“Uma Imagem… Mil Sorrisos” dá-nos asas à imaginação. Cada foto regista um momento que fica eternizado na nossa memória e provoca-nos sensações diferentes. Como fazer chegar uma imagem a quem não a vê? O que se espera é que cada um tenha a sua interpretação, para além da óbvia e esta pode valer um sorriso, ou melhor, mil sorrisos a quem a lê." Cristina Russo - mentora da iniciativa, criada especialmente para o meu primeiro grupo "Jardim de Poesia", em 2012.
ATENÇÃO: Podem usar as fotos da iniciativa noutros espaços, desde que não cortem a identificação do autor da foto. Todas as fotos têm dono, por isso, vamos respeitar. Também não gostamos que usem os nossos poemas sem a nossa identificação. Se quiserem a foto original, sem a identificação do grupo e da iniciativa, também posso fornecer. Mas na publicação em que a usarem, terão de mencionar o nome do autor. As fotos que uso não são "roubadas" da net, são-me gentilmente facultadas pelos autores, ou tiradas de páginas autorizadas.
Não usem fotos ou nomes de iniciativas antigas no grupo para não induzirem os restantes membros em erro. No grupo, ambos devem ser usados apenas no dia da iniciativa. Fora do grupo podem usar quando entenderem.
Esta iniciativa não tem tema, apenas uma foto a ser interpretada. Todas as semanas interpreta-se uma foto diferente.
Todos os poemas serão publicados aqui por mim e é responsabilidade dos membros participantes certificarem-se de que os seus trabalhos se encontram aqui e corretamente. Prazo de reclamação..24h.
A iniciativa não é obrigatória.
Atenção, só serão válidas as publicações feitas no próprio dia, das 00:00h às 23:45h. Participações para além do dia, serão eliminadas.
Os trabalhos expostos são da responsabilidade dos autores. São publicados no Grupo SORRISOS NOSSOS e posteriormente copiados e publicados aqui por mim. Não me voluntario para fazer qualquer tipo de correção.
- ou com ambos.
2 - A foto a usar é sempre a do dia correspondente, fornecida por mim.
3 - Poemas só em texto, publicados diretamente no grupo. Não são permitidas partilhas, nem poema na foto
1 - Eu sou . . Fera
Felino gigante p’la noite errante.
Leva a presa para o alto num instante.
Sozinho sempre a caminhar.
E encontrar o que quer caçar.
Neste tronco a relaxar.
Serei sempre uma ameaça.
De mim jamais se aproxima.
Corro eu assim veloz.
Sem que alguém vá perturbar.
Bel fera sono a curtir.
Bel fera sono a curtir.
Bel fera sono a curtir.
.
.
.
.
.
.
José Martinho.
olhar puro da Natureza.
Sou razão a qual eu não minto.
safaris e fotos de mim nutre.
o meu!… É selvagem e verdadeiro.
Vozes...
.
Difícil essa concessão.
.
Quão maldade, sem pudor.
.
Morre-se de fome, sem chão.
.
Sugam seu suor, seu pão.
.
O povo morre de exaustão.
.
à espera da madrugada.
..........
maria g.
.
.
.....
Cansado d'andar à toa.
Prostrado fica a pensar.
.
Brincando e judiando da fera que estando enjaulada era bem mexida.
Num ápice a fera enfia sua garra por entre as redes e sua face deixa esfacelada.
Há gritos de dor da criança, da mãe das pessoas em seu redor.
Num profundo desconforto se vive o horror do menino ensanguentado.
Chega uma ambulância chamada à pressa, que por sinal é bastante rápida e lá vai aquela criança, que provavelmente ficou desfigurada.
Não fosse o descuido e o seu excesso de perigo, aquele perigo ali à frente, prestes a ser um ataque feroz de um animal que se sentiu ameaçado, na sua própria jaula.
Estava uma tarde linda de sol, as crianças numa algazarra, largavam as mãos dos pais, para chegarem mais perto dos animais, mas o perigo era iminente e quando os pais chegavam perto já estava o ato consumado.
Toda a atenção é pouca comparada com a rapidez com que uma criança foge e se torna um alvo fácil para o animal.
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto
Mesmo tendo apenas semelhante o rugir.
Que se encontra numa posição resguardada.
Não tem a capacidade que o outro felino tem.
Pontos pretos e as manchas rosas parecem.
As caudas dos leopardos, elegantes animais.
Eles falam a rugir e os gatos é a miar.
Reservados todos os direitos ao abrigo do Código de Autor.
.
por vezes com intenções funestas...
.
e lhes ensina caminhos de sobrevivência...
.
.
que de perto e segura gostava de observar...
.
Um caçador genuíno.
E cama pra descansar.
De modo extraordinário.
Por uma razão vital.
que a Onça procurava para descansar.
era amarelo dourado com pintas pretas.
escondia-se por entre florestas secretas.
os animais mamíferos, são seu alimento .
Não se deixa caçar, é forte e corpulento.
O fósforo que acende o tronco
Para dar conforto na lareira
Também é usado por um bronco
Para acender uma vil fogueira.
Na lareira as chamas dançam
E nas paredes se vão vendo
Sombras de pares que se abraçam
Ao calor se aquecendo
Mas na vil fogueira acesa
Que o homem bronco ateou
Ficou ferida a Natureza
E um grito de dor lançou..
É como a eterna dicotomia
Entre o terreno e o espiritual
A que não se liga hoje em dia
Como a luta entre Bem e Mal.
8 de abril de 2024
Fernanda Simões Mendonça
2 - A vida é fogo que arde
é chama que se consome
tal o coração carente
sofrendo de amor de ausente
vai morrendo dessa fome.
E a alma, porque sente
ser janela onde viver
vive, essa dor tão presente
de, amar eternamente
até a chama se perder.
Chama que, quando apagada
a vida, já não é nada
é cinza pelo vento levada
pó que à terra volta
da casa, fecha se a porta!
............
maria g.
3 - LUZ NA ESCURIDÃO
Na noite escura e tristonha
Pintou-se o céu de luar
Os Deuses se entregaram
Numa alegria plena
Invocando Poseidon o deus do mar
Fez-se luz na escuridão
Nas ondas a navegar
Os deuses soltaram seus cabelos ao vento
No céu dançaram estrelas
A lua foi seu altar
E na tua mão brilhou a chama
Que iluminou nosso olhar
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
4 - A CHAMA...
Esta chama que me aquece
Depressa desaparece
Fico triste só de pensar
A sós irei ficar? não sei de Ti !
Por momentos me perdi
Vi chama, no teu olhar !
Ao longe vejo uma luz
Que me perturba e seduz
Não sei quem "Era"
Fugi por estreitos caminhos
Fiquei marcada de espinhos
Não vejo ninguém
Vou mais além
Nasceu o Sol... É Primavera !
08-04-2024 Laura Prates
5 - A CHAMA
Assim como o fósforo acende a chama,
também tu em mim acendeste a alma.
Num fogo ardente, que não se acalma,
a dor que queima; só a sente quem ama.
É invisível esta interior chama ardente,
Ora ilumina de alegria, ou queima de dor.
Não sei se é paixão? Ou se será amor?
É algo que não se explica, simplesmente.
E este fogo ardente, que não se apaga,
vai emitindo dentro do meu corpo o calor .
Que não sei se te quero perto, ou te afaste.
Sei que essa luz no coração propaga,
que acende em mim a chama do amor.
Receio que no tempo, esse fogo desgaste.
Celestina Esteves
6 - ILUMINA ETERNAU E FULGURANTE!
