tens impresso na cara esse ar tristonho

O entendimento da vida te ultrapassa

**

Tua pele se enrugou como se o fogo te queimasse

Teus olhos não têm brilho e o cérebro entendimento

Ao recordares as dores daquela hora e do momento

Como ferro em fogo que o teu coração marcasse

Perdeste tudo : ambições , sonho e classe

A vida para ti só será dor e tormento

**

Gertrudes Dias



18 - ROSAS DA ESPERANÇA 

Sentei a esperança nas pedras mudas do rio

Via o sol meditar entre as nuvens em silêncio 

Cabisbaixo, parecia que tinha medo de acordar

Talvez a tristeza, assim como o rio, deságue no mar

O meu lamento era canto que se fazia escutar

Na poesia, que em versos singelos, eu escrevia

Para os que tinham pureza na alma e sabedoria 

Os de coração surdo, esses, não sabiam amar!

Dei ao mundo as sementes férteis de paz e amor

Para que um novo mundo renasça sem ódio nem dor

Num jardim perfumado de cores, hão de florescer!

Esse novo mundo não será só de pretos ou de brancos

Será cheio de cor, onde a felicidade é imperativo categórico 

Descanso entre as rosas, nesse dia, vou renascer!

 - Fátima Arede 

Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     

e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06✍️



19 - Mãe África
Olhos tristes, olhando pro vazio...
Mãe África num corpo tão cansado
O sonho vão, agreste e demais gentio
Baila distante sem significado.
Pele queimada de tais sóis de estio
Corpo franzino p’lo tempo moldado
Sentada, pensa em novo desafio
Trilhar mais além, desejo encetado.
Traja a rigor, tradição do seu povo
Sua criação de mãe carinhosa
A vida abraçando com emoção.
Seus olhos brilham para o mundo novo
Dias lentos, alma silenciosa
Viver momentos sem complicação.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


20 - Repensar a vida
Repensar sua alva vida
Olhos sem, ter, esperança
Dores na essência ferida.
Tão calada e reprimida
Tal Sossego em seu regaço
Repensar sua alva vida
Sua mente adormecida
Cabeça poisa em seu braço
Dores na essência ferida.
Sua bela alma abatida
Pois exprime seu cansaço
Repensar sua alva vida
Sua vida aqui despida
Num perigoso ameaço
Repensar sua alva vida
Dores na essência ferida.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


21 - "Infeliz" 
Depois de tanto sofrimento
Ficar sem filhos, sem marido 
Sem pertences sem haveres
Sem casa para ter de abrigo
E sem forças para viver.
Perdi a vida naquele dia
Atearam fogo a tudo
Mataram quem me existia
Mas ainda que perdida
Sou a única que sobrevivo.
Porque não fui eu também 
Naquela fatídica noite escura
Soluçando era eu a mãe
Que devia protegê-los 
Num desconsolo e amargura
Fiquei sozinha todos se foram
Tristemente sem ninguém.
Pobre de mim...
Que não tenho mais sonhos
Nem vontade de viver
Aqui neste lugar
Que em tempos foi de sonho
Hoje se tornou tão medonho
Como prefiro também morrer.
Mas por algum motivo ainda cá estou
Que será que ainda me espera?
Sem maldade só a dor me alterou
O meu coração dilacera
Pela infelicidade que me causou
Quem no lugar do coração
Tem uma pedra.
Lurdes Bernardo 


22 - OLHAR MORTIÇO
De pele ressequida, olhar mortiço,
Um corpo já quase mumificado,
Sentado na areia, mortificado,
Sentindo sua vida ter sumiço.
*
Quanta labuta e quanta canseira,
Aquela negra pele, ainda lisa,
Correu pelo mato, tal Pitonisa,
Gastando-se no tempo sem fronteira.
*
O seu olhar traduz bem seu sentir,
Ou eu é que traduzo esse olhar,
Mas que, também, não sei bem discernir.
*
Pode estar, meramente, a pensar,
Que já não há tempo para carpir,
Nem vontade já, de se lamentar.
LAF01AB2024


23 - SABEDORIA 
.
É filha de pais iletrados,
Não recebeu instrução;
Mas não menos educada
Do que certos estudados,
Que ao colégio vão!
.
Tive sorte eu,
O que fizeram por mim;
Mas se não fosse à escola,
Teria como exemplo
O seu enorme templo,
De sabedoria sem fim!
.
Escusado será dizer,
Que lá se aprende
Letras, números, maneira de ser....
Mas é na vivência da vida,
Que se adquire experiência
Na avenida do beber!
.
Tem como exemplo,
O amigo ancião;
Sabe se amanhã há vento,
Se faz sol ou cai nevão!
.
Mas isso é pouco,
Sabe muito mais;
Lê nas estrelas o caminho,
Por onde segues e vais
.
E o que bebeu 
Dos cursos não sorvera;
O que aprendera 
Fora com os seus ancestrais!
.
RAADOMINGOS


24 - MUROS DE SILÊNCIO
Soprava um vento de mar
Nuvens negras anunciavam tempestade 
Na noite cerrada
A chuva molhava até aos ossos
Viagem para o desconhecido 
Barcos de borracha transbordando de gente
Faziam-se ao mar alteroso e inclemente 
Simples mercadoria
Negócio obscuro que enriquecida com as vidas humanas 
Nada lhe garantia a chegada a bom porto
O vento trazia o choro dos órfãos
Num rumo incerto das almas vencidas
Choro, dor, desespero... um resto de esperança
E muita... muita determinação como bagagem
Transportavam os sonhos na mala de mão
Pensamentos estranhos navegava ao sabor das ondas
Na rota das dores e das vidas perdidas 
Ao aportarem na costa da Grécia, Turquia ou da bela Itália
A esperança vestia o seu traje de gala
Deixaram para trás guerra e sofrimento 
A morte não escolhe as gentes 
Lágrimas eram o pecúlio de quem nada tem
Marca-lhes na alma a saudade de quem ficou além
Incógnito é o futuro
Desejo ardente de uma vida segura
Será realidade.?
Não !!!
Muros de silêncio erguem-se do chão
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


25 - AS MULHERES VOAM
As mulheres são fadas
Voam como aves migratórias
São glórias, são paixão
Olham fundo
Dizem sim quando era não
As mulheres gritam à lua
Olham-na de longe
Desejam partir para descobrir
Uma outra forma de vivenciar
As mulheres no seu vôo
Percorrem as florestas do sentir
Não importa a cor
São as pastoras do amor
Recolhem as folhas amarelecidas da desilusão
Apagam a tristeza
------ingrata viajante
Que se alberga no coração
As mulheres voam sem ter asas
Em pensamento, partem 
E vão descobrindo alento para resistir
Deixam para trás as penas do seu existir
As mulheres
Como fadas, como bruxas, como magas
Poisam na beira do mar
São sereias ao luar
Desnudam o corpo 
Acendem os olhos, iluminam o destino
Em silêncio...
Deixam-se voar
As mulheres...nas suas dores
Calam o revolto mar
Sabendo olhar para longe no seu longo esperar
 Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


26 - MULHER AFRICANA
.
Sofrida na sua intimidade
Enrolada em rituais tribais,
Mulher mutilada sem piedade
Vencem os preconceitos tribais.
.
Mulher de cor, mal amada
Ao mundo traz muitos filhos,
Chora e grita desenfreada
De seu, só tem pés e trilhos.
.
Sofrida na sua sexualidade
Mulher de cor, alma rasgada,
Mulher sofrida sem piedade
Morre ao calor, prostrada.
.
Mulher de cor, mal tratada
Ao ritmo de atrocidades tribais,
Ama os seus filhos, calada
Não têm fim, esses rituais!
.
Funchal, 1 de Abril de 2024
Cecília Pestana


27 - “Desilusão”
Deixa-me caminhar nesse olhar triste,
Deixa-me levar essas lágrimas presas por um fio,
Deixa-me colorir o teu mundo ,
Enfeitar o teu coração com sonhos,
Por batom no teu sorriso.
Deixa-me por brilho no teu olhar!
 Quero ver-te sorrir…
Deixa-me abraçar o teu abraço,
Levantar o teu cansaço,
Tanta desordem no teu regaço!
Que pensamentos acolhes no teu peito ?
Tua alma está desfeita,
O teu mundo está vazio,
Por quê te sentes assim,
Sem rumo se tu és jardim?
Tu és colo, és abrigo, és abraço!
És amiga, és companheira 
Filha e mãe 
E és mulher!
Deixa-me dar-te a mão
Juntos por este chão 
Caminharemos à procura 
Da igualdade que será a tua razão!
(01-04-2024)
Maria Goretti Pinto


MARÇO

25-03-2024

27

1 - A VIDA ACONTECIA
Como se o silêncio se vestisse da pele do universo
E trouxesse com ele
O mistério e o segredo das incógnitas vividas
Abriu-se no peito
Uma janela de esperança
Melancolia suave que nascia no fundo da alma
Adoçando o caminho percorrido
A luz doce, pintava a paisagem como um quadro de Van Gogh
Na noite calma 
Onde os segredos e os mistérios se expunham
Desnudando os sentimentos
A vida acontecia
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


2 - PARA LÁ DO SONHO, CRESÇO
Sento-me aqui
Na falésia deste sonho esquecido
Olhando o mar pintado de luz e cor
Espraiando-se neste tempo se idade
Sou mensageira dos sonhos adormecidos
Guardados em silêncio no meu peito
Divago sem horas
Perdida entre o sonho e a realidade
Na calma desta noite colorida
Vou pastoreando as palavras
Que se deitam na beleza e no carinho
Abro caminho entre as dunas da tristeza
Ajusto os cardos que me ferem o corpo e a alma 
Viajo na barcaça lírica do sentir
Nesta noite refulgente de luz e calma
Sonho com outro existir
Será loucura...?
Deixo que a noite absorva o sal das minhas lágrimas
Cresço.!
E liberto-me de mágoas
Fernanda Rocha A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


3 - Em águas paradas 
**
Sem saber qual a razão
No meu caminho encontrei
Um prédio que imaginei
Submerso em escuridão
Em toda a sua amplidão
Entre portas e janelas
Refletem todas elas
Nas águas á sua frente
Uma paisagem diferente
E uma imagem bela
**
Como um iate perdido
Que navegou alto -mar
E que veio descansar
Num lugar seu preferido
Das tormentas defendido
Fundou os seus alicerces
Defendeu como benesses 
Ser nobre e familiar
A muitas pessoas dar
Um lar onde paz houvesse
**
Logo as dores da sua vida
Descansou á beira -rio
Sendo  firme , um desafio
Que a muitos dá guarida
Arquitetura atrevida
Ergue -se ao Céu altaneiro
Magestoso e verdadeiro
E da estrutura orgulhoso
Só de o olhar me dá gozo
Entre nós é pioneiro
**
Gertrudes Dias


4 - A NATUREZA E A ARTE
É visível a beleza ao olhos de quem é 
 observador.
O lindo quadro que representa a cidade. 
Casas típicas que deslumbra o admirador. 
O rio que espelha e lhe dá luminosidade. 
Não posso deixar admirar o lindo quadro, 
que vejo à minha frente. 
O artista pôs na sua arte vida e beleza. 
Embora a noite fosse escura, como breu, é 
surpreendente. 
A tranquilidade que imagem apresenta e a sua pureza. 
É mágico tudo o que a natureza nos dá e o homem cria. 
A arte que nasce nas mão do artista e aos
nossos olhos é visível. 
A realidade que por vezes se transforma em fantasia. 
Imagem criada pela natureza e pelo homem,  é aprazível. 
Celestina Esteves 


5 - Lua Nova
Como alma adormecida
junto às águas paradas
vê o sol d’ outra maneira 
perdido nas madrugadas.
As madrugadas revelam
pinceladas em desalinho
resta à lua apagada
um céu azul pequenino.
Tāo-pouco a incomoda!
a tela  não poder ver
cegos são os seus olhos 
assim como o anoitecer.
25 Março 2024
Graciete Lima


6 - "Tela de cores garridas" 
Há vida nestes prédios de lindas fachadas
Há um rio que se espraia e corre leito fora 
Brilham nas águas reflexivas e Iluminadas
Construções arquitetonicas não de agora.
Lindos prédios onde habitam multidões
Tão bonitos seus traços e super as janelas
Na noite de grande vendaval de emoções
Suavizadas e esbatidas em suas aguarelas.
O silêncio é perfeito o mesmo que convida
A escutar em gôndolas de amor e felicidade
As trovas de uma ária mais suave e antiga.
Em instantes de mergulhos com saudade
Nestas águas frias onde desabam em vida
Os peixinhos nadando, de tão tenra idade.
Lurdes Bernardo 


7 - Pelo rio
Deslizando o meu barco pelo rio
Luz da margem me dá a percepção
Filme passa na tela, e a visão amplio
Deslumbrada em magia, essa amplidão.
Arquitetura irreal que aprecio
Plenos de sonhos e tanta emoção
Penso em fadas morar no casario
Refletido nas águas que se vão.
Janelas anunciam tanta vida
Dormente p’la hora avançada da noite
E eu navego, agora, na onda do tempo
Beleza sui generis cingida
Obra de arte demais real e afoite
Admiro do barco, neste entretempo.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


8 - A luz flui através das janelas entre a brisa do mar
e o vento. Embalado na noite adormece devagar
ao som do silêncio. Ousa um pássaro qualquer 
um canto desafiar a noite sem nada temer…
O casario espelha-se no mar como os sonhos
que ficaram adormecidos nos beirais do tempo
perdidos no pranto, levados nas mãos do vento
Tantos outros que ficaram pelos caminhos…
Há noites luminosas que acordam o pensamento 
Não há tristeza, desassossego nem pranto
A minh’alma rejubila com os beijos de lua!
No parapeito iluminado da minha janela 
A luz fulgente pinta o tempo numa tela
Entre o sono e o sonho a vida continua…
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06


9 - Algures noutro lugar
**
Sempre fui uma grande observadora 
Vendo um prédio como este ponho -me  a imaginar
Quem será que vive neste andar ?
Uma mãe afadigada , um velhinho , uma professora  ?
**
Se disponho do dia para passear
Quero ver tudo o  mais que me rodeia 
Se num prédio a luz me encandeia
Não me impede de tudo observar 
**
Mas aqui neste prédio tão altaneiro
Aonde há tantas portas e janelas
O que será que eu vejo em todas elas ?
Só tem um pormenor que é enigma verdadeiro
**
Porquê a forma de garrafa lá no cimo
Onde o telhado se situa sem ser visto
De aprofundar este mistério não desisto
O que pôs o arquiteto lá no pino ?
**
Até parece que um avião ia a voar
E pousou naquele gargalo de garrafa
Ou será que a minha mente já me afasta
Do modernismo que se quer destacar
**
E imaginei durante o meu passeio
Aquele prédio que alberga tanta gente 
Com tantas portas e janelas de permeio
Ninguém se conhece , tudo lhe é indiferente
**
Gertrudes Dias


10 - SOU UM PINTOR AFAMADO
.
Digam lá meus senhores/as
Se gostam da minha pintura
As garrafas com as suas cores
Mais parecem uma escultura
.
Sou um pintor afamado
Conhecido em todo o lado
Sou muito solicitado
A prova está neste quadro
.
Nasci com este Dom
Dispensei as Belas Artes
Por ser um pintor tão bom
Nunca ter pintado disparates
.
Pinto nas paredes e em telas
Faço qualquer desenho
Como por exemplo lindas janelas
Sem ser necessário muito empenho
.
Pinto quando estou na cama deitado
Profundamente a dormir
Pois se tivesse acordado
Pintar? Não iria conseguir
.
José Martinho.


11 - TELA PERFEITA!
(3º Poema)
*****
Esta imagem que aqui vejo
Que é demasiado bela
São as casas que eu almejo
Mas primeiro só as invejo
Por darem uma linda tela!
*****
Pode ser serigrafia
A óleo ou outra matéria
E o pintor que a pintaria
Com a sua arte faria
Uma coisa assim mais séria!
*****
Poderia ser a pincel
Guache ou o que eu quisesse
Na técnica feita a pastel
Ou tracejado a granel
Seria feita sem stress!
*****
Quem me a quisesse comprar
Digam qual seria a aposta
Porque eu ia ponderar
Pois não se deve deixar
Tudo aquilo…de que se gosta!
*****
Isto tudo porque eu queria
Que visse a ser eleita
Que numa casa caberia
Pois condições reunia
Pr´a ser uma tela… perfeita!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


12 - SONHO COM UMA CASA ASSIM!
(2º Poema)
*****
Sonho com uma casa assim
Sem um piso escorregadio
Mesmo não tendo jardim
Era o ideal para mim
Pois ficava à beira rio!
*****
Se o sonho se transformasse
Deveras em realidade
É certo que com toda a classe
Sem que meu amor se queixasse
Era ter mais qualidade!
*****
Como sonhar é ter esperança
O sonho é a nossa escolha
E volta-se a ser criança
Sempre a esperar pl`a mudança
Sem que se continue a ser trolha!
*****
E essa casa que pretendo
Tem magia, tem feitiço
Porque com tais luzes me rendo
E para sempre suspendo
Fazer dela…um prédio omisso!
*****
Pode até nem ser passível
Que eu a possa comprar
Riqueza não é meu nível
Mas uma coisa é possível
Que se continue…a sonhar!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


13 - VIAGEM RECENTE!
(1º Poema)
*****
Fomos passear um dia
Pr´aliviar a tensão
Nossa cultura crescia
Quando esta mais valia
Surgiu em Amsterdão!
*****
A noite tinha chegado
E com ela esta beleza
E nós, no passeio dado
Gostámos desse legado
Feito com toda a fineza!
*****
Dá-lhes a luz, esse encanto
A prédios que parecem ouro
Uma coisa vos garanto
Abriu-se os olhos de espanto
Por esse belo tesouro!
*****
Nas margens do rio Amstel
Há um reflexo divino
Que o vou pintar com o pincel
Da maneira mais fiel
Como se fosse um menino!
*****
E as casas tinham motivo
Para serem hospedagem
Por isso é que não me privo
De enquanto estiver vivo
Ir quando possa…em viagem!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


14 - UMA OUTRA LUZ
Voltei atrás
Ao caminho que ontem percorri
E senti
Já não tenho todo o tempo para viver
Já não posso correr atrás das borboletas
Já se apagaram as pegadas de magia
E a força inquebrável de um querer
Trago coladas em mim
As marcas que a vida gravou
Nas rugas sombrias do tempo 
Navego como naufraga
No desencanto do que já passou
Os dias neutros escondem o sentido da vida
E eu.... perdida
Sem saber como atravessar este mar
Procuro em contramão
Talvez...?
Um novo lugar
Uma outra luz que emane da beleza de um olhar
Nas brumas da incerteza
Até onde vou chegar?
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


15 - Cai a noite
E tudo é escuridão
As luzes da cidade se acendem
Dando ânimo ao meu coração
Cai a noite
Mas ainda é cedo
Para me deitar
Ligo a televisão
Gosto de estar a par
Do que se está a passar
O que vejo
Só me deixa entristecida
Espreito à janela
Lá fora, ainda há vida
Jovens casais passeando
Para eles, não existe solidão
Felizes trocam juras de amor
Vivem ainda
Num mundo de ilusão
Quando cai a noite
E se acendem as luzes da cidade
Tudo é magia
Tudo é saudade
******
Sílvia *Santos


16 - Minha pulcra casa
Junto do rio a minha pulcra casa
Onde na água, assim, nela se espelha
Na noite escura tal beleza arrasa.
Antiga mas sem ter aspeto velha
Tenho-a, aqui, bastante conservada
Esta arte anormal numa tal botelha.
Neste meu bairro sempre apreciada
Turistas por aqui a vêm visitar
Arquitetura, neste tempo, ousada.
Vermelha sua cor todos saudar
O amor que nela encerra e tanto almeja
Sonhos reais, tão magos a alvorar
No silêncio da noite se deseja
Primado museu vivo e natural
Sem ser alvo de quem assaz coteja.
Acham-na, todos, algo surreal
Fadas, duendes, noite se avistam
Descritos em notícia no jornal
Casa díspar pois dela usufruam.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


17 - Em águas paradas 
**
Descobri segredo das águas paradas
Descansam tormentos quando em correnteza
Á volta dos prédios espelham beleza
Porque um dia têm que seguir jornada
**
Portas e janelas se miram contentes
Ali projectadas o tempo passou
Nas águas paradas que têm á frente
Um escuro com brilho ali se formou
**
E o prédio contente se mira e remira
Na esperança que a água se deixe ficar
E seja um espelho na eternidade
**
No fundo que é escuro a luz se revira
Portas e janelas são sempre a dobrar
Jurando um futuro de eterna amizade
*
Gertrudes Dias


18 - AMESTERDÃO
Nunca fui a Amesterdão,
Nem voguei nos seus canais,
Só sei que é linda demais,
Nos canais da televisão.
*
Basta olhar esta imagem
Parece um país de fadas,
Quem olhe estas fachadas,
Julga ver uma miragem.
*
De tanto olhar, fico grogue,
Pois não sei s’ é foto ou tela,
Só sei que é muito bela,
Digna de um Van Gogh.
*
Até sinto certa inveja
E minha vontade almeja,
O ensejo a ocasião;
De com estes olhos ver,
Inda antes de morrer,
Essa bela Amesterdão.
LAF25MAR2024


19 -  VIDAS (IN)DISCRETAS 
.
Na água espelha-se um certo reflexo;
Linhas horizontais, curvas, quadradas,
Tudo intencionalmente complexo
Como a vida entre cortinas cerradas.
.
Mas vejo engendrados traços sem nexo
Que me levam a julgar as águas furtadas 
Porquê misturar o reto e convexo
Se não queriam que fossem notadas?!
.
Nesta confusa questão me deixo e parto,
Quem as pintou saberá a razão do quarto;
Não me cabe fazer juízo de valores!
.
No entanto confesso que preferia flores,
Fica a sensação doutro cunho dos autores;
...Não é que seja imoral recriar desejos em abstrato! 
.
RAADOMINGOS 


20 - Autor: António Alves
País: Portugal 🇵🇹
25 03 2024
Amor, incondicional 
Á noite entre as luzes brilhando nas  janelas, sinto o lar a casa de família que já tive, desvios que a vida me deu e aqui estou eu, sem abrigo da cidade, sem amor.
Passo ante passo percorro as ruas invisível acenando as mãos nuas, em gritos mudos, na ânsia de chamar à atenção, peso morto do mundo sobre um corpo já fatigado.
Não sou nada, não sou gente apenas um indigente, com a esmola jogada a meu lado por consolo de algum pecado, nem um olhar, um toque, um simples gesto de amor
E a dor que assola consumindo nadas a cada dia, mantendo á deriva esta alma perdida, até que surja um toque, um olhar,
um gesto de amor e volte a esperança.
Já desacreditada, por tudo e por nada, então como num sonho sinto a tua mão,
tu que deixaste a família lá atrás e no breu da noite, sais procurando náufragos da vida
Todos os direitos reservados
(Dedicado a todos que teimam em olhar à sua volta, um obrigado, um bem haja)


21 - POSTAL 
Com ruas de perdição
E também  muita beleza 
A famosa Amesterdão
De sua fama e natureza.
É um postal que circula
Em todo e qualquer canto
Vê-lo ao vivo que ternura 
Só alguns têm esse tanto.
É lugar de eleição
Pra quem é viajante
E se gosta de diversão 
Numa cidade brilhante. 
Dizem os entendidos 
Que já por lá passaram 
Só se perdem os perdidos 
Os outros muito gostaram.
Quem lá vai quer voltar 
Muitos querem lá ir 
Sem dinheiro para gastar
É melhor nem partir. 
#MariaGouveia#


22 - Numa tela secular
Numa tela secular
Pois pintada com rigor
Num tão famoso lugar.
Terra que posso alcançar
Viagem, todo o vapor
Numa tela secular.
Arte pura, algo, admirar
Arquitetura em rigor
Num tão famoso lugar.
Junto a um rio despertar
Célebre hotel tricolor
Numa tela secular.
Conhecimento ampliar
Neste local encantador
Numa tela secular
Num tão famoso lugar.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


23 - A minha preferência ! 
Não será leviandade
Altas Torres na Cidade
A mim causa-me impressão 
Num arranha-céus viver
Seria só, padecer
 Para a saúde perder
Ao cair tonta no chão !
(((((((((((((()))))))))))))))
Gosto dum Monte Rasteiro
À volta ter um terreiro
Estrada de terra batida
Com várias flores em volta
Ter cortinados de tule
Rodapé de tinta azul
Muitos legumes na horta !
25 de Março de 2024
        Laura Prates


24 -  CIDADE SEM ROSTOS
Na noite escura, as casas são luz
Pintadas das mais variadas cores
Janelas abertas que a todos seduz
Sem dar a aperceber os interiores.
É mistério da noite que dá à cidade
O poder do anonimato na escuridão
O brilho da cor é a pseudo felicidade
Que não esconde a tristeza e solidão 
No cimo de edifícios, de forma bizarra,
Há as claraboias que não deixam sair
Vozes que dentro se alçam com garra
Sem que alguém fora as consiga ouvir.
Estranha cidade tão bela e colorida
Mas tão fria e deserta, bem diferente 
De uma cidade animada, cheia de vida
Onde não se nota que há falta de gente.
25 de março de 2024
Fernanda Simões Mendonça


25 - “ Viver de boa-fé… “
De rosto pela vida marcado 
Com os cabelo em tom grisalho
O espelho tudo me devolve,
Sem nenhuma cerimónia
Acorda a fraca memória
Da minha mente entorpecida
Por tanto viver em aleive,
E de tudo que mal se aprove
Em todas malfadadas escolhas 
Da tresloucada e insípida
Vivência, em falso atalho 
Para alcançar a tua ternura.
Por falta de exercício lógico 
Que ao viver se acumula
No ultrapassar sinal vermelho,
Resulta num sucumbir de forças
Que no corpo se acentua
De tão fragilizado se encontra
Pelo passar veloz dos tempos.
Com todo esses contratempos
O prazer do amor esmorece
Por falta de tudo que merece,
Ao vencer o destino marcado
Que se carrega por estar de pé
           …Temos de ter  Fé 
               De não ser blasé
               Nem sequer ralé,
               Viver de boa-fé …
© Galvão-Lucas


26 - Tanta janela fechada
à realidade da vida lá fora:
terra queimada, águas imundas 
valores esquecidos 
mundo manipulador
conflituoso enganador
que não conhece sentimentos
e confunde a palavra amor! 
E por detrás 
das cortinas corridas
há luz que reflete vida
com momentos felizes
há ternura que apraz 
a boa disposição 
de quem por detrás delas 
encontrou proteção! 
............
maria g.


27 - “Reflexos”
Viajei ao passado 
Fui ver o que perdi
E o que não compreendi 
Fui ver o que lá ficou!
Vi tantos reflexos de mim…
Alguns  já  perdiam a nitidez 
Era apenas uma sombra,
Uma lembrança tão longínqua!
Caminhei e lembrei tantos momentos,
Tantos encantos e desencantos!
Procurei…
Procurei pela magia de um dia,
Por tanto que não te dei,
Por tanto que te quis dar!
Em algum lugar hei-de encontrar 
O amor que lá morou,
Os sonhos que sonhei e nunca realizei,
Deixei-os arrumados, escondidos 
Talvez estejam perdidos!
Percorri o caminho das flores,
Vi o céu da minha rua,
O cantinho dos amores.
O que sonhei contemplando a lua,
Ouvi o eco da minha voz,
Vi o outro lado do mundo,
Vi os passarinhos esvoaçando
E vi meninos correndo,
Ouvi risos e gargalhadas,
E gentes em grandes caminhadas!
E vi…
Vi apenas reflexos de uma vida 
Que hoje são apenas reflexos de um tempo!
(25-03-2024)
Maria Goretti Pinto



18-03-2024


30

1 - “Avó”
Encostada no teu ombro tantas vezes adormeci!
Embalada pela tua voz doce,
Sonhei sonhos de amor. 
Aprendi contigo 
A ver a beleza que há neste mundo 
Aprendi que o mais valioso são os sentimentos que vão nascendo dentro de nós.
Sentimentos que nos acrescentam amor!
Pelas tuas mãos viajei pelo universo,
Contemplei o despontar da primavera,
Desfrutei de verões cheios de ternura,
É nos invernos frios senti-o quão quente era, o amor que me davas.
Quantas saudades dos teus abraços,
Dos beijos que me davas com os olhos a brincar,
Da tua voz tão doce com que me acordavas quando adormecia no teu colo… 
Saudades das traquinices que ambos fazíamos,
De quando nos embrulhávamos na relva e rebolávamos por ali fora.
E de quanto ríamos… 
Aquelas gargalhadas ainda fazem eco em mim!
De ti, guardo as melhores lembranças,
Quando penso em ti e acontece tantas vezes,
Fecho os olhos e ainda te sinto ao pé de mim!
Avó, deixaste comigo a tua ternura, o teu amor, 
Também deixaste uma infinita saudade
Talvez tu consigas ouvir-me, 
Obrigada avó por tudo o que me deste,
Por tudo o que me ensinaste 
E por quanto tu me amaste!
(18-03-2024
Maria Goretti


2 - ESPERANÇA 
.  
Na aridez, são férteis os pensamentos 
Levam a sentar pondo certas questões;
Eu até diria "dou-vos dois tostões 
E suavizarei os vossos sentimentos"!
 .
Mas será que serviria os intentos;
Atenuaria a maquia aquelas tensões?
Não! Creio que as minhas pretensões,
Ainda lhes traria mais sofrimentos!
.
Quem nasce na terra e dela se sustenta,
Venha quem vier, não vende e não compra,
Produz; mais que não seja as ilusões.
.
Tem a sua honra, tudo o mais é afronta!
"Cria uma quinta de grande dimensões 
E prados verdes onde o gado apascenta!"
.
RAADOMINGOS


3 - Poiso a cabeça sobre teu ombro, meu porto seguro
Sonho o futuro, eternizo memórias suaves do tempo
Nada temo, sinto no rosto, os afagos do vento! 
Um lírio branco reflete o céu num bom auguro…
*
Teu rosto marcado com rugas profundas… traços,
quiçá cicatrizes da vida vivida a cada passo…
Ah, mas as maçãs do teu rosto inflam-se num sorriso 
Quando contas estórias que para sempre, eternizo!
*
A ternura suave na tua face, no tempo perdura,
Eternizam a delicadeza da alma as horas…
Os instantes que irão florescer no recato do coração!
*
O sol do Oriente, que nem sempre é luz do dia
Às vezes é noite que não finda, num mundo de utopia
Num céu enraivecido que sangra em expiação…
*
- Fátima Arede 
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06


4 - "Velhinho"
És o meu velhinho que me dá colinho, quando choro.
O teu afago e as tuas palavras doces,
são o alívio da minha felicidade.
Coloco as minhas mãos no teu rosto,
sinto as tuas rugas de cansaço, duma Vida que passou carregada de trabalho.
O meu olhar está vazio, e sinto o teu coração que me ama.
Maria Sousa


5 - História: Lá, longe…
Lá longe, no sol nascente
Onde a guerra é pungente
Um avô mais o seu neto
Num momento, puro encanto
Sonho naquele recanto
Troca de assaz e alvo afeto.
Criança de olhar com medo
Encosta-se no avô quedo
Pois se sente bem seguro
Avô esboça um sorriso
Para o horizonte conciso
Neste tempo vil e duro.
Se ouvem tantas explosões
Tristes os seus corações
Sonho fica ali suspenso
Não entendem essa vã guerra
Que o homem provoca na terra
Sem chegar a tal consenso.
Sentem um pouco de paz
Desfrutam tempo fugaz
Na deliciosa imagem
Onde a ternura perdura
Num místico se mistura
No transmitir da mensagem.
Sossega o neto tão calmo
Menino com um tal palmo
Energia que contemplo
Não tarda em adormecer
No ombro doce o seu mel ser
Nesse sábio e mago templo.
Com ternura o avô o pega
Bem no seu peito o aconchega
Nesta fase de incerteza
Zela por ele, dá colo
O seu tão feliz consolo,
Amor com tanta beleza!
.…
Mary Lai (Cidália Teixeira)


6 - HONRA DO HOMEM DE VERDADE!
O homem,carinhoso,
Sua realidade,
Com crianças é bondoso,
Mostrando sua fedelidade.
*
rosto do homem, marcas do tempo,com ele seu segredo,
Expressões que contam um largo enredo.
Rugas e linhas, história gravada,
Caminhos percorridos, vida amada.
*
Cabelos de prata, lembranças do ontem,
Sabedoria acumulada, tesouro que tem.
Olhos que testemunharam o passar dos anos,
Profundas janelas para mundos insanos.
*
A barba por fazer, um toque de descuido,
Um misto de charme e de um passado vivido,
Os lábios que sorriem com tanta sabedoria,
Segredos guardados, pérolas da sua poesia.
*
O homem de certa idade, um tesouro a descobrir,
Histórias para contar, experiências a transmitir.
Seus cabelos brancos são um mapa, de uma jornada sem idade,
Um símbolo de: HONRA DO HOMEM DE VERDADE!
@Carmen Bettencourt !