Uma luz que brilha no horizonte distante
Iluminando o caminho, como um guia constante
Sua chama ardente clareia a escuridão
E revela segredos, trazendo nova inspiração
**
Essa luz radiante dança no céu noturno
Pintando estrelas, com seu brilho taciturno
Ela acalma a alma, trazendo serenidade
Despertando esperança, em meio à tempestade
**
Como um farol fiel, ergue-se no mar revolto
Guiando barcos perdidos, com seu brilho solto
Ecoa a promessa de um amanhã reluzente
A luz que: ILUMINA ETERNA E FULGURANTE!
@Carmen Bettencourt !
7 - Luz brilhante
…
Fósforo de luz brilhante
A incendiar a minha alma.
…
Luminoso e irradiante
Não-metal composição
Fosforescência a paixão
Fósforo de luz brilhante
Natural e tão faiscante
És, nas rochas, encontrado
Logo em solo misturado
A raiz pois assaz te absorve
Na alimentação te sorve
A incendiar a minha alma.
…
Pau de fósforo arrogante
Se tu chispas te iluminas
De dor tanto te alucinas
Fósforo de luz brilhante
Duras apenas instante
Potencial a energia
Que ativa a alva fantasia
Ignição demais perfeita
Que no meu ser bem se deita
A incendiar a minha alma.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
8 - Ignição
…
Acendi um fósforo e os lábios sorridentes
Meus olhos na chama se elevam de amor
Par a par, duas almas doces e crentes
Luzentes, brilhantes em doce fulgor.
…
Chama de paixões puras demais ardentes
Plenas de inspiração, sinal criador
Entusiasmo vero, estrelas cadentes
Talento a explorar sempre encorajador.
…
Flama do fósforo, vejo luz pra vida
Nos guia, dando amplas oportunidades
Tanta motivação e determinação.
…
Minha alma nesta ignição tão destemida
Se aventura à procura de verdades
Se dá conta da sua transformação.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
9 - O fósforo tem luz
**
O fósforo tem lume , tem luz e tem cor
Sua chama acende velas do altar
Perto do fogão vai a chama atear
Em qualquer altura tem muito valor
**
Usado com geito é uma mais valia
Acende fornalhas , queima lixo incauto
Na escuridão tem olhos de gato
Serve para guiar quem se estravia
**
É associado às grandes desgraças
Aos fogos que alastram e queimam e matam
Mas culpa não tem que loucuras façam
Não pode evitar ser usado em trapaças
**
E quando é usado sem uma razão
Faz risca que risca e não quer pegar
Porque já percebe que mal vai causar
E fica quieto , perdido no chão
**
Gertrudes Dias
10 - FAÇA-SE LUZ…
Em tempos que já lá vão,
Tempo da pedra lascada,
Faziam fogo à pedrada,
Qu’ arrancava um clarão
E acendiam o fogão,
Para aquecerem as cavernas,
Já eram coisas modernas,
Em tempos que já lá vão.
*
Pois, se alguém lá chegasse,
C’ uma caixa de palitos,
De fósforos, também ditos
E então iluminasse,
Como num mágico passe,
Seria o deus da caverna,
Tinha adoração eterna,
Enquanto a caixa durasse…
*
Pois, enquanto houver memória,
Vamos olhando o passado
E brincamos um bocado,
De uma forma notória,
Quer de malogros ou glória,
Como o acender dum fósforo
Ou o piscar dum semáforo,
Que já são parte da História.
LAF08ABR2024
11 - ETERNO,ENCONTRO,PAZ CONTEM!
Uma luz brilhante, a iluminar meu caminho
Um farol no mar escuro, um destino
Seu brilho suave me envolve num abraço
Fazendo o mundo ao meu redor parecer escasso
*
Esta luz radiante, em constante movimento
Revela segredos, trazendo alívio ao tormento
Ela dança e brilha, como uma estrela a guiar
Preenchendo o vazio, me fazendo flutuar.
*
Esta luz que irradia, traz esperança e calor
Acalma minh'alma, como um doce licor
Ela me inspira, me incita a seguir em frente
Em seu brilho: ETERNO, ENCONTRO,PAZ CONTEN!
@Carmen Bettencourt !
12 - Chama que se extingue
**
Procuro na chama que acalenta o meu viver
A luz onde meus passos se perderam
Um pequeno ponto onde as dores se recolheram
E em labaredas um dia irão arder
**
E nessas horas já vividas no passado
Nunca a esperança deixou de me animar
Sempre esta pequena luz a bruxelar
Assim foi a minha vida e o meu fado
**
Hoje já recolhida em nostalgia
Há uma luz enfraquecendo a qualquer hora
E nos meus dias vou esquecendo a cor da chama
**
Porque o sol se põe todos os dias
E minha alma pelo passado ainda chora
Só o fósforo ainda risca e de luz se inflama
**
Gertrudes Dias
13 - ERAM VERDES OS NOSSOS ANOS
.
Eram verdes os nossos anos
no jardim da primavera
e o cupido lançou suas setas
.
Foi na biblioteca do liceu
que cruzamos nosso olhar
e por causa da poesia
nos começamos a falar
e nossa música a escutar
.
Daí a sairmos juntos
quais borboletas
harpas e violinos a tocar
poesias a quatro mãos
começaram a voar...
.
Foi o começo da chama
que intensamente ardia
amor assim tão puro
tornou-se porto seguro
para toda nossa vida...
.
Um fogo assim nasceu
ainda hoje crepita no coração
no carinho e na ternura
nesta nossa sagrada união
com tua mão na minha mão...
.
Tiló Henriques
14 - O AMOR VEM DESPERTAR !
Na cama macia, o calor aconchegante
Acesa por uma chama, pequena e cintilante
Uma cabeça de fósforo, faísca de luz
Desperta o fogo, que incendeia a cruz
***
A cama que aquece, em brasa a arder
Abriga a paixão, pronta pra florescer
Uma pequena faísca, o início da chama
Que aquece os corações, e em amor se inflama
***
A cama que aquece, com a luz a dançar
Emoções ardentes, prontas para se soltar
Uma simples cabeça de fósforo, faísca a brilhar
Na cama que aquece:O AMOR VEM DESPERTAR!
@Carmen Bettencourt !
15 - Sina minha
**
Sou fósforo e me rendo
Á luz e calor
Escondo a minha dor
Quando me defendo
Nunca fiquei querendo
O mal a ninguém
O fogo provém
De quem pensa mal
Eu queria afinal
Só fazer o bem
**
Não têm cuidado
E fico sozinho
Seguem seu caminho
E eu mal apagado
Se tenho a meu lado
Um ramo qualquer
Minha chama requer
Ser logo apagada
Sendo propagada
Um incêndio gere
**
Há dor , sofrimento
Desgraças sem fim
Por gente ruim
Sem ter sentimentos
Sou mero instrumento
Das forças do mal
Do ódio infernal
De quem sem noção
Esconde a intenção
Mas nada é igual
**
Se eu fósforo pudesse
Não faria sofrer
Só queria fazer
Que o mundo soubesse
Que às vezes em prece
Eu choro a dobrar
Por ver propagar
A chama que é minha
Mas é uma sina
Que vou carregar
**
Gertrudes Dias
16 - Há luz na escuridão
.
És luz incandescente
Chama no meu olhar,
És dor inconsequente
Brilho intenso no altar.
.
Há luz na escuridão
Em noites lindas de luar,
És fogo, és furação
És sol no meu amar.
.
És luz incandescente
Brilho intenso no olhar,
És amor doce e quente
És dor no meu chorar.
.
Há luz na escuridão
Chama no meu olhar,
És vida, és inspiração
Brilho intenso no voar.
.
Funchal, 8 de Abril de 2024
Cecília Pestana
17 - És…
És o meu desassossego
Minha tempestade
E meu medo
És ansiedade
Ternura, amor e segredo
És a luz na escuridão
Beijo doce de paixão
És anjo que me dá a mão
Meu alento na solidão
És desejo, dúvida e sorte
Poema breve sem mote
Clarividência e desnorte
Misto de azar e sorte
És as asas que procuro
Quando minha alma pesa
Brilho que ilumina o escuro
Como uma lanterna acesa
És doçura nos meus dias
Calmaria, calor e frio
Frescura das manhãs frias
Brisa de um dia de estio
És suporte, direcção e norte
Rumo que sustenta o meu trilho
És meu sustento e sorte
És tu e só tu o meu brilho
És o pavio sempre aceso
Meu recesso indefeso
Meu recanto…minha paz
A essência que me faz.
Autora: Alice Cunha
18 - O FÓSFORO ESTÁ EM VIAS DE EXTINÇÃO
.
Basta um fósforo de madeira
Numa das suas pontas a arder
Para incendiar uma floresta inteira
Que levou muitos anos a crescer
.
O fósforo está em vias de extinção
Por isqueiros tem sido substituído
Os incendiários levam-nos na mão
Ou numa algibeira bem escondido
.
Quando vejo florestas e outras coisas mais
A arderem dias e noites sem parar
Destruindo casas e matando animais
Dá-me uma vontade imensa de chorar
.
Chorar por ser incapaz
De prender o assassino
Como é que ele teve coragem e foi capaz
De tudo queimar sem perder o seu tino
.
O fósforo faz parte da tradição
Eu a favor da tradição sou
Mas sou contra quem o usa com intenção
De queimar tudo que alguém um dia plantou
.
José Martinho
19 - ESTRADA DA ETERNIDADE
Na luz da manhã
O corpo se entrega num doce sorriso
É luz incandescente
Poema de cor
Corpo sem defeito, entregue ao amor
Na noite que chega como uma oração
A alma profana veste-se de luz
Brilha nas estrelas, na luz do luar
Abre-se serena para se encontrar
O corpo e a alma em perfeita união
Gritam nas cores do poente a sua verdade
Como seres unidos
Descobrem o caminho
Deitados na estrada da eternidade
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
20 - Guardarei o aroma das rosas que deixaste no leito
O vermelho da lua cheia que corou a minha face
O ébrio tinto que sorvi da tua boca, suave e doce
Brindamos às promessas de um amor perfeito!
Quimeras das flores brancas de laranjeira
Dos lençóis que esvoaçavam a brisa na janela
Noites em que a lua nova crescia em mim inteira
Ai, os meus segredos, só os confidenciava a ela!
O segredo da flor da lua e seu noturno olor…
O murmurar dos búzios das noites de ouro e prata
Os mistérios do canto do rouxinol numa serenata
Cantava para os amantes que viviam o amor!
As nascentes cristalinas que brotavam do teu olhar
O lume dos lençóis que ardiam sobre o nosso leito
A fogueira despudorada da lua, cheia de desejo
O sabor dos teus lábios num primeiro beijo!
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004
de 24 de Agosto e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06
21 - NÃO ME LIXEM A CABEÇA!
(1º Poema)
*****
Depois da caixa roçar
Logo eu entro no jogo
Começando a fumegar
E em chama me transformar
Pronto pr`a acender o fogo!
*****
Vou a lareira acender
Ou quiçá o fogão a gás
E nos dias que chover
Eu vou-te em casa ver
Aquecendo-te em paz!
*****
Sou o fósforo incendiado
Com a “carola” avermelhada
Que depois de abandonado
E por si já rejeitado
Não servirei pr`a mais nada!
*****
Minha “tola” em cinzas desfaz-se
E o pau é todo “comido”
E eu outrora com classe
Sou então só por disfarce
Um amorfo num jazido!
*****
Por isso é que às vezes digo
Ainda que eu enfraqueça
Não sejas meu inimigo
Só peço que sem castigo
Não me lixem… a cabeça!
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
22 - QUANDO DEPOIS DE APAGADO!
(3º Poema)
*****
Quando me acendem, eu brilho
Trago o mundo iluminado
E sei que até fervilho
Só porque essa luz partilho
Espalhando-a por todo o lado!
*****
Vou ardendo intensamente
Até que a chama se apague
E quem o meu calor sente
Pode queimar-se certamente
Ou um incêndio propague!
*****
Quando depois de extinto
Sem ter onde me focar
Fico assim triste, não minto
E no fundo até pressinto
Não ter mais nada pr`a dar!
*****
E a chama, outrora viva
Agora é somente pó
Já a mais ninguém cativa
E eu com a cabeça inactiva
Resta-me apenas…estar só!
*****
E o pouco que já fazia
Vai-se indo lentamente
Porque hoje no dia a dia
Há nova tecnologia
Que de mim…vai bem à frente!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
23 - PR`A QUE SIRVO?
(2º Poema)
*****
Pr´a que sirvo eu afinal
Se nem sempre fico direito
Sou um fósforo banal
Simplesmente de pau feito!
*****
Tenho alguma utilidade
Sem mim não vão acender
Um lume de chão de agrade
Ou o fogão …para a comida fazer!
*****
Muito embora hoje em dia
Já esteja fora de uso
Há fogões de outra etnia
E há isqueiros…deduzo!
*****
No entanto sou bonito
Quando aceso, a iluminar
E só vejo mais aflito
Quando me esteja a apagar!
*****
E nessa chama amarela
Que pode incendiar florestas
Sirvo pr`a acender uma vela
Que anime de anos… as festas!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
24 - COPAS
Mote
....
Frescas naquela floresta
Onde os pássaros as ama,
Vê-se agora que não presta
Quem lhe chegou a chama.
.....
I
Farta de andar a correr
Perante um sol que cresta
Dá-me gosto de as saber
Frescas naquela floresta.
II
Posso ser cabeça no ar,
Fazer do relógio um drama;
Mas sei qual é o lugar
Onde os pássaros as ama.
III
É na árvore é no chão
É na sombra para a sesta
Mas olhando pro ancião
Vê-se agora que não presta!
IV
É um ingrato, um vulgar;
Chegar perto já me inflama!
Como posso respeitar
Quem lhes chegou a chama?!
.
RAADOMINGOS
25 - NA ESPERANÇA DO QUE HÁ-DE VIR
Foi assim
Naquela noite, sem pudor, nos entregámos
Da mesma luz partilhámos
Nos caminhos do amor
Perdida nesta loucura
Já não sei bem se sou eu
A luz que em ti se acendeu
Foi nosso palco e magia
Do teu corpo fiz o meu
E assim me entreguei
Dei de mim tudo o que tinha
Descobrimos o caminho
Fomos arautos do amor
Na doçura do sentir
Tua chama me queimou
Senti a doce ternura
Que partilhamos a dois
Iluminou-se o caminho
Na esperança do que há-de vir
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
26 - Que a chama da esperança
Jamais se apague
Para todos aqueles
Que continuem a acreditar
Que o mal que o mundo padece
Um dia irá acabar
Que a luz que da chama emana
Continue a aquecer e iluminar
O coração do meu irmão
Que ilumine o meu país
O meu, e de toda a nação
Que a luz que provém desta chama
Me fortaleça na fé
Que melhores dias, hão - vir
E que estas iniciativas
Me deem mil razões para sorrir
*****
Sílvia *Santos
27 - Aberração
Adeus dia chuvoso, mas até sempre!