7 - ESTOU A SOFRER
.
Estou a sofrer e o sofrimento cansa
Vivo na desgraça neste momento
Já faz tempo que não entra nada na minha pança
Porque tudo dou a este menino pois ele precisa de alimento
.
Não tenho forças estou incapaz de trabalhar
Passo os dias sentado na areia a olhar para o mar
Para ver se passam barcos de pescadores a navegar
Na esperança que passem e algum peixe me possam dar
.
Deixei as minhas poesias incompletas
Por estar doente não as consegui terminar
Espero e desejo que apareçam outros poetas
E que me façam o favor de as terminar
.
A minha doença não é mental mas sim física
Cura-la já perdi sinceramente toda a esperança
Os médicos já me disseram que se trata de uma doença tísica
O que mais me preocupa é o que vai acontecer a esta criança
.
José Martinho.


8 - Colo de avô
Que nunca senti
Palavras sábias
Que eu nunca ouvi
Avô
Teu abraço forte
Que eu nunca abracei
Teus cabelos brancos
Que não afaguei
Histórias tuas
Que eu nunca ouvi
Teu rosto enrugado
Que eu não conheci
********************
       Sílvia *Santos


9 - LEMBRANÇAS
Quando corria pra sua casa
Nem era tão perto
O cansaço era grande
O carinho era certo.
Ali não faltava amor
Ele tinha um enorme coração
Seu colo era aconchego
Falo com muita emoção.
Ali naquele paraíso
Não  me faltava nada
Hoje se pudesse retornar 
Ali seria minha morada.
Colo de avô é como ninho
Que agasalha passarinho
Lembrando aquele dias
Ele já bem velhinho.
Autoria Irá Rodrigues.


10 - É jubiloso!
Ter um avô é jubiloso!
Ligação de amor salutar
Acordo perfeito e ditoso
Sentidos em paz a vibrar
Criança, ternura a alcançar
Velho seu sonho venturoso
Verdade que quer encontrar
Seu desejo amplo e impetuoso.
O espaço olha misterioso
Satisfação assim a bradar
Rebento, em si, tão caloroso
Sorriso em seu rosto a aflorar.
Trocam carinho sem falar
Momento demais saboroso
Não se querem pois afastar
Deste amar doce e milagroso.
Quadro tão puro e assaz mimoso
Meu coração leve a brilhar
Neste olhar risonho e fogoso
Que me fez algo recordar.
Alívio no avô vislumbrar
Meu medo ágil e teimoso
Sempre me fazia acalmar.
Ter um avô é jubiloso!
Mary Lai (Cidália Teixeira)



11 - SERÁ DE NOVO TEMPO DE VIVER
Amanhã será um novo dia
Com promessas de vida e de rosas
Será um novo alvorecer
Com rios a cantar canções formosas
Amanhã será só de bonança
Com gestos de ternura em cada olhar
Será um tempo novo de alegria
Marcado pelo riso das crianças
Amanhã será um novo alvorecer
Quando todos formos livres sem receios
Abriremos os braços ao futuro
Será um novo tempo de viver
Ficaremos juntos a esperar
O que a vida tem para oferecer
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados



12 - SEMPRE COM AMOR
.
O teu ombro me acolhe
Em dias de insatisfação,
Sei que o amor recolhe
Os suspiros do coração.
.
Com carinho e amor
Dás-te sempre até mais não,
Grande dádiva esse calor
Abraças-me com afeição.
.
Aquele que mais amo
Não me quer ver sofrer,
Sinto-me fora do abismo
Dás conselhos sem doer.
.
O teu ombro me acolhe
Em dias de grande aflição,
Com amor tudo se resolve
Chorar a dor, é a solução.
.
Funchal, 18 de Março de 2024
Cecília Pestana


13 - Meu avô velhinho
**
Relembro o avô velhinho
Minha grande companhia
A toda a hora do dia 
Me provava o seu carinho
Mesmo sendo pobrezinho
Era rico em experiência
Na idade da inocência
Meu avô era um herói
O tempo tudo destrói
Hoje sinto a sua ausência
**
Sempre foi na minha vida
Dada a nossa convivência
Uma grande experiência 
Guardo um imagem querida
Se me via entristecida
Tinha uma história a contar
Em palavras explicar
Que tudo íamos vencer
Eu por tanto lhe querer
Um beijinho lhe ia dar
**
Foi assim , para bem dizer
Uma etapa valorosa
O meu avô tinha prosa
Ninguém o ia vencer
Passear , era um prazer
Que ele não abdicava
Quase sempre me levava
Eu era a sua alegria
Perdi sua companhia
Coisa que eu tanto adorava 
**
Gertrudes Dias


13 - Na idade da pureza 
**
Na idade da inocência
Quando a vida lhe sorria
Roubaram -lhe a alegria
Sem dó e sem consciência
Por crueldade ou demência
Tiraram -lhe essa magia
**
Sem Paz , sem tecto e sem lar
O seu chorar é em vão
Sente no seu coração 
A dor do familiar
Vê todos a dispersar
Já perdeu a ilusão
**
Nas ruínas do seu mundo
Tenta o avô abraçar
Num abraço para animar
E o seu afecto profundo
Mas não deixa de pensar
A guerra em pano de fundo
**
O idoso inconsolável
Reveste -se de amargura
Sempre em sua fé mais pura
Nunca pensou ser provável 
Nem sequer imaginável
Esta dor que o tortura
Gertrudes Dias


14 - .Avô e  Neto... 
1 poema
O Neto pede colo ao Avô 
O Avô pensativo não dá  conta
Com olhar vago pensa 
Onde é que eu estou ?
Vai ao passado, tristeza de grande monta
De repente...voltou à  realidade 
Apertou a criança em seus braços 
Com um olhar de sinceridade
Estendeu a mão, para  pequenos passos
O amor entre os dois é  enorme
Juntos se aventuram 
entre rosas e espinhos
O tempo urge e o Avô se consome 
E conta ao Neto seus descaminhos

Laura Prates


15 - Duas gerações…
Duas gerações que se amam demais!
Avô, sua idade avançada e alento
Neto quer eternizar o momento
Dois corações a palpitar reais.
Pensar recua a tempos ancestrais
Abraçada a meu avô com sentimento
Encontro entre nós esse tal portento
Nossa felicidade em tais florais.
Ligação pura de amor tão sublime
Nos faz voar no sonho p’lo universo
Ouvimos doce canto harmonioso.
Anjos nos guardam e o ardor nos anime
Criança, eu tão repousada me imerso
Na leveza desse amor milagroso.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


16 - Criança triste
Uma criança, abraça o seu avô muito querido,
talvez seja a única benção neste mundo, cujo o  momento lhe faz sentido.
Liberta a tristeza num ombro de amor e também amigo, 
transmitindo -o de igual modo, ao seu pai que estará perdido?…
Avô de muitos netos …olha para o horizonte e faz dele memórias  da sua terra prometida,…ou perdida…!
Não sei se faz sentido o que eu escrevo , mas eu vejo  uns olhos negros e tristes do menino, aconchegando a sua dor no avozinho.
Criança és vida, és a nossa semelhança, a qual nos  envelhece e nos dás esperança. És fruto do ventre da mãe natureza , tornando-a
viva, tão fecunda e sem tristeza.
18 Março 2024
Graciete Lima


17 - OMBRO AMIGO
És tu
A força que em mim germina
A ponte segura
Meu porto de abrigo
Unindo as duas margens
Sempre que é preciso
És tu 
O ombro amigo
Se a esperança ruir
Serena bonança quando há tempestade
O riso claro que o dia ilumina
És tu
A força que faz o meu dia brilhar
Incentivo presente para continuar
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras. Direitos de autor reservados


18 - Vejo tristeza desenhada
em rostos puros, inocentes 
pela besta insurgida da guerra
que roubou, alegria e vida
à verde e florida primavera... 
Crianças de sonhos roubados
nem mais poderão tê-los 
no corpo fome, e maus tratos 
tornaram se seus pesadelos. 
Nessa terra queimada
de céu sombrio sem cor 
manifesto de tanta dor
de vidas a preto e branco
em amarga desesperança! 
Esfuma se o tempo de encontro
onde todos perdem nessa busca
numa procura intensa, inglória... 
velhos sentados em seu desterro
orando nos momentos sagrados
jovens dos escombros levantados
fogem ao inferno desse degredo. 
Ao abandono, tanta criança 
desejando colo, amor, afectos
de qualquer avô podem ser netos
ilusões que esfumem, os traumas
do desassossego da memória! 
..........
maria g.


19 - "Cavalitas"
Nem sequer tive a oportunidade de trepar para as cavalitas dos meu avós, infelizmente pelo tempo que convivemos não me lembro de um ato assim, só conheci um o materno, infelizmente não cheguei a conhecer o paterno, mas reconheço ser:
Um gesto tão carinhoso
Encavalitado nos ombros
Um avô meigo e maravilhoso
Seus netinhos seus assombros
Mil carinhos carregados
Em esforços já redobrados
Seus vigores, já tão fatigados
Mas seus amores ampliados.
Mas tantas vezes o meu pai me carregou às cavalitas, era mais novo e íamos a pé visitar os meus avós maternos nessa altura, eu era bastante pequena, já nem sequer me recordo, mas uma passagem destas tem que ser reavivada e retirada da memória para o papel.
Numa dessas caminhadas feitas de 1 hora e 30 minutos mais ou menos, era uma criança nessa altura de pouco mais de 1 ano de vida, ora falar ainda não devia saber, e como deixei cedo de usar fralda, provavelmente, tive a necessidade fisiológica de um chichizinho. e lá vai ele pelas costas abaixo do meu pai.
Claro está que não ficou muito satisfeito, mas teve que se aguentar.
Sabe bem recordar com carinho as nossas memórias dos que amamos e nos amaram.
Lurdes Bernardo


20 -  ÓRFÃO 
No rosto velho e cansado
Que prescruta o horizonte
Sentindo a si encostado
O neto, escorre-lhe da fonte
Uma única lágrima perdida
Sem saudades da partida.
Também ele foi pequenino
Mas viveu com pai e mãe
E ao seu neto o destino
Roubou o precioso bem.
E vive a ele encostado
Que está velho e cansado.
Deus não devia permitir
Que tal na vida acontecesse
Deixando uns pais partir
Antes que o filho crescesse.
E o velho quer viver
Para ver o neto crescer.
Que importa o seu cansaço
A sua desesperança
Ele precisa de um abraço
De um amparo e confiança.
E a lágrima no rosto secou
E o Velho por mais tempo rogou.
18 de março de 2024
Fernanda Simões Mendonça


21 -  UMA GRANDE AFEIÇÃO 
Extremamente cansado
Sentado no chão 
Está preocupado
E com razão 
Seu cabelo branco
Barba por fazer
Perdeu o encanto
Triste é seu viver
Lembra a juventude
Como foi feliz
Mudou de atitude
"Esqueceu a raiz"
Há uma criança
Que faz um agrado
Ali está a esperança 
P'ra esquecer o passado
No colo o sentou
Percebeu que tremia
Logo perguntou
O que o afligia
Idoso, e criança 
Estavam felizes
Não querem lembrança 
Doutras cicatrizes !
    Laura Prates


22 - OLHAR DISTANTE 
Distante vão os pensamentos,
de quem procura a paz interior .
Afectos de criança atenua a sua dor,
do peso da idade, em certos momentos 
Começa a procurar no infinito o alento,
Com um olhar fixo, que vai mais além.
O tempo  que passa  e nada o detém.
Aos sinais do corpo, fica mais atento.
Como a natureza tem a sua magia?
Jovem que era há um tempo atrás.
As flores nasciam no seu caminho.
Hoje olha em frente, sente a nostalgia,
de correr suas pernas já não lhe apraz.
Restam as mãos  que lhe dão carinho.
Celestina Esteves 


23 - Ficaram os dois sozinhos
Duas vidas tão sofridas
Duas idades diferentes
Iguais as horas vividas
De guerra sobreviventes.
O avô está sentado
Nos escombros do seu lar
O neto a ele encostado
Perdido está seu olhar.
É difícil imaginar
O sofrimento sentido
A guerra a bombardear
Nada mais lhe é oferecido.
A uma inocente criança
Ao seu avô já velhinho
Da família nem esperança
Ficaram os dois sozinhos.
Adelaide Simões Rosa


24 - AVÔ
.
Existem mimicas em ação
Sem qualquer som entoar
Têm de leituras, um montão
Que se fazem ao coração chegar!
.
Com característica assinalada
Tendo a mais límpida compreensão
Sem nunca ter sido ensaiada
Tem a mais bela exibição!
.
Tocando na alma bem fundo
A inocência comporta um mundo
Muito simples leve e puro!
.
Quando se tem alguém protetor
Com sua sementeira de amor
Garantido… está o futuro!
.
São Pereira


25 - Duas vidas, um destino
Duas histórias difr`entes
De um idoso e de um menino
Qu`inda o sol não vai a pino
Mostra a pobreza das gentes!
*****
Talvez sejam avô e neto
Que logo assim pela alvorada
Percorrem esse trajecto
Que me deixa irrequieto
Nesta vida atribulada!
*****
Não creio que esse miúdo
Leve sonhos na sacola
Também sei que não m`iludo
Que seja ele um sortudo
De ir a caminho da escola!
*****
Quem sabe vá já cansado
A perder-se do sentido
De rosto ao ombro encostado
Com seu pijama listrado
Por tão mal ter dormido!
*****
Mas para seu ganha pão
Sai cedinho do seu lar
Porque é tanta a podridão
Que num sono de aflição
Lá tem de ir… trabalhar!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


26 - ALMAS PERDIDAS
Um vazio em cada olhar,
Sem réstia de esperança,
O velho está a cismar
No futuro da criança.
*
Que momento a cena encerra,
Naquela paz aparente,
Que no meio duma guerra,
Já nem a guerra se sente.
*
São duas almas perdidas,
Que a morte poupa por ora,
Sem terem pão ou guarida,
Nem forças pra ir embora.
Quando a maldade impera,
Já nada de bom s’ espera,
Só morte e destruição.
É esta a triste mensagem,
Que transmite esta imagem,
Que destroça o coração.
LAF18MAR2024


27 - SIMPLESMENTE CANSAÇO!
(3º Poema)
*****
O cansaço impede
De ir mais além
Quem muito se excede
A distância mede
E estorva também!
*****
O cansaço mata
A alma até dói
O corpo desidrata
Quando se relata
Daquilo que mói.
*****
Cansaço fustiga
Criança ou idoso
Tem o que se diga
E pr`a que se siga
O trilho é moroso!
*****
Cansaço é ruim
Pr`a chegar veloz
Estará longe o fim
E o som do clarim
Espera-nos na “foz”!
*****
Cansaço é somente
Tal significado
Mas que certamente
Deixa de novo ir em frente
Depois de se ter…descansado!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


28 - TRISTE OLHAR!
(1º Poema)
*****
Triste olhar dessa criança
Que nesse ombro se debruça
Por ter perdido a esperança
De querer tanto uma mudança
E por entre choro… soluça!
*****
Parece estar sonolento
Cansado de tanto andar
Quem sabe… durma ao relento
Sem ter pão para sustento
Ou sonhos por almejar!
*****
E só quer um ombro amigo
Que tal fardo lhe carregue
Tais situações não mastigo
Pois são pr`a mim um castigo
Quando a sofrer se prossegue!
*****
Criança assim conduzida
Por quem o destino muda
Para não ter recaída
Lá vai suportando a vida
Que é já… um Deus nos acuda!
*****
Os dois seguem pl`a vereda
Ainda que em lentidão
Porque sendo a trilha azeda
Quiçá num futuro ceda
Sem qualquer… restrição!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


29 - AMOR ETERNO 
Quanto carinho
Quanta ternura
Entre o VELHO e o MENINO 
Um AVÔ e seu NETINHO!
A primeira e terceira idade
O princípio e o fim
Olho aquele terno abraço, 
Olho aquele simples cuidado
Uma foto tão querida.
que fica para a VIDA
Uma foto de AMOR ❤️
De dois seres tão diferentes
Mas dentro deles...
...recolhem conhecimentos
Que os vão enriquecer!
Quanto carinho
Quanta ternura
São os miminhos
Entre eles a sua ventura!
Não há AMOR neste mundo
Igual a um como este...
...um AMOR forte e PURO
Água límpida e cristalina
VIDA cheia e divertida
VIDA que dá ao AVÔ mais VIDA
VIDA que dá ao neto tanto CALOR!
Quanto carinho
Quanta ternura
Sussurra ao seu ouvido...
...a mãe do menino
Filha do nosso avozinho!!!
Autora
Irene Matias


30 -  DOCE PALAVRAS AMAR
No agreste da paisagem
O olhar vagueia com sonhos de mar
Sente a ternura quente abraçar-lhe a alma
Nessa manhã calma só o amor do menino
o pode alegrar
Encostado a si com carinho e amor
A doçura e o calor dessa criança meiguinha
Que se entrega inteira como se fosse andorinha
Sonhos, abraços e beijos
Nesse abraço de encantar
Seu neto, feito ternura
Lhe entrega a ventura
Da doce palavra AMAR
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados




11-03-2024

24

1 -  NÃO TENHAS MEDO 
.
A afeição não tem métrica nem medida 
É como os versos livres de poesia;
Flui sem regras, padrão, desprendida,
E só para quando a alma se sacia!
.
É tão bom a barriga cheia na vida;
Senti-la empanturrada em demasia,
Que servia não ter fome mas desnutrida 
Exclamar que a tinha se não a sentia?!
.
O amor não é um sentimento trivial
Pros quatro ventos se ir apregoando;
" Se quis ficar à porta, não faz mal"!
.
Algo de menos bem se está passando
Num coração que assume natural,
Viver só, ainda com o peito sangrando...
 .
RAADOMINGOS


2 - A ESCOLA
.
O professor é quem ensina
Na escola, mestria no saber,
Tudo certinho, que grande sina
O aluno saía de lá a ler e escrever.
.
Em casa que grande labuta
A sabedoria da educação,
Os pais tinham aquela luta
De educar com o coração.
.
O professor é quem ensina
A sabedoria da instrução,
Cumprir com as regras, desatina
Era assim, sem direito a reclamação.
.
Em casa, insistem os pais
Com as regras da educação,
Na escola, era assim sem ais
Sem qualquer choro sem razão.
.
Cecília Pestana


3 - Pudesse eu ser fita
**
Gostava de medir o tempo e a vida
E queria medir minhas emoções
Para isso preciso de fita comprida
E poder controlar mil sensações
**
Não posso medir o sol com classe
A fita é pequena para o tempo medir
Queria uma fita que o mundo abraçasse
Medida que fizesse a Paz florir 
**
Queria medir no mundo o amor
Fazer que brotasse de duros corações 
Medindo as ideias que os fossem unir
**
Queria uma fita de muito valor
Que afastasse o mal e as tentações
E medidas pudessem a Paz garantir
**
Gertrudes Dias


4 - Se a vida fosse medida
À velocidade do vento
Que não tem... sequer guarida
Ficava sem argumento
Se eu pudesse medir
Minha vida pelos espaços 
Pedia de mão estendida
O tamanho dos abraços 
Saudade é  comprimento
Sem saber se terá fim
Mas o grito do lamento
Se torna muito ruim
Não se pode imaginar 
Como se mede o amor
Será simplesmente, amar
Seja a que distância for 
Deus quando mede o destino
Da nossa própria existência 
São badaladas, dum sino
Que é  a nossa consciência !
                      Laura Prates


5 - UM DOCE NA VIDA!
(2º Poema)

Um mimo na vida
Torna-a diferente
É como batida
No peito sentida
Na alma da gente!

Se já é amarga
Há que aliviar
Toda essa carga
Que a voz nos embarga
E embaça o olhar!

Tê-la adocicada
De mel ou ternura
Tanto nos agrada
Ao ser gozada
Da forma mais pura!

Porque sendo bela
Com o que nos trouxe
Seja uma aguarela
Abrindo a janela
A um lugar mais doce!

Com dose certeira
Pr`a não fazer mal
Se fizer asneira
Dá-lhe caganeira
Vai.. pró hospital.
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


6 - DOCE CORAÇÃO!
(1º Poema)

Uma guloseima
Qualquer rebuçado
Pr`a tirar a teima
De que ele não queima
O mal que é causado!

Uma ou outra goma
Um suco de fruta
Delícia de aroma
Para quem se assoma
Armado em bruto!

Grandes tentações
Maior o desejo
Doces corações
Que às voltas me pões
Tal qual com teus beijos!

De quando em quando
Mas sem exageros
Lá vamos ousando
Ainda que cismando
Provar tais temperos!

Quem saiba talvez
Possa ser comida
Só de quando em vez
E sem altivez
Com conta, peso e medida!

“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


7 - Vestido 
Confeccionei  um vestido
D' um  tecido de brocado
Vermelho aos corações
Agrado do meu amado... 
 Molde imaginado
Não foi sequer uma léria... 
Criativo e imaginado 
Ajuste por uma régua 
Primeiro cortei a saia
Ajudada pela tesoura
Linda e arredondada
Cereja encantadora.
Recortei uns bocadinhos
A fim de os bolsos enfeitar
Iludidos e astuciosos
Práticos para algo guardar.
Fiz um vestido catita
Tão lindo que é  de morrer...
Conversa...
não leva ao resultado 
Do meu vestido fazer. 
Ó Rosa arredonda  a saia
Como dançam as Minhotas
As tua meias  rendadas
Giram em chinelas janotas. 
11 Março 2024
Graciete Lima


8 - A vida não é aos metros 
**
A vida não tem medida
Nem régua de calcular
A vida é para ser vivida
E por afectos gerida 
Não para medir ou contar
**
Ó vida dá - me um abraço
Sem medidas precisar
Não confundas este laço
Que as juras que eu em ti faço
Nada as pode desatar
**
Ó vida dá -me guarida
Sê luz neste meu viver
Porque já estou convencida
Que a esperança sempre vivida 
É medida com prazer
**
Desdobra a fita da vida
Faz dela o teu ornamento
Que seja fita comprida
Sempre com amor servida
A todo e qualquer momento
**
Gertrudes Dias


9 - O CUSTO DA BELEZA 
Oitenta e seis 
sessenta oitenta e seis
peito 
cinta e anca
cada peso sua medida
a beleza é que manda... 
muitos, os seguidores
d'imposto conceito
imagem de Diva. 
Veneno subjugação 
superficialidade
sobrepostas sem pudores
a outros valores
beleza d'interioridade
sem conta nem medida! 
........... 
maria g.


10 - O AMOR NÃO TEM MEDIDA
O amor não tem limites, nem medidas, 
e também não se mede, em quantidades. 
Ele quer-se compreensivo e com verdades.
Mantendo, sempre as qualidades devidas. 
Puro, deve ser como água cristalina, 
ter como aliada, a sua amiga liberdade. 
Terno, meigo, quer-se com simplicidade, 
o amor, que contem, uma essência divina
É tão importante esse valioso sentimento,
que o mundo todo, por ele anseia e chora. 
Talvez, na humanidade, se sinta perdido. 
Não há régua, que tenha o comprimento, 
para medir, o que não se sabe onde mora. 
O Amor, que na mente surge tão colorido
CELESTINA ESTEVES 


11 - Nasci para isto
**
Uma fita métrica sou
Meço tudo o que é preciso
Meço o fato ou o vestido
Se desenrolada estou
Comigo sempre se achou
Quem deseja trabalhar
Em metros vou calcular
Uma boa organização
Meço tectos , meço o chão
Podem comigo contar
**
Em régua sou mais curtinha
Trabalho com estudantes 
Sou arrumada nas estantes
Porque sou bem levezinha
Vou da sala p'ra cozinha
Com o desenho do petiz
Eu sou a força motriz
Que faz o mundo girar
Quando me posso esticar
Meço tudo de raiz
**
Gertrudes Dias


12  NÚMEROS
.
O número um é o primeiro
O número dois vem depois
O número três é o terceiro
O número quatro são dois mais dois
.
O número cinco numa dezena está no meio
O número seis é conhecido por meia dúzia
O número sete é um número algo feio
O número oito com ele dois zeros fazia
.
O número nove quando mal lido pode ser seis
O número dez como se sabe tem dois dígitos
O número onze é composto por dois números iguais
O número doze é uma dúzia e gera conflitos
.
O número treze dizem que é um número azarento
O número catorze morreu à porta de um Hospital
O número quinze é um número com temperamento
O número dezasseis não faz bem nem faz mal
.
Podia continuar a escrever
Sobre os números a seguir
Talvez vocês não queiram saber
Porque já estão fartos de os ouvir
.
Mas…
.
Os números são fundamentais para a sociedade
Em quase tudo o que existe estão presentes
Se eles não existissem como era que sabíamos a nossa idade?
Hoje sem eles era impossível viver como antes
.
José Martinho


13 - "O amor" 
O amor não tem medidas
É uma doçura somente
Prega-nos algumas partidas
Mas adoça a vida da gente.
O amor é fecundo e doce
O tempo às vezes o muda
Há que viver como se fosse
Completo e sem amargura.
O que mantém o amor
Sempre em feixes de luz
É transbordar em calor
Não em calvário nem cruz.
Assim o amor não perdura
Se o calor não o esquenta
A alma vive tão insegura
Some; o amor não aguenta.
As gomas adoçam-me a boca
Não tanto como os teus beijos
Não é vivendo uma vida oca
Que concretizamos os desejos.
Lurdes Bernardo


14 - SEM RÉDEAS MINHA VERDADE!
Neste poema livre, sem medida ou compasso,
As palavras dançam, fluem como um abraço,
Sem restrições, sem amarras, seguem seu caminho,
Em um ritmo único, como um doce carinho.
****
Nas entrelinhas deste verso desgarrado,
Expresso o que sinto, um sentimento tão sagrado.
Cada palavra escolhida, um pedaço de mim,
Neste poema sem amarras, livre assim.
****
Sem métrica ou rima, deixo a emoção fluir,
E no caos aparente, há um belo sentir,
Cada verso solto, cada estrofe a vibrar,
Traz consigo a essência do meu ser a marchar.
****
Em meio ao caos, a beleza se revela,
E neste poema sem medida, a alma se aquela.
Um canto despretensioso, um grito de liberdade,
Neste poema: SEM RÉDEAS MINHA VERDADE!
Carmen Bettencourt !


15 - Medidas
.
Meço muito, os prós e os contras
Para uma mais correta decisão
Na justeza das minhas contas
Enfrento ainda muitos contras
Que nem sempre me dão razão!
.
Gostava de encontrar a medida certa
E tudo ter o encaixe mais perfeito
Só que o coração, por vezes aperta
Esquecendo-se da medida certa
Para o disciplinar, não tenho jeito!
.
Gostava de ser intransigente na medida
Para amainar a minha ondulação
Quando nuvens à partida
Carregam uma torrente desmedida
Que sossego não me dão!
.
Eu meço o melhor caminho a seguir
Na escolha foco a minha atenção
Existe tanto para me persuadir
Numa encruzilhada, tanto caminho a partir
É preciso parar, e, usar a ponderação!
.
Há medidas, para tudo e para nada
Há medidas muito convenientes
Há… aquela medida sagrada
E... muita medida disfarçada!
A que nós, sem o saber, somos servientes.
.
São Pereira


16 - DOCES MOMENTOS!
(3º Poema)
Cada instante vivido
Cada hora que é marcada
Com um doce no sentido
Tem outro sabor… que agrada!

Cada minuto ou segundo
Cada esperança renascida
É vermos mais doce o mundo
Sentindo mais doce…a vida!

Cada caixa por oferenda
Com mil corações melados
Equipara à melhor prenda
Quando com amor são dados!

No espaço que se concluí
De um tempo tão real
É desses doces que flui
Um alento… mais natural.

E de cada doce entregue
Nos mais puros sentimentos
É bom que jamais se negue
A importância de tais momentos!
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


17 - TELA DA VIDA
Sonho-te e desejo-te
Vivo neste querer
Sem medir o tempo
Abraço a ternura
Na doce loucura
Porque sou mulher
Visto-me de cor
Vermelho cetim
Prendo-me em teus braços
Chama do vulcão nascido em mim
Nesta vida o tempo, corre sem parar
Vai riscando o corpo
Qual tela oferecida
Neste doce enlevo
Partilho contigo a tela da vida
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


18 - VERMELHO, FEZ-SE CAMA DOS AMANTES
Era o tempo das cerejas
Vermelhas como o amor
No meu barco de encantar 
Fui com elas passear
Numa viagem de cor
Na praia onde atraquei
Meu barco chamou a atenção
Era vermelho brilhante
Construído com carinho
Verdadeira tentação
Uma "menina" parou
Olhando-o encantada
Viu as cerejas no barco
Ficou tão deliciada
Que estendeu suas mãos
Sorri... E lhe ofereci
Cerejas de linda cor
Aquele vermelho brilhante
Fez-se cama dos amantes
Que com o tempo deu flor
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


19 - SOU ROSA VERMELHA 
Vermelho o sangue que corre em mim
Transformando sonhos em realidades
Percorro caminhos sem medir o tempo
Sou flor de inverno
Chama e sentimento
Dentro do meu peito não meço o amor
Ele flui ligeiro por entre gargalhadas
É um sentimento que marca por dentro
Vida sem amor... Não sabe a nada
Sou vida, sou sangue, sou choro, sou querer
Sou tempo, sou alma
Sou rosa vermelha, sou grito e mulher
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


20 - SEM TEMPO MARCADO 
A vida é como uma manta de retalhos
foi adquirida quando nascida
pesada e medida...
um céu aberto cheio de luz
que para sempre nos seduz...
medida todos os meses
e, mais tarde, todos os anos!
Um equilíbrio
uma força
um estar...
... sempre a crescer
um peso forte com a idade
está sempre do nosso lado
medindo-nos em tamanho e SER!
SOMOS e SEREMOS
no crescimento diário
uma medida em cumprimento
outra medida escrita em diário:
conta a nossa escola
todo um percurso literário,
mede-nos e mede sempre
cada passo e cada êxito...
...um cumprimento virtual
foi esse o nosso desejo!...
SEEEMOS e SOMOS
para sempre a nossa alegria
medida conforme sopra o vento
Numa extensão correspondente...
... à força que mora em nós...
num deserto habitado
dentro de uma extensão limitada
sem medida prevista;
mas numa medida ousada
pelo tempo nela esperado
por uma vida sem medida
uma vida que por vezes não agrada,
mas essa é a nossa vida...
...que nasce, percorre e morre...
...sem que o tempo venha MARCADO!!!
Autora
Irene Matias


21 - TERMÓMETRO DO AMOR 
Tudo tem o momento certo para ser apreciado
Na medida certa, nem de menos, nem de mais
Um doce alento para o espírito, faz a vida mais feliz
Se for em demasia, faz mal e torna-se enjoado!
Assim também é o amor, quer-se na medida certa
A liberdade de dançar em asas de borboleta 
Que tenha asas para voar e não se canse de voltar
De trazer consigo o perfume que embalsama o ar!
O amor é uma caixa de doces que dá sentido à vida
O mais nobre sentimento em doses homeopáticas 
A seiva do dos lábios,
Esperou os  beijos que sonhou para sua boca
Nos seus lábios rubros e raros amadurecidos 
pela seiva dourada de mel que a deixava louca
Das curvas do seu corpo conhecia-lhe os segredos!
Seus dedos quentes acaricíam-lhe a alva silhueta 
Pelas veredas do seu corpo, passeiam e espreitam
Pintando de luz e êxtase seus esconderijos secretos 
Os verdes prados do seu corpo no calor dos gestos
Nos lábios, corações de amora, brotam sorrisos
Nascentes d’água, flores, no seu corpo, fez-se o paraíso 
Canto de pássaros, doce bailar das borboletas
O termómetro do amor na temperatura certa!
O amor tenha asas para voar e não se cansa de voltar
E traz consigo o doce perfume que embalsama o ar!
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06.


22 - A IMPORTÂNCIA DA MEDIDA
Tanta fobia com a medida,
ter uma medida como certa
para tudo e nada à partida,
não deixa a mente aberta.
A vida não feita à medida,
não é medida com régua,
nem a astúcia adquirida
pode ser avaliada à légua.
Não é por mais centímetros
ou por ter menos um pouco,
que és mais ou menos viril.
Se te ficas por um decímetro
que isso não te deixe louco,
dá o teu melhor e sê gentil.
(com uma pitada de humor)
de: Celso Cordeiro


23 - UMA VIDA À MEDIDA
Não sei se estarei à medida
de desafio a que me acometa,
mas deixem que garanta e prometa
a minha entrega será desmedida.
Não sei se foi o mais correcto
todo o meu percurso de vida,
mas respondo por completo
qualquer medida assumida.
Já percorri muito autoestrada
e também caminhos de pedras,
em vida sem medida marcada,
também nunca atirei pedras
a tanta gente mais ponderada,
que segue à medida as regras.
de: Celso Cordeiro


24 - A RÉGUA DAS EMOÇÕES
A  régua utilizada em geometria
Própria para fazer medições
Utilizada no desenho e engenharia
Hoje, serve para medir emoções.
Mal vi a imagem logo me arrepiei
Só de sangue a jorros me lembrei.
O meu pensamento logo desviei
Do que me estava a fazer arrepiar
Em vez de ver ali sangue pensei
Não valer a pena penas antecipar.
A régua se encarregará de medir
O que de novo surgirá no porvir.
Olhei de novo e na simbologia
Do vermelho de que a régua era feita
Em vez de raiva e fúria vi a energia
Da paixão e do amor a imagem perfeita.
E a imagem que primeiro me assustou
Um sorriso no meu rosto depois plantou.
Que grande mania tem o ser humano
De usar uma régua para tudo medir
Medir as emoções é um puro engano
Embora se demore tempo a descobrir.
Que a régua se use para medições,
Mas ninguém pense medir as emoções.
11 de março de 2024
Fernanda Simões Mendonça


04-03-2024

https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-animal-7210698/

26

1 - TU ÉS MEU AMIGO
Tu és um amigo
Minha companhia
Sem me aperceber...
Tu entras em mim
Pintas o meu dia
E vives comigo
Não são necessárias palavras
Para contigo me entender
O caminho está traçado
Lado a lado
Haja o que houver
Não sou o teu dono
Tu és meu irmão
Tua voz macia
Afasta o nevoeiro
E acorda o meu dia
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


2 - MANICURE
.
Uma manicure de nome Luísa
Nos dias calmos e sem brisa
Pinta unhas em várias cores
Ficam lindas como os amores
.
Pinta unhas a qualquer pessoa
Também pinta em animais
Com um esmalte de qualidade boa
Para que durem muito mais
.
Pinta unhas em mãos delicadas
A mulheres que estão apaixonadas
Mas também às que não estão
Mas que têm essa pretensão
.
É uma manicure que usa trança
Que por acaso estava em França
A pintar unhas como ela não há igual
Que digam as francesas e as pessoas de Portugal
.
Foi convidada para pintar unhas de artistas de Novela
Por ser uma profissional de gabarito e eleição
Mas como ia ganhar de ordenado uma bagatela
Prefere pintar unhas de pessoas e de cão, com muita satisfação
.
José Martinho.


3 - FIEL AMIGO
É na ternura, do teu olhar, 
que vejo a tua mansidão. 
Pareces querer falar, 
quando eu te estendo a mão. 
Na minha mão recebo, a tua pata, 
afago-te o pêlo, com carinho. 
Lambes o rosto, sinto-me grata, 
por me dares esse miminho. 
É grande a emoção, 
quanto te vou dar, o comer. 
Pulas com tanta convicção, 
como querendo agradecer. 
E quando chega hora, 
do teu dono chegar,
do portão, não te vais embora,
fixas ali o teu lugar. 
Ao abrir-se o bendito portão, 
o fiel amigo, começa para o dono a saltar,
quase que o deita ao chão.
De contentamento vê-se, seus olhos a brilhar. 
Está feliz o cão. 
CELESTINA ESTEVES

4 - MÃOS COM AMOR
.
As mãos que nos agarram
Com carinho
São mãos que nos acariciam
De mansinho
São mãos que nos indicam
O caminho
São mãos amistosas
Também dão beijos e rosas.
.
As mãos que ajudam
Na queda nos levantam
São mãos de amizade
São mãos doadas de amor
São mãos que nos alertam
Para a maldade disfarçada.
.
As mãos que nos agarram
De mansinho
Dão alma, dão pão, dão coração 
São mãos que nos acariciam
Com carinho
São mãos que nos indicam
O caminho.
São essas mãos maravilhosas
Também dão cravos e rosas!
.
Funchal, 4 de Março de 2024
Cecília Pestana 


5 - PARTILHAR A COMPANHIA
Sorrio sempre que te vejo
Acariciando o teu olhar
És o meu perfeito amigo
No teu jeito ternurento
Ensinaste-me a esperar 
Corres sem medo da vida
O tempo é teu companheiro
Sabes esperar com calma 
Se preciso...
O dia inteiro
Chego a casa já cansado 
Das lutas do dia a dia
Mas ter-te sempre a meu lado
É um prazer redobrado
Partilhar a companhia
És um amigo fiel
Em ti posso confiar
Esqueço os meus problemas
Nos teus olhos cor de mar
Não há sombras no caminho
Quando vamos passear 
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


6 - Animal de estimação 
Melhor companhia não há…
tendo um animal de estimação 
transmite fascínio e emoção
ao homem que tem coração.
Seja cão ou seja gato
ou qualquer outro animal 
sente quem lhe quer bem
e também quem lhe quer mal.
A cabrinha lá no monte
vai ao pasto com o pastor
dá-lhe a  sua patinha
apesar de não ser doutor…
Até o lobo do capuchinho 
rendeu-se ao seu encanto 
ensinou-lhe o caminho
de olho à espreita num canto.
Num canto escondidinho
detrás de um medronheiro
Para lhe levar o cestinho 
Passando por cavalheiro.
Os animais fizeram parte 
da Arca do Profeta Noé 
reza na Bíblia Sagrada 
em História assim é.
4 Março 2024 
Graciete Lima


7 - O meu cão Piloto
**
A tua na minha mão
Meu fiel companheiro
Quero mostrar ao mundo inteiro
Minha eterna gratidão
Dentro do meu coração
Era um amor verdadeiro
**
Era minha predileção
Ter a tua companhia
A toda a hora do dia
Tinha que te pôr travão
Se eu não tomasse atenção
Só diabruras fazia
**
Sempre atento ao meu chamado
A comer da minha mão
Grande era o seu coração
Foi por mim sempre estimado
Mas já não está a meu lado
Está noutra dimensão
**
As saudades que eu tenho
Do Piloto meu amigo
Afastava sempre o perigo
Ainda hoje mantenho
Que a sua ajuda e empenho
Eram meu porto de abrigo
**
Gertrudes Dias


8 - OS PATUDOS
Põe aqui a tua pata,
Nesta minha mão aberta,
Que a tua amizade é certa,
Mesmo nessa vida ingrata,
Onde a maldade encoberta,
Se vinga sem ter razão,
Por motivos insensatos,
Infligem, assim, maus tratos,
Sem pingo de compaixão
Aos pequenos cães e gatos.
Porém, esses valentões,
Ao verem um grande cão,
Esses, não molestam, não,
Pra não sofrerem lesões,
Nalguma perna ou mão.
Quem não gosta d’ animais,
Não tem que os mal tratar,
Nem precisam de os amar,
Embora sejam leais,
Só têm que os tolerar.
LAF04MAR2024


9 - "Amor canino"
O amor está nos sentimentos
Que são tão diversos e variados
Cheios de alegrias e movimentos
Sempre com carinhos e agrados. 
Há animais que têm imensa sorte
Mais que muitos humanos são uns felizardos 
Deram com donos de um amor tão forte
Cujo coração está repleto de agrados.
Dá me a tua pata para te fazer um agrado
Ela é indefesa carinhosa e tão possante 
Tens um porte grande e prestigioso fado. 
O que é agradável aos olhos neste instante
Enche todos os dias a indiferença da vida
És um amigo sempre atento e reconfortante.
Lurdes Bernardo 


10 - TERNURA QUANTO BASTE!
(3º Poema)
Desse animal carente
Com quem um dia brincaste
Faz dele como o ser Gente
Em ternura quanto baste!
Até no esticar das unhas
Eu o sinto a suplicar
Toda a meiguice que punhas
Quando te fosse cheirar!
Numa “dança” ternurenta
Vai-se formando amizade
Sem que de forma sangrenta
Possa andar-se em liberdade!
Porque um animal deste porte
É a melhor companhia
Ao saber que tem por sorte
Sempre quem o acaricia!
E qualquer um que o faz
Se sente feliz, d`igual
Pr`a viverem os dois em Paz
Ser humano… e animal!
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados-


11 - Patinha de  fiel amigo
Irracional 
Mas muito inteligente
Quem o tem me dará razão
Pois que na solidão
Faz companhia a muita gente
Infelizmente ainda há
Gente que o Trata mal
Quem o faz não tem coração
E é mais irracional
Que o próprio animal
Não sabe falar é verdade
Mas também dor ele sente
Há quem diga serem anjos
Que zelam pla vida da gente
****
Sílvia *Santos


12 - Mãos que doam amor
**
Mãos que doam , que trabalham , que labutam
Calejadas ou não pelo esforço do trabalho
Mãos sofridas que  no dia de -a--dia lutam
E manifestam o amor como alimento diário 
**
Mãos que acariciam , que afagam , que protegem
Que se exprimem com um toque diferente
Com sentimentos que no coração elegem 
Quando tratam ou acarinham o doente
**
Há ainda outras mãos bem diferentes 
Que não deixam de ter muita valia
Mãos amigas de animal , que de carente 
Diariamente nos dá mimo e alegria 
**
Como seres racionais que ao toque de outra mão
Sabem sempre o caminho a prosseguir
Porque o animal já sabe de antemão
Aquilo que o seu dono vai pedir 
**
Gertrudes Dias


13 - Dá -me a tua mão
**
As mãos são tão valiosas
No passar do dia -a--dia
Empenhadas com mestria
Voam como a mariposa
Sentem os espinhos da rosa
Deliciam quem as ama
Estendem -se ao calor da chama
Carinho é sua divisa
A mão é sempre precisa
Seja de homem ou de dama
**
Há um provérbio que diz
Uma mão a outra lava
Na partilha que extravasa
É que se sente feliz
Há outra mão que condiz
No afecto ou na carência
O animal  tem competência
Para mostrar sua afeição 
Vejam o gato ou o cão
São amor com consciência
**
Gertrudes Dias


14 - TERNURA DE QUATRO PATAS!
(1º Poema) 
Uma mão em outra mão
Situações mais que sensatas
Posso ser de estimação
Mas preciso de atenção
E de ver como me tratas!
Sou um cão, sou genial
Mesmo quatro patas, tendo
Apesar de irracional
Quero carinho por igual
Para não viver sofrendo!
Pois sou mais atencioso
Do que certa gente humana
E num gesto carinhoso
No ladrar eu sinto gozo
Fugindo à ordem tirana!
Dessa pele, a maciez
Ao tocar-te com o meu pelo
Sinto amor sem altivez
Porque sem qualquer rispidez
Eu sou tratado com zelo!
E enquanto houver esse toque
Deveras tão sensual
Não havendo quem me provoque
E apenas no bem se foque
Posso eu ser… um animal.
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


15 - Mística, sonho real
Mística, sonho real
Num passar de alva energia
Tal riqueza triunfal
Tem destreza natural
Sua intuição algo amplia
Mística, sonho real.
Dono figura central
Latido, atenção pedia
Tal riqueza triunfal.
Triste chora e dá sinal
P’lo desprezo que sentia
Mística, sonho real.
Guia nato e tão leal
Hábeis e tal mais-valia
Mística, sonho real
Tal riqueza triunfal.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


16 - MÃOS
.
Movimentam-se de palavras
Bem carinhosas a tanto dizer
Tanto ser que caído se salva
Com a sensibilidade de alma
Duma mão, que o ajuda a erguer!
.
Mãos cruzadas, direitas e alinhadas
De penitência, amor e carinho
Mãos de durezas calejadas
E tempestades amainadas
Segredando sabiamente de mansinho!
.
Mãos de afagos exercitadas
Em tanta e tanta alusão
Levam correções ralhadas
Ou a maior das ternuras manifestadas
Dependendo da ocasião!
.
Mãos que falam… sem diferenças
Com a maior universalidade
Mãos que partilham crença
Bem longe da indiferença
Muito valiosas... e... sem idade!
.
São Pereira


17 -  MEUS OMBROS FRIOS 
.
O amor não tem cor nem distinção 
Brota fecundo e profundo da alma;
A confirmar isso mostra a ligação 
Que funde mão na mão, palma na palma!
.
São dois seres em uno coração;
Tão bom o estreito abraço que espalma 
Só assim o vento corre de feição 
E a amizade avança escorreita e calma. 
.
Olhando pr'uma era de gestos arredios 
O afeto sela a calor a dor do egoísmo
Quando o outro sentir que estás ali!
.
Como fazê-lo, dirás -com altruísmo!
Foi assim que na altura me apercebi 
Quando cobriam os meus ombros frios...
.
RAADOMINGOS


18 - Olhares diversos banam
de mãos dadas um laço
dos que em plenitude se amam
até no dia complexo
É hora de abrir mão
juntar pequenos sentimentos
deixar entrar amor no coração 
repartir o que se é  nos momentos
Juntos fazemos o mundo mais verde
renascer a esperança que finda
dar de beber a quem tem sede
Tu e eu, há tempo ainda
Juntar-nos entre mil sorrisos
correr alegres nas savanas
enxugar melancolias depois disso
no espírito que a paz emana.
Belecato II


19 - Quiçá os animais falem a linguagem dos anjos 
Que os só corações puros conseguem decifrar 
Entre miados e latidos, lambidelas e beijos
Conjugam no tempo infinito o verbo amar
De uma índole que  não é para muitos humanos
Dotados de uma ternura e bondade sem igual
A maldade não existe do olhar de um animal
Sofrem em silêncio, não se queixam do destino 
As palavras elevam-nos e ao mesmo diminuem-nos
quando proferidas com maldade, podem magoar
Não tem nada mais gratificante do que a ternura de um olhar!
Os animais são anjinhos sem asas que passam por nós 
Num tempo tão breve mas deixam pegadas no coração 
Ensinam a amar, o valor da amizade, são-nos inspiração!
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06.


19 - NESSE TOQUE!
(2º Poema)
Nesse toque vejo o alvor
Vejo a luz sol nascente
Vejo alguém que em esplendor
Sabe entregar amor
Como não o faz… certa gente!
Vejo o quanto é necessário
Tratar bem, a qualquer “bicho”
Pr`a fugirem do calvário
Ou de um habitat precário
Onde o considerem lixo!
Quanta ternura num gesto
Esta que em meu peito lavras
Um acto puro e honesto
Que em nada eu protesto
Pois diz mais…que mil palavras!
Não se precisa falar
Pr`a expressar o que é sentido
Basta somente pensar
Toda a forma de se dar
O carinho que é pedido!
Mesmo não se vendo o rosto
Sem quaisquer actos ardis  
Naquilo que aqui é exposto
Entende-se por suposto
Que o animal está… feliz!
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


20 - DEDICAÇÃO SEM IGUAL!
O cão, o melhor amigo do homem, não  jumento,
Companheiro leal, em qualquer momento,
Seu olhar leal, cheio de amor,
Em sua presença, sentimos calor.
*
Fiel e leal, sempre do dono ao lado,
Nas alegrias e no mais profundo fado,
Seus latidos, expressões de devoção,
Enchem os corações de gratidão.
.*
Corre ao  chamado, brinca com paixão,
Nunca julga, aceita com compaixão.
Guardião, protetor, amigo leal,
Seu amor incondicional, sem igual.
*
Pelo longo ou curto, diversa é  sua raça,
Cada cão, uma história, um laço que reverbera sua graça, 
O cão, o melhor amigo do homem,
Um vínculo eterno, que nenhuma tempestade consome.
*
Quem o tem sua sorte,
É  um amigo leal,
Acompanha seu dono até na morte,
DEDICAÇÃO SEM IGUAL.
@Carmen Bettencourt !


21 - TERNA COMPANHIA
Era a ternura embrulhada
Sem sinais de solidão
Era a vida oferecida
Docemente
Em gratidão
Era a voz sem palavras
O carinho a bailar 
Nos teus olhos peregrinos
A amizade surgia
Como se fossemos irmãos
Doce, a tua companhia
Sem pedir contrapartida
Ternos amigos com alma
Que se entendem num sorriso
Num abraço de alegria
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


22 - Pata de cachorra na mão
Pata de cachorra na mão
Pulcra energia a desfrutar
Aura de luz minha visão
Magia de amor, nosso mar.
Relação feliz a louvar
Amizade e pura união
Sentimentos desabrochar
Nas essências em comunhão.
Fidelidade em vibração
Compinchas neste caminhar
Seu ar alegre e tão brincalhão
Felicidade ampla a arrasar.
Sempre pronta pra disputar
Jogos com tal satisfação
Adora correr sem parar
No jardim, ser campeão.
Gosta de deitar-se no chão
E nele também rebolar
Mas ouve uma linda canção
E logo se sente acalmar.
Ter um cão é saber amar
Magia ter no coração
Entendimento salutar
Pata de cachorra na mão.
Mary Lai (Cidália Teixeira´)


23 - Saudades…
Senti saudades! Pituxa, fofinha
Pulavas tanto, querias colinho
Nossa relação em harmonia em linha
Ainda, hoje, sinto a energia e carinho.
Na Camélia branca, minha louquinha,
Te repousas nesse belo cantinho
Teu pular, imagino à tardinha
Chegava e corrias feliz do ninho.
Amavas pôr a cabeça, no colo
Tiravas-me o meu trabalho da mão
Possessiva e cuidados, pois, querias.
Pequenina e castanha, eras consolo
Família toda te dava atenção,
Chorosos, quando da vida fugias.
Mary Lai (Cidália Teixeira)
04/03/2024


24 - QUERIDOS PATUDOS
.
É muito carinho é amor é ternura
a relação que temos com os patudos
direi mesmo que são uma fofura
nós seus donos somos uns sortudos…
.
Cria-se tal cumplicidade e amor
que não passamos uns sem os outros
enchem nossa vida de alegria e de cor
que bons são com eles os encontros…
.
É tal a dedicação entrega e confiança
sua pata na nossa mão descansa
companheirismo e amizade sem igual
.
nosso patudo é nosso guardião leal
nosso melhor e mais fiel companheiro
sempre ali para nós a tempo inteiro…
.
Tiló Henriques


25 - UM FIEL AMIGO
Desde os seus tempos ancestrais
O homem iniciou a domesticação 
De alguns dos selvagens animais
Que colocou sob a sua proteção.
Aprendeu com eles a comunicar
Enquanto os introduzia no seu lar.
O cão foi o primeiro a ser domesticado
Sendo o lobo cinzento o seu ancestral
Por isso de Canis Lupus ele é chamado
E vivia com humanos onde hoje é Nepal.
Ao longo dos séculos por seleção artificial
O homem tornou o cão num animal social.
O cão é hoje do homem a melhor companhia
Que lhe dedica atenção e profunda amizade
É em qualquer lar uma fonte de pura alegria,
Há cães famosos que marcaram a sociedade.
Capazes de expressarem as suas emoções
Fazem parte da infância de várias gerações.
O cão no mais fiel amigo do  homem se tornou 
Dedicando -lhe afeição durante toda a sua vida
Nunca por nunca ser o seu dono abandonou
Muitos morrem de saudade após a sua partida.
Uma pata colocada na palma da mão do dono
É amor e confiança, não sonhar com abandono.
4 de março de 2024
Fernanda Simões Mendonça


26 - LOBISOMEM
Numa bela noite de luar
Um lobisomem apareceu
Bateu numa janela
Esta!
Uma  bofetada lhe deu.
Pediu misericórdia
Para ela lhe dar guarida
Sossego pr’a maldição 
Que tinha levado na vida.
A janela comovida
Com jeitinho deu-lhe a  mão 
Ficando comprometida
Deu asas à imaginação.
Abriu - se de para em par
O luar entrou também
Para iluminar o lobisomem
O qual fugiu para o além...
Assim o luar desapareceu
E a janela fechou também. 
4 Fevereiro 2024
Graciete Lima




FEVEREIRO

26-02-2024

Foto: https://www.pexels.com/pt-br/foto/preto-e-branco-p-b-panela-de-barro-multidao-13514471/

28

1 - TRADIÇÕES

.

As tradições de antigamente

Têm tendência em acabar

Na altura muita gente

Nelas gostava de participar

.

Iam para as especiais romarias

Que se faziam um pouco por todo o lado

No seu rosto expressavam alegrias

Felizes por terem nelas participado

.

Aqui na minha Freguesia

Havia uma linda tradição

Pela madrugada ainda sol não havia

Iam a um local lavar a cara com água e sabão

.

Pelo caminho cantavam e dançavam

Ao som de uma música especial

Consigo muitas jóias levavam

Umas de ouro outras feitas de metal

.

As tradições vão acabando

Hoje a vida é muito diferente

Os jovens estão-se marimbando

Para as tradições de antigamente

.

José Martinho.



2 - SAÍDA FRUSTRANTE!

(1º Poema)

*****

Semblante meio tenso

Sem querem sair

Na cabeça um lenço

Deixam um sonho imenso

Tendo que fugir!

*****

Para parte incerta

Pr`a sul ou pr`a norte

Vão à descoberta

De quem desaperta

Alguns nós da sorte!

*****

São refugiados

Que saindo da terra

Vão tão desolados

Por serem expulsados 

Por culpas da guerra!

*****

Saída frustrante

Olhares indecisos

De quem segue avante

Pouco confiante

Contudo…assim vivos!

*****

Sem familiares

Que sigam seus trilhos

Pra trás…os seus lares

Mas sem destroçar

Maridos e filhos!

*****

“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro

Todos os Direitos Reservados



3 - Ritual

Me encontro no meio da multidão

Mulheres: rito cerimonial

Carregam potes para doação

Festa ao seu santo num ritual.

Sorrisos tristes em concentração

Pedem pla paz em cortejo real

Ou por outra ampla significação

Costume usado de herança ancestral.

Potes com pedrinha bem encastradas,

Nisa sua arte me fez recordar,

Linda decoração primaveril.

Há rostos sisudos, feições geladas

Outros, leve sorriso a atenuar

Chama nos olhos num modo subtil.

Mary Lai (Cidália Teixeira)



4 - ADORAÇÃO AO SEU DEUS!

(2º Poema) 

*****

De pote à cabeça

Pintado à mão

Cumprem a promessa

Pr`a que não se esqueça

Qualquer tradição!

*****

Cantando e louvando

Os ancestrais seus

Lá vão adorando

E em preces rezando

Aquele é que um Deus!

*****

Levam por oferenda

Velas e flores

Uma fita em renda

Símbolos da lenda

Desses criadores!

*****

Há quem alegre, siga

E quem vá apreensiva

E se há quem instiga

De igual maldiga

História ainda viva!

*****

Diferentes passados

De certos países

Que deixam recados

A quem em pecados

Nos deixa…infelizes!

*****

 “O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro

Todos os Direitos Reservados



5 - ABRAÇO FRATERNO

Era a alegria, a festa, o sentir

Era o desejo, a terna união

Era a verdade bailando nos olhos

Mostrando a bondade

O eterno perdão

Era o sorriso bailando na boca

A força de um querer

A sinceridade 

Era o sentimento

A pureza d'alma

O abraço fraterno

Oferecido a todos em profunda igualdade

Fernanda Rocha

A Guardadora de Palavras

Direitos de autor reservados



6 - PROCURO NA MULTIDÃO 

Procuro na multidão

Alívio prà solidão

Mas nela nada encontrei

Fiquei ainda mais triste

Pois o sorriso não existe

A solidão comigo deixei.

Diz o povo com sabedoria

Que a solidão não varia

Se estás só ou acompanhado

Que é no meio da multidão

Que se sente mais solidão

E o coração mais apertado.

Olho à volta e só vejo

Rostos sérios, sem desejo

Como se de frete tratasse

Mesmo assim vou insistindo

Mas sempre só me sentindo

Como se algo m'ultrapassa-se.

Não se canta, não se ri

O que faço eu aqui

Tão igual ao meu silêncio

Para quê tanto trabalho

De procurar outros atalhos

S'da solidão não sou isento?!... 

#MariaGouveia#



7 - Multidão

Perdida na multidão

Foto e não me reconheço

Só damas e tradição.

Bem trajada de algodão

Pelo caminho agradeço

Perdida na multidão.

Sinto tanta vibração

Às mulheres meu amplo apreço

Só damas e tradição

Nesta imensa e qual visão

De loucura assim padeço

Perdida na multidão.

Nesta vã celebração

De entendimento careço

Perdida na multidão

Só damas e tradição.

Mary Lai (Cidália Teixeira)

26/02/2024

Viva às mulheres!



8 - Olhar cerrado

Damas virgens ou casadas

Caminham de olhar cerrado.

Com as panelas pintadas

Carregadas de desgosto

Felicidade o suposto

Damas virgens ou casadas

Vão, na procissão, lançadas

Tão juntas no ritual

Castas distintas, dual

Seus trajes bem diferentes

Umas com véu; outras isentes

Caminham de olhar cerrado.

Da solidão algo afastadas

Nesta tal festividade

Tão plena de alva verdade

Damas virgens ou casadas

Braço erguido… mãos pousadas

Nos seus vasos adereços

Oração novos começos

De chegar a algum lugar

Para o amor pois alcançar...

Caminham de olhar cerrado.

Mary Lai (Cidália Teixeira)



9 - Nas ruas da cidade, a romaria a ecoar,

Mulheres de fé, em suas cabeças a carregar,

Potes de barro, símbolos de devoção,

Na procissão, em nome da proteção.

****

Ao som dos tambores, em passos ritmados,

Elas seguem, com seus fardos abençoados.

Cabelos trançados, vestes coloridas a esvoaçar,

Uma sinfonia de cores a dançar no ar.

****

Caminham com graça, olhos cheios de devoção,

Em suas cabeças, segredos de gerações.

Potências femininas, força ancestral a brilhar,

Na romaria, sua história a se revelar.

****

A cidade se enfeita, para receber a procissão,

Em cada esquina, flores e cânticos em profusão.

Mulheres guerreiras, em marcha pelo chão,

Levam a fé, a esperança, em sua missão.

****

Os potes de barro guardam segredos do passado,

E em cada passo, um cântico sagrado.

Na cidade da romaria, as mulheres a desfilar,

Com suas cabeças erguidas, prontas para abençoar.

****

Que a tradição perdure, que a fé inspiradora,

Continue a brilhar, como uma chama sedutora.

Na cidade da romaria, mulheres a celebrar,

Com seus potes de barro, em cada novo altar.

@Carmen Bettencourt !



10 - ESPAÇOS VAZIOS 

Espaços vazios

estando cheios

um arrepio

mil beijos

vence o destemido

perde o ousado

cheio de vida...

...estava aquele espaço!

Mulheres perfumadas

gargantas secas...

mulheres, umas ousadas

outras cobrem as cabeças...

será que vencem o pudor!?

Este depressa se esvai,

mas depressa também regressa!

Um mar de mulherio

atravessando o rio...

...o rio da verdade

não têm frio

delas são os seus abrigos

Cobrem a cabeça

destapam o umbigo

numa vertiginosa dança

nada lhes escapa

umas duras outras fracas

ondulam as suas ancas!

São força, são alegria,

vibram em si noite e dia

rebolam-se sobre si mesmas

com uma cesta na cabeça

batem palmas

elevam os suspiros

abafando os espirros

são VIDA e dão VIDA

Nem sempre bem AMADAS

são mulheres

umas Felizes

outras DESGRAÇADAS !!!

Autora

Irene Matias



11 - "Mulheres"

Preparai-vos para a vinda do Senhor

Com agrados e cânticos de louvor

Que o santo óleo seja regenerador

E que a vida seja um percurso de amor.

Com cânticos de júbilo e complacência 

Perfumes e ofertas para agrado de Deus

Num ofertório de cada vez mais evidência

Onde o coração necessita de carinhos seus.

Os seus caminhos retos vão percorrendo

Como se estivessem cumprindo profecias

Em conjunto os seus potes vão oferecendo

Mulheres com diversas éticas e empatias.

Lurdes Bernardo 



12 - FESTA NA CIDADE

Há festa e alegria  na cidade!

O desfile se apresenta de oferendas

Potes com enfeites da antiguidade

Guarnecidos de belas prendas...

Chegou o dia em que se sai à rua,

Com vestes a preceito, d'alma festiva

Assim, uma união se construa

Quando a cultura  é mais criativa...

Cantares lembrando a sua região

Faz, também, parte da religião

E, vão entoando um hino de glória!

O seu povo vai enaltecendo

Em cada passo vão crescendo

Os ecos que ficam na memória...

Maria Graciete Felizardo



13 - PAZ E UNIÃO

No calor tórrido da tarde

A música soou alegre

Como rastilho de pólvora

Incendiou corações

Abriu as portas só sonho

Foi chão de muitas paixões

Num abraço de carinho

A vida aconteceu

Foi luz acendendo o dia

Estrada aberta e florida

Na doçura do caminho

Desceu do céu o amor

Mansamente assim bailou

Soltou-se a alegria

E a alma que estava triste

Por milagre despertou

Foi doçura e alegria

A bondade mão na mão

No olhar amaciado

Foi loucura sem pecado

De paz e de união

Fernanda Rocha

A Guardadora de Palavras

Direitos de autor reservados 



14 - Destinos sofridos 

**

Multidão carente fugindo ao destino

Que deixa para trás os seus ideais

Momentos marcantes , que são vendavais

Os sonhos desfeitos de amor e carinho

A esperança perdida que encurta caminho

Levando no peito a dor dos seus ais

**

No fim do caminho a mágoa é sentida

Levando á cabeça sonhos de ilusão

Aperta de dor o seu coração

Projetos falhados são contrapartida

Já indiferentes á morte ou á vida

No caos da mudança e da privação

**

Lágrimas vertidas que formam cordão

Ausência total do valor da vida

Tênue é a esperança, revolta sentida

Um caos de tormenta , perda de ilusão 

Vivendo ao relento , dormindo no chão

Sonhando recordam a terra querida

**

Gertrudes Dias



15 - DA ÁSIA A LISBOA

Hoje a festa desceu à cidade

Pisou ruas e calçadas

Fechou ao trânsito as estradas

Num hino à liberdade

Cantou a sua verdade

A multidão se abraçou como se fosse irmãos

A ternura floresceu

Docemente...

Mão na mão

A música subiu aos céus

Embalando os corações

A amizade nasceu

Tornou toda a gente boa

Foi carinho semeado

Da Ásia até Lisboa

-----------------

Depois da música do Mundo

Ouviu-se soar o fado

Fernanda Rocha

A Guardadora de Palavras

Direitos de autor reservados



16 - MULTIDÃO

Correm lágrimas de sangue a atapetarem o chão...correm rios de tristeza nos olhos baços criados pela desilusão...e fica tão pequenino o meu coração!

Maldade

crueldade

infanticídio

do amor desonestidade

da VIDA a morte esperando...

...agarra nas garras destrutivas

todo um âmago de desumanidade!

Ferem corpos, 

estropiam sensibilidades

criam o horror humano

pela ganância desmedida...e, assim, continuam poluindo o mundo nos seus sentimentos, matando susceptibilidades...

destruindo a humanidade!

Uma multidão de estropiados pedindo clemência

e os povos revoltados o que fazem!?

Clamam em reuniões

lançam brados de guerra

e, comem-se como feras...

...por um pedaço de terra!...

Fim à GUERRA

justiça humana

AMOR pelo humano

festejamos com carinho

as famílias reunidas

as casas de novo levantadas...

...e as bandeiras engalanadas

percorrendo ruas inteiras

no ar gritos de festividade!!!