Fazes viver campos e searas, não esqueças
de salpicar as enseadas, deixar viver os rios
para sempre. A vida, espera por ti eternamente.
O que é da gente? Ó dia chuvoso descontente!
Ó chuva! Que acordas os nossos olhos!
Choras, refrescas a terra castanha, vermelha
e até negra de dor! Pingam lágrimas de suor,
nos dias fogosos de verão, deixam chamas de fogo
ardendo no chão.
É uma aberração.
8 Abril 2024
Graciete Lima
28 - Chama Gémea
Pudesse eu ser um dia,
chama gémea!…
Da flor d’um girassol
fruto d’uma colheita
na Primavera com sol.
Girava ao sol ao sabor
do rei dos ventos,
noite e dia espelhada,
estrela gémea enfeitiçada,
fogo era sem dizer nada.
Retrato meu reflectido
corola de luz amarelinha
chama acesa sensibilização
Sem dúvida Uma Gémea igualzinha.
8 Abril 2024
Graciete Lima
29 - "A chama"
És uma chama vibrante
De um fulgor que ao olhar
Arrepia se constante
E é de um uso fatal.
Neste caso é chama ardente
Que a necessidade acende
O candeeiro o fogão a vela
E se apaga lentamente.
Mas cuidado para não te queimares
Não deixes o pau arder até ao fim
O fósforo quando o usares
Que seja rápido o seu uso sim?
Ele queima se arder até ao fim do palito
Se o largares aceso pode incendiar
Tens que com zelo usá-lo e apagá-lo
Têm de ser usados com cuidados
Para que o fogo nunca tenha lavrado
Por esses montes fora pelos incendiários.
Lurdes Bernardo
30 - A Luz da Fé ...
É chama que arde
Diante do meu olhar
Cuido dela sem alarde
Pró vento não apagar
Luz intensa no altar
Que a minha mente associa
Vou muitas vezes rezar
À imagem de Maria
É uma chama divina
Para quem tem sua fé
E não é (chama assassina) que consome árvores em pé
É uma chama real
É esperança no mundo inteiro
É uma luz natural
E o Poeta é Pioneiro !
08-04-2024 Laura Prates
31 - ARDENTE
Ao longe crepitava fogo
Alargava a extensão das suas chamas
Queimava tudo por onde passava
O medo que deixava... era tamanho
Pois muitas vidas ceifava!...
Percorrera larga extensão
E, a nada olhava
Se era uma criança ou o seu cão
Na sua frente tudo levava...
... tudo à sua frente devastava
... não era Clemente
Era o fogo sangrento
Era a sanha da maldade
Da desigualdade humana!...
Fora um fósforo mal apagado
Que iniciou este desespero
Nas Pereiras não restou um Pero
Nas macieiras uma maçã...
...o fogo começou logo pela manhã
E, caminhou vastos hectares
A tudo deu um grande desbaste
Nada ficou para lembrar!...
Ah! Tristeza que em nós entraste
Ah! Choro das almas desaparecidas
E, das que cá ficaram sem gosto pela vida!
Correu prados
Chegou perto de aldeias e vilas
Ficou à porta das cidades...
...sentiu o frio da morte
O medo que se instalou foi forte!
Os sonhos que ficaram por realizar
As vidas que foram destruídas!...
Não sei como o POEMA acabar
Pois ao fim de tanto tempo
Ainda começo a chorar
E, vejo a aflição de tanta gente!
Uns ficaram queimados
Outros os seus amores se finaram
Perderam a vida; que para eles era tão cara
Foram levados nas asas do vento...
...nada mais há a assinalar
Tudo foi dito e redito...
Agora, resta apenas a ORAÇÃO
E, a lembrança no CORAÇÃO ❣️ ❣️ ❣️
Autora
Irene Matias
32 - UMA CHAMA QUE NOS CHAMA
.
Foi um encontro por acaso
não nos viamos desde a escola
convidaste-me
conversámos recordamos
foi um mergulho no passado
rimos e choramos...
.
E a história se repete
.
Ateamos uma chama
naquela noite de luar
no cume de uma montanha
por entre estrelas cadentes
o nosso amor se entranha
e cada vez mais carentes
com nossos corpos
como troncos a arder
até ao amanhecer
inventamos loucas promessas
mas a luz da manhã
escureceu a realidade
pôs a nu outra verdade...
Seguimos nossos caminhos
mas cá dentro
ateada ficou a chama...
.
Que nos chama...
.
Tiló Henriques
33 - Fósforo luzente
…
Meu sonho em fósforo luzente,
Chama a pétala tricolor
Aqueces minha alma vivente
Transformando a sua vã dor.
…
Tua luz me dá teu calor
Incentiva a forte corrente
Do meu rio com tanto amor
Espalhando-o, assaz, contente.
…
Determinação tão presente
Criativo o meu ser alor
Encorajas minha nascente
Coração, assim, tão vencedor.
…
Teu fluir bem confortador
Que agita a minha servil mente
Que me arrasa sem ter humor
Pois de energia está carente.
…
Inspiração algo, em mim, aumente
Poesia a chama e louvor
Palavra essa estrela cadente
Num sorriso com tal vigor.
…
Âmago meu, confortador
Leva a magia alva crescente
Por esse mundo encantador
Meu sonho em fósforo luzente.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
01-04-2024
27
1 - PELE E OSSO!
(1º Poema)
*****
Pelos cinco continentes
Quem nos trata com frieza
Não preciso que inventes
Nem há com que te contentes
Cada vez há mais pobreza!
*****
Mão no rosto pr`a tapar
Toda a miséria encoberta
É tão triste ver chorar
Quem quer a fome matar
Mas que dia a dia aperta!
*****
Ninguém tal vê ou quer ver
De onde isto é oriundo
Querer e não ter de comer
E somente vive a sofrer
As amarguras do mundo!
*****
Assim é nossa regência
Que nos deixa infeliz
Gente que pede clemência
Para quem que com urgência
Quer que mude… este país!
*****
Mas sem que alguém faça caso
Quer se tenha ou não pró almoço
Vamos vivendo num atraso
Onde os grandes nos dão azo
A termos só…pele e osso!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
2 - PENSANDO!
(2º Poema)
Pensando ou não
De que vale isso
Porque a condição
É cair ao chão
É dar-nos sumiço!
*****
Os senhores da riqueza
Sem preocupações
Com toda a franqueza
Esquecem a pobreza
Só dão bofetões!
*****
Então para quê
Termos de pensar
O estado não vê
E o povo não crê
Que isto vá mudar!
*****
Universalmente
É o que acontece
Quem quer dar ao dente
Pura e simplesmente
Nem sequer merece!
*****
Angústia imensa
De qualquer nação
Ditada a sentença
Não há pois quem vença
Triste situação!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
3 - PARECE MENTIRA!
(3º Poema)
*****
Parece mentira
Mas é tão real
Qu`inda alguém delira
De fome afinal.
*****
E todos os traços
De um corpo bendito
Desde os pés aos braços
Sofre a dor…num grito!
*****
Por mais que se queira
Mudar esse rumo
E a pele hidratar
Falta na carteira
Dinheiro pró consumo
Pr`á sorte… mudar!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
4 - MEDITAÇÃO
A velha ânsia sentava-se numa pedra
olhando o horizonte.
No silêncio pensava em todo um tempo,
que ficara para trás.
Tempos difíceis, cuja recordação, não
lhe apraz.
O seu olhar ficava muito distante, para lá do monte.
O rosto negro envelhecido tinha as marcas do sofrimento.