FIM ÀS GUERRAS

Autora 

Irene Matias

26022024

...que não lhes pertence!



17 - Cada povo tem as suas tradições. 

Nas aldeias fazem festas e romarias. 

Há dias festivos, com procissões. 

Organizam-se bailes e cantorias. 

Desfilam nas ruas carros alegóricos. 

Mulheres vão fantasiadas, com várias cores. 

Algumas vestem-se, com fatos históricos. 

Outras levam no braço, cestas com flores. 

E povo faz filas, para as ver desfilar. 

As jovens tão belas, rebolando a anca. 

Em grupo, assim vão desfilando a dançar. 

No rosto coradas do cansaço, sobre a pele branca. 

Há um prémio, para a fantasia, mais bonita. 

Os jurados têm dificuldades, nas suas decisões. 

São sempre tão belas, as vestes catitas. 

Que regalam os olhares, cheios de emoções. 

CELESTINA ESTEVES



18 - A FESTA

.

É notória a euforia

Planeando com mestria

Os rostos manifestam ansiedade

Pela chegada daquele dia

Festa, que anualmente acontecia

Pelas ruas e recantos da Cidade!

.

Com arranjo muito esmerado

E muito ser empenhado

Para ir vender e comprar

Com muito encontro marcado

E muito desejo renovado

Numa avalanche a desfilar!

.

Lindos rostos e sentimentos

Por tão felizes momentos

Dá gosto, tanta beleza assim!

Planeados os casamentos

Procurando os ornamentos

Para quele dia…  dar o sim!

.

Com alegria e cumplicidade

Se desfila pela Cidade

Naquela festa tão sonhada

As ruas têm um toque de vaidade

Muito apelativo à mocidade

Que não a perde, nem por nada!

.

São Pereira 



19 - NUMA LENDA VIVA!

(3º Poema)

*****

Numa lenda viva

Cumpre-se o ritual

A festa cativa

E a comitiva

É de mulheres em geral.

*****

Lendas que não esquecem

E que eu aprovo

Pois se as merecem

Sabe-se que tecem

A história de um povo!

*****

Ofertas que dadas

Com o Sol a pino

São formas lançadas

De mulheres deslumbradas

Para um Deus divino!

*****

Lenços ao pescoço

Empossando os potes

Mostram bem o esboço

De todo o “colosso”

Que têm em seus dotes!

*****

Depois da festança

Que a alma lhe arrasa

Quiçá façam uma dança

Esperando a bonança

Já de volta…a casa!

*****

“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro

Todos os Direitos Reservados



20 -  DOAR SEM PAGAR 

.

Oferendas, tão boas de ofertar 

Quando um povo a isso não é obrigado;

Tudo cá dentro tem maior agrado

Se for de livre vontade as carr'gar!

.

Gosto imenso de ver acarretar 

Canecos, baldes sobre um verde prado 

Mas não admiro ver alguém sujeitado

A ter que doar sem ninguém pagar!

.

Já não basta as curvas tortas da vida

Quando mais uma imposição servil

Sem ter direito sobre ela votar;

.

É por estas e outras que a guerra c'vil

Põe todos direitos do trono a marchar,

Sob o içar da bandeira e cabeça erguida!

.

RAADOMINGOS 



21 - Margaridas

Margaridas,

vestidas de branco,

que formosas elas vão!

levam a cantarinha,

também o seu coração.

Rostos fotogénicos 

e carismáticos saberes…

cheiram bem cheiram a canela,

alfazema e malmequeres.

Possuem silhuetas graciosas

perfeito símbolo maternal

no turbante, nascem rosas

de carácter emocional.

Cativam com olhares penetrantes,

que a natureza lhes deu,

Cujo o brilho e a essência 

no tempo certo nasceu.

Neste registo visual,

há Margaridas em flor,

floriram ao mesmo tempo

Inclusive da mesma cor.

26 Fevereiro 2024

Graciete Lima



22 - Caminhos de terra 

**

Há festa na roça

Em estrada batida

De branco vestida 

Alegrando a vida 

Festa colorida

Tradição que é vossa 

**

Cor de chocolate 

Ou branco deleite

Na cabeça enfeite

Ânfora que se ageite

Com gosto e com arte

**

No rosto sereno

Pronto a animar

Brilho no olhar

Esperando o bailar

Num clima ameno

**

Perfume de canela 

Vem da Natureza

Iguala em beleza

Como realeza

Sonho de donzela

**

Nos trilhos sem fim

Do pó da estrada

Ao som da chamada

Fazem caminhada

São flores de jardim

**

Gertrudes Dias



23 - TRADIÇÕES E FOLCLORE 

.

A tradição já não é o que era…

o mundo muda e segue em evolução 

há tradições que deixam saudades

e se guardam no coração…

.

Outras são como roupas velhas

que já não fazem sentido 

já não servem nem se usam

tiveram tempo e destino cumprido…

.

Como é bom o evoluir

quando é para o bem de humanidade 

trazendo novo bem-estar e sentir…

.

Segue o folclore por aí 

oferecem-se muitas promessas

ao sabor de calculistas interesses

enganam muitas incautas cabeças…

.

Pena que as tradições

os valores tenham perdido

a seriedade a palavra de honra 

do mundo tão desconhecido…

Pena que a tradição 

que já não é o que era

não nos volte a dar a emoção 

de almejada quimera 

e houvesse festa e muito amor para dar

e a humanidade pudesse voltar a sonhar…

.

Tiló Henriques



24 - Algo me diz

**

O mundo tem tradições

Onde tudo faz sentido

Sempre em dia defenido

Orgulho de gerações

Elegem como funções

Oferendas no altar

Em costume salutar

Vão formando romaria

E quando chega esse dia

Vão os seus bens ofertar

**

Costumes medievais

Doutras raças , doutras eras

São como os nossos , deveras

Em feitos tradicionais

As mulheres são as que mais

Se dão ao culto e promessas

Talvez que em grupo vão essas

Cumprir uma tradição

Com amor no coração

Pisam a terra sem pressas

** 

Gertrudes Dias



25 - ÁGUA BENTA E MEL

*

Sob a luz do sol resplandecente, que reflete o divino 

Sentimentos transbordam dos rostos, há alegria e união 

Caminham em direção ao templo, sorrisos serenos

Olhares que escorrem fé, bondade no coração 

*

Equilibram com suave elegância, sobre a cabeça,

Um pote de barro decorado, apontado para o céu 

Dentro dele água benta, quiçá adoçada com mel

Na grandeza do crer… a vida é promessa!

*

Cumprir tradições em lindos rituais de peregrinação 

No solo sagrado do templo que sempre lhes será chão

Seguindo os trilhos traçados pela crença e pelo amor

Dádivas de benquerença em pétalas de flor…

*

Uma variedade de cores caleidoscópicas

Enfeitam de luz estas procissões magicas!

*

- Fátima Arede ✍️

Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     

e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de

Agosto



26 - Mulheres castas 

cobertas de panos

pintados

em cores garridas

quais borboletas coloridas

desfilando pela rua

em rituais religiosos. 

Mulheres reprimidas

escondem martírios

vidas num peregrinar 

por caminhos submissos 

de direitos desiguais

princípios de cruel cultura. 

Mulheres em mudança 

lutadoras

que vão conquistando 

pela perseverança 

a sua própria identidade. 

..............

maria g.



27 - Tradição Indiana

Mulheres em peregrinação

De acordo com a sua crença

Como forma de adoração

Os vasos com incenso à cabeça.

Também com frutos e flores

Para aos seus Deuses ofertar

Que veneram com amor

Religiosamente a orar.

Em festivais e casamentos

E nas festas religiosas

Vestes de paramentos

Como Deusas poderosas.

Conservam as tradições

Há seculos estabelecidas

As suas peregrinações

No Mundo são conhecidas.

Adelaide Simões Rosa



28 -  Sem sorrir e com respeito...

Tanto rosto triste, sorumbático

Carregado por tristeza infinda

Resultará de caso prblematico

Ou  por vida que por ora finda.

Mais do que ver um ar lunático

Um silêncio se adivinha ainda

No sorriso apagado enigmático

Numa dor funda da alma advinda.

Ninguém poderá ficar indiferente

E sorrir perante tragédia anunciada

Numa imagem que diz claramente

A alma que vai  ser acompanhada

Tem direito a um último presente

Para levar à sua eterna morada.

26:de fevereiro de 2024

Fernanda Simões Mendonça


19-02-2024


32

1 - ESTÁ DECIDIDO NÃO PARTICIPO

.

Se não sei não digo

Se soubesse dizia

Como não sei não contem comigo

Para escrever sobre esta planta, poesia

.

Não sei o nome desta planta

Por mais estranho que possa parecer

A minha dor de cabeça aumenta

Quando penso sobre ela escrever

.

O melhor é não participar

Hoje nesta iniciativa

Assim evito de me preocupar

Em escrever uma missiva

.

Está decidido não participo

Tenho pena mas tem que ser

Por não conhecer plantas deste tipo

Mas prometo que os vossos poemas vou ler

.

José Martinho.



2 - O poder das Plantas

.

Os cactos têm imenso poder

Começando pela resistência

Com pouca água… sobreviver

Multiplicando a sua presença

.

São usados com assiduidade

Por quem de produtos naturais é amante

Para alívio de muita enfermidade

De catos, não gosta de estar distante!

.

Gosto de os ver grandes, saudáveis

Em espaços largos de liberdade

Tornam-se aos olhos muito agradáveis

Proporcionando, benéfica utilidade!

.

Trouxe bebés cactos de Ferreira do Zêzere

Para ajardinar a minha aldeia

Planta que sem trato podia sobreviver

Parecendo-me uma excelente ideia!

.

Os javalis, tais ideias não aprovaram

Eis… tantas vezes arrancados!

Já alguns anos se passaram

Poucos resilientes, espero adultos chegados!

.

São Pereira



3 - Entre linhas e cores

vai o mundo pararelo

pintado amarelo

nela se entranha dores

Dela também vem a morbidez

no silêncio que espreita

se encara com lucidez

o amor que rebenta

Da cor morta também nasce o riso

do sentimento escondido

do dia incolor

que se tem tudo, menos amor.

Belecato II



4 - ESCOLHER O PRESENTE

São as flores, como amores

Alegriando um novo dia

Pétalas vistosas, belas, odorosas

São a alegria no campo espalhadas em belos jardins

Doce magia perfumado o dia

Tornando mais amena esta tarde dos amores

Rosas odorosas

Aromas de pinheiro

Cactos floridos

E as ervas de cheiro

Neste fim de tarde

Quando o ocaso se oferece maduro...

A alma libertar-se da rotina dos dias

Voa...

Sonhando com um novo futuro

Perdida na doçura deste tempo quente

Envolta na beleza das flores

Escolhemos o nosso presente

A Guardadora de Palavras

Fernanda Rocha

Direitos de autor reservados



5 - Os meus cactos

**

Eu tenho no meu jardim

Flores de rara beleza

O valor do cacto pra mim

Vem da própria Natureza

**

São fortes e resistentes

E há grande variedade

Em espécies diferentes

Eles picam de verdade

**

São maravilhas de Deus 

Até são medicinais

Se a um cacto digo adeus

Arranjo outro ou muitos mais

**

Simbolizam a beleza

Amor que dura pra sempre

Porque o cacto com franqueza

Cura o mal a muita gente

**

Este de folhas compridas

Eu distinguido entre os demais

Aplico nas feridas

E é o fim dos meus ais 

**

Gertrudes Dias



6 - Plantei um cacto no árido do meu deserto

Vi os seus ramos nascerem uns sobre os outros

Em forma de estrela, também ele era um astro

Seus braços almejavam o caminho do céu infinito!

Tinha luz própria, de uma florescência dourada

Cada dia, um braço nascia, das lágrimas derramadas 

Meu cacto é filho do sol, do vento, da tristeza

Brotou em flor, mais bela do que uma rosa!

Uma escultura ou seria um anjo enviado do céu 

Braços verdes estendidos, sua seiva era de mel

Com propriedades curativas, presente da natureza 

Tira a dor do corpo, da alma, ameniza a tristeza…

Guardei nas mãos em concha, os grãos de areia

Quiçá a magia ou alquimia debaixo da lua cheia

Que transformasse a angústia em felicidade

Em alguns segundos de vida, tocar a eternidade!

 - Fátima Arede 

Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     

e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06✍️



7 - O cacto do meu jardim

**

Esta planta eu conheço de certeza

Pelo seu porte e folha comprida 

De verde -amarelo se veste e é protegida

Por picos que lhe deu a própria Natureza

Para a afastar de qualquer avareza 

Porque é muito benéfica e á vida dá vida 

**

Aloé -Vera , assim é chamada

Pode estar em vasos ou flor de jardim

Tem propriedades que a tornam assim

Entre os outros cactos a mais estimada

Em feridas é remédio se bem aplicada

Por isso eu o tenho sempre ao pé de mim

**

Sempre em queimaduras é remédio santo

Digam lá se o cacto não é necessário

Cautela que os picos são grande calvário

Com o cacto por perto da vida me encanto

Protejo -o do sol quando me levanto

E vê -lo crescer é tema diário 

**

Gertrudes Dias



8 - ALÔ...VERA

És mulher

és força e salvação...

...bem estar e coração!...

És mulher

és única

és diferente, 

és o sempre que resta, 

a força que nos orienta...

na boca do mundo: salvação...

...para a doença!

És mulher

entrega firme

refúgio da esperança

a sorte que nos engana,

mas és a ilusão que nos...

...alimenta!

És mulher

não és diferente

és um ser humano

sabes o que queres...

...queres a saúde para toda a gente!!!

Autora

Irene Matias



9 - FOGO DE ARTIFÍCIO

.

Com estrondo... rebenta no ar

Fogo de artifício no céu a bailar,

Festas populares, olhos a enxergar

Quão beleza de espetáculo a brilhar.

.

Há comes e bebes, cheiros no ar

O povo ri, brinca e fica a dançar,

Fogo de artifício no céu a bailar

Alegria na noite, também há luar.

.

Com estrondo... rebenta no ar

Fogo de artifício no céu a iluminar,

O povo ri, brinca e sabe animar

Coração cheio, o povo fica a cantar.

.

Há comes e bebes, cheiros no ar

Também lá está, música a inspirar,

O povo ri, dança, fica a cantar

A noite está mesmo para durar!

.

Funchal, 19 de Fevereiro de 2024

Cecília Pestana



10 - Tela deslumbrante

Nesta tela tão deslumbrante

Um belo pompom sorridente,

Afasto o mosquito pedante

Nesta tela tão deslumbrante.

Sua aspereza triunfante

Me livra desse, mau, carente

A pele agredida vilmente

Por esse forte devorante

Nesta tela tão deslumbrante

Um belo pompom sorridente.

...

Mary Lai (Cidália Teixeira)



11 - POUCO "CATÓLICO"

.

Nestas explosões de cores me fico;

Mil e uma coisas me vêm à cabeça

Inda não tão longe quanto pareça

Recordam-me um tempo passado rico:

.

Caprichosamente pro bailarico 

Fitas -"ai rap'riga que bela peça!"

Prolongo; na rua onde ele começa,

Ao adro e ao centro do poste em bico! 

.

É pouco "católico" -mas amei 

Todas estas e quaisquer brincadeiras

Numa era em que o pó fora m'nha sandália...

.

Sem falar nas bolas que nas piteiras

Nos jardins da velha vizinha Eulália

Atirei sem dó, estraguei e furei!

.

RAADOMINGOS



12 - CACTOS!

(2º Poema)

*****

Um cacto, penso que seja

Esta planta aqui exposta

Vendo-se que é composta

Pelas cores que se almeja!

*****

O seu nome verdadeiro

Ainda estou pr`a descobrir

Mas ao vê-lo assim a abrir

Jamais descubro o seu cheiro!

*****

Existe tanta variedade

Que nem todas eu conheço

Tenho a cabeça do avesso

Por causa da raridade!

*****

Esse verde e amarelo

Dão-lhe um tom magistral

E na nossa casa afinal

Existe um, igual e belo!

*****

De recortes na folhagem

Há que ter muito cuidado

Porque posso ser picado

E precisar de enfermagem!

*****

“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro

Todos os Direitos Reservados



13 - VERDE E AMARELO!

(3º Poema) 

*****

Verde e amarelo podia

Ser causa de ficar febril

Ao arrancar uma folha um dia

Sabendo que assim gemia

Como escravos no Brasil.

*****

Também poderia ser

Ao estar preso pl`a raiz

O que se quiser abranger

Desde que o sol vá nascer

Bandeira do meu país!

*****

Só faltaria uma cor

Para assim se completar

O vermelho do amor

Que a luz de um novo alvor

Traga assim ao nosso olhar!

*****

Nesse verde, traz a esperança

No amarelo, as searas

Quando com o vento, na dança

Mostra toda a semelhança

Destas belezas tão raras!

*****

Dois tons, que tão misturados

Deixam-me na incerteza

Se esta planta vem dos prados

Com seus “espinhos” aguçados

Sempre pl`a MÃE NATUREZA!

*****

“O Poeta Alentejano” -Renato Valadeiro

Todos os Direitos Reservados



14 - Cactos desérticos

O cacto no seu jardim

É planta de primeira 

Aguenta-se bem por fim

Dá-se bem com a palmeira!

Pouca água ele precisa 

Para alimentar sua raíz

Tem um porte de poetisa

Lá em cima ele é feliz!

Com seus picos afiados 

Ninguém  lhe pode tocar

Ai Jesus que malvados

Ouvem-se pessoas... rufar!

No jardim é imponente

Todos o olham de soslaio 

Estão em risco eminente

PIca... pode haver desmaio!!!...

Maria Graciete Felizardo



15 - ESPINHOS!

(1º Poema)

*****

Espinhos da vida

Iguais aos da flor

Sem que nos agrida

Sejam só a saída

Plena em puro amor!

*****

Amarelos de luz

Mais escuros, negrume

E se amor produz

A planta faz jus

Fugindo ao ciúme!

*****

Ramificações

Iguais a rebentos

Se mimos lhes pões

Não haverá grilhões

Nem tão fortes ventos!

*****

Se existir machado

Que corte a raiz

Tudo o que era amado

Passa a ser tratado

De modo infeliz!

*****

Assim é a gente

Com espinhos e flores

Uns dias menos crente

Outros mais prudente

Com risos o dores!

*****

“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro

Todos os Direitos Reservados



16 - Cato Exótico

Meu arranjo d’uma estrela 

Não foi procurado no mar

Nem neste pedaço de céu 

Furor d’algum vaso com terra

Que a mãe Natureza me deu.

Multicolor e florescente 

Um cato exótico se refez

Uma obra com bilros recentes

Nicles de muitos enfeites

Vítima de folhas entrementes.

Centro de mim comovida 

Ou d’um recipiente qualquer 

Nasce dela uma flor

À noite muda de cor

Seja dentro ou d’exterior.

Duvido da sua imagem…

O meu tempo hoje foge

Amanhã é outro dia

A estrela que o diga…

Se é um cato ou fantasia.

19 Fevereiro 2024

Graciete Lima


17 - Piteira
Ou aloé
Eu nao sei bem, o que é
Piteira, parece-me que sim
A ser verdade
Tenho algumas no jardim
Aloé
Será que é?
Se assim for
Há quem diga, que tira a dor
Dessa tenho, no meu quintal
Se não fizer bem
Também não fará mal
****
Sílvia *Santos


18 - “ Empreendo longa viagem. “
Empreendo longa viagem,
No essencial da bagagem
Levo a alma e coração
Fotos, um pequeno punhado 
Tua imagem e mil sorrisos 
Lembranças do passado 
Que quero deixar de lado.
Na trouxa feita levo coragem
Para um futuro enfrentar
Na convicção de encontrar
O puro amor tão desejado,
Com ele seguir ao encontro 
De mundos num belo cruzeiro
Com os teus beijos fúlgidos.
No mar dos nossos sentimentos 
Aportar lugares idílicos 
Vestindo roupagens celestiais,
Em resorts feitos de cristais
Coloridos para nos acolher
E nosso amor acontecer
Num caloroso amanhecer!
        Sem medo de nada e com fé
        Não importa o que vier
        No silêncio está o saber
        De vencer o arquétipo
        É uma questão de tempo
        Basta só ignorar a má-fé!
© Galvão-Lucas
Lisboa/Alcântara
Reservados todos os direitos ao abrigo do Código de Autor.


19 - HINO À NATUREZA
Olho para longe como ave voando
No éter me perco sentindo a beleza 
As árvores ao longe desenham paisagens
Vivendo em pleno com a Natureza
Sou alma onde o sonho vem fazer casa 
Neste poente dourado 
Olho pra lá do horizonte
Qual ave voando num céu que me abrasa
Perco-me entre os rios e montes
Como amante alucinado
Venero a Natureza 
É tudo o que me rodeia
Da sua beleza sem par 
Faço dela a minha casa
Enaltecendo a vida
Com respeito e humildade
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


20 - "O cacto" 
Que cacto é este senhor?
Que tantos coloridos tem
Será um cacto de amor
Ao contrário do desdém.
Que belo era o seu dia
Como é encantador
Sementeira de alegria
Formoso de tanta cor.
Um belíssimo cacto este
No seu âmago fotografado
Que as suas cores empreste
Por ser assim tão engraçado.
É mesmo um cacto agreste
Há entrada de edifícios plantado
Cada picada que investe
Na certa é por ser tão mal tratado.
Não dá flores nem frutos
Mas ainda continuo empenhada
Que dele não se aproximem os putos
Pois ficarão com a mão ensanguentada.
Lurdes Bernardo 



21 - O DRONE MERECE!
A Natureza dança, voa e se agita,
No céu aberto, a vida infinita,
O drone sobrevoa, registra em seu olhar,
O espetáculo na terra, a brilhar.
**
As árvores balançam, ao vento dançante,
Enquanto rios serpenteiam elegantemente,
Montanhas majestosas, tocam o azul,do céu, 
Enquanto a natureza revela vuco-vuco,seu.
**
Aves em revoada, em coreografia no ar,
Energia em movimento, sem cessar,
O drone capta a dança, o balé sem fim,
Num espetáculo que encanta, não só a mim.
**
A Natureza, em sua graça sem igual,
Revela ao drone, seu segredo ancestral,
E nas imagens registradas, a emoção transparece,
Enfim:A pureza beleza que: O DRONE MERECE!
@Carmen Bettencourt !


22 - PRENÚNCIOS DE PAZ
Olho através da janela
A Primavera renasce
As flores desabrochando
Pássaros de todas as cores
Alegremente cantando
Sonho esta Primavera 
Como prenúncio de Paz
Tempo de reconciliação
A vida chama por nós
Num hino à Natureza
Pois somos todos irmãos
Nesta manhã de beleza, de cantos e de perfumes 
A vida se entrega inteira
No fim de uma longa espera 
É tempo de veneração
No renascer da Primavera
A Guardadora de Palavras
Fernanda Rocha
Direitos de autor reservados


23 - Natura atraente…
Natura atraente me faz sonhar!
Encaro no jardim tal planta exótica,
Pensamento firme a quer explorar
Parecia-me um sol, meu erro de ótica.
A mergulho e sinto-me arrepiar
Picante, demais picante e tão fótica
Pelas folhas ele vai a deslizar
No fundo minha visão tão caótica.
Vi-me como fosse uma alva abelhinha
Pra ajudar na ampla polinização
Mas, veio a aragem, me beija o meu rosto.
À vida me chama tão ligeirinha…
Sorrio pela mágica ilusão
Avanço, agora, para o lado oposto.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


24 - Patógeno 
Veios de luz, lâminas transpondo a alma
vendo além dos olhos, o destino da humanidade num abismo sem retorno, 
acto da crónica de uma morte anunciada.
Homem selvagem glorificado, invocaste  
a civilização essa maldita condição de não ser quem se é. Cavaleiros do apocalipse,
circundam o mundo em convulsão. 
Erguem-se ventos e marés, sol aterrador,
degelo de terror galopante nas correntes
gerando tempestades, erosão da terra crua
nesta crueldade pura de seres o deus de ti
Deus universo ergue a mão aos inocentes,
bichos, plantas dormentes em aflição 
clamando por vida, liberdade, na cegueira da imposta na maldade à nossa terra mãe. 
Todos os direitos reservados


25 - Olho a imagem para decifrar
o que observo, mas nada me diz
num primeiro momento. 
Não perco tempo
a definir o que é indefinível
à minha observação.
Mas voltando atrás
acho mesmo apetecível
desconstruir a imagem em questão.
Hastes espinhosas 
folhas de catos, sem clorofila
não parece planta de jardim. 
Noutra perspectiva 
demoro me então a decifrar
com a melhor atenção. 
Não lhe encontro vida
tem tons descoloridos
parecendo planta artificial.
Na falta de inspiração
procurando nisso a razão
volto ao terceto inicial.
Não sei escrever 
sem ser tocada, pela beleza 
ou pela minha emoção!
..........
maria g.


26 - O Aloé -Vera
**
Só sei que o cacto é muito apreciado
Entre tantos cactos me faz muita confusão
Não carece de cuidados , aparece pelo chão
E faz um lindo enfeite, sem sequer ser plantado
**
Tem folhas compridas por vezes bem listadas
Que têm um suco que é medicinal
Picadas de abelhas , e a dor que é surreal
Passa num instante se com ele for esfregada 
**
Em qualquer farmácia em pomada está á venda
Aloé -Vera é sempre uma cura pela certa 
Com ele me protejo a todo e qualquer momento
**
Só do seu picar nunca se emenda
Os picos estão na ponta sempre encoberta
Serve de remédio mas não á base de alimento 
**
Gertrudes Dias


27 - SUA BELEZA!
No horizonte vasto, quem sabe algo sobrevoa,
Capturando a natureza em sua dança etérea voa,
Onde rios serpenteiam, as árvores dançam ao vento,
Um espetáculo divino, inebriante e isento.
A beleza selvagem se revela ao olhar atento,
Enquanto sobrevoa registra cada momento,
Montanhas se erguem, vales se estendem,
E o mundo natural em seu esplendor se prendem.
Ali está um cato plantado,
Assim é a Natureza,
E quando por cima filmado,
Mostra, seu brilhar: SUA BELEZA!
@Carmen Bettencourt !


28 - SERÁ QUE ÉS UMA SUCULENTA? 
Se não estou errada
Mas ao olhar para ti
Embora estejas amarelada
És uma suculenta, que vi
Também te chamam cacto
E tens beneficios medicinais
Indentifico-te pelo teu formato
És daquelas plantas especiais 
És uma suculenta babosa 
Se te partem toda te babas
Tua baba é gelatinosa
Tens suco que não acaba 
Dás uma flor Lilás
Que por sinal é bem bonita
Na cura és eficaz
Por curandeiros és prescrita
Quem te quer conhecer 
Na terra viçosa, és bem verdinha
A planta Aloe vera devem saber
Que és uma santa d'uma mezinha
CELESTINA ESTEVES


29 - O ALOÉ VERA
Há muito tenho no jardim
Uma planta igualzinha
Uma amiga deu-me a mim
E eu dei um filho à vizinha.
Não sabendo que eu tinha
Esta planta especial
Veio outra amiga minha
E trouxe -me uma outra igual.
Muitas vezes fui cortando
Folhas quando me cortava
E as feridas fui sarando
E a sua fama se alargava.
Uma delas cresceu tanto
Que de a dar eu precisei
E procurava entretanto
Um dono até que o encontrei.
Depois de ter apregoado
Que trata de cicatrizes
Mantém o corpo hidratado
E deixa as pessoas felizes
Por ficarem com luminosidade
Na sua pele com ele tratado
Houve até necessidade
De o meu Aloé ser resguardado.
Muito gente apareceu
Para mais uma planta levar
Mas aquele Aloé é meu
E a ninguém o irei dar
Não me importo de partilhar
Uma ou outra folhinha
Mas fica sob o meu olhar
Pois a linda planta é minha.
19 de fevereiro de 2024
Fernanda Simões Mendonça


30 - Traje de realeza
Cato em traje de realeza
Brocado em belo matizado
Fitas de sonho e singeleza
Rodam na vida num bailado.
Folha num tão pulcro riscado
Se eleva com tal singeleza
Na noite o corpo iluminado
Amarelo nessa clareza.
Vive em solo em tanta crueza
Com pouca água é criado
P’los picos, respira, a certeza
E sente-se algo abençoado.
Meu olhar nele demais fixado
Um leque vejo que estranheza!
O calor assaz abrasado
O afasta com tanta proeza.
Corre uma brisa bem frieza
Acalentando o belo ornado
Brilha de imensa e alva beleza
Na escuridão do seu cercado
Mas o sonho é pois chegado
Enfeita a avenida, lindeza!
P’lo Natal bonito legado,
Cato em traje de realeza.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


31 - DE EM UNÍSSONO PULSAR!
Eu e a natureza, no seu brilhar,
Dançamos juntas, sem cessar.
Sob o sol radiante, no vento a soprar,
Descobrimos juntos o nosso lugar.
*
Nos bosques verdejantes, nos rios a correr,
Eu e a natureza, juntas a crescer.
Sob o manto estrelado, à luz da lua,
Encontramos paz na suave  fluidez sua.
*
No canto dos pássaros, na brisa do mar,
Eu e a natureza, em pleno celebrar.
Na imensidão das montanhas, na vastidão do mar,
Desvendamos juntos a vida a desabrochar.
*
Eu e a natureza, em sintonia sem fim,
Compartilhamos segredos, que  vislumbrem em mim,
No eco do silêncio, na canção do vento,
Encontramos juntas o nosso alento.
*
No brilho das estrelas, na luz do amanhecer,
Eu e a natureza, sem nada temer,
Neste eterno bailado, juntas a dançar,
Descobrimos o encanto: DE EM UNÍSSONO PULSAR!
@Carmen Bettencourt !


32 - Porque não tentar
**
À ultima da hora
olhei a imagem
tomei coragem
E sem demora
Vou iniciar agora
neste momento
será que dá tempo?
porque não tentar
vou imaginar
poema sem tempo.
**
Saber olhar a Natureza
e toda a beleza
que ela conduz
até aos espinhos
dá raios de luz
Um ato singelo
de enorme beleza
aqui ali em qualquer recanto
um cato aloé
pode dizer tanto
remédio santo
de natura pureza.
quem o produz
a mãe Natureza.
cravado de espinhos
faz bem à saúde
é tão conhecido
e tão sugerido.
Adelaide Simões Rosa


12-02-2024


28

1 -  ESPERAR SENTADO 
.
"Solidão que chegas e não comando
Que me reclamas e sentes atraída,
Acordar fica difícil na vida,
Nem aos dias frios comparando!"
.
Se fossem como eu:
Não vinha o mal ao mundo,
Não haveria guerras ou cheias,
Não cairiam aviões
Nem lava dos vulcões,
Fome e ideologias
Haveria amor todos os dias!
.
Se fossem como eu:
.
Não haveria breu;
Havia estrelas no céu,
Flores e sorrisos,
Sonhos precisos
Pães lêvedos 
Alegria sem medos.
.
Se pudesse eu:
.
Haveria reuniões retomadas
Das conferências adiadas,
Promessas cumpridas
Hino às vidas,
Colhidas flores
Em troca de dores!
.
Tantas coisas que não tenho,
E que me fazem sofrer
Como me avenho?!
.
Não posso!
Como hei de fazer;
Pesam-me os anos 
Ter vontade não chega
É preciso agir
Não tenho meios
Tenho que me cingir,
.
Aguardar (em sonhos)
Esperançado,
Haja quem mande,
Não se acobarde...
.
Mas temo que possa esperar sentado....
.
RAADOMINGOS


2 - "O peso da idade"
Já me custa a caminhada
Pelo peso da idade 
Toda uma vida fatigada
Já vivida sem vontade
Mas um pouco empurrada.
Não fico a lamentar-me
Por entre quatro paredes
Tenho mais que motivar-me
Enquanto isso me vê-des
Com a força a acalentar-me.
Já com pouca plenitude
Mas muita força de vontade
Vai me faltando a saúde
Mas me ficou a saudade
De áureos anos de juventude.
A bengala é meu contento 
Com ela vou caminhando
Com passo vagaroso e lento
Mesmo assim vou chegando
Devagar mas chego a tempo.
Hoje apenas a saudade
Ficará comigo para sempre
Que a memória me guarde
Fui tão feliz e contente
Brindarei sempre até tarde. 
Para a eternidade
Partirei descansado 
E se deixar saudade
Morrerei felizardo.
Lurdes Bernardo 


3 - Lembranças
**
Seguindo sozinho
Escolho o caminho
Levo o meu bordão
Nos passos da vida
A missão cumprida
E aquilo que fui
Dá -me liberdade
Lembro a mocidade
**
Recordar é viver
E sempre irei ter
Um mar de lembranças
Da vida colorida
Por sonhos mantida
E no peito a esperança
Mas tudo passou
Só memórias deixou
**
Hoje o meu viver
É lembrar e esquecer
O que fui um dia
Nesta solidão
O meu coração
Hoje já cansado
Palpita baixinho
Por este caminho
**
Do tempo passado
Já amortalhado
Só tenho as lembranças
Tudo se esfumou
E o tempo afastou
Inútil , carente
Sem ninguém ao lado
É este o meu fado
**
Gertrudes Dias


4 - PASSADA APERTADA
O corpo já pesa,
pelo peso dos anos
e toda a vida vivida
sem parar a passada.
A passos pausados,
e arrastando o passo
em curtas passadas
cansadas de andar.
Os pés quase arrastam,
e a passada apertada
faz-se agora apoiada
em preciosa bengala.
Mas a vida continua,
mesmo mais demorada
esta subida da calçada
ainda é para continuar.
Já nada se faz a correr,
mas ainda há vida a viver.
de: CELSO CORDEIRO


5 - A corrida do tempo
**
Sempre me faz confusão
Oh tempo a tua corrida
Olha prós passos da vida
Corres sem disso teres noção
Repara no ancião
Que vai na rua a andar
Já por força lhe faltar 
Encostado ao seu bordão
É uma desilusão
Quem pra ele nem olhar
**
Nessa rua sente sempre
Um mar de recordações
Onde as festas e os serões
Em convívio era diferente
Hoje ao passar tem em mente 
Que o tempo nada perdoa
E por mais fundo que doa
No seu lento caminhar
Tem um coração para amar
E valor como pessoa
**
Trás sempre a mágoa no peito
Em prol das emoções
Já não vive de ilusões
Mas ama de qualquer geito
Idade não é defeito
É valor , sabedoria
É sentir a nostalgia
Por um tempo já passado
Que para trás foi deixado 
Sem nenhuma garantia
**
 Gertrudes Dias


6 - DEI TUDO DE MIM!
(3º Poema)
*****
Dei tudo de mim
Passei maus bocados
Agora é o meu fim
Se foi pra o que vim
Eis os resultados!
*****
O tempo passou
Não sou mais criança
Fui Filho, Pai e Avô
Hoje só restou
Um pouco de esperança!
*****
Vou bamboleando
Nas curvas da vida
Quase sempre chorando
Enquanto vou esperando
A hora da partida!
*****
E de outra gente
Que mesmo perto passe
Logo a dor se sente
De forma crescente
Como se matasse!
*****
Todos me ignoram
Pois nada me resta
Nem os sonhos moram
E os dias demoram
Pra quem…já molesta!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


7 - SOZINHO ENTRE A MULTIDÃO!
(2º POEMA)
*****
Rua larga na passagem
Portas de um e de outro lado
Um velhinho em su`a viagem
Por companhia…o cajado!
*****
Há plantas no passeio
Nas soleiras a enfeitar
E o idoso sem receio
Segue lento…a caminhar!
****
Sem ninguém lhe dar conversa
Seguem outros em correria
Mesmo assim ele não dispersa
Na solidão que o angustia!
*****
Pé ante pé, devagar
Percorrendo aquele “atalho”
Foi em frente e a cismar
Com um chapéu por agasalho!
*****
Uns na marcha ou na corrida
De olhar fito no chão
Lá vai fazendo pl`a vida
Sozinho entre….a multidão”
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


8 - VELHINHO
.
Reparem bem neste idoso
Que vai deixando a vida para trás
Mas sente-se bastante orgulhoso
Do que fez em novo e foi capaz
.
Tenho praticamente a certeza
Que foi um homem de respeito
Era assim a sua natureza
Tudo o que fez foi quase perfeito
.
Hoje para além de ser idoso é velhinho
Mas não se considera um homem infeliz
Apesar de andar muito devagarinho
É uma pessoa bastante feliz
.
Chegou a esta idade com a certeza
Que a sua vida não foi em vão
Um dia quando partir parte em beleza
Porque nunca viveu na solidão.
.
José Martinho.


9 - De pés magoados 
e corpo dobrado 
não esconde o esforço 
e o cansaço em si colados 
acervo de um viver 
quebrantado.
Lá vai 
seguindo caminho
calcorreando 
as ruas da cidade
apoiado na virtude
dos que sabem reagir
a viver seu dia a dia
com sabedoria
e não pensar amiúde
no porvir
para amargura não sentir. 
Sem subidas nem descidas
languidamente passeia
marcando com a atitude
de quem não tem já certezas 
olha com cuidado o chão
a fim de evitar percalços
na falta de destreza.
O tempo escasseia
o dia a dia, de idas e vindas
vai agradecendo 
em oração 
sem nada pedir ou esperar
num diálogo solidário
com a solidão. 
Evita, os que passam
ignorando o
pisa firme as pedras da rua 
que de tão gastas
as trata como suas
inconscientemente 
ou hábito apenas
mas sempre de acordo
com a sua vontade
passar nelas 
com assiduidade...
sem estranheza 
e enquanto pode
foge, deste modo 
às amarras da saudade 
que são prisão 
passeando se
nas manhãs serenas
ou pelas lindas tardes 
em liberdade! 
......... 
maria g.


10 - VAGUEANDO NA SOLIDÃO!
(1º Poema)
*****
Vagueando na solidão
Lá vai o pobre velhinho
Sem ninguém lhe dar a mão
Apoiado em seu “bordão”
Caminha triste e sozinho!
****
Leva com ele a experiência
De uma vida longa e dura
Agora sente a ausência
De uma voz que seja essência
Que não o leve à loucura!
*****
Lá vai indo lentamente
Sem poder ir mais depressa
Porque por mais que ele tente
Consegue apenas somente
Um passito que o enobreça!
*****
Põe os olhos na calçada
Sua visão é já baça
Pensa até não valer nada
Pl`a sua idade avançada
Acha que perdeu a graça!
*****
Mas é sempre nesta gente
Que há mais sabedoria
E quem “velho” assim se sente
Talvez nem sequer aguente
Pr`a viver…mais um só dia!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


11 - Velhinhos com sua bengala na rua,
Passos lentos, memórias na bagagem.
Caminhantes do tempo, história nua,
Símbolos vivos de tanta coragem.
***
Rugas contam de anos já vividos,
Experiências que o tempo deixou.
Cada passo, um legado compartilhado,
Segredos do tempo que o vento levou.
***
Com olhares de sabedoria profunda,
Sorriem para o sol e para a lua.
Velhinhos, com suas histórias sem fim,
Ensinam lições de amor e gratidão, cada um.
***
Bengalas que os apoiam pelo caminho,
Testemunhas de tanta jornada vivida.
Velhinhos, com sua bengala na rua,
Guardam em si uma vida construída.
***
Quando se é velhinho na rua,
Os passos cansados buscam luz.
Memórias vivas , histórias nuas,
Nas rugas o tempo seduz.
***
O olhar sábio, repleto de vida,
Caminha em busca de um abraço.
Passado e presente em despedida,
O tempo os guarda em seu laço.
***
Respeito e amor, gestos singelos,
Para aqueles que tanto viveram.
Os velhinhos, tesouros sem apelos,
Em suas histórias, o mundo se ergueram.
@Carmen Bettencourt !


12 - UMA OUTRA LUZ
Voltei atrás
No caminho que ontem percorri
E senti
Já não tenho todo o tempo para viver
Já não posso correr atrás das borboletas
Já se apagaram as pegadas de magia
E a força inquebrantável de um querer
Trago coladas em mim
As marcas que a vida gravou
Nas rugas sombrias do tempo
Navego como naufraga
No desencanto do que já passou
Os dias neutros escondem o sentido da vida
E eu... perdida
Sem saber como atravessar este mar
Procuro em contramão
Talvez..?
Um novo lugar
Uma outra luz
Que emane da beleza de um olhar
Nas brumas da incerteza
Até onde vou chegar?
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


13 - POBRE BENGALA
Sou uma pobre bengala,
Dependente do meu dono,
Sou prá qui, um triste mono,
Que tudo ouve, tudo cala,
Comigo ninguém se rala.
Sou família do cajado,
Que também é maltratado,
Pois, fica no fim da escala.
*
Só os velhos me confortam,
Pois, já estão em fim de linha
E já vivem de morrinha,
Que outros tempos evocam,
Com coisas que já não voltam.
Sou pra eles um bordão,
Apoio na solidão,
Nas mazelas que comportam.
LAF12JAN2024


14 - O Caminho do idoso 
Todos dias passava na rua aquela hora
Com um pouco dificuldade no andar
O passeio fazia apoiado na bengala agora
Caminhava no tempo, sem querer parar
Descia a calçada, até chegar perto do mar
Sentava-se no muro, que o separa da areia
Entretinha-se a ver as crianças todas brincar
Vislumbrava as altas ondas em maré cheia
Procurava uma sombra em dias soalheiros 
Havia um outro amigo por ali de conversas 
Era frequente surgir, também cães rafeiros
Que o idoso mimava, com festas diversas 
Na tasca mais próxima comia uma bucha 
A acompanhar para digerir um gole vinho
No céu surgia uma nuvem, bem gorducha 
À cautela o idoso segura a bengala e segue caminho. 
Celestina Esteves 


15 - Nas mãos a fé que ampara a flor da esperança 
Imagino um sorriso franco que a todos abraça 
Caminha sobre as pedras, ainda o sol a madrugar
Filho do sol e do vento, do tempo de algum lugar!
Caminha sereno o fado, nos trilhos da sua vida
Enfeitados de amor e ladrilhados de tenacidade 
Senhor, de um olhar ternurento não olvida 
Que a felicidade não tem tempo nem idade!
Sonha o futuro que é seu nas linhas da mão 
Traz o viver esculpido no recato do coração 
Com gentileza acolhe o que lhe reserva o porvir
Deixa o tempo para trás, caminha o presente a sorrir!
Os seus olhos são faróis que iluminam o mundo
Braços estendidos que envolvem com carinho 
Uma força da natureza, um querer abençoado 
Que seja sempre de luz, os seus caminhos!
 - Fátima Arede 
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06✍️


16 - O tempo não volta atrás
**
Sempre a vida segue ao sabor do tempo
E vêm -se as marcas da sua passagem
Correndo ela traz consigo o lamento
Porque vai faltando saúde e coragem
**
Traquina a infância, são tempos mimosos
Plena a mocidade na sua alegria
Adensam -se as mágoas na voz dos idosos
Num tempo em que se esvai toda a fantasia
**
Criança já foste , jovem competente
Respeita o idoso quando por ti passa
Oferece ajuda se o queres ver contente
Estende -lhe a mão se o vires em desgraça
**
Sozinho na rua precisa de ajuda
Suas forças quebram no passar dos anos
No tempo já gasto quando a vida muda
Resta a dignidade que foge a enganos
**
Gertrudes Dias


17 - Pelo caminho
Pelo caminho avança lentamente,
Bengala o auxilia e estabilidade
Vai com tal ânimo para ver gente
E renovar a vida em qualidade.
Vai com fé e sorri demais contente
Mais um dia com tal tranquilidade
Percurso feito e sempre bem urgente
Movimentar-se é prioridade,
Leva consigo ampla força e esperança
P’lo trilho convive e o faz sentir forte
Apanhar ar e sol tanto o conforta.
Pelo trilho em paralelo a aliança
Andar sem tropeçar, que a sorte aporte
E, o leva a sonhar, é o que lhe importa.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


18 - LEMBRANÇA,
.
No peso de uma longa vida
Seguem lentos e inseguros passos
Depois de muito trabalho e lida
De muita chegada e partida
Na azafama de esforçados braços!
.
Até que chega, a hora de parar
São limitadas, as forças e aptidões
Já faz jeito a bengala para amparar
Para o equilíbrio assegurar
Em rotinadas deslocações!
.
Ter bem a mente, uma felicidade!
Desde distante… até ao presente
Longo percurso fruto da idade
Com muitas saudades da mocidade
Encarnadas, numa jovialidade aparente!
.
Querendo para o hoje, a transportar
Reavivada, com orgulho e confiança
Tendo gente atenta, para escutar
Aquele detalhado e minucioso narrar
Conservado intacto na lembrança!
.
São Pereira


19 - Longa estrada
P’la longa estrada da vida
Tanta etapa percorrida
No crescer, reais vivências
Bem alegre ou sofrimento
Tão cheia de sentimento
Em idade e experiências.
Sonhos preencheram a alma
Nos levaram pois à palma
Numa vida em crescimento
Filhos nossa pura história
Que nos trazem à memória
Tempos de contentamento.
Somos avós tão presentes
Mil ensejos tão vigentes
Desafios a alcançar
Netos o nosso alvo orgulho
Que apoiamos sem barulho
A relação sublimar.
Percorremos o caminho
Com bengala e direitinho
Mas com mente luzidia
Júbilo em estar com gente
Pois vida sentir ciente
Positivos e alegria.
Idade em sabedoria
Que vos damos dia a dia
Os saberes ancestrais
Rugas na pele sentidas
Mas não estão comprometidas
Porque não somos virtuais.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


20 - Calma…
Com tal calma a caminhar
Vai pela vida a sorrir
Com bengala a divagar.
Vai o tempo a saborear
Pela senda a divertir
Com tal calma a caminhar.
Com amigos se juntar
O convívio pra existir…
Com bengala a divagar.
Sol o seu ser a esquentar
Logo essa maleita a haurir
Com tal calma a caminhar.
Paciente e com vagar
Gratidão por conseguir
Com tal calma a caminhar
Com bengala a divagar.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


21 - Ando devagar! 
É verdade!
E sabem porquê?
Porque são imensas as memórias
Que carrego comigo
De uma vida um pouco dura
Um pouco sofrida
Caminho devagar!
É verdade!
E sabem porquê?
Porque não tenho pressa de chegar
Ao destino que me espera
Agora, resta-me apenas histórias
Para contar
E esta bengala, para me amparar
A menina que em mim vivia
Adormeceu
Deixou de sonhar
*****
Sílvia *Santos


22 - AI... A VELHICE
.
Dizem que a velhice 
É um fardo, coisa mais natural,
Se não chegares a velho, é sinal
Morreste ou não de morte natural.
Isto de chegar a velho
Também tem a sua magia,
Tentar viver bem sem arrelia
É equilíbrio magistral, fantasia. 
.
O caminho é sempre em frente
Por vezes com o coração nas mãos,
Não temos outro remédio, senão
Aguentar esse grande caldeirão.
.
Se te arrelias por tudo, e por nada
Então és um chato sofredor,
Tens de aguentar tudo sem pudor
Ser velho é alegria, mas também é dor.
.
Funchal, 12 de Fevereiro de 2024
Cecília Pestana


23 - CAMINHOS ESQUECIDOS
Agora não...
Não olharei o que ficou para trás
Esqueci, sem perceber, o meu passado
O tempo já passou... 
É letra morta
Na sombra espalhada pelo chão
Deitou-se a saudade a meu lado
Vivo o inverno dos meus dias
A chuva... mas também a tempestade
O presente... e a minha perdida felicidade
Foste o meu carinho oblíquo
A palavra ardilosa enganando a alma
O avesso das promessas sem futuro
A mentira dentro da verdade
Agora não...
Já não tenho tempo
Para percorrer os caminhos esquecidos da minha mocidade
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


24 - SOMBRA
Eu sou a sombra
Sou corpo já doído e rejeitado
Desenho apagado em contramão
Existo sem existir
Apago-me sem a luz que vem de ti
Sou contorno do desenho imaginado 
Esquecido no caderno esborratado
Sou só sombra na paisagem 
Sem esquisso nem imagem
Sou corpo envelhecido
Esquecido p'la vida
Sou a sombra já perdida
Vivendo  sem destino, à deriva
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras 
Direitos de autor reservados


25 - DAS FESTAS À SOLIDÃO 
.
Há muito muito tempo
Nem sei ao certo a minha idade
No princípio caminhei a quatro
Foi o andar de gatas
Era eu uma criança 
De onde vim eu não sabia
Nem imaginava para onde ia…
.
Depois foi o caminhar de pé 
Aprendi a seguir em frente 
Com meu sonho e minha fé…
.
Foram muitas viagens pela vida fora 
Estradas de luz e de sombras
Caminhos de ilusão 
Curvas desilusões 
Amores e desamores…
.
Tive sorte e fiz algum dinheiro
Tive tantos amigos
Da bola do trabalho dos copos
Tantos que eram à volta da mesa
Nas festas…os exageros…
Amigos era coisa que não faltava…
.
Mas a vida dá as suas voltas
Veio a doença e a velhice 
A solidão 
Desapareceram os amigos
E agora caminho só 
Apenas com a minha bengala
Meu apoio e confidente
Ninguém me faz companhia
Nem consola…
.
Tiló Henriques


26 - Agarro-me à bengala...
Agarrado àquela bengala
Sofro por não ser independente
Na Pista já não faço gala
Da dança... Não fico contente
Mas a idade não perdoa
Nem perdoa o passado
É a vida nem que me doa
Que me tirou o momento amado
De vez em quando vem a lembrança
De tudo o que fui e fiz na vida
Ainda hoje tenho a esperança
De fazer uma dança bem sentida
E tu que me vês desta maneira
Diz-me lá se és assim como eu feliz
É que eu gosto da brincadeira
A teu lado foi o que sempre quis
Armindo Loureiro


27 - VELHICE
.
Aparecem agora as rugas
Com cabelos brancos a realçar
Na cor dos olhos esmorecidos
Reflete a vida que tivemos de levar.
.
Nas rugas vincadas pelo tempo
A vida é uma luta constante
Sofremos, rezamos, choramos
Nos intervalos temos de dançar.
.
Ai doce juventude esvaída
Na dura vida de tanto labutar
O tempo nada perdoa
A velhice não tarda a chegar.
.
Temos de viver intensamente
Cada minuto com saúde e vaidade
Transformar cada momento
Como se fosse o último a respirar.
.
A velhice tem um posto
De vivências e experiências
Todos somos diferentes
Os velhos temos de os respeitar.
.
Somos dignos do amor,
Compaixão e do perdão
Quem não ama os seus velhos
Um dia irão purgar.
.
Lutamos uma vida inteira
Por uma sociedade mais justa
Quando chegamos à velhice…
Ai Deus, é um autêntico desprezar!
.
Cecília Pestana


28 - CICLO DA VIDA
*
Na curva da nossa vida
Com tanto ciclo a passar
Estamos todos na corrida
Sem saber onde vai dar.
*
Quando estamos no crescente
Não nos lembramos de nada
Já no pico tudo sente
Começar outra jornada.
*
Esta agora é descendente
Começam os problemas
Para alguns é deprimente.
Com as doenças por temas.
*
Pois o desgaste natural
A que todos estamos sujeitos
Traz a muitos muito mal
Sendo difícil andar direitos.
*
O Outono da vida chegou
Aproxima-se o Inverno
Se a doença atacou
A vida é um Inferno
*
Todo o auxílio é pouco
Três pernas vão ajudar
Porque neste mundo louco
Nem nos podemos queixar.
*
Alda Gouveia

05-02-2024

28

1 - Estranha arquitetura!
Que estranha esta arquitetura!
Alguém, sobre ela caminha
Sem ter medo da clausura
Vai feliz para a aventura
Bem tranquila e tão sozinha.
Tantos círculos na teia
Suportados pelos canos
Mas o silêncio norteia
Minha mente ali vagueia
Curiosa sem enganos.
Quem será esse arquiteto
Desta teia algo enigmática?
Pois será tipo discreto
Ou um criativo inquieto
Com pura alma carismática?
Conjeturo mil visões
Arte moderna aqui vejo
Tão repleta de ilusões
P’las variadas seções
Onde clareza ampla almejo.
Sem encontrar solução
Só me resta assim sonhar
Que essa estrada no fundão
Me dê pois qualquer visão
P’ra sorrir e a decifrar.
...
Mary Lai (Cidália Teixeira)


2 - "O prédio em caracol" 
Não sei como é que não imaginei
Aqui uma escada rolante
Que me acalmasse bué bem sei
E me fizesse cócegas naquele instante.
Diria que não morra até lá chegar
Aquele patamar que tinha o lançamento
Queria ver o livro que ias lançar
E escutar tua versão naquele momento.
Delirei só de pensar que era esse o dia
Aquele que te mandei enaltecer
Pedi para que fosses com magia
Dar aquele dia uma alegria e bom viver.
Correu tudo muito bem obrigada
Foste um génio da declamação
Estavas linda e tão empenhada
Sorrindo para toda aquela multidão.
Lurdes Bernardo 


3 - Depois, duma visita ao planetário
Olhando os astros de lés a lés
Senti haver uma via prioritária
Por instantes, esqueci os pés!
.
Acessível a mim e à maioria
Com parcos recursos a usar
A bicicleta a andança permitia
Com muita energia, sem poluir o ar!
.
Numa enorme nave espacial
Viajando até outro planeta qualquer
Ser disfrute para comum mortal
Quando vulgar passeio houver!
.
Na terra, já tudo visto e explorado
E se procure o avido sossego
A violência exercida em todo lado
De viver de verdade, se sinta medo!
.
O homem não para, de inventar
Para chegar, mais e mais além
Há vezes, para a humanidade ajudar
Outras, para que não sobre ninguém!
.
São Pereira


4 - Uma construção
Solitária eu ando p'lo caminho
Ao encontro d'alguém que me proteja
Vejo esta arquitetura em desalinho
À procura de alma benfazeja!
A esquadria foi então pensada
Com arcos redondos em simetria
Não seria assim tão desejada
Labirinto de oculta analogia!
É de uma arrepiante altitude
Talvez e assim, terá alguma virtude
De turistas a contemplar o céu!
Com voltas e muita reviravolta
Chegarei ao final  com revolta
Afinal, encontrei aquilo que era meu!
Maria Graciete Felizardo



5 - Estrutura
Parada na ponte a olhar a estrutura
Surpresa a alma nem quer acreditar
Onde estaria eu, ali, assim insegura?
Dali quero sair ... Tinha o peito a arfar.
Num poço com andares, que loucura!
Continuo, bem no meio, a observar
EUREKA! Será correta a leitura?
Estacionamentos vislumbrar.
Não sei como no espaço me encontrei
Lá de cima a luz me beija tranquila
Explorar o edifício tal façanha.
Tão delirante, a armação perscrutei
P'los pisos andei e meu ser rejubila,
Nada ali vi nesta teia de aranha.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


6 - Anh Nguyen tem a resposta
Anh Nguyen tem a resposta
Fotografou este tal local
Misteriosa esta proposta
Anh Nguyen tem a resposta.
Grande estrutura aqui algo exposta
Pura arte tão fenomenal
Teia de ilusão e virtual
Projeto em que alguém tanto aposta…
Anh Nguyen tem a resposta
Fotografou este tal local.
...
Mary Lai (Cidália Teixeira)


7 - ATÉ TER AS BOTAS RASAS 
.
"Todos os caminhos vão dar a Roma"
Esperançada acha que sim, que vão,
Depois de tanto tempo na redoma;
Só almeja encontrar a direção!
 .
Aspira a sensação do novo aroma;
Paira onde? -Só lhe cheira a solidão!
A vida tão rosa -"Não se conforma!" 
Só trouxe o sabor acre da prisão!
.
Sempre fora assim -Nunca tivera asas!
Sente hoje, como as vazas numa cartada 
Que o tempo, esse jogador lhe ganhou!
.
Não! -Não pode viver desenganada;
A estrada que a mocidade roubou
Palmilhará, até ter as botas rasas!
.
RAADOMINGOS


8 - Sobre a arquitetura cilíndrica, a ponte se ergue,
Em perfeita simetria, como um arco que deluge,
Ligando destinos, unindo passados e futuros,
Percorrendo distâncias, entre céus e monturos
***
A ponte em arco, majestosa e imponente,
Sobre a estrutura cilíndrica, um feito eloquente,
Onde o tempo parece parar, em silêncio celestial,
Um símbolo de engenho e beleza, obra magistral.
***
Por suas quatro quadras, a jornada se estende,
De um lado ao outro, o horizonte se rende,
À grandiosidade da ponte em sua perfeição,
Como um poema rimado, em pura admiração.
@Carmen Bettencourt !


9 - "Estrutura fria" 
Que soturno espaço este
Em circuitos tão escuros
Mais parece um poço agreste 
Num edifício aos furos.
Círculos deveras agressivos
Em cores tão desmaiadas
Em vez de belos postigos
E janelas grandes e arejadas.
Estou no último patamar que cruz
Neste gargalo redondo tão fundo
Andares em patamares sem luz
Neste mausoléu de fim do mundo.
Olhando assim em espiral
Este edifício em caracol
Não me podem levar a mal
Jamais viveria aqui sem sol.
Lurdes Bernardo 


10 - MUNDO TENSO
.
Que foto tão estranha
Esta que tenho à frente
Tirada da ficção, não se entranha
Não sei o que dizer, somente.
.
Que seja uma imagem de ficção
Filmes estranhos com enredos
Entre os labirintos da ação
Narram-se horrores e medos.
.
Horrores dos tempos modernos
Ameaças e ações de guerra
Não gosto dessa ficção, somenos
Na verdade, em mãos temos guerra.
.
Acho que disse o que penso
Deste mundo tão imundo e negro
Desejaria viver, mundo menos tenso
Sem paz, sem amor, não me alegro.
.
Funchal, 5 de Fevereiro de 2024
Cecília Pestana


11 - NUNCA VI UMA COISA ASSIM
.
Será que esta ponte tem fim?
Nunca vi uma coisa assim
Atravessa-la seria uma aventura para mim
Quem sabe se será para o outro mundo trampolim
.
E se eu na ponte fizesse um festim?
Embora ela não fosse feita por mim
Enfeitava-a com flores do meu jardim
E a todos/as oferecia um delicioso pudim
.
Era degustado com um cheirinho a jasmim
Havia animação até nunca mais ter fim
Tudo isto está a ser sonhado por mim
Porque não sou um mãos largas assim.
.
José Martinho


12 - Quando penso não consigo imaginar
Que  é isto com uma estrada lá no fundo
Será moderno ? ou do antigo o mais profundo
Para  aqui dentro em segurança se andar?
**
Se fosse eu nesta estrada a passear
Nunca iria olhar para a estrutura
Para não me estontear com a altura 
Só no Céu iria pôr o meu olhar
**
Com certeza haverá uma saída
E um mundo lá fora para gozar
Aqui dentro pareço sufocar
Porque estou de liberdade carecida
**
Quero ver gente , movimento , rir , falar
Quero ver o sol sem grades que o ofuscam
Quero ver as aves quando o alimento buscam
E com certeza não será neste lugar
**
Quero ser feliz sem arames nem estruturas
Quero um mundo de liberdade e sem prisões
Quero gritar a plenos pulmões
Vamos ter Paz e ajudar as criaturas 
Gertrudes Dias


13 - No horizonte, vislumbro uma arquitetura esferoidal,
Uma travessia desafiadora, um convite surreal 
Passo a passo, curva a curva, sigo em direção à meta,
Explorando esse universo arquitetônico tão completa.
**
Em cada caminho, curvas projetadas com precisão,
Atravessando salas, corredores, numa dança de ilusão 
A esfera me envolve, me guia por seu labirinto,
E a cada passo dado, descubro segredos em seu recinto.
**
A travessia é desafiante, mas repleta de encantamento,
Nessa arquitetura esferoidal, de forma única e hipnotizante, seu encanto,
E quando finalmente atravessar essa esfera misteriosa,
Guardarei em memórias a magia dessa experiência grandiosa.
@Carmen Bettencourt !


14 - POSSO TENTAR ADIVINHAR
.
Confesso que muito gostaria
Escrever sobre esta realidade
Pode ser que venha a saber um dia
Mas hoje não sei de verdade
.
Posso tentar adivinhar
Mas não costumo ter sorte
Esta estrutura se calhar
Nas feiras já foi o poço-da-morte
.
Se foi, está bastante modificada
Em cima tem uma abertura
No meio vê-se uma estrada
Feita com boa envergadura
.
Não há dúvida que tem a sua beleza
Por muita gente deverá ser visitada
Dela não sei nada é uma tristeza
Nem para onde vai a sua estrada.
.
José Martinho.


15 - A Ponte D’Uma Esfera
Não sei como descrever!
A imagem de ter que ver…
uma mulher destemida
leva às costas uma mochila
servindo-a em contrapartida.
Caminha descontraída 
passo a passo sobre uma ponte
d’uma  esfera… esquisita 
que mais parece um funil
para a água repartir…
Ligeira … e sem medo…
se o tem? Guardo-o em segredo.
Este lugar é um degredo!…
Fez o homem tal façanha…
a arte d’engenharia tão estranha!…
5 Fevereiro 2024
Graciete Lima


16 - RUAS SEM CARROS
.
As grandes cidades estão sem espaço
com tantos carros na rua
e para eles não há espaço…
e as pessoas têm de contornar o passo…
.
Lembraram-se os inteligentes
de parques na horizontal criar
grandes edifícios emergentes
servem para os carros arrumar…
.
É de facto muito prático
até parece poço iniciático
não tem estilo gótico nem exótico
mas é sem dúvida pragmático…
.
Será uma bela ideia
tornar as cidades mais bonitas
espaços para parques e jardins
para de flores ficar cheia
e receber visitas e turistas
e levam a cidade na ideia…
.
Tiló Henriques


17 - A VIDA É UMA ESPIRAL
.
A vida é uma espiral…
passamos tantas vezes
por situações semelhantes
mas diferentes…
e sempre acaba um ciclo
e outro recomeça
e parece que tem pressa
para evoluir no estilo…
.
E a vida vai subindo
mas a nós parece descendo
temos tanto para aprender
na vida a surpreender…
A vida é um poço iniciático
com espirito carismático…
.
Afinal o que é que realmente importa?
Ao amor e aos afetos abrir a porta…
.
A vida é uma espiral
despir o material…
Essa é a espiral que leva ao céu…
Nada trouxemos a este mundo
e nada dele levamos
a não ser o que damos…
.
A vida é uma espiral
neste espaço sideral
esta passagem é mortal
mas o sentido é multidimensional
de origem e fim divinal…
.
Tiló Henriques


18 - PERDIDA NUM LABIRINTO!
*****
Imagem não sugestiva
Mas é isso que eu sinto
Se a memória me aviva
Não tem nada que cativa
Talvez seja um labirinto!
*****
A subirmos e a descer
Vamos cumprindo a sina
Mas convém-nos perceber
Que não nos devemos perder
Como parece essa menina!
*****
Talvez ande baralhada
Sem saber dali sair
Mesmo se ao mundo brada
Não lhe adianta a chamada
Pois ninguém a vai ouvir!
*****
E assim naquele fosso
À mercê da sua sorte
Como que num calabouço
Vai-se entrando em alvoroço
Para o poço da morte!
****
Quando nessa solidão
Sem saber desse seu fado
Vai sofrendo o coração
Porque se em tal situação
Eu saía dali …borrado!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


19 - SERÁ REALIDADE...?
No túnel inquieto da vida
Percorro esta estrada desconhecida
Envolta por altas muralhas
Já não sei quem sou...
Onde estou..?
Interrogo-me pensativa 
Tudo é escuro e cinzento 
Como um lamento, minha voz ecoa
Batendo nas paredes de aço do meu existir
Como cheguei a este estado.?
Interrogo-me sem saber
Que faço aqui...? 
Será realidade...
Ou um sonho magoado?
Perdida neste labirinto sem saída
Invoco os Deuses da vida
Para de novo saber olhar e sorrir
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


20 - ESTRANHA CONSTRUÇÃO
O que será que define esta construção?
O que teria o arquitecto em sua mente? 
Algo que fosse talvez grande inovação 
Um projecto que se mostrasse diferente? 
A curiosidade era grande, que despertava
Toda a gente ficava bastante admirada
Será um fosso?... Quem via perguntava:
O buraco fundo, que no meio tem estrada.
A construção redonda tem uma entrada.
Por ela entrou uma pessoa, que deve sair? 
É obra que foi feita, com certa intenção. 
São as tecnologias modernas que do nada
Fazem as estranhas arquitecturas surgir.
Prodigioso é o ser humano e sua involução
CELESTINA ESTEVES


21 - O que será ?
**
Eu não sei porque razão
Hoje quero e não consigo
Por no Alentejo ter vivido
Estou longe desta noção
Se surgir ocasião
Vou pedir esclarecimento
Há -de chegar o momento
Que para mim se faça luz
Se a isto me propus
Sem saber não me contento
**
Alguém me irá dizer
O que a imagem significa
Estou na expectativa
Sem saber o que escrever
E quando compreender
Não vou por aqui ficar
Quando o mistério desvendar
Vou a foto descrever
Estar aqui é um prazer 
E mais logo vou voltar 
Gertrudes Dias


22 - Sobre o rio serpenteia a ponte em espiral,
Em caracol, obra de arte, desafia o banal.
Arquitetura que se curva, que dança com o vento,
Um convite ao encanto, um convite ao pensamento.
*
Suas curvas sinuosas, um abraço ao horizonte,
Conectando passado e futuro num instante ponte,
Em cada curva, um segredo, uma história a contar,
Sob o céu estrelado ou o sol a brilhar.
*
Ponte de sonhos entrelaçados, arquitetura única,
Sob seus arcos e pilares, a vida se multiplica.
Em cada passo dado, um novo olhar se revela,
E a ponte em caracol para onde ela anseia nos leva  e revela,
*
Que as ondas do rio sussurrem poesia aos passantes,
E que a ponte em espiral siga tecendo instantes,
Ponte que atravessa o tempo, em forma de espiral,
Um convite à aventura, um portal para o celestial.
@Carmen Bettencourt !