Os braços tinham a pele ressequida do calor.
O corpo quebrado de tanto trabalho, não
sentia dor.
Os olhos cansados, mostravam um olhar
lento.
*
O tempo não tinha sido para com a ânsia generoso..
Os alimentos eram adquiridos, com muito
trabalho.
E quase não chegava para alimentar a família numerosa
*
Ver os seus passar fome e frio era muito doloroso.
O trabalho era feito com muito esforço, sempre no malho..
Seu fado fora triste, mas olha o horizonte
curiosa.
CELESTINA ESTEVES
5 - Mulher mistério
**
Tu és aquela a quem cortaram os seus sonhos
Sangras tuas dores na alma e coração
Escrava no trabalho , sem alento , olhar tristonho
África te deu o berço e também a opressão
**
Olhar perdido , no caos da tua vida
O sal das tuas lágrimas é pura desilusão
Pele gretada pelo calor envelhecida
Perdeste tudo, pais e filhos , com eles o coração
**
Os caminhos que cruzaste só te trouxeram dor
E resvalaste nesse torpor de agonia
O peito às balas expuseste por amor
Hoje és sombra do que já foste em outro dia
**
Mulher natureza , que não verga no caminho
Mas as forças já te faltam nesta idade
Sem afecto , sem família e sem carinho
Só com os teus farrapos é pura realidade
**
Gertrudes Dias
6 - AFRICA MINHA
.
Mulher!
Tu sabes tudo
desde o princípio
das estrelas
e do sol
do mar e das montanhas…
Dos dias de luz e de escuridão
dos sinais do tempo e da vida
das tempestades e das bonanças
das lutas e das guerras
do bem e do mal…
.
No Cabo Delgado da vida
já passaste e passas
o cabo dos trabalhos…
.
Nessa Terra vermelha
bela e mágica
mas também
de fome e de esperança
da vida fizeste uma dança
guerreira criaste teus filhos
Que foram agora por outros trilhos…
.
Mulher! Tu sabes tudo
és fonte de sabedoria
da tua tribo mãe considerada
nunca fugiste…
.
Mulher! Tu sabes que a vida
vale tudo
e não vale nada…
.
Teu espírito no teu olhar
anseia a Paz neste lugar…
.
África minha!
Meu chão meu corpo de mulher
Alma minha!
.
Mulher! Só tu sabes do abandono
da solidão e da dor
te embrulhas nos teus panos
e danças na sua cor
só tu sabes da palavra amor…
.
Tiló Henriques
7 - ABAIXO PARA SEMPRE A OPRESSÃO
Escorre o sangue das palavras mutiladas
Pela ambição e pela falsidade
Como grito de revolta contra a dor
Ecoando sobre um mar de falsidade
Palavras ensanguentada já sem voz
No campo de batalha e do horror
É tempo de parar a ambição dos senhores da guerra
E de pensar que todos somos livres e irmãos
Olvida-se os choros das crianças
O medo que lhes vai marcando a alma
As lágrimas escorrendo no seu rosto
De dor, de sofrimento e de desgosto
E o sangue vai escorrendo dentro do peito
E nas palavras que já não são ouvidas
Morre a liberdade no campo de batalha
Impõe-se sem piedade
A ditadura opressiva
Mulher negra que sofre a dor da opressão
Dos homens que em tempos eram seus irmãos
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
8 - Mente vazia
Olhar perdido
Rosto marcado
Pla injustiça
Que a vida provém
Trabalho forçado
Plas terras de ninguém
Corpo enrugado
Exposto ao calor
Mãos gretadas
Feridas de dor
*****
Sílvia *Santos
9 - África
Alegria cantante
À volta da fogueira
Tristeza dançante
No meio da poeira
Todos reunidos
Como irmandade
Do sol escurecidos
Cantam a saudade
Pés descalços p'lo chão
E feridas a sangrar
Olham o céu, em oração
Para a paz, conquistar
Mãe Preta vem
A "nós" te juntar
Amor de Mãe "tem"
Caminhos a desbravar
E os meninos Africanos
Bem alto querem cantar
A Liberdade amamos
Mãe Preta Está a Chorar !
01-04-2024 Laura Prates
10 - Sentada em inação
…
Tão sentada em inação
Queda e triste em pura ausência.
…
Bem dolente o coração
Seu mistério aqui evidente
Mostra o cansaço que sente
Tão sentada em inação
Vidas, acusa em tensão
Pois expõe agruras sentidas,
P’las rugas corpo metidas
Realidade ferida
Sua essência contraída
Queda e triste em pura ausência.
…
Seu sentir sem ambição
Distraída em sol poente
Luz que seu corpo algo alente
Tão sentada em inação
A ele presta submissão
Horas se vão em liberdade
Pensativa acha a verdade
Vê, sem se mover, o espaço
Seus braços no seu regaço
Queda e triste em pura ausência.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
11 - Mãe África
Tu ainda és capaz de pensar mãe África?!
Levaram-te tudo, até os filhos que pariste, os que apanhaste na tua abada
e também os de colo…, deixaram-nos morrer à fome e à sede.
Os teus olhos negros , assim como a tua pele,
secaram com as diabruras da vida, juntamente com o sal das tuas lágrimas.
O vento suão… também não teve compaixão!…
E, para te mortificarem ainda mais, as águas dos oásis todas o vento levou.
Uma vida longa tiveste, mas tāo sofrida, onde a resiliência e a esperança
levaram-te a vivê-la , para veres os teus netos a crescer…
e, não no chão a morrer, mas numa escola aprender…
Será isso o que tens no pensamento?
Como lamento o teu sofrimento Mãe África… a tua sorte…!
O Continente em que tu vives…nāo o conheço,
mas faço ideias na minha mente o que tu passas e passaste … assim como a tua gente.
Serás dum país pobre? Ou dum país rico!?
Não há diferença nas tuas diferenças.
Tu és diferente; apenas o lenço amarelo te dá espaço e protege.
1 Abril 2024
Graciete Lima
12 - VIVE REVOLTADA
.
Sentada perto da sua senzala
À torreira do calor ali no chão
À espera que a venham buscar
Para ir ganhar o seu pão
.
Tem filhos para alimentar
Na sua senzala os esconde
Esperançada quando regressar
Que todos eles a ela respondem
.
Vai trabalhar para muito longe
Para os lados de onde o Sol vem
Numa enorme quinta de um Monge
Que apenas lhe paga um vintém
.
Trabalha, trabalha e não fala
Porque não a deixam falar
Leva os dias fechada numa sala
A debulhar milho até que a mandem parar
.
O dono e familiares da quinta vivem felizes
Comem e bebem e divertem-se no terreiro
Enquanto os pobres trabalhadores são infelizes
São escravos a trabalhar e ganham pouco dinheiro
.
Esta senhora vive revoltada
Porque é bastante escravizada
Mas como tem os seus filhos quase sem nada
Trabalha com cara alegre sempre calada
.
José Martinho.
13 - A pele espessa, tisnada
já nada sente, não sente nada
ainda que, se insinue enfeitada.
Falam os sinais
de vida entardecida
vastos pôr de Sóis desconhecidos
olhar selvagem sem emoção
corpo no torpor dos sentidos.
Indolente, sua expressão
razão toldada, pelas habituais feitiçarias
estranhos rituais, superstição!
...........
maria g.
14 - SOU VIDA E SOU MUNDO
Terras vermelhas
Inóspitas
Sangrentas
Sem prosperidade
Irrelevantes!...
Sonhos cortados à nascença...
... caminhos cruzados
Fados cheios de tristeza
Sem palavras fiquei
Nelas não nasci...