23 - Percorro caminhos com a bússola do coração 
O tempo passa por mim em redemoinhos
Deixo-me levar no colo do vento devagarinho 
Para frente, rumo ao futuro com fé e devoção 
Às vezes tenho medo, dos lugares escuros
Atravesso veredas, galgo montes e muros
Em intermináveis caminhos, vejo um tunel
Olho para o alto, meus olhos enchem-se de céu!
Sigo confiante o rumo das estradas curvas
Em cada curva uma despedida, não olho para trás 
Danço no dorso do vento, bebo a água da chuva
Na mala os sonhos, um ramo de violetas e paz!
Não sei o que o futuro reserva, o que irei encontrar 
Ah, mas nas asas do vento, deixo-me embalar!
 - Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06



24 - PALÁCIO DE GELO
Levei-a e foi passear
Mas pouco quis falar
Durante toda a viagem
Por mais que a sondasse
E mil perguntas lhe fizesse
Nada disse sobre a imagem.
Remeteu p'ro coração
E disse-lhe de raspão
Quebra lá esse galho
Não estou com paciência
Pra desvendar a ciência
De tão elaborado trabalho.
Lembras o palácio do gelo
Olhando pra ti, faz apelo
À memória de um passeio
Quando em ti eu entrei
Com tudo me deslumbrei
Sem falar do teu asseio.
Podes palácio não ser
Nem tão pouco gelo ter
E o calor em ti abundar
Só sei que és obra bonita
Onde mão de homem habita
E no que faz, faz brilhar.
Um dia quero a ti voltar
A esse Viseu de encantar
Que tanto me fascinou
Ver teus repuxos de água
E esquecer toda a mágoa
Q'o tempo em mim deixou.
#MariaGouveia#


25 -   A ESTRANHA IMAGEM
Não sei se chore ou se ria
Perante a estranha imagem
Que vejo na fotografia
Não sei se tenho coragem
De escrever uma poesia
Ou tiro da foto vantagem.
Não faço qualquer ideia
Do que isto possa ser, 
Mas não é uma coisa feia
Custa-me muito não saber 
Até já sinto cefaleia
Por isto estar a acontecer.
Mas, juro, não vou chorar
Antes que algo mais conte
Vou melhor observar
Meus olhos veem uma ponte
Vai uma jovem a andar
Talvez para uma direção aponte
A ponte é um elo de ligação
Muito importante para ignorar
Pois estabelece uma  união
Quando ao fim da ponte chegar
A jovem com determinação
Terá encontrado o seu lugar.
Já não estou incomodada
E o meu texto realizo
E fico mais descansada
De saber o que é não preciso
Vou cumprir a tarefa dada
Com satisfação e um sorriso.
5 de fevereiro de 2024
Fernanda Simões Mendonça


26 - Não gosto de alturas
Queria ser ave e voar
Lá em cima em liberdade
E ter a capacidade
Desta estrutura escalar
Mas não quero mais estar
Onde a angústia me invade
**
Nesta estrada a vaguear
A par com ferro e betão
Onde já  a solidão
Se instalou neste lugar
Preciso do meu bem -estar
E sair desta ilusão
**
Vou -me afastar das alturas
Como este tonel redondo
Pela sensatez respondo
Por estradas menos duras
Vou deixar as aventuras
E outra viagem compondo
**
E lá longe digo adeus
A invulgar monumento
Mas outra vez já não tento
E agradeci a Deus
Todos os ais foram meus
Sozinha neste tormento 
Gertrudes Dias


27 - TORRE MODERNA 
Uma torre moderna...
deixemos o antigamente
num mundo onde a ciência vence!
Rodeados de betão
Já nada nos admira...
nesta torre não entra a luz do dia
fica abaixo da linha do mar
mas o certo com esta guerra
todos vão gostar dela!...
Subterrados neste subterrâneo
Já não há ninguém para matar!...
Será!?
Não sei...vai sempre vencer o maior!
Vão os Países guerrear;
qual tem mais cientistas
para poderem escapar
a esta carnificina!?...
Quem conseguir inventar
monumentos como este
muito terá que trabalhar!
Pensam sem pensar
que para poder escapar
é preciso ir viver para debaixo de terra!...
Arcas gigantes com casais de cada espécie
já ficou para trás... agora ou vão pelos ares à procura de outros planetas
ou ficam debaixo de terra!...
Vamos ver muitos planos
vindos de todos os lados;
todos os Países com propostas
mas só alguns consegue escapar...
...fugir a toda esta carnificina 
quem fôr viver em poços habitáveis!
E, assim, as guerras crescem...crescem...
porque onde houver mais que um homem, vai haver sempre a inveja de este ter mais que o outro, e o outro que o outro, e não vai haver nunca paz!
A guerra vai continuar...
...vai abafar todas as consciências!
O ciclo vicioso nunca vai acabar
Vai continuar...
vai continuar enquanto houver mais que um homem na terra!
E, neste planeta, vão continuar a matar
vão continuar com a carnificina!
Porque "a galinha da vizinha é melhor que a minha"!!!
Autora
Irene Matias


28 - Caminho inóspito
sem vida dentro
da própria vida
onde tudo é negro e triste... 
sem o perfume da flor
nem sinais de amor 
sem o calor do Sol 
nem seu explendor
sem o belo arrebol
nem céu estrelado
sem luar apaixonado
nem o lindo alvorecer
sem o cantar dos pássaros
nem concertos, ao longo do dia
sem voos em sincronia 
nem romântico entardecer 
sem nada a acontecer
nem folia, nem alegria 
sem cansaço para dormir 
nem sono para sonhar 
que ao bom caminho
se vai voltar... 
aquela outra vivência 
nobre e natural
onde os sentimentos 
e todos os afetos
são uma constante 
e não esses Seres
desvirtuados e vencidos 
pela importância 
do poder material. 
O humanismo 
esgotou se 
a criar um mundo
de existência 
artificial! 
.......... 
maria g.


JANEIRO

29-01-2024


28

1 - A serra florida 
**
Sempre em comunhão
Com a Natureza
A serra transmite
Encanto e beleza
Só na aspereza 
Do fogo ou calor
Ela se reveste 
De lágrimas e dor
**
Tem o roxo dos lírios
Branco o malmequer
A beleza da serra
Imita a mulher
A paisagem requer
Dom de realeza
Luz em esplendor 
Linda a Natureza
**
Sempre em ziguezagues
A estrada é matreira
Segue em labirinto
E sobe a ladeira
Do alto vou vê -la
Seja a qualquer hora
Na luz verdadeira
Que á serra aflora
**
Gertrudes Dias


2 - FOGO POSTO
Fogo posto
serpenteado
surpreendente
gritante
imagens diferentes
queimadas
filtrantes
de noite ou de dia
choras... não sorris...
blasfémias indignadas
serras com seus brilhos apagados
carecas, sem remissão
florestas desertas
sem casas
sem paisagem...
...sem amor, porque esse lhe foi roubado!
Castigo
permanente
desventura de outrora
ventura desperdiçada
nas mãos do demo enterradas
sofrimento abstrato
rosto crispado
olhar demente,
mas consciente.
Já há muito existente 
está este chão queimado
desvirtuado
pelo veneno enfermo
sem cura...
... amaldiçoado!
Curva contra curva
perigoso
no verão escaldante
danificado
no inverno encharcado
dilúvio
caudais esgotantes
ribeiras
rios de grande porte 
descem por caminhos sinuosos
cheios de lama e sangue
cobertos de folhas secas
queimadas 
amargura
desenganos!!!
Autora
Irene Matias


3 - A montanha
Olho a montanha gelada e tão fria
Rio serpenteia veloz p’la encosta
Neve, por entre árvores, vigia
O sol espreita e o tal nevoeiro a aposta.
Pinta a imagem de matizes que ardia
Saindo vapores fluidos da crosta.
Vivem-se momentos de alva magia…
Por fim, minha alma fica sem resposta.
Revivo os instantes, tão fascinada!
Penso nos meandros da vida incerta
Carregada de obstáculos diversos.
Deslizo p’la montanha acelerada
Pista não se vê, de neve encoberta…
Depois… Vagueio em pensares dispersos.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


4 - Postal
Magia e fantasia 
Tem a fotografia 
Dando a sensação de um postal!…
Há neve na floresta
Caiu sem pedir licença 
Dando as boas-vindas ao Natal.
Algures numa cabana
Escondida entre a rama
Elfos trabalharam sem parar 
Desbravaram um caminho 
Apenas com um ancinho 
Para o Pai Natal passar.
As renas admiradas!
Que por ali estavam a pastar
Fizeram uma reunião 
Arranjando uma solução 
A fim dos Elfos ajudar.
E o caminho terminar.
Juntos com determinação 
Convidaram o Pinheiro alto
O Elfo d’um planalto
Para transformar o caminho
Sem terra nem rosmaninho 
Numa estrada de asfalto.
Assim o Pai Natal passaria.
Com o trenó a cem à hora…
Chegaria no tempo certo 
Ai os pedidos no teto!…
Num belíssimo céu aberto
Deslumbrante Bela Aurora.
29 Janeiro 2024
Graciete Lima


5 - ENTRE CURVA E CONTRA CURVA!
(3º Poema)
*****
Entre curva e contra curva
Ainda vai cheirando a fumo
A nossa visão se turva
Mas vamos seguindo o rumo!
*****
A serra está devastada
Ardeu o eucaliptal
De negro agora pintada
Chora assim meu Portugal.
*****
Há um verdadeiro contraste
Entre o antes e o após
Entre o verde e a escuridão
*****
Há tristeza quanto baste
Vai-se-me embargando a voz
E os meus olhos chorarão!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


6 - OS DOIS CAMINHOS
.
A vida tem esta dicotomia
Caminhos de Luz caminhos de trevas
Quando a poesia escreve linhas de breu
De dor de cinzas e nuvens escuras
E também caminhos de Paz alegria e Luz…
.
Os caminhos da noite e escuridão 
Mascarados de felicidade
As vezes estes caminhos parecem fáceis 
São caminhos que oferecem o ter e o prazer
Te prendem aos vícios 
E parecem fáceis de percorrer 
Mas no final se cai num grande vazio
E a dor e as lágrimas são um rio…
.
Discernimento é saber escolher o caminho
Os caminhos de Luz parecem pedregosos
E parecem bem mais difíceis 
Exigem deixar mochilas pesadas
Arriscar saltar da montanha dos teus pecados
Descer um rio e libertar-se
De serpentes de afetos doentios 
Mas as estrelas te iluminam
Vais- te conhecendo a ti próprio 
Abandonaste nos braços da misericórdia 
Aprendes que és único
És amado
Te aceitas como tu és 
E fazes adesão livre a ser livre
Fazes o teu caminho interior
Onde encontras e abraças o amor…
.
Tiló Henriques


7 - Caminho novo e sinuoso
entre esqueletos erguidos
sem viço e cheiro a morte... 
entre tristeza, as cinzas
por esse chão que é seu 
todo o verde valioso
num hora, se perdeu. 
Outono promete, inverno 
com chuva tão desejada
caindo pela floresta 
e todo a terra ressequida. 
Primavera anunciada
pelo florescer da giesta 
que ladeia nosso caminho... 
faz brotar de novo vida
numa alegria sentida
a natureza faz a festa! 
...........
maria g


8 -  TRILHOS
.
Em terra gelada quem tem trilhos é rei!
Ficariam isolados de tudo e todos
Como caçavam e andavam -não sei!
Imagino como seria a vida daqueles povos!
.
Galinhas teriam nas copeiras  - é de lei!
Uns patos, codornizes e muitos ovos,
Vacas, cabras... dizer : " eu aramei"
Por causa dos ursos, linces e dos lobos!
.
Não é fácil viver no inverno em tal região 
A sobrevivência é dura e requer improviso
O lar faz-se do corte das árvores no verão;
.
Têm da natureza tudo o que é preciso 
É a passagem do testemunho do ancião;
Agora é viver cada dia com o próprio juízo!
.
RAADOMINGOS


9 - “Inverno rigoroso”
Quis sentir a diferença, desses momentos solarengos
Perceber porque chega a nostalgia
De alguns sítios, que mais estimas e guardas. 
Mas ainda continuo sem perceber
Porque lentamente se sente também um frio na alma.
A natureza é benta de fragrâncias de leitosos ribeiros, 
Rios desaguando.
No inverno tudo é tão diferente 
Formam-se cascatas e quedas de água acentuadas, 
As florestas, densamente plantadas enfrentam nevões, 
Onde só os limpa neves, desimpedem estradas.
As cores são garridas embora escurecidas pela ausência do sol.
Somente os animais nas suas tocas escondidos, 
De pelos bem acobertados conseguem resistir às temperaturas elevadas
Que se fazem sentir em Monte Carlo.
O rali chegará para percorrer todos estes asfaltos e curvas acentuadas.
Mas é o sol que virá para dar vida a esta natureza morta, 
Fria e escurecida, mas que a neve faz brilhar 
Dando uma brancura que cintila, 
Mas que ainda não é garantia de umas férias neste lugar.
Lurdes Bernardo


10 - DOCE SILÊNCIO
Deixa-te ficar no doce silêncio
Neste tempo frio
Neste frio Inverno
As montanhas estão nuas de alma e de gente
Só fica ao relento
Quem está carente
Deixa que os meus braços sejam as tuas ruas
Serpenteando teu corpo como constritores
Serei o teu fogo no frio da noite
No doce silêncio afago teu corpo
Ateando o amor liberto de dores
Deixa-te ficar no doce silêncio
Não quebres a magia deste sentimento
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


11 - SOU AQUILO QUE QUISERES 
Sou estrada e sou rio
Sou calor e sou frio
Sou aquilo que quiseres
Sou montanha sou floresta
Ou até o que não presta
Se assim o interpertares.
Sou vale onde corres em mim
Talvez porque gostes assim
E nem te importes se eu gosto
Deixo correr a tua vontade
Não importa nossa idade
Nem quando vem o Agosto.
Corres entre os matagais
E nem ouves os meus ais
De tão cheio que vai teu ego 
Tens pressa de chegar ao mar
Abro-me e deixo-te passar
E eu...nem ao lago chego.
Tanto era o nosso brio
Tu, um vale, eu, um rio
Em perfeita harmonia
Tu sem mim nada és
Estou sempre a teus pés 
Mesmo q'nos falte alegria.
#MARIAGOUVEIA#


12 - .CHORO FEITO MAR
Choram meus olhos de tristeza
Choro violento feito mar
Olhei à minha volta e reparei
Em tudo o que a natureza tem para dar
Na beleza eternamente concedida
Da qual usufruimos sem gratidão
Destruindo as florestas e os mares
Numa fúria consumista sem perdão
Chorei
Por todas as guerras praticadas
Na ganância do poder e ambição
Pelas vidas dos povos mutiladas 
Num crime odiondo e sem perdão
Chorei pela crianças amputadas
Da infância, de pais e de País
Por todas as lágrimas derramadas
Numa guerra absurda e neretriz
Chorei a inocência e a bondade
Perdidas neste tempo sem justiça
Chorei a ignorada felicidade
Num mundo de horrores e de sevícias
É meu choro, pranto rouco feito mar
De dores semeado em tempo estéril
Neste mundo cruel de ditadores
Chorei por todos nós, a perdida humanidade
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


13 - SÓ EU
Só eu...
No tempo sem pressas
Na dormência das horas 
À espera de ti
Nas altas montanhas, nascente de rios
Em dias cinzentos de chuva e de frio
Acalentei o sonhoj nos Invernos frios de neve e geadas
Protegi-te em meus braços nas noites sem luz
Segui teus passos
Dei-te o meu calor
Só eu
Arderei no fogo que me irá queimar
Cumprindo a promessa de te proteger
Porque este amor que me invade a pele
É filho do sonho de tanto te querer
Nas alvas manhãs quando é duro o chão
Dar-te-ei inteira, alma e coração
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


14 - Vejo o rastro sinuoso na montanha escurecida,
Como uma serpente que dança na sombra da vida.
Um enigma se revela na imagem que se agiganta,
E no serpenteio escuro, há uma história que encanta.
*
Como as serpentes que se movem com destreza,
Assim também avanço, com coragem e firmeza.
Nas montanhas da vida, onde o mistério se entrelaça,
Sigo adiante, desvendando cada sombra que embaraça.
*
Serpenteando no escuro da montanha,
Em silêncio, desliza a serpente traiçoeira.
Seus olhos brilham como estrela estranha,
Na escuridão, sua presença é verdadeira.
*
Camuflada entre pedras e folhas secas,
A serpente desliza com passos de segredo.
Nas dobras da montanha, ela se arqueia e trepa,
Mistério e perigo é o que traz em seu enredo.
*
O escuro não esconde sua astúcia e veneno,
A serpente na montanha é rainha do mistério,
Seu rastro é como um enigma, sem terreno,
Mas sua presença é marcante, sutil e sério.
@Carmen Bettencourt !


15 - Gosto das alturas
**
Eu não sei porque razão
A serra me surpreende
Onde um caminho defende
Sua grande imensidão
Suas curvas aí estão
Para não subir a prumo
Quando ao mais alto rumo
Pasmo de tanta beleza
Do provérbio há uma certeza 
"Não há chama sem ter fumo "
**
Nas curvas e na altura
Desta estrada perigosa
Há muita gente que goza
E se lança á aventura
Em corrida louca e pura
Disfrutam da liberdade
Com garra , sempre á vontade 
Vão da serra disfrutar
Ao escolher este lugar
Testam a capacidade 
**
Da serra á sua beleza
Nunca são indiferentes 
Em festa , rumam contentes 
De encontro á natureza
Há da estrada a dureza
Mas ficam a meio caminho
A comer o seu lanchinho
É um dia bem passado
Com flores mesmo a seu lado
E ao fundo um ribeirinho
Gertrudes Dias


16 - ESTRADA SINUOSA
.
E no emaranhado da vida
Percorremos o mundo à distância,
Entre curvas e contracurvas
Vamos vivendo a circunstância.
.
Por mais que possamos correr
A vida tem caminhos sinuosos,
Entre curvas e contracurvas 
Vamos vivendo mal e ansiosos.
.
No emaranhado da vida
Temos coisas boas e muito más,
A vida dá mesmo muitas curvas
É escolher aquela que nos apraz.
.
Funchal, 29 de Janeiro de 2024
Cecília Pestana


17 - ESTRADAS SINUOSAS 
Percorri os cantos secretos do tempo de lés a lés
Desbravei caminhos por entre as montanhas frias
Imaginei nascentes de água onde molhei os meus pés 
A primavera em cores durante essa minha agonia
Adormeci assim como a natureza, no tempo anunciado
Numa espera… o ciclo das estações assim ensina
Num estuário de amor, somos rio vasto e mar bravio 
Adormeço no teu regaço ao som da tua voz, sorrio
Abraça-me, amor, o tempo é tão breve e engana
Suspiro as noites frias, amar-te tanto é minha sina
Sigo em frente… nas estradas sinuosas da vida
Num recanto qualquer, espero-te, adormecida . . .
Nos beirais do firmamento reclino a esperança 
Desfila sob os meus olhos, o tempo cheio de graça 
Vejo andorinhas rasgando o azul do céu, a ir e voltar
O frio quente de inverno, o tempo perfeito de amar!
- Fátima Arede 
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06


18 - NOS MEUS TEMPOS DE ATLETA
.
Muitas vezes passei por aqui
Nos meus tempos de atleta
Com uma bicicleta esta serra subi
E cheguei sempre lá em cima à meta
.
Como se vê, tem curvas muito apertadas
Ao nelas passar tinha que ter muito cuidado
Não podia dar umas fortes pedaladas
Caso se as desse poderia cair para o lado
.
Gostava muito mais de a subir
Do que propriamente a descer
Subi-la fazia-me rir
Descê-la fazia-me tremer
.
Mas quando se é ciclista
Pelas estradas temos que pedalar
Esta está em bom estado parece uma pista
Existem outras que se estão a degradar
.
José Martinho.


19 - UMA AVENTURA NA SERRA 
Entrei na aventura, de fazer uma longa viagem. 
Era inverno, o frio era muito denso e gelado. 
A montanha aprentava à vista uma bela paisagem. 
Os pinheiros eram bordados com manto de neve rosado. 
As estradas tinham curva estreitas, acentuadas. 
O piso era muito escorradio, mantinha-se
coberto de gelo. 
Como visitantes, para fazer sky iamos preparadas
Porém havia sempre que temer algum flagelo. 
Na noite escura ouvia-se os lobos a uivar
Havia poucas casas e eram feitas de madeira 
Numa grande lareira ardia a lenha, para fazer o jantar 
E mantinha-se a casa quente daquela maneira. 
As lojas para fazer compras, ficavam distantes. 
Os carros tinham correntes nas rodas e iam devagar. 
Haviam corridas de ski e alguns caiam por instantes. 
Mas logo os socorristas andavam, por ali a ajudar. 
Foram umas mini férias, mas muito atrativas. 
Conhecer, novos países e sua cultura é importante. 
São poucos os habitantes nessa região, mas prestativas. 
E ver como funciona vidas diferentes, é 
Interessante. 
CELESTINA ESTEVES 


20 - A NATUREZA
.
Num belo serpenteado pela encosta
Caminho, tornou-se estrada
Onde se contorna, tanta volta!
Em circulação, cautelosa e moderada!
.
Descendo até ao vale profundo
Ou até ao céu, ter aproximação
Entrando-se num pacificador novo mundo
Despoletando o pulsar, de sentida emoção!
.
Quão bela é a paisagem circundante
Com o rio aos pés da escadinha
Uma abrangência bela e empolgante
Tanto acontecimento, nem se adivinha!
.
A natureza se esmera renascida
Ao rodar de cada estação
Para que possamos dar asas à vida
Sem peias, reticências ou contenção!
.
As aves chamam a elas atenções
No uso das asas, eficazes paraquedas
Fazem dos declives atrativas exibições
Levantando-se, dos rochedos de pedras!
.
São Pereira


21 - QUE IMAGEM É ESTA?
(1º Poema)
*****
Digam-me que imagem é esta
Pr’a que a mente inspeccione
Parece então um floresta
Numa fotografia que resta
Tirada através dum drone!
*****
Se assim for é uma tristeza
Uma tão vil crueldade
Um acto de safadeza
Destruir-se a natureza
Sem haver dó nem piedade!
*****
O negro manto que fica
Que em nada é pedagógico
Mais o planeta complica
Porque assim se verifica
Grande desastre ecológico!
*****
Cobre-se o chão de cor escura
Ainda há fumo no ar
Já desapareceu a verdura
A melancolia perdura
Que apetece chorar!
*****
E nas curvas daquela estrada
Há silêncio e solidão
Pela área devastada
Fica na alma marcada
Dos Homens…a maldição!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


22 - Sim!labirinto misterioso em forma de arte,
Caminhos entrelaçados, um desafio a parte,
Na imagem que contemplo, o enigma a se revelar,
Entre linhas e curvas, o destino a buscar.
***
Passos cuidados, pela trilha a percorrer,
Segredos ocultos, aguardam para se fazer ver,
A senda sinuosa, leva à incerteza e à luz,
No labirinto imaginário, a mente seduz.
***
Desenho que intriga, com sua complexidade,
Desvendar seus mistérios, é uma necessidade,
No labirinto da mente, a sabedoria a espreitar,
Na imagem que te chama, a jornada a iniciar!
@Carmen Bettencourt !


23 - Ah, labirinto na montanha, um enigma a decifrar,
Entre pedras e sombras, perdido a caminhar,
Segredos antigos, mistérios a desvendar,
Nas entranhas da rocha, a verdade a espreitar.
**
Nas curvas sinuosas, o labirinto se estende,
Como um quebra-cabeça, que a mente prende,
O eco dos passos, nas paredes ressoa,
Em busca da saída, a jornada se entrelaça soa.
**
O sol poente ilumina o caminho incerto,
No labirinto na montanha, um destino encoberto,
Entre o céu e a terra, o desafio a superar,
Na imensidão da natureza, a resposta a encontrar!
@Carmen Bettencourt !


24 - Meandros do rio ou estrada?
Pla montanha os meandros: rio ou estrada?
Sonhos crescentes, em tais, ágeis, vagas
Neve sorri gelada e descarada
Prometendo curar todas as chagas.
Sonhos crescentes, em tais, ágeis, vagas
Sol a romper, trespassa a ampla neblina
Prometendo curar todas as chagas
Pinheiros crestados pela colina.
Sol a romper, trespassa a ampla neblina
Fumos se elevam pro cume da serra
Pinheiros crestados pela colina.
Brilham castanhos sedentos na terra.
Fumos se elevam pro cume da serra
Correm torrentes, cristalina água
Brilham castanhos sedentos na terra
Outros branquinhos perto duma frágua.
Correm torrentes, cristalina água
Regato pela ponte atravessado
Outros branquinhos perto duma frágua
Estrada tão alva circula a seu lado
Regato pela ponte atravessado
Lembra o verão com gentes a emergir
Estrada tão alva circula a seu lado
Pacata aqui sem carro a confundir.
Lembra o verão com gentes a emergir
Piquenique e marchas pela natura
Pacata aqui sem carro a confundir.
Sonhos, alegrias e essa aventura.
Piquenique e marchas pela natura
Meu sentir tão feliz e abençoada
Sonhos, alegrias e essa aventura
Pla montanha os meandros: rio ou estrada?
Mary Lai (Cidália Teixeira)


25 - Nesta tela…
Nesta tela bem absorvente
Que meandrosos loucos são estes?
Profunda e sempre permanente
Nesta tela bem absorvente
Montanha pureza atraente
Natura, a encantos, acedestes
Nesta tela bem absorvente
Que meandrosos loucos são estes?
Neve tão branquinha e luzente
P’la encosta da bela floresta
Gelada, arrepia contente
A aragem com névoa presente.
Nesta tela bem absorvente
Que meandrosos loucos são estes?
Profunda e sempre permanente
Nesta tela bem absorvente.
...
Mary Lai (Cidália Teixeira)


26 - É TRISTE E INDECENTE!
(2º Poema)
*****
Poderia ser um rio
Isto que aqui se vê
Mas meu pensamento desvio
O branco será neve e frio
E o resto será o quê?
*****
Quiçá seja o rio índigo
Disfarçado de outra cor
Que a força do inimigo
Logo o “vestiu” por castigo
Cobrindo a terra de dor!
*****
Pr’a mim o que estou a ver
É triste e indecente
É a “Estrela” a arder
Na natureza a morrer
Junto a qualquer Ser vivente!
*****
Animais da serrania
Fogem do seu habitat
E o verde que florescia
Depressa se esfumaria
Sem saber se recuperará!
*****
Afinal que é isto então?
Que a mente me obstruiu
Magoando-me o coração
Paisagem em imensidão
Que o fogo…assim destruiu!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


27 - Somos todos companheiros
Andando por vários caminhos
Uns sinuosos outros ásperos
Cheios de pedras e espinhos.
Mila Lopes


28 - É UMA BELEZA ESTAR AQUI
.
Uma estrada sinuosa
Que atravessa uma serra
Torna-se muito perigosa
Se numa apertada curva se erra
.
Temos que conduzir com consciência
Para os lados não devemos olhar
Ir devagar e com muita prudência
Para ao cume da serra ilesos chegar
.
Pelo caminho há miradouros
Com lindas vistas para a Natureza
Também se vêm monumentos feitos pelos Mouros
Muito antes de existir a Realeza
.
O que não se sabe porém
É o que lá em cima está
Será que vive lá alguém?
E se viver o que na vida fará?
.
Antes de lá em cima chegar
É uma beleza estar aqui
Desta linda Natureza devemos desfrutar
Porque outra serra tão linda ainda não vi.
.
José Martinho







22-01-2024
29

1 - ACHOU GRAÇA E ATÉ SE RIU
.
Um robot trompetista
Com a trompete em sua mão
Tornou-se um grande artista
A tocar musica num salão
.
Foi construído por um ferreiro
Que também era artesão
Como tinha pouco dinheiro
Vendeu-o ao Mestre de um orfeão
.
O robot estava mal aparafusado
Com a vibração da música caiu
O Mestre surpreso ficou admirado
Mas achou graça e até se riu
.
Chamaram o ferreiro
Para os parafusos apertar
Como era um tipo porreiro
Não se fez esperar
.
Ao chegar ao salão
Viu o robot escangalhado
Tirou-lhe a trompete da mão
Devolveu o dinheiro ao Mestre do orfeão
Foi buscar um enorme camião
Para o robot ser transportado.
.
José Martinho.


2 - NASCI TROMPETISTA!
(1º Poema)
*****
Um dia alguém me criou
De certo modo um artista
Agora sou como sou
A monotonia acabou
Pois virei um trompetista!
*****
Sendo de metal feito
Entre porcas e parafusos
Saí um “homem” perfeito
Com chapéu de aba ao jeito
E os neurónios meio confusos!
*****
Numa secretária ou estante
Lá estou eu a ornamentar
Tão idêntico a um marchante
De uma procissão possante
Que leva o andor ao altar!
*****
Até parado sinto vida
Ainda que preso a uma chapa
Sem que me dê de vencida
Sou estátua que não é vendida
A não ser pr`ó Santo Papa!
*****
Sei que posso ser bonito
Tocando por fantasia
E se dúvidas suscito
Acreditem que transmito
Ao povo…alguma alegria!
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


3 - A ARTE
O que as mãos tem de maravilhosas
E o  cérebro de fertil imaginação 
Consegue fazer as coisas mais formosas
E mostrar algo extraordinário à sua visão
Apenas com as mãos, tendo material
Para que o seu trabalho faça sentido
Construir um artefacto do seu ideal
E tentar manejar o seu objeto preferido
Objectivamente o ferro vai moldando
Até conseguir dar-lhe o original feitio
As pernas e os braços vão se engenhando
E o tronco molda-se até ficar esguio
Para  suporte, usa de alguns parafusos
Que irá fixar no corpo os membros
Sem querer construir objectos confusos
Vai imaginando a criatura de assombros
Depois o artista procura na sua ideia
O jeito de um instrumento lhe acrescentar
Porém como a música corre-lhe na veia 
O mais provável era, um trompete fabricar
Finalmente o boneco estava concluído 
Identificou-o como célebre trompetista 
Usar o cérebro e mãos, querer ser evoluído 
É preciso imaginar, e fazer para ser artista 
CELESTINA ESTEVES 


4 - TROMPETISTA ME CONFESSO!
(2º Poema)
*****
Trompetista me confesso
Alinhavado na forja
Mesmo assim não me aborreço
Minha vida não tem preço
Nem sirvo pr`a qualquer corja!
*****
Sei que fui feito a rigor
E para vós me revelo
Tratado sem algum amor
Eu tive que me expor
Entre a bigorna e o martelo!
*****
Meteram-me esfera redonda
Que parecesse uma cara
Agora fico na onda
À espera que corresponda
Àquele que me trilhara!
*****
Depois desse sofrimento
Sei que saí harmonioso
Pr’a ficar então atento
Sem padecer mais tormento
E olharem pr`a mim sem gozo!
*****
Só me resta pois, ficar
Lá num móvel da sala
E ainda que sem tocar
Sei que impacto vou causar
A quem comigo…se regala!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


5 - TROMPETISTA QUE NÃO TOCA!
(3º Poema)
*****
Trompetista que não toca
Talvez não sirva pr`a nada
Nem para fazer a troca
Por outra coisa usada!
*****
Podem até chamar-lhe gasto
Pelo tempo corroído
Mesmo que o levem de arrasto
O seu sonho é ser polido!
*****
Quer ficar novinho em folha
Ir outra vez pró mercado
Para ser de alguém, a escolha
Nem que ao menos fosse dado!
*****
Porque depois de levado
Por gente que ainda o estime
É como ver-se abraçado
Fugindo às teias do crime!
*****
E assim por puro prazer
Sem sequer poder tocar
Não me acabam por vender
Pois querem-me apreciar!
*****
"O Poeta Alentejano"- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


6 - A terra de ninguém 
Loucos, são loucos homens desejosos de conquistas, perante a súplica à vista cultivando terras de morte, maldita dor rasga-me o peito 
no desrespeito pela vida ? Humanidade és sonho.
Sementes de ódios largadas em vidas ceifadas, inocentes caídos por nada, rostos enrugados 
na contração da alma, cumprir a missão de matar ou morrer na morte certa num vácuo de emoções
Se não cair na batalha, sobre mim pousará a mortalha, consumido o corpo por chagas de não mais ver a luz do dia, nas noites acordadas por suores frios, maldita condição e tudo sem razão. 
Despojado no vazio tocando a marcha fúnebre sobre os escombros da sociedade, elevando os espíritos inocentes nesta música comovente na 
negra estrada despertando flores inocentes.
Todos os direitos reservados
António Alves


7 - E eis que dou de caras
Com um simpático trompetista
Que me diz
Estar à espera do seu irmão
Por ter se esquecido em casa
Do seu inseparável acordeão
Com porcas e parafusos
Pozinhos de prelim pim pim
Mais um pouco de imaginação
Consegues criar uma orquestra
E fazer grande digressão
******
Sílvia *Santos


8 - ESTA NOITE TIVE UM SONHO
Sonhei de noite, acordada
Sonhos de mar e maresia
Por sonhos fui caminhando
Tive ravinas por estrada
Percorri outros caminhos
Retas, curvas sem saída
Após tanto caminhar
Dos sonhos não ficou nada
Sonhei ser bailarina
No palco que a vida é
Fui artista... fui corista
Travesti de muitas cenas
Em pontas dancei a vida
Músico de vidas paradas
Percorri etapas belas
Dos sonhos não restou nada
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


9 - Bela produção
Bela produção manual
Este músico tão magriço
Trompetista fenomenal
Bela produção manual.
Criação num tal ritual
Sempre a postos no seu serviço
Criando em mim forte feitiço
Sua linha algo escultural…
Bela produção manual
Este músico tão magriço.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


10 - Artesanato
Na visita à feira, artesanato,
Fiquei parada demais fascinada
Vi num stand, delicioso artefato
Sui generis a arte reciclada.
Trompetista elegante que constato
Sinto a bel melodia na bancada
Som agudo no manejo tão nato
Meu sorriso se apronta p’la chamada.
Na minha frente surgiu uma orquestra
Onde o trompetista se destacava
Minha alma o ouvia, assim, embevecida,
O sonho que entrava pela fenestra
Tão feliz no meu ser se deleitava…
À volta olhei e fiquei surpreendida!
...
Mary Lai (Cidália Teixeira)


11 - Cumplicidade
.
Vinha certo dia da escola
Dei um salto, como se tivesse mola
Vi um esqueleto musical
Parecia-me uma marionete
Caída dalguma camionete
Só não estava morta, porque não era mortal
Apanhei os pedaços com cuidado
Levei até o mais pequenino bocado
Tinha encontrado um tesouro precioso
Arranjei cola, com jeitinho e cuidado
Desejando de o ver, perfeitamente montado
Para ele, todo o meu tempo era pouco
Com ele dialogava, cantava, muito me divertia
Junto da janela de longe, o admirava e via
Tinha toda a minha atenção
Quando me deitava, dele me despedia
Ao acordar, com uma festinha, bom dia!!
A todas as minhas loucuras, eu queria dele ter visão
Algumas vezes a ele me abracei a chorar
Por um castigo injusto, me penalizar
Não me conformando facilmente
Só ele para me ouvir reclamar
Até ao apaziguado de novo regressar
Com ele na minha frente, e eu muito feliz e contente.
.
São Pereira


12 - "O boneco aparafusado"
Já perdi as minhas porcas
Mas ainda continuo aparafusado
Sempre em mim existem ocas
As folgas do meu estado.
Sou tão real como o imaginário
Com a força e alguns lamentos 
Tocando trompete em plenário
Afago dos meus instrumentos.
Sou figura deveras caricata
Com um amor tão profundo
Posso até vir da sucata
Mas alegro sempre o mundo.
Não sou lenda nem mito
Mas uma feliz composição 
Sou somente um coração aflito
Que torna a vida uma boa ação.
Lurdes Bernardo


13 - Feito de porcas…
Feito de porcas e arame
Trompetista tão pura arte
Criatividade inflame
No tempo com prontidão
Artefacto, que emoção!
Feito de porcas e arame
O trabalho aqui proclame
Perfeição e tanta perícia
Olho pra ele que delícia!
O trompete me resiste
Esse clip que em sonho viste…
Trompetista tão pura arte.
Design tão bonito clame
As honras do criador
Que lhe pôs demais amor
Feito de porcas e arame
Sua magia derrame
Na silhueta elegante
Dum músico tão brilhante
De metal bem construído
Sem fazer nenhum ruído
Trompetista tão pura arte.
Mary Lai (Cidália Teixeira) 


14 - COMO SE FOSSE MÚSICA
Na doçura da manhã
O silêncio
Um grão de areia, tilintou na minha janela
Como se fosse música...
O sonho abriu-se como um aguaceiro
Nas horas esquecidas da longa noite
A vida acontecia
Vibraram as almas ao encontro do beijo
Eterno desejo que em mim nascia 
Tocaram as cordas do meu sentir
Música criada no corpo e na mente
Doce sentimento
Razão do meu existir
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


15 - Em meio ao tempo, imortalizada em pose, espantosa,
A estátua de bronze, majestosa, repousa,
Testemunha silenciosa de tantas eras,
Perpetuando a história, entre risos e quimeras.
Na imagem vejo arte a se revelar,
Cores e formas a dançar e brilhar,
O olhar se perde nesse doce enigma,
E a alma se embriaga nesse eterno dilema.
Ah, a arte da música, como ela dança,
Em notas e melodias, ela avança,
O coração bate no ritmo do som,
E a alma se perde, voa sem tom,
A música é a linguagem do coração,
Sem palavras, ela cria pura emoção.
A melodia na noite ecoa pela calada,
Emoções se entrelaçam, a alma se envereda,
Cada nota, um segredo a desvendar,
A arte se faz música, no ar a flutuar!!
@Carmen Bettencourt !


16 - O saxofonista 
**
Há quem pense que estou
Para num ferro -velho entrar
Não é lá o meu lugar
Alguém em mim apostou
Com jeito e brio montou
Esse esqueleto de então
Como era bom artesão
A lidar com parafusos
Dos seus bons dotes fez usos
Que acusou admiração
**
Resultou um saxofonista
No seu trombone a tocar
Queria a todos agradar
E integrou -me na lista
Atingiu o fim em vista
Tão bem me soube ajustar
Toco músicas para dançar
Ninguém fica perplexo 
Sem distinguir raça ou sexo
Todos querem festejar
**
Gertrudes Dias


17 - À ESPERA DO POEMA
Olho a folha em branco... e nada escrevo
Hoje...
As musas negaram-me a inspiração
Sentada,  de olhar distante
Espero e penso 
Lá fora alguém toca clarinete 
Suave a música vem na voz do vento 
Fecho os olhos
E deixo-me voar
Vem nessa música lembranças antigas
Recordações de outrora sempre tão presentes
Relembro o passado
Sonho ser menina
Viajo no tempo 
Não quero acordar
A vida é tão maravilhosa
Que não é necessário mais nada inventar Acorda-me o frio e o papel em branco 
À espera do poema que não irá chegar
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


18 - Sou robô 
**
Um dia fui passear
Gosto de olhar uma vitrine
Logo quando ia a passar
O que lá fui encontrar
Não há ninguém que imagine
**
Uma orquestra estava exposta
Fazendo uma linda vista
Beleza para quem gosta
Logo ali fiz uma aposta
Que ao meio era o trompetista
**
Tocava no seu trompete
Uma linda melodia
Som e orquestra promete
Eram cinco , seis ou sete
Já tinha ganho o meu dia
**
O stand era engraçado
Com tantas miniaturas
Vim de lá maravilhado
Robotes por todo o lado
Imitando criaturas
**
Um dia ainda vou comprar
Um stand com apuro 
O trompetista imitar
Igual orquestra formar
E vai ser o meu futuro
**
Gertrudes Dias


19 - O RAPAZ DO TROMPETE
( será que existe  o livro?!) 
Está um vento cortante
Que me deixa tão distante
Sem vontade d'nada fazer
Seu zonir é tão irritante
Dou comigo na estante
À procura de algo pra ler.
Como a vontade é pouca
A cabeça quase oca
Nada me chama à' tensão
Prestes já a desistir
Dou comigo a ouvir
Tocar uma linda canção.
Estarei eu a sonhar
Ou o vento está a mudar
Para bem do meu espírito
Volto a olhar a estante
O título é chamante
Está escolhido o livro.
O rapaz do trompete... 
E a capa me remete
Para algo que eu já vi
Lembro da iniciativa 
Da imagem toda catita
O livro...eu já o li. 
#MariaGouveia #


20 - SAXOFONISTA
Há coisas que nós olhamos,
Mas que à primeira vista,
O menor valor lhe damos
E que mais tarde admiramos,
Porque houve um artista,
Que com seu engenho e arte,
Usando a imaginação,
Fez surgir pela sua mão
Algo que em qualquer parte,
Provoca admiração.
*
Quem havia de dizer,
Que clipes e parafusos,
Deixados a apodrecer,
Conjuntados com saber,
Qu’ até ficamos confusos,
Ao surgir à nossa vista,
Feito de coisas sem nexo,
Algo firme e conexo,
Um esbelto SAXOFONISTA,
Qu’ até, me deixa perplexo.
LAF22JAN2024


21  - NO MEU TEMPO 
Hoje qual é o toque?
Se quer que lhe diga, nem sei!
Se calhar algum "caraoquê"! 
Não vi prospeto nenhum, ou então
nem reparei!
Um jazz qualquer!
Agora é só batuque, 
Já nem é música sequer!
No meu tempo é que era!
Era música a valer!
Agora ninguém dança,
Eles só querem beber!
Antigamente era o acordeom, 
Ah rapazes, até fazia fumaça!
Agora não tem jeito nenhum,
Já não há raça! Tudo passa!
Não havia raparigas
Ao canto a esperar!
Dançava toda a gente,
Agora não as querem convidar!
Dançam sozinhos, 
É alguma discoteca?
Só dão ao rabo,
Ao corpo e à cabeça!
Estão todos na falaça
Em magote, no meio do arraial,
Só com a cerveja na mão!
Às raparigas ninguém liga,
Dançar também não!
O que é que vão p'ra lá fazer?
Devem achar que tem muita graça,
Assim não formam casal,
Dá vontade de lhes dar um abanão!
Depois não querem que se diga,
Que rapazes novos hoje já não são
Homens do amanhã a valer!
Lembro-me do ceguinho,
Com a gaita de beiços a tocar,
Essas é que eram modas a valer!
Mesmo ao fresquinho
Dançávamos toda a noite sem parar,
Sempre até ao amanhecer!
Isso sim, no meu tempo é que era!
RAADOMINGOS


22 - Desfolhei as noites de luares transparentes 
Colhi da taça do céu de cristal borbulhante;
Doçura das nuvens, gotas de orvalhos, estrelas
Magia, música, a felicidade que vinha com ela!
Bebi dos teus lábios, o encorpado de um tinto
O néctar celeste do mais profundo absinto
Embriaguei-me no mel do teu olhar vadio
Nos uivos da lua, na música que rompia o silêncio
Mas que sabor que tinham os beijos roubados
O doce veneno que me tomava os sentidos 
Num som ritmado, a minha alma dançava em paz!
Teus beijos soprados, o toque dos teus dedos
No tempo certo, é música para aos meus ouvidos
Cai sobre mim o céu, deixo-me embalar ao som do jazz
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 De 24 de Agosto e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06


23 - O TROMPETISTA
O trompete é um instrumento musical
Tendo ligação com a religião e a guerra
Ao ser soprado emite um som de metal
E tem longa história conhecida na terra.
É fascinante a magia de um trompetista
Com o seu trompete não é simples artista.
O trompete foi pela deusa Atena inventado
Tendo o som muito agudo entre os metais
Usado na guerra para o combate ser iniciado
E chamar rebanhos ou afugentar os animais.
Mas o trompetista já desde a antiguidade
Que do imaginário coletivo é uma entidade.
O trompete ou trombeta também chamada
É bastante usada pelas bandas marciais
Na Bíblia há citações da trombeta ser usada
Nas batalhas, serviços religiosos e rituais, 
Desempenhando um importante papel:
"Ao toque da trombeta, perseguiram Israel"
O trompetista impressiona com a sua postura
Com o peito bem erguido quando está a tocar
Parecendo a quem o vê ter uma maior altura,
Ser mais corpulento, o diafragma cheio de ar.
Acredita-se que o trompete é o instrumento
Mais velho  de que se tem conhecimento.
Impossível não lembrar um grande artista
Que tocando trompete ficou eternizado, 
Pela sua voz e sorriso, foi esse trompetista
O inconfundível Louis Armstrong chamado.
Foi a figura estilizada nesta imagem
Que inspirou ao trompete a abordagem.
22 de janeiro de 2024
Fernanda Simões Mendonça


24 - ARTE MUSICAL
.
Música sublime, doce sensação
Saxofone toca a minha canção,
Instrumento tocado com emoção
Música é arte em composição.
.
Bons saxofonistas, bela recordação
Almas sensíveis em constatação, 
Pintam a música, extrema unção
Sem música, não viveríamos, não.
.
Música sublime, doce sensação
Arte e alma enche meu coração,
Saxofone toca a minha canção,
Música é arte em composição.
.
Funchal, 22 de Janeiro de 2024
Cecília Pestana


25 - Sou um robô
feito  de pregos 
e parafusos-
Sou  um robô
trompetista
adoro tocar   
no meu mundo de fantasia- 
Sou um robô 
gosto de brincar 
e de imaginar
quero um mundo em paz
não quero guerras -
Sou um robô
não gosto de violência
gosto de rir 
e de sorrisos-
Sou um robô
vivo com arte 
dentro de mim-
Sou um robô
não sou frágil
sou ágil
galgo montanhas 
se for preciso-
Mila Lopes


26 - Trompetista
D'um resto de uma chapa nasceu
Um trompetista com um chapéu.
Não aconteceu por acaso... 
O acaso foi que um chapeiro 
Trabalhava numa oficina de camiões
Cujos os tios eram os patrões.
O rapaz andava desanimado!... 
Com os sermões e os recados...
À noite como passatempo
Passava o seu rico tempo
Soprando o trompete numa banda 
Tocando Jaze num salão de samba.
Senhor do seu valor...! 
Despediu- se do seu ofício
Sem temer algo ou  sacrifício...
E com toda a permissão
Saiu com uma Recordação!
Uma chapa e devoção 
Que em arame a transformou 
Numa peça de artesanato 
Com um trompete em aço.
Graciete Lima.


27 - Ser músico...
Tinha oito anos apenas
Quando aprendi a solfejar
Ninguém viu estas cenas
Desisti da música por não gostar
Não gostar de tocar
Ou não gostar da porrada
Meu pai queria-me ensinar
Mas a música no tempo não era amada
Os outros faziam asneiras
E eu ia a caixa de toque
Desculpem estas asneiras
Mas a música não tinha enfoque
Fui a três ensaios à Banda
Mas sem qualquer apetência
Logo de lá vim de banda
Por falta de competência
Tocava uma Marcha completa
Tocava o Cornetim sem gosto
Fá-lá-dó-mi pela certa
Não era naquilo que eu aposto
Hoje estou bem arrependido
Por desistir de tocar
A música desperta-me o sentido
Do que mais eu queria amar!
Armindo Loureiro


28 - Definição de Imagem
Ao ver a imagem
Eu disse para mim
Grande mensagem
Acredito que sim.
O músico da vida
Na estrada dos sonhos
Trompete à medida
Leva sonhos risonhos.
Esguio e delicado
Pintado de preto
O céu enevoado
O cenário perfeito.
Foi ferro abandonado
Em um qualquer lugar
Por alguém encontrado
Deu-lhe forma de estar.
Criatividade desmedida
A melhorar ambiente
Será lição para a vida
Reciclar é urgente.
Que se faça luz
No Mundo em geral
A poluição conduz
A um estado final.
O globo terrestre
Prestes a sufocar
De forma agreste
Na terra e no mar.
Adelaide Simões Rosa


29 - Conservo em mim
a frustração de não ter vivido
aqueles, meus sonhos antigos
dar asas à minha voz e cantar
a música que me soava nos ouvidos. 
Sonhos em menina, proibidos
de mim afastados 
caminhos não percorridos
sempre adiados 
ainda hoje desconhecidos. 
Sobrevivi
de olhos fechados à vida
e, ao que nela me seduzia 
sem questionar o silêncio
da música, minha preferida 
como se fosse, surdo castigo. 
............ 
maria g.



15-01-2024

31

1 - MÃOS  NEGRAS
Mãos negras
com África na cor da pele,
mãos castigadas, gretadas,
mãos gastas e maceradas,
mãos marcadas de tanta dor,
mãos de quem não se rende
por tanta limonada fazer
quando a vida só dá limões.
Mãos negras
de mãe negra que sofreu,
mãos que tiveram de dar colo
e trabalhar até à exaustão,
mãos que ganharam o pão
para poder manter o lar,
para seus filhos alimentar
e pagar por educação.
Diz o dito popular
“Se a vida te der limões,
faz limonada!”
Mãos negras,
dir-se-ia que descuidadas,
mas estão apenas marcadas
por tanto “limão” descascar,
guardam em si toda a beleza
do quanto tiveram de lutar,
nessa vida tão maltratadas
com tanto amor para dar.
Mãos negras,
mãos de mãe negra
com África na cor da pele,
mãos castigadas, gretadas,
mãos gastas e maceradas,
mãos marcadas de tanta dor
e falta de tempo para as cuidar,
mãos negras, são mãos de fada.
(a minha homenagem a muitas que conheci)
Autor: Celso Cordeiro


2 - POR TERRAS DIFERENTES
Viajei
Por terras desconhecidas
Numa viagem sem tempo 
E encontrei outras gentes
De cores diferentes da minha
Que me abraçaram com ternura
E me ensinaram a ventura
De aceitar e amar
Quem de mim era diferente
Abriram-me outras portas 
Descerraram mil janelas
E eu pude vê-las com alma
E senti-me preenchida
Amando assim esta vida
Não importa a cor da pele
Todos nascemos iguais
Somos homens e mulheres
Com diferentes rituais
Estendi as minhas mãos
Na igualdade do gesto
Com carinho me entreguei
Nesta dança que é a vida
Pois somos todos irmãos
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


3 - A cor da pele . II poema 
**
Mão negra se estende mostrando o limão
Tempo de opressão está sempre presente
Na pele enrugada o tempo não mente
Quando mostra as rugas da escravidão 
Só a acidez daquele limão
Lhe lembra as agruras deste seu viver
Sem tecto , sem cama , na vida a sofrer
Arrastando as penas da desilusão
Mas tem qualidades aquele limão
Que são prova viva do seu merecimento
E  as mãos rugosas têm valimento
Porquê esta chaga no seu coração
Espremendo a acidez que jorra no chão
É dele que faz o seu aliado
Mas a sua vida é um triste fado
Com sorte talvez tivesse um condão
Pela cor da pele e a sofreguidão
Que marcam na alma sulcos bem profundos
Enquanto houver homens de mundos e mundos 
Ninguém ouvirá a voz da razão
Gertrudes Dias


4 - DE MÃO ESTENDIDA
Um sorriso é alegria
No rosto de uma criança
De mão estendida prá vida
Oferece-se ao sonho inteira
Qual roseira florida
Da amizade e do sonho
Nasce essa bela união
Onde a ternura se oferece
Num gesto doce e macio
Minha mão na tua mão
A vida tem mais valor
Se formos todos irmãos
Um sorriso de carinho
É a estrada, o caminho
Não importa a sua cor
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


5 - REFLEXÕES DA ALMA
Olho-te, irmão
Por caminhos de lonjura
E sonho parar a loucura
Que aos homens atacou
Ganância e muito poder
Nesta vida enlouquecida
Não há valores nesta vida
Neste desejo de "ter"
Teus olhos choram de dor
Tuas mãos enegrecidas
Pedem ajuda à vida
Num gesto de oração
Morte, dor e sofrimento
É o pão do dia a dia
Morre em nós a alegria
A música perdeu o tom
E tudo o que era bom
Caiu no esquecimento
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados


6 -  Cocktail
Na tigela de vidro
Há grande animação
Tem um menino limão,
Que é muito atrevido!
Quer dar uma beijokinha
Na face meio corada
Da já envergonhada
Maçã vermelhinha.
Já vai uma salganhada
Com muita fruta à mistura,
Diz a uva já passada 
-Entretanto ninguém a atura!
Entre a confusa excitação
Está no meio a melancia,
Tem ciúmes que um dia 
A troquem plo doce melão.
Mas é lindo de se ver
Esta salada animada,
O pior é daqui a nada
Quando a formos comer!
Não! Estava a brincar
É só pra quadra rimar!
Não liguem ao que estou a dizer,
Se não inventar, como escrever?
RAADOMINGOS


7 - Mão negra
Mão de quem trabalha com fervor
Mão de quem trabalha a terra
Ou mão de um grande pintor
Mão negra
Seja africana ou de outro lugar
Mão de alguém
Que não se preocupa em sujar
Mão negra mão branca
Que me importa a mim a cor
Importa sim o calor que transmite
Quando a minha aperta com amor
*****
Sílvia *Santos


8 - OS LIMÕES
.
Com gomos bem definidos
Prontos a serem espremidos
Para apaladar com primor
Sempre que solicitado
Convém estar ali ao lado
Para aprimorar o sabor!
.
O demasiado doce enjoa
O limão é um fruto de proa
Para a balança mediar
Entre o doce e o azedo
Está na mão o segredo
Que dá muito que falar!
.
Nas comprinhas bem feitas
Vêm os limões prás maleitas
No inverno, não esquecer!
Usa-se a casquinha do limão
Para bolos e a constipação
É ouro, num chazinho pra beber!
.
Como sumo muito apreciado
Nas amêijoas à bolhão pato
E noutra tanta combinação
Nos filetes, bem temperados
Ou nos bifinhos panados
Tem preponderante função!
.
São Pereira


9 - PORQUE SERÁ?
.
Porque será que este limão
Descascado e amarelado
Está nesta negra mão
Precisamente ao meio cortado?
.
Será que é para o atirar ao mar?
De modo que caia enviesado?
Para os peixes com ele brincar
Se algum o provar fica arrepiado
.
Se for para o atirar a um Rio
Provoca um enorme reboliço
Apesar do limão não ter fio
Os peixes pensam que é feitiço
.
O limão foi atirado à água
Foi levado pela corrente
A mão ouviu os peixes dizerem
Hás-de amar eternamente.
.
José Martinho.


10 - Os meus limões
Na minha quinta tenho um limoeiro
Encosta á parede seu tronco potente
Para florir é sempre o primeiro
Perto tem areia e água corrente
**
Quando é plantado tão fraco e singelo
Depressa enraíza se gosta do chão
Crescem os limões de um verde amarelo
Tem flor e fruto sempre em profusão
**
Depois de crescido eu faço um cházinho
Que aquece sempre o meu coração
Uma colher de mel , é um instantinho
Para dizer adeus á constipação
**
Bolo de limão , que rico sabor
Cortado em metades seu sumo aproveito
Tem a vitamina , tem vista e tem cor
Eu não lhe conheço sequer um defeito
**
Até suas cascas são sempre guardadas
Porque dão sabor a um prato qualquer
E no arroz -doce são aproveitadas
Com canela a gosto comido á colher
** 
Do meu limoeiro nunca me separo
Faço sempre gosto de olhar o limão 
Dá -me fruto e sombra para meu amparo
Por isso lhe tenho tão grande afeição
**
Gertrudes Dias


11 - São cinco dedos da tua mão
Contam segredos desde que o são
De quem trabalha pois então.
De qualquer forma em sua palma
Está a rodela do limão
Vitamina c que cura e acalma.
Tua mão ponteia e lava dia após dia 
Sem calosidades está tão segura
Também escura acho que está fria.
Cuida de mim com esmero e amor
Chega para todos com muita paciência
Também escreve e conta sua dor.
Tem cuidado para não mudares as cores 
Faz visitas entra em casa da vizinha
Nunca está sozinha 
Vale-lhe aquele limão com que esfrega suas dores. 
Lurdes Bernardo 


12 - Na imagem paira a mão negra, enigmática,
Um toque de mistério de maneira emblemática.
Símbolo de força e poder oculto, a se revelar,
Nas entrelinhas da vida, em cada olhar a fitar.
*
Ela é presença marcante, sombria e imponente,
Desperta curiosidade, de forma persistente.
Guardiã de segredos, em gestos enigmáticos,
Na imagem, a mão negra mostra seus atos caóticos.
*
Mas além da sombra que sobre a imagem lança,
Há beleza e sabedoria, em sua silhueta de esperança.
Pois até mesmo na escuridão, a luz pode encontrar,
Um caminho de redenção, um novo horizonte a clarear.
*
Nas sombras da noite, onde o mistério se esconde,
A mão negra desliza, como um sussurro que responde.
Segredos antigos ela carrega consigo,
E em seu toque, desvenda-se o desconhecido.
*
Nenhum olhar atento jamais a viu,
Pois seu poder reside onde a luz não fluiu,
É guardiã de segredos e mistérios sem fim,
E em seu toque, revela-se o destino para mim.
@Carmen Bettencourt !


13 - TÃO AZEDO QUANTO A VIDA!
(2º Poema)
*****
Tão azedo quanto a vida
Assim sou eu, o limão
Mas se em água fervida
E no tempero da comida
Farei bem ao coração!
*****
Sei que sou um pouco azedo
Que não enganarei os tolos
Mas de certo modo procedo
E espremido sem medo
Eu sirvo pr`a fazer bolos!
*****
Nas mãos de minha mulher
Ando eu num remoinho
Tira-me a acidez que quer
Porque a salada o requer
Tal o vinagre de vinho!
*****
Não sendo nenhum patife
Só tenho de ter cuidado
Mesmo que alguém se borrife
Sei que estarei feito ao bife
Pl`o facto de ser cortado!
*****
Cá em casa usam-me tanto
Que às vezes dá enjoo
Sempre que o bebo é um espanto
Pisco os olhos e até garanto
Que parece que levanto voo!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados 


14 - PRECE AO MUNDO
Quando a vida te der limões
faz limonada
bebe-a com açúcar
ou sem nada. 
Se a mão que te segura é de luz
embebeda-te no agridoce do momento 
deixa-te levar ao que ela te conduz
segue de todo o firmamento. 
A vida tem tanta cor
e a mão de quem a segura é multicolor é esperança de alcançar e dar o melhor a'quando se vive num ser de amor.
Há gente azeda,
tão azeda como o limão
vida por vida, vívida
coração com coração.
Sim ou não
neste mundo conflituoso
não sei quem me dá razão
a'quando a intitulo é como
sete cães a um osso.
Maldade, e sofreguidão! 
ganância e tanta falta de! 
Consideração.
Às vezes faço uma prece
ergo as minhas mãos aos céus
e já nem sei quem se merece
no meio de tanta escuridão.
Florinda Dias


15 - LIMÃO LIMOEIRO
.
Limão é uma fruta
Sua casca amarela
Com ele fazemos chás
Água fervida e canela.
Rico em vitamina C
Ajuda na gripe e resfriados
Tem benefícios na saúde
E noutras coisas mais.
Excelente antioxidante
Rico em fibras solúveis
Ajuda a diminuir o apetite
E ajuda os abdominais.
Limão é um citrino
Assim como a laranja
Só temos de aproveitar
Seus benefícios essenciais.
.
Funchal, 15 de Janeiro de 2024
Cecília Pestana


16 - A DOÇURA QUE NÃO TEM!
(3º Poema)
*****
O limão é fruta azeda
Que à saúde faz bem
Só que em nós nunca se hospeda
A doçura que não tem!
*****
Porque esse seu azedume
Vai servindo de tempero
Ainda que fervido ao lume
Deixa o seu quê de queixume
Que se entra em desespero!
*****
Mesmo não fazendo mal
Está sempre à nossa mercê
Pr`a pressão arterial
É remédio santo afinal
Com sua vitamina C!
*****
Trata-se pois de um alimento
Que nos dá muita energia
Combate o envelhecimento
E é d`igual um suplemento
Que pode evitar a anemia!
*****
Por não ter essa doçura
Não me deixa de voz rouca
Mas de doenças é cura
Embora se pague a “factura”
Com um amargo de boca!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


17 - Mão negra
Mão negra humana em tal humilhação
Mostra a vontade da pele mudar
Palavras ocas, pura repressão
Saídas do vil medo a sufocar.
Vi a rodela limão na negra mão
Pede urgente o direito a respeitar
Desse racismo ignóbil a ilusão
A dor do seu coração quer limpar.
Pego a rodela, amor libertador
Agarro a mão repleta de esperança
Juntos, sanaremos banalidades.
Vamos lado a lado. Confortador!
Sonhamos que o mundo faça a mudança
Logo enfrentamos vis realidades.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


18 - Limão
Limão! 
Ingrediente saboroso
Tempera e é gostoso
É a minha opinião... 
O peixe fica cheiroso
Torna um bolo delicioso
Leite creme à maneira
Depende da cozinheira. 
No meio de vários frutas
É rainha e não judas... 
Guarda-costas da  limpeza
Seja num banco ou numa mesa
Disto eu tenho a certeza.
Numa bebida aprumada 
Sorridente  e desinfectada
A boca de quem a bebe
Acalma-a... e mata-lhe a sede.
Passou pela minha mente
Colher um limão excelente 
Confeccionar um bolo
Um bolo à sorridente.
15 Janeiro 2024
Graciete Lima


19 - Limonada…
Mão tem rodela limão
Sumarenta a solução
Limonada partilhada
Mão negra que algo aconchega
Mata a sede a quem pois chega
Júbilo na alma animada.
Vitamina C se achar
Tanto sorri pra se amar
Corações nesta fusão
Harmonia sã sossega
Sentimento nos apega
Amizade em vibração.
Olhamos a limonada
Paz por nós mais alcançada
Mel laranja, o nosso encontro
Puro singelo tão doce
Nesta alva vida agridoce
Plena de vão desencontro.
Diferença só na cor
Na alma temos tanto amor
E queremos pois viver
Fantasiar a ilusão
Com assaz satisfação
Liberdade refazer.
Temos belos ideais
Para os tornarmos reais
Numa tão simples verdade
Respeitar assim a vida
P’lo tempo sempre cingida
Numa sã cumplicidade.
Mary Lai (Cidália Teixeira)


20 - Tormento 
O sangue, flui livremente ao longo d'uma mão. Mas há um mistério!… a mão está limpa !… Mas saturada de trabalhos e dor…  pertencendo a gente pobre…!
À custa da pobreza, a exploração do ouro negro, serve-se dela à grande e  à francesa…para alimentar os comensais da sua mesa…
A mão  limpa…  é substituída como um fardo teatral…!
E se o petróleo abalasse?!…
Era muito melhor deixá-lo ir … se, houvesse água, talvez a mão embarcasse na sua liberdade  e, com uma  côdea de sabão a lavaria com ajuda da sua irmã…
A rodela de limão, não seria mais uma amostra…mas sim uma saborosa vitamina C …. dada pela mãe Natureza que, quando livre, …oferece-a gratuitamente… ao homem, não distinguindo  qualquer raça ou cor.
15 Janeiro 2024
Graciete Lima