...mas vivi e pernoitei!
Pintadas em telas
Como sonhos não identificados
Beleza estonteante
Criação de um DEUS Universal
Vida de tantas outras vidas...
...transversais!
Tristeza carrega no olhar
No coração as recordações
De uma terra "ALÉM MAR"!
É vida e é mundo
Carrega nos ombros a sombra de uma raça
Não é lixo, é HUMANA...
...HUMANA será por essa e outras vidas
Os seus olhos...
...o seu espelho
A sua alma sorri
A sua vida carrega insegurança desde a sua nascença à sua morte, e vive apenas de lembranças...
Pele enrugada
Mãos gretadas de trabalhos pesados
Sangram as dores das suas VIDAS!
"Engolem sapos"
Reconhecem nos maltratados; o diabo
Renegam-lhe o direito de existência
São SERES VIVOS e em terras de El-Rei...
... escravizados!!!
Autora
Irene Matias
14 - Gerações de dor
**
Mulher velha , ao abandono
Perdeu toda a alegria
Naquela terra vivia
Seus ideais e seu sonho
Recorda o dia tristonho
Que a sua vida ruiu
Teve a vida por um fio
Só restou fome e a dor
Ao perder esse valor
Às lágrimas não resistiu
**
Não tem a ver com a cor
Em África fez sua vida
Trabalhando , mãos doridas
Sem ninguém lhe dar valor
Para quem já é devedor
Sofra tormentos , enfim
Mas esta sina ruim
Sozinha e desamparada
Sentada á beira da estrada
Só relembra a sua dor
**
Esvai -se a esperança no olhar
De quem muito padeceu
Trabalhou , muito sofreu
O seu fadário é penar
África era o seu lugar
Tudo se desmoronou
Sem a família ficou
Partiram pra longes terras
É grande a mágoa , deveras
Do sonho nada restou
**
Gertrudes Dias
15 - VONTADE DE VENCER!
Na terra de cores ricas e vibrantes,
O sofrimento habita suas estantes.
África, berço de histórias tão intensas,
Seu povo enfrenta adversidades imensas.
*
Nos olhos cansados, marcas de tristeza,
Histórias marcadas pela crueza.
Fome, pobreza, conflitos a se espalhar,
Mas também resistência, força a brilhar.
*
No deserto árido, a sede devasta,
A luta pela água nunca se desgasta.
Crianças inocentes, com olhares vazios,
Buscam esperança em meio aos desafios.
*
Mas em cada canto, há sementes de esperança,
Mulheres guerreiras, danças que encantam.
A resiliência brilha como uma luz no escuro,
Apesar do sofrimento, há um amor puro.
*
África, terra de culturas entrelaçadas,
Nas suas tristezas, nasce a força desejada.
Que um dia os sorrisos sejam a tônica,
E a esperança floresça, como uma melódica.
*
Que o mundo ouça o eco do seu grito,
E se una em prol de um futuro mais bonito.
Que África seja sempre lembrada, não só no sofrer,
Mas pela sua força e:VONTADE DE VENCER!
@Carmen Bettencourt !
16 - Mãe Negra
Porque choras ?
Não vás embora
É de noite ! olha a escuridão
Outro caminho imaginaste
Os teus filhos deixaste
Por alguma razão !
É grande o teu sofrimento
É dor é lamento
Vives na penúria
Estás de cabeça perdida
Não te dês por vencida
Todo o mal, tem cura
És uma ave, sem asa
Mas volta p'ra casa
Dá o teu perdão
Lidar com a pobreza
Sem ter pão na mesa
Nem compreensão !
Teus filhos te adoram
Eles por ti choram
"Desprezam quem te faz mal"
"Volta por eles somente"
Esquece o passado recente
Pois És Mãe Afinal !
01-de-Abril de 2024
Laura Prates
17 - Vidas tristes
**
Mulher : tu que cresceste , amaste e sorriste
E fizeste do teu lar um doce ninho
Onde criaste os teus filhos com carinho
A tristeza que no teu rosto hoje persiste
Perdeste a família , o que na vida é muito triste
Hoje vagueias ao acaso , sem rumo e sem destino
**
Ao veres desmoronarem os teus sonhos
Tal e qual como os muros da tua casa
É um tumulto de emoções que a tua alma arrasa
Tu que sonhavas um futuro sempre risonho
Tens impresso na cara esse ar tristonho
O entendimento da vida te ultrapassa
**
Tua pele se enrugou como se o fogo te queimasse
Teus olhos não têm brilho e o cérebro entendimento
Ao recordares as dores daquela hora e do momento
Como ferro em fogo que o teu coração marcasse
Perdeste tudo : ambições , sonho e classe
A vida para ti só será dor e tormento
**
Gertrudes Dias
18 - ROSAS DA ESPERANÇA
Sentei a esperança nas pedras mudas do rio
Via o sol meditar entre as nuvens em silêncio
Cabisbaixo, parecia que tinha medo de acordar
Talvez a tristeza, assim como o rio, deságue no mar
O meu lamento era canto que se fazia escutar
Na poesia, que em versos singelos, eu escrevia
Para os que tinham pureza na alma e sabedoria
Os de coração surdo, esses, não sabiam amar!
Dei ao mundo as sementes férteis de paz e amor
Para que um novo mundo renasça sem ódio nem dor
Num jardim perfumado de cores, hão de florescer!
Esse novo mundo não será só de pretos ou de brancos
Será cheio de cor, onde a felicidade é imperativo categórico
Descanso entre as rosas, nesse dia, vou renascer!
- Fátima Arede
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06✍️
19 - Mãe África
…
Olhos tristes, olhando pro vazio...
Mãe África num corpo tão cansado
O sonho vão, agreste e demais gentio
Baila distante sem significado.
…
Pele queimada de tais sóis de estio
Corpo franzino p’lo tempo moldado
Sentada, pensa em novo desafio
Trilhar mais além, desejo encetado.
…
Traja a rigor, tradição do seu povo
Sua criação de mãe carinhosa
A vida abraçando com emoção.
…
Seus olhos brilham para o mundo novo
Dias lentos, alma silenciosa
Viver momentos sem complicação.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
20 - Repensar a vida
…
Repensar sua alva vida
Olhos sem, ter, esperança
Dores na essência ferida.
…
Tão calada e reprimida
Tal Sossego em seu regaço
Repensar sua alva vida
…
Sua mente adormecida
Cabeça poisa em seu braço
Dores na essência ferida.
…
Sua bela alma abatida
Pois exprime seu cansaço
Repensar sua alva vida
…
Sua vida aqui despida
Num perigoso ameaço
Repensar sua alva vida
Dores na essência ferida.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
21 - "Infeliz"
Depois de tanto sofrimento
Ficar sem filhos, sem marido
Sem pertences sem haveres
Sem casa para ter de abrigo
E sem forças para viver.
Perdi a vida naquele dia
Atearam fogo a tudo
Mataram quem me existia
Mas ainda que perdida
Sou a única que sobrevivo.
Porque não fui eu também
Naquela fatídica noite escura
Soluçando era eu a mãe
Que devia protegê-los
Num desconsolo e amargura
Fiquei sozinha todos se foram
Tristemente sem ninguém.
Pobre de mim...
Que não tenho mais sonhos
Nem vontade de viver
Aqui neste lugar
Que em tempos foi de sonho
Hoje se tornou tão medonho
Como prefiro também morrer.
Mas por algum motivo ainda cá estou
Que será que ainda me espera?
Sem maldade só a dor me alterou
O meu coração dilacera
Pela infelicidade que me causou
Quem no lugar do coração
Tem uma pedra.