21 - LIMÃO, MEU VERDE LIMÃO!
(1º Poema)
*****
Limão, meu verde limão
Vou te espremer bem espremido
Na palma da minha mão
Pr’a fazer uma infusão
Que me deixe o corpo aquecido!
*****
Depois de cortado ao meio
Cada fatia é usada
Sem que me cause receio
Mesmo sabendo que veio
Daquela mão engelhada!
*****
Isso é que é mão sapiente
Por imensas dores tingida
Que o azedo ainda sente
Dos tempos de antigamente
Da dureza de uma vida!
*****
Porque na sua acidez
Se num bife, a marinar
O tempo não satisfez
Efeitos dessa rudez
Que a vida não quis temperar!
*****
Por dentro te vou olhando
Tens a grainha amarela
E se com o mel “noivando”
Essa mão lá vai teimando
A querer ser de uma donzela!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados


22 - Limão puro em tua mão…
Limão puro em tua mão…
Não te melindres com isso!
As Palavras são o que o são
Correm depressa no vento
Sem qualquer entendimento
Limão puro em tua mão
Ser branco, por que razão?!
Cada um na sua alva essência
Vivê-la com resistência
Amando-a de verdade
Sem qualquer ansiedade…
Não te melindre com isso!
Nosso sangue vermelhão
Iguais nessa real cor
Onde corre tanto amor…
Limão puro em tua mão...
Limpeza com o sabão
Mago cheirinho a frescura
Pois que p’lo tempo perdura
Com amizade e esperança
Dias de sonho e bonança…
Não te melindres com isso!
Mary Lai (Cidália Teixeira)


23 - PERFUME ÁCIDO 
Quero crer que entre os seres humanos, não há barreiras 
Nascemos à imagem moldada nas mãos do criador
O sangue vermelho vivo, pulsante que corre nas veias
Alimento sagrado que nutre-nos a alma, a seiva do amor!
Deveria apenas existir a consciência da diferença 
Respeito às origens suas tradições e crenças 
A certeza de que, na vida, o que menos importa é a cor
Mas sim, a essência divina do ser, o que basta  é o amor!
Sinto na minha alma, um dissabor infinito 
Um gosto amargo na boca, um azedume
Um espírito soturno que roça a alma e me consome
Seres humanos que ainda se julgam superiores, é fato
O racismo é uma doença da alma que não tem cura
Tudo que os homens precisam são gestos de ternura!
- Fátima Arede 
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto     
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06


24 - Quem?
Quem afinal olhará esta mão de um outro jeito?
Que interessa a cor de pele,
Se é suave o gesto.
Sei!
Limão é azedo
Mas em contrapartida é um fruto com odor suave
E muita propriedade curativa.
Oh!
Limonada de limão, em taça de cristal,servida seja lá por qualquer mão.
Num dia talvez de constipação, ao deitar um aromático chá de limão
Que bom para a garganta amaciar.
 Aqui está mais em questão a cor de pele da mão,
que nos oferta a rodela de limão.
Vou expressar o meu sentir.
Já na trilha do caminho tive encontros
Com gente de outra cor, tão surpreendente fui feliz
Pois dei que ali dentro do peito batia um enorme coração.
Bastava ler o olhar para entender que tal como eu, o meu semelhante de outra cor, corria lhe nas veias sangue vermelho como o meu, era um calado sofredor, o que mais desejava era ser feliz.
Nesse tempo de juventude airosa
Brindamos com limonada de limão, fresca, deliciosa.
E delicadamente escutei.
És perfumada, talvez sejas alva rosa.
Augusta Maria Gonçalves


25 - Gosto da cor do limão
I poema 
**
Bem perto da minha porta
Tenho um grande limoeiro
Logo ao seu limão primeiro
Garantida está a *torta*
Só o seu sabor importa
No bolo ou no cozinhado
Para quem está constipado
Actua em medicamento
Quando o corto não lamento
Sei que é bem aproveitado
**
Uma mão negra se estende
Ao limão que já cortou
Toda a vida trabalhou
E o trabalho ela defende
O mundo não compreende
Por ver tanto sofrimento
Se o limão tem valimento
Tem  acidez e valor
Porquê distinguir a cor
Se a mão tem merecimento
**
O limão faz em rodelas
Uma linda cobertura
Á porta tenho fartura
E as flores são das mais belas
A mão negra como elas
É de raça uma visão
Tem valor como o limão
Que é tão apreciado
Vou deixar - vos um recado
Apertem sempre essa mão
Gertrudes Dias


26 - LIMONADA
Uma explanada
perto de um lago
um sorriso
e, na frente, uma limonada...
... fresquinha!
O amor está no ar
sente-se apaixonado
e, como sempre, em êxtase 
bebe daquele copo um golinho
hum! Uma limonada
de sabor agridoce
que bom gostinho!...
Faz as delícias do momento
perante a bela paisagem
sou feliz; sempre!
As mãos descansam no regaço
as palavras surgem naquela hora
e, agora, com um sorriso
bebo o líquido gostoso
debaixo do seu olhar amoroso!...
Ouço as palavras,
que o amor cuidadoso 
sopra no  meu ouvido
num murmúrio...em surdina!...
Encaro a vida, que aos poucos
vai desaparecendo do corpo; 
pelos anos que já passaram
e ficaram no passado!
A tarde segue o seu ritmo
o limoeiro vibra de contente
pois um dos seus filhos...
...está ali na minha frente!
Espremido é certo
também a ser bebido...
será que se encontra feliz!?
Claro que sim... muito feliz!
Não vai morrer no chão abandonado
não vai morrer sem primeiro
dar a alguém...
...um momento de felicidade!
É apenas um limão
que tempera uma boa salada
transforma-se numa saborosa bebida 
que ao meu paladar dá guarida
e, naquela esplanada
onde como um delicioso gelado
com o seu sabor....
o momento torna-se alado
em mim fica a saudade 
daquela maravilhosa tarde 
onde relaxo das imperfeições...
que atacam...
...a minha VIDA!!!
Autora
Irene Matias


27 - Uma 
Mão estendida calejada pelos anos
oferece-nos uma rodela de limão.
O limão pode ser amargo
Mas  é  muito utilizado e tem muitas propriedades curativas. 
Assim como esta mão  nos oferece
o limão, nós não devemos ser amargos com as pessoas de outra cor ou religião.
O ser humano é  bem complicado
faz distensão sem olhar a quem.
Cada um é livre para fazer o que quer
não devemos julgar nem ofender nem olhar  com azedume 
quem nos  estende a mão.
 Mila Lopes


28 - O LIMÃO
O limão colocado sobre a mão escura
Uma mensagem de dor e sofrimento
Deixa na tarde negra no meu pensamento
Um sentimento puro de muita amargura.
Nem sempre o limão lembra a face obscura
Foi produto utilizado como um ornamento
Teve e tem propriedades de útil medicamento
Promovendo do corpo e da mente  a cura.
Com profundo significado espiritual 
De afastar energias negativas é capaz
Recorrendo a um determinado ritual.
Riqueza, abundância e prosperidade traz
A quem acredita e usa de forma habitual
E também atrai bem estar, amor e paz.
15 de janeiro de 2024
Fernanda Simões Mendonça


29 - Limão 
acidez 
tóxica dor
amargo 
que manipula 
a mente. 
Insensibilidade 
corpo magro
frio 
dormente. 
Solidão 
olhar vidrado
vazio
de emoção. 
Indiferente 
à pele
e sua cor 
soturno 
viver
imundo. 
Fugindo 
à realidade 
sem reagir
ao ácido 
que mata
sem conhecer 
o amor
............ 
maria g.


30 - O LIMÃO 
Suave fica a minha mão 
Quando teu sumo espremo
És fruto medicinal  limão 
No trato tens um lugar supremo
És bom para a digestão 
Em doenças és protector
Tendo em consideração 
 Que fruto és de ácido sabor
Contigo faço um especial sumo
Confecciona-se uma torta de limão 
Ela é tão apetitosa, presumo 
Que deixa doce meu coração. 
 Sem deixar alguma mágoa 
Comesse à fatia, de uma só vez 
Na boca faz crescer água 
Deliciosa não lhe sentes acidez
Celestina Esteves 


31 - Por Amor Perdoou
Mão enrugada envelhecida
Mão negra, mão proteção
Sua vida amarga e sofrida
Tão azeda como o limão.
Mão enrugada que tinha
De servir o seu senhor
Limonada bem fresquinha
Em dias de intenso calor.
Quantas vezes foi usada
Foi mãe negra de criação
Pelo seu senhor abusada
Sofreu dura humilhação.
Mãe negra mãe dedicada
De filho que não procriou
Quantas vezes explorada
Mas por amor perdoou.
De pele negra envelhecida
Em tempos foi escravizada
Época que foi esquecida
Em filme será lembrada.
De Adelaide Simões Rosa


08-01-2024


28


1 - APELO!

(3º Poema) 

 *****

Ano Novo…vida nova

Vamos pôr outro governo à prova

Sem que tenha tantos ladrões.

Em nosso prol me movo

Pr’a pensarem bem…meu povo

Que em Março há eleições!

*****

Vejam da saúde, o estado

Património degradado

E outras coisas que tais.

Vive-se o maior dos horrores

Doentes pl`os corredores

Abandonados…nos hospitais!

*****

O ensino é igualmente

Um sector tão descrente

Que nos deixa a repensar.

Por isso há que estar, atento

Aos senhores do Parlamento

Pr’a saber em qual votar!

*****

Após o acto eleitoral

Há que conferir afinal

Esta crise que atravessas.

Vamos levar a efeito

Descobrir se o eleito

Vai cumprir suas promessas!

*****

Até lá, vamos vivendo

Ora subindo ou descendo

Neste infindável teatro.

E na altura dos votos

Não sejam uns ignotos

Se quiserem bom… vinte e quatro!

****

“ O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro

Todos os Direitos Reservados



2 -        NO NOVO ANO NOVA VIDA

No Novo Ano nova vida

Acreditar que assim seja,

Lembra trova repetida

Pedir o que se deseja!

Pra refrão não fica mal,

No Novo Ano nova vida

Apesar de virtual,

A canção dá-lhe guarida.

Doze meses num, reunida,

Entoava-se uma vez

No Novo Ano nova vida

Quiçá se acerte uma vez!

Brindamo-lo com champanhe:

Vá de fora de batida

Ano Velho s' amanhe

No Novo Ano nova vida!

Que nos acompanhe a raça

No Novo Ano nova vida;

Esperamo-lo com taça,

No peito faça guarida!

RAADOMINGOS



3 - Ano Novo

.

Depois da última folha arrancada

A esperança é renovada

No alcance do Novo Ano

Por onde passa a caminhada

Como bandeira desfraldada

Por pior seja o seu pano!

.

Deseja-se harmonioso e perfeito

A natureza não alter o preceito

E o mundo encontre a paz!

Não nos falte amor no peito

Para cada um ao seu jeito

De ser feliz, ser capaz!

.

Que o sol brilhe sem desprimor

Com a bênção do Senhor

As nuvens, venham a terra regar

Sem o panorama desolador

Ou um tórrido abrasador

Venha a fonte de vida secar!

.

Não sei porque sim, ou não

Mas é importante o coração

Haja amor, e não guerra

Por maior seja a trepidação

Haverá sempre uma solução

Haja sim, amor na terra!

.

São Pereira



4 - Ano Novo . . Vida Nova

**

Ano Novo é alegria 

Vem a noite sobraçando 

Mais um ano vai rodando

Champanhe , cor , e magia 

O bom gosto e fantasia

Loucura , imaginação 

Escorrem gotas de limão

Pelas taças de cristal

Com aroma tropical

Que gera fascinação 

**

Estalam foguetes no ar

Lacrimejando na lua

Ponho minha mão na tua

Na emoção de te amar 

O Novo Ano a entrar

Que seja de Paz na terra

Que o reinar da Primavera

Se junte ao calor humano

Cada dia , cada ano , 

Seja de amor, quem me dera

**

No salão há dança e luz

Mil taças se juntando

E as horas vão passando

O relógio logo as traduz

A embriaguez conduz

Á glória podem crer

O mesmo será dizer

Iremos brindar á vida

Desta maneira sentida 

Ano Novo é um prazer

**

Gertrudes Dias



5 - Deslumbrada…

….

Velho ano sem força e já recolhido

Sente o mel cheiro a brotar do novo ano

Dois mil e vinte e quatro em alarido

Os tachos barulhentos, p’lo ar ufano.

Fogos estalam e o céu colorido

Luz intensa num canto de soprano

Ergo a taça, meu desejo pedido

Grito bem alto pro universo e o emano.

Deslumbrada me arrasto pelo tempo

Dourados reluzem intermitentes

Com prateados das tais lentejoulas.

Pensativa, corri desse destempo

Diferente! Como estrelas cadentes…

Torno, vendo amor flama nas caçoulas.

Mary Lai (Cidália Teixeira´)



5 - FELIZ NOVO ANO

Se temos que dizer alguma coisa,

Porque é o costume das pessoas,

Então, que desejemos coisas boas,

Para este Ano que, ora, poisa

E a ninguém ficará indiferente.

Que pelo menos tenha a virtude

De não nos falhar com a saúde

E a pobreza s’ afaste da Gente.

*

Como, então dizia São Mateus,

Que nunca desejou mal a ninguém,

Mas que por graça dizia também,

Que primeiro desejava aos seus,

Colocando os outros em segundo.

Sem querer arranjar qualquer quezília

Desejo sorte e saúde à família

E o mesmo desejo a todo o Mundo.

LAF08JAN2024



6 - SIGO ADIANTE 

Balança o tempo o pêndulo do relógio dourado

Juntam-se num abraço os ponteiros apressados

A última badalada na suave melodia do coração 

Proclama o tempo de ser feliz ou apenas a ilusão 

Rostos sorridentes refletem brilho e esperança 

Erguem-se taças, brindes e auspiciosos abraços 

Um novo tempo que promete fins e recomeços 

Novos caminhos que se abrem em graça

Rasgam o céu fogos de artifício em estampidos

Acendem-se estrelas festeja-se o ano, recém nascido 

Ouço nos corações em uníssono o eco da paz

Abraço a mudança, um desejo que se refaz

Levo comigo tudo o que me faz seguir adiante

Passado que foi lição e impulsionou a mudança 

No novo ano acrescento: vontade, esperança 

Sorrisos, abraços, amor e fé e sigo adiante . . .

- Fátima Arede ✍️

Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 

de 24 de Agosto e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06



7 - Chega a derradeira noite

por muitos esperada

no velho calendário 

a folha amarelecida

chora, ser rasgada... 

sobre a mesa

o champanhe já na taça 

espera, a última badalada! 

Lá fora:

há foguetes a estalar 

a anunciar o novo ano 

festejado por muitos em alegria 

para outros, é mais um dia! 

Sem horizonte o desalento 

daqueles a quem a sorte destoa

dos que podem festejar

só o silêncio ecoa

num céu sem madrugada ! 

........

maria g.



8 - ANO NOVO AVANÇA 

Entre laços de esperança

Entre passas e desejos

O Ano Novo avança

Em alegre festança

E retumbantes lampejos.

Que traga a mudança

No sentido desejado

O futuro da criança

Em paz e segurança

O Brinde glorificado.

Taças de champanhe  

Em braços a brindar

Se o brinde não erra

A paz na terra

Virá para ficar!

Este sim é o sonho

Que me traz alegria

Ilusório, ou risonho?

Risonho o suponho

Todos os meus dias!

De Adelaide Simões Rosa



9 - Visualizando a Imagem e o Mundo. 

A mesa está posta

O cálice está meio cheio

A esperança também aposta

No bombom dourado com recheio.

Novo ano vida nova

Embora mesma, seja a vida 

Que seja uma outra pessoa que o renova

A'quando numa ode de Amor dê guarida.

Há tanta coisa a fazer

Existe tanto hábito para mudar

Trocar as armas por algo a comer

Com a paz no mundo a poder Imperar. 

Podia falar só de amor

Se não fosse tão realista

Para o Novo Ano peço com fervor

No bom senso dos homens. A conquista.

Happy 2024

Sorrisos da minha vida

Desejo. Amor saúde e paz

O resto, o Universo nos trás.

Florinda Dias.



10 - DESFRUTAR DA VIDA

Se a vida te diz sim

Faz dela canção feliz como seara de pão

Onde floresce o amor

Como árvore com raíz

E se sentires alguma dor

Aceita-a em recolhimento

É tempo de seguir em frente

De lutar sem desistir

Neste ano que se oferece

Olha a vida por dentro 

Não dês guarida à tristeza

Nem a recebas à tua mesa

Apaga o que te magoa

Nas longas franjas do tempo

A vida dá muitas voltas 

Neste tempo desumano

É preciso resistir

Fernanda Rocha

A Guardadora de Palavras

Direitos de autor reservados



11 - SEJAMOS TODOS FELIZES!

(2º Poema)

*****

 Para o ano que chegou

Que do velho se livrou

E a quem desejar não pude.

Venho aqui neste poema

Fazê-lo, mas sem blasfema

Pedir pois muita saúde!

*****

Para além desse desejo

Também por certo que almejo

Que não seja desordeiro.

Que não nos traga mordaças

Nem desastres ou desgraças

Mas sim, trabalho e dinheiro!

*****

Que o abracem com optimismo

E se veja maior civismo

Entre a nossa sociedade.

Que haja alegria e pão

E um mundo em união

Feito de boa vontade!

****

Que se renovem sentimentos

Pr’a espalhar aos quatro ventos

Tais como a Paz por louvor.

Que os sonhos se concretizem

E as guerras se amenizem

Vivendo-se com mais amor!

*****

Porquanto e resumindo

Ao Novo Ano eu brindo

Sem que assim o banalizes.

Eu só quero simplesmente

Que em poesia nos ostente

E sejamos todos…felizes!

*****

 “O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro

Todos os Direitos Reservados



12 - Mais um ano que começou

Vamos ver, no que vai dar

Que não nos falte saúde e pão

Que o resto se há-de arranjar

                     ***

Que não se perca a esperança

E a fé no coração

Que nunca falte o sorriso

No rosto do meu irmão

             Sílvia *Santos



13 - Ano Novo

.

Que este Ano agora nascido

Nos traga muita alegria

Paz Saúde e Harmonia.

.

Desejos repetidos todos os anos

Sonhos sonhados todos os dias

Insistidos até serem conseguidos.

.

Esperança cada hora renascida

Minutos trabalhados e suados

Em cada 365 dias do novo ano.

.

Voltamos a nascer das cinzas

Com a mesma perseverança

Labuta Confiança Energia.

.

Renovamo-nos ano após ano

Todos os dias concretizando

Passo a passo o fado da Vida.

.

Sonhos, choros, risos, lutas

Enveredando pelos trilhos dos anos

Até chegarmos ao nosso porto de abrigo.

.

Cecília Pestana



14 - Dois mil e vinte e quatro

Mote migrante

Eis! Dois mil e vinte e quatro.

Chega com frio e contente

Humanidade em teatro

Júbilo forte corrente.

Glosas

Eis! Dois mil e vinte e quatro.

Último instante e nascente

Sonho anda no malabatro

Perfumando o ar tão tremente.

Olho o amplo céu demais atro

Chega com frio e contente

Vi os fogos do anfiteatro

Tanta ilusão aqui se sente

Sonhar, pois, como o hipniatro

Rol de remédio clemente

Humanidade em teatro

Dor, colmata, algo evidente.

...

Começa o ano vereatro…

Brindas champanhe plangente

A correr como um elatro

Júbilo forte corrente.

****

Malabatro - unguento

Hipniatro - sonâmbulo

Vereatro - planta venenosa

Elatro – escaravelho

Vistas em Dicionário Online de Português

****

Mary Lai (Cidália Teixeira)



15 - FELIZ 2024!

(1º Poema)

*****

Feliz ano para todos

É o que venho desejar

E com os melhores modos

Querer saúde a rodos

Pr à podermos passear!

*****

O ano mal começou

Chegou armado em vilão

Porque de mortes manchou

Quem a vida conquistou

Lá pr`ós lados do Japão!

*****

Cá pelo nosso país

O governo veio austero

Cortou logo de raiz

Pr`a se ser menos feliz

Acabou com o iva zero!

*****

Só resta agora esperar

Pl`as outras mensalidades

Vermos se vai melhorar

Sem a gente a reclamar

De tantas austeridades!

*****

Vamos pois, assim crer

Que vai ser extraordinário

Com mil sonhos a romper

E que sem enlouquecer

Possa virar milionário!

*****

“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro

Todos os Direitos Reservados



16 - Doze badaladas…

Doze badaladas… Soar

Alarido no ar estridente

Alegria, algo a começar

Esp’rança se lança em corrente.

Paz, harmonia bem presente

Guerras ruins a terminar

Doze badaladas… Soar

Alarido no ar estridente.

Feliz ano, assim, desejar

Dois mil e vinte e quatro, sentes?

Sonho risonho a despertar

Dele, pois, serei o seu regente…

Doze badaladas… Soar.

Mary Lai (Cidália Teixeira)



17 - "Ano Novo vida nova"

O Novo Ano já começou

Estamos há oito dias a vivê-lo

Com alguns percalços arrancou

Trazendo mais uns prateados

Ao meu cabelo.

Mas que gosto teria a vida

Se não existissem soluções?

Nem sempre é colorida,

Tem dias que passamos aos trambolhões.

Mas o certo é que cá gostamos de andar, da companhia dos nossos pais filhos e netos, dos outros familiares, dos amigos e dos afetos. 

De sentir a música, o vento roçar o nosso rosto, o canto dos pássaros, a magia da poesia, os sorrisos e os sentimentos nobres, 

O bater palpitante do coração

Como pedras preciosas luzentes gostamos das minúsculas luzinhas que dão à noite um lusco fusco romântico.

O tilintar da água cristalina dos rios desaguando no mar, dos sopés da montanha pincelados de uma brancura alva.

Do amanhecer que brilha e nos faz sentir que um novo dia desponta.

Do poder imensurável de Deus que é ímpar e incomparável a algum outro.

Mas também os senão existem, as guerras, a fome e os flagelos das opressões, as contrariedades, os percalços, as incompreensões, as incompetências e incompatibilidades, os julgamentos e as frustrações.

Mas tudo depende de nós completamente.

O amor é um dom de Deus maravilhoso para todos, uns o usam na perfeição, mas outros optam pelo facilitismo do poder do mal, seguindo como referência o demônio.

Assim acontece ano após ano.

Lamentos constantes, mas poucas ou nenhumas soluções.

Feliz seria o mundo se conseguíssemos pensar que não somos dele, apenas trocamos uns momentos uns com os outros numa passagem fugaz.

Mas certo dia teremos que pensar e fazer a coisa certa pois só assim o Novo Ano será melhor para todos nós.

Que venha este com Deus no comando e cheio de venturas e prosperidade para todos nós.

BOM ANO NOVO PARA TODOS.

Lurdes Bernardo 



18 - FAÇO O QUE ME APETECER

Sou livro e sou poeta

Sou Camões e sou Pessoa

Sou o fado que se escuta

Nas esquinas do passado

Sou Alfma e sou Lisboa

Sou teatro e sou artista

Neste novo ano que se oferece

Vivo num tempo emprestado

Pois não é este o meu fado

Sou contraponto sem regras

Da vida malabarista

Pinto de cores o poente

Neste ano que nasceu

Nesta sede de viver

Sou livro e sou poesia

Vivo à solta sem cadeias

E faço o que me apetecer

Fernanda Rocha

A Guardadora de Palavras

Direitos de autor reservados



19 - QUE 2024, SEJA UM ANO FELIZ

.

O ano passado já passou

Ao Novo Ano cheguei

Finalmente uma amiga me encontrou

Que no passado ano deixei

.

Tanto tempo não nos vimos

O destino assim o quis

Um do outro saudades sentimos

Ao vê-la fiquei muito feliz

.

Espero que neste Novo Ano seja diferente

Que para todos/as seja muito melhor

O que passou foi mau para muita gente

Era bom que este não fosse pior

.

Desejo que 2024 seja um ano feliz

Que seja para todos/as nós virtuoso

E que faça com que o meu bicudo nariz

Deixe de andar quase sempre ranhoso.

.

José Martinho.



20 - HAPPY 24

Os ponteiros do relógio iam avançando 

Marcavam os minutos, para chegar hora

O velho ano com seu passado iria embora 

Às12 badaladas avisava o Novo, chegando

Começara  o novo Ano naquele momento

Embora a noite escura fosse muito fria

As pessoas saíam para rua com alegria

Gritavam: Viva o 2024 de  contentamento

Foi nesta euforia, que o Novo Ano nascia

Festejamos, comemos,  passas e pedimos!

Dias felizes e tudo que possa vir de melhor

Em cada rosto lê-se a esperança e o amor

Todavia no relógio do tempo conseguimos

Um presente com expectativas a cada dia.

Celestina Esteves



21 - Quando chega o ano que esperamos tanto, e ansiosos com medo de algo terrível acontecer 

e nos impeça de comemorar esse ano cheio de expectativas. 

Mas podemos rir e nos alegrar, principalmente agradecer ao Dono do tempo: Feliz Ano Novo.!

E todos os projetos, sonhos, agora são nosso objetivo, para esses próximos 12 meses. 

Ah! Se eu pudesse desenhar um mundo tão colorido como um belo arco-íris no céus, 

Onde todos estivessem felizes, e que não se fome, nem corrupção aí sim seria um ano muito feliz.

E todos poderiam cantar e se alegrar, agora 

E agradecer a Deu por um ano novo muito feliz.

Zi Ferreira. 



22 - ANO NOVO

Para que ele seja diferente

De atitudes há que mudar 

Já vimos que as permanentes 

Bons resultados n' estão a dar. 

Todos os anos o novo vem

Entre pedidos e desejos

Brindes, abraços, e também

Com alguns falsos beijos.

Se queremos mudar atitudes

Mande-mos embora os judas

Que infernizam a nossa vida

Que os cristos amiúdes

Mascarados de bem, não iluda 

E nos apanhe o mal d'vencida.

#MariaGouveia#



23 - QUERER ACREDITAR

Na maciez da manhã

Acordou o coração liberto

O sonho era seguir em frente

Para o sucesso alcançar

Salta da cama ligeiro

Com desejos de ser gente

Acredita sem rodeios

A vida vai melhorar

Hoje é um dia diferente

Olha à volta confiante

No seu valor de saber

Nesta manhã descoberta

Tudo pode acontecer

Saio sem olhar pra trás

A vida é uma roleta

Na força de muito querer

É possível que aconteça

Há sempre um dia de esperança

Para se alcançar a meta

Fernanda Rocha

A Guardadora de Palavras

Direitos de autor reservados



24 - Há festa 

**

Em cálidas noites onde o sonho esvoaça

A volúpia da festa reflecte magia

Borbulha o champanhe na brancura da taça

Em noite de festa , de amor , alegria

**

Esvoaçam as vozes nos vastos salões

O champanhe impera entre mil sorrisos

Doçura e néctar feito de ilusões

Onde a fruta e o mel são sempre precisos

**

Loucura e paixão e mesas de luz

Que se coadunam ao olhar brejeiro

Alta vai a lua lá fora e seduz

Dos dias do ano este é o primeiro

**

Gertrudes Dias



25 - FELIZ ANO DE 2024

Tenho vindo por aqui, por vezes, espreitar

Depois de entrar, vou saindo de mansinho

Vou sempre lendo, mas sem nada comentar,

Mas sei da Carmem, da Cidália e do Martinho.

Vinha hoje, para sobre os três premiados falar

Não me lembrei que seria dia do ano iniciar.

E não é que perante a imagem sugestiva,

Quero primeiro um bom ano a todos desejar,

Pareceu-me oportuno nesta nova iniciativa

Dos três mais participativos de 2023 falar.

Olhando para trás e com os olhos no passado,

Com o seu exemplo, será o futuro assegurado

A Carmem Bettencourt eu própria agradeço

As suas belas positivas mensagens diárias

Podem a quem as ler uma ajuda sem preço

Dar,  sem sombra de dúvida extraordinárias.

Os seus poemas de amor fazem-nos sonhar

Para nós ela escreve, para nos acompanhar.

Cidália Teixeira não só escreve muito bem

Mas é uma poetisa com grande sensibilidade

Sempre pronta a ajudar e a comentar também

Revelando simpatia e uma forte generosidade

É um prazer ler a sua diversificada poesia

Sempre escrita com técnica e grande mestria.

José Martinho, ficando em primeiro lugar

De todos os sorridentes o mais participativo

Tem vindo a sua mestria na escrita a melhorar

Mas o que o caracteriza e o torna mais ativo

É a sua profunda e diversificada inspiração

O seu sentido de humor em permanente ação.

Eu acho que foi perfeita a escolha dos três

Para dois mil e vinte e quatro é motivante

E valorizando o ano de dois mil e vinte e três

Incentiva todos a aproveitarem cada instante

De um ano em que todos os sorridentes

Cada vez mais se sintam felizes e contentes.

De parabéns está deste grupo a mentora

Que soube tão bem os seus destinos dirigir

Que mantém o grupo unido e a partir de agora

Acredito que se prepara para mais descobrir.

Feliz Ano para todos nós no ano que começa

Que, como se pode ver, já corre a toda a pressa 

8 de janeiro de 2024

Fernanda Simões Mendonça



26 - Réveillon 

Anda comigo ver o Réveillon,

Veste o melhor fato

Já que, eu pinto os lábios com o meu batom.

Traz um sorriso

Na tua lapela,

Irás ao baile na companhia da Cinderela…

Não sei se sabes!

O que é preciso…

São doze passas e muito juízo…

A nossa mesa!

Não há nada que estranhe

Taças de cristal e muito champanhe.

O Ano velho cheio de vícios

Deixou -nos saudades,

Mas muitos resquícios.

Viva  o Ano Novo 2024

Com tesouros preciosos

Para que eu e tu… nos tornemos …

Ricos, mas bondosos.

Happy New 2024 Sorridentes! 

Graciete Lima



27 - CHEGA UM NOVO ANO

Relembramos tantos momentos

Queremos remendar os erros

Buscar no baú as lembranças

Reviver bons sentimentos.

Tentei  alinhavar as horas 

Enxuguei o rosto molhado

Troquei as lágrimas pelo sorriso

Às vezes sem graça, meio amarelado.

No coração costurei saudades

Rebusquei no fundo da memória

Algo que estava esquecido

Reescrevi a minha história.

Coloquei pessoas do bem

Outras resolvi descartar

Tudo que for negativo

Melhor é eliminar.

Quero levar pra o novo ano

Apenas o que me faz bem

Quem não teve importância

Será eliminado também.

Autora- Irá Rodrigues.



28 - No carrossel do tempo chegou, apeou-se atordoado o Ano Novo. 

Iluminaram-lhe o caminho, se abriu a porta faiscando em mil cores. Escutaram-se palmas, risos alegres, euforia momentânea. Champanhe... as passas, sortilégios em cor azul.

Nasceram abraços, juras de amor, promessas vestidas a rigor de verde esperança. 

De mãos erguidas, sem taça para brinde, Eles, os sem teto arrecadavam do céu longínquo pontas de estrelas caídas do firmamento. 

As crianças sem teto, embaladas na magia das luzes cantam. Seduzidas pelo fascínio do fogo de artificio que alindava seus passos de pés nus. 

Alguns juntaram as mãos erguidas num agradecer de alma. Essa gratidão que nos veste sem pronuncio de palavras, nos lábios a oração de beijos, nos olhos cerrados mil momentos que o ano velho como sábio pai guardou, pai! 

Esse adivinho que sabe de nós e de todos os momentos de amor, dor e fé! 

Tantos, vendaram os olhos, a audição mostrou-lhes em estrondos e gritos lancinantes, a paz da guerra. 

Essa paz dada pela queda da vida. 

O ano novo respirava nessa mudez de receio que nós bem conhecemos. 

No recato de cada lar, chega o descanso que o corpo pede. 

No coração de cada um o amor faz guarida, a esperança floresce

Os dias somam, o Novo Ano de destino incerto decorado cresce.

Lá vamos na vertigem da vida, desbravando as pedras do caminho.

Porque o que importa é ser FELIZ. 

Augusta Maria Gonçalves

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