Lurdes Bernardo
22 - OLHAR MORTIÇO
De pele ressequida, olhar mortiço,
Um corpo já quase mumificado,
Sentado na areia, mortificado,
Sentindo sua vida ter sumiço.
*
Quanta labuta e quanta canseira,
Aquela negra pele, ainda lisa,
Correu pelo mato, tal Pitonisa,
Gastando-se no tempo sem fronteira.
*
O seu olhar traduz bem seu sentir,
Ou eu é que traduzo esse olhar,
Mas que, também, não sei bem discernir.
*
Pode estar, meramente, a pensar,
Que já não há tempo para carpir,
Nem vontade já, de se lamentar.
LAF01AB2024
23 - SABEDORIA
.
É filha de pais iletrados,
Não recebeu instrução;
Mas não menos educada
Do que certos estudados,
Que ao colégio vão!
.
Tive sorte eu,
O que fizeram por mim;
Mas se não fosse à escola,
Teria como exemplo
O seu enorme templo,
De sabedoria sem fim!
.
Escusado será dizer,
Que lá se aprende
Letras, números, maneira de ser....
Mas é na vivência da vida,
Que se adquire experiência
Na avenida do beber!
.
Tem como exemplo,
O amigo ancião;
Sabe se amanhã há vento,
Se faz sol ou cai nevão!
.
Mas isso é pouco,
Sabe muito mais;
Lê nas estrelas o caminho,
Por onde segues e vais
.
E o que bebeu
Dos cursos não sorvera;
O que aprendera
Fora com os seus ancestrais!
.
RAADOMINGOS
24 - MUROS DE SILÊNCIO
Soprava um vento de mar
Nuvens negras anunciavam tempestade
Na noite cerrada
A chuva molhava até aos ossos
Viagem para o desconhecido
Barcos de borracha transbordando de gente
Faziam-se ao mar alteroso e inclemente
Simples mercadoria
Negócio obscuro que enriquecida com as vidas humanas
Nada lhe garantia a chegada a bom porto
O vento trazia o choro dos órfãos
Num rumo incerto das almas vencidas
Choro, dor, desespero... um resto de esperança
E muita... muita determinação como bagagem
Transportavam os sonhos na mala de mão
Pensamentos estranhos navegava ao sabor das ondas
Na rota das dores e das vidas perdidas
Ao aportarem na costa da Grécia, Turquia ou da bela Itália
A esperança vestia o seu traje de gala
Deixaram para trás guerra e sofrimento
A morte não escolhe as gentes
Lágrimas eram o pecúlio de quem nada tem
Marca-lhes na alma a saudade de quem ficou além
Incógnito é o futuro
Desejo ardente de uma vida segura
Será realidade.?
Não !!!
Muros de silêncio erguem-se do chão
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
25 - AS MULHERES VOAM
As mulheres são fadas
Voam como aves migratórias
São glórias, são paixão
Olham fundo
Dizem sim quando era não
As mulheres gritam à lua
Olham-na de longe
Desejam partir para descobrir
Uma outra forma de vivenciar
As mulheres no seu vôo
Percorrem as florestas do sentir
Não importa a cor
São as pastoras do amor
Recolhem as folhas amarelecidas da desilusão
Apagam a tristeza
------ingrata viajante
Que se alberga no coração
As mulheres voam sem ter asas
Em pensamento, partem
E vão descobrindo alento para resistir
Deixam para trás as penas do seu existir
As mulheres
Como fadas, como bruxas, como magas
Poisam na beira do mar
São sereias ao luar
Desnudam o corpo
Acendem os olhos, iluminam o destino
Em silêncio...
Deixam-se voar
As mulheres...nas suas dores
Calam o revolto mar
Sabendo olhar para longe no seu longo esperar
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
26 - MULHER AFRICANA
.
Sofrida na sua intimidade
Enrolada em rituais tribais,
Mulher mutilada sem piedade
Vencem os preconceitos tribais.
.
Mulher de cor, mal amada
Ao mundo traz muitos filhos,
Chora e grita desenfreada
De seu, só tem pés e trilhos.
.
Sofrida na sua sexualidade
Mulher de cor, alma rasgada,
Mulher sofrida sem piedade
Morre ao calor, prostrada.
.
Mulher de cor, mal tratada
Ao ritmo de atrocidades tribais,
Ama os seus filhos, calada
Não têm fim, esses rituais!
.
Funchal, 1 de Abril de 2024
Cecília Pestana
27 - “Desilusão”
Deixa-me caminhar nesse olhar triste,
Deixa-me levar essas lágrimas presas por um fio,
Deixa-me colorir o teu mundo ,
Enfeitar o teu coração com sonhos,
Por batom no teu sorriso.
Deixa-me por brilho no teu olhar!
Quero ver-te sorrir…
Deixa-me abraçar o teu abraço,
Levantar o teu cansaço,
Tanta desordem no teu regaço!
Que pensamentos acolhes no teu peito ?
Tua alma está desfeita,
O teu mundo está vazio,
Por quê te sentes assim,
Sem rumo se tu és jardim?
Tu és colo, és abrigo, és abraço!
És amiga, és companheira
Filha e mãe
E és mulher!
Deixa-me dar-te a mão
Juntos por este chão
Caminharemos à procura
Da igualdade que será a tua razão!
(01-04-2024)
Maria Goretti Pinto
MARÇO
25-03-2024
27
1 - A VIDA ACONTECIA
Como se o silêncio se vestisse da pele do universo
E trouxesse com ele
O mistério e o segredo das incógnitas vividas
Abriu-se no peito
Uma janela de esperança
Melancolia suave que nascia no fundo da alma
Adoçando o caminho percorrido
A luz doce, pintava a paisagem como um quadro de Van Gogh
Na noite calma
Onde os segredos e os mistérios se expunham
Desnudando os sentimentos
A vida acontecia
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
2 - PARA LÁ DO SONHO, CRESÇO
Sento-me aqui
Na falésia deste sonho esquecido
Olhando o mar pintado de luz e cor
Espraiando-se neste tempo se idade
Sou mensageira dos sonhos adormecidos
Guardados em silêncio no meu peito
Divago sem horas
Perdida entre o sonho e a realidade
Na calma desta noite colorida
Vou pastoreando as palavras
Que se deitam na beleza e no carinho
Abro caminho entre as dunas da tristeza
Ajusto os cardos que me ferem o corpo e a alma
Viajo na barcaça lírica do sentir
Nesta noite refulgente de luz e calma
Sonho com outro existir
Será loucura...?
Deixo que a noite absorva o sal das minhas lágrimas
Cresço.!
E liberto-me de mágoas
Fernanda Rocha A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
3 - Em águas paradas
**
Sem saber qual a razão
No meu caminho encontrei
Um prédio que imaginei
Submerso em escuridão
Em toda a sua amplidão
Entre portas e janelas
Refletem todas elas
Nas águas á sua frente
Uma paisagem diferente
E uma imagem bela
**
Como um iate perdido
Que navegou alto -mar
E que veio descansar
Num lugar seu preferido
Das tormentas defendido
Fundou os seus alicerces
Defendeu como benesses
Ser nobre e familiar
A muitas pessoas dar
Um lar onde paz houvesse
**
Logo as dores da sua vida
Descansou á beira -rio
Sendo firme , um desafio
Que a muitos dá guarida
Arquitetura atrevida
Ergue -se ao Céu altaneiro
Magestoso e verdadeiro
E da estrutura orgulhoso
Só de o olhar me dá gozo
Entre nós é pioneiro
**
Gertrudes Dias
4 - A NATUREZA E A ARTE
É visível a beleza ao olhos de quem é
observador.
O lindo quadro que representa a cidade.
Casas típicas que deslumbra o admirador.
O rio que espelha e lhe dá luminosidade.
Não posso deixar admirar o lindo quadro,
que vejo à minha frente.
O artista pôs na sua arte vida e beleza.
Embora a noite fosse escura, como breu, é
surpreendente.
A tranquilidade que imagem apresenta e a sua pureza.
É mágico tudo o que a natureza nos dá e o homem cria.
A arte que nasce nas mão do artista e aos
nossos olhos é visível.
A realidade que por vezes se transforma em fantasia.
Imagem criada pela natureza e pelo homem, é aprazível.
Celestina Esteves
5 - Lua Nova
Como alma adormecida
junto às águas paradas
vê o sol d’ outra maneira
perdido nas madrugadas.
As madrugadas revelam
pinceladas em desalinho
resta à lua apagada
um céu azul pequenino.
Tāo-pouco a incomoda!
a tela não poder ver
cegos são os seus olhos
assim como o anoitecer.
25 Março 2024
Graciete Lima
6 - "Tela de cores garridas"
Há vida nestes prédios de lindas fachadas
Há um rio que se espraia e corre leito fora
Brilham nas águas reflexivas e Iluminadas
Construções arquitetonicas não de agora.
Lindos prédios onde habitam multidões
Tão bonitos seus traços e super as janelas
Na noite de grande vendaval de emoções
Suavizadas e esbatidas em suas aguarelas.
O silêncio é perfeito o mesmo que convida
A escutar em gôndolas de amor e felicidade
As trovas de uma ária mais suave e antiga.
Em instantes de mergulhos com saudade
Nestas águas frias onde desabam em vida
Os peixinhos nadando, de tão tenra idade.
Lurdes Bernardo
7 - Pelo rio
…
Deslizando o meu barco pelo rio
Luz da margem me dá a percepção
Filme passa na tela, e a visão amplio
Deslumbrada em magia, essa amplidão.
…
Arquitetura irreal que aprecio
Plenos de sonhos e tanta emoção
Penso em fadas morar no casario
Refletido nas águas que se vão.
…
Janelas anunciam tanta vida
Dormente p’la hora avançada da noite
E eu navego, agora, na onda do tempo
…
Beleza sui generis cingida
Obra de arte demais real e afoite
Admiro do barco, neste entretempo.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
8 - A luz flui através das janelas entre a brisa do mar
e o vento. Embalado na noite adormece devagar
ao som do silêncio. Ousa um pássaro qualquer
um canto desafiar a noite sem nada temer…
O casario espelha-se no mar como os sonhos
que ficaram adormecidos nos beirais do tempo
perdidos no pranto, levados nas mãos do vento
Tantos outros que ficaram pelos caminhos…
Há noites luminosas que acordam o pensamento
Não há tristeza, desassossego nem pranto
A minh’alma rejubila com os beijos de lua!
No parapeito iluminado da minha janela
A luz fulgente pinta o tempo numa tela
Entre o sono e o sonho a vida continua…
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06
9 - Algures noutro lugar
**
Sempre fui uma grande observadora
Vendo um prédio como este ponho -me a imaginar
Quem será que vive neste andar ?
Uma mãe afadigada , um velhinho , uma professora ?
**
Se disponho do dia para passear
Quero ver tudo o mais que me rodeia
Se num prédio a luz me encandeia
Não me impede de tudo observar
**
Mas aqui neste prédio tão altaneiro
Aonde há tantas portas e janelas
O que será que eu vejo em todas elas ?
Só tem um pormenor que é enigma verdadeiro
**
Porquê a forma de garrafa lá no cimo
Onde o telhado se situa sem ser visto
De aprofundar este mistério não desisto
O que pôs o arquiteto lá no pino ?
**
Até parece que um avião ia a voar
E pousou naquele gargalo de garrafa
Ou será que a minha mente já me afasta
Do modernismo que se quer destacar
**
E imaginei durante o meu passeio
Aquele prédio que alberga tanta gente
Com tantas portas e janelas de permeio
Ninguém se conhece , tudo lhe é indiferente
**
Gertrudes Dias
10 - SOU UM PINTOR AFAMADO
.
Digam lá meus senhores/as
Se gostam da minha pintura
As garrafas com as suas cores
Mais parecem uma escultura
.
Sou um pintor afamado
Conhecido em todo o lado
Sou muito solicitado
A prova está neste quadro
.
Nasci com este Dom
Dispensei as Belas Artes
Por ser um pintor tão bom
Nunca ter pintado disparates
.
Pinto nas paredes e em telas
Faço qualquer desenho
Como por exemplo lindas janelas
Sem ser necessário muito empenho
.
Pinto quando estou na cama deitado
Profundamente a dormir
Pois se tivesse acordado
Pintar? Não iria conseguir
.
José Martinho.
11 - TELA PERFEITA!
(3º Poema)
*****
Esta imagem que aqui vejo
Que é demasiado bela
São as casas que eu almejo
Mas primeiro só as invejo
Por darem uma linda tela!
*****
Pode ser serigrafia
A óleo ou outra matéria
E o pintor que a pintaria
Com a sua arte faria
Uma coisa assim mais séria!
*****
Poderia ser a pincel
Guache ou o que eu quisesse
Na técnica feita a pastel
Ou tracejado a granel
Seria feita sem stress!
*****
Quem me a quisesse comprar
Digam qual seria a aposta
Porque eu ia ponderar
Pois não se deve deixar
Tudo aquilo…de que se gosta!
*****
Isto tudo porque eu queria
Que visse a ser eleita
Que numa casa caberia
Pois condições reunia
Pr´a ser uma tela… perfeita!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
12 - SONHO COM UMA CASA ASSIM!
(2º Poema)
*****
Sonho com uma casa assim
Sem um piso escorregadio
Mesmo não tendo jardim
Era o ideal para mim
Pois ficava à beira rio!
*****
Se o sonho se transformasse
Deveras em realidade
É certo que com toda a classe
Sem que meu amor se queixasse
Era ter mais qualidade!
*****
Como sonhar é ter esperança
O sonho é a nossa escolha
E volta-se a ser criança
Sempre a esperar pl`a mudança
Sem que se continue a ser trolha!
*****
E essa casa que pretendo
Tem magia, tem feitiço
Porque com tais luzes me rendo
E para sempre suspendo
Fazer dela…um prédio omisso!
*****
Pode até nem ser passível
Que eu a possa comprar
Riqueza não é meu nível
Mas uma coisa é possível
Que se continue…a sonhar!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
13 - VIAGEM RECENTE!
(1º Poema)
*****
Fomos passear um dia
Pr´aliviar a tensão
Nossa cultura crescia
Quando esta mais valia
Surgiu em Amsterdão!
*****
A noite tinha chegado
E com ela esta beleza
E nós, no passeio dado
Gostámos desse legado
Feito com toda a fineza!
*****
Dá-lhes a luz, esse encanto
A prédios que parecem ouro
Uma coisa vos garanto
Abriu-se os olhos de espanto
Por esse belo tesouro!
*****
Nas margens do rio Amstel
Há um reflexo divino
Que o vou pintar com o pincel
Da maneira mais fiel
Como se fosse um menino!
*****
E as casas tinham motivo
Para serem hospedagem
Por isso é que não me privo
De enquanto estiver vivo
Ir quando possa…em viagem!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
14 - UMA OUTRA LUZ
Voltei atrás
Ao caminho que ontem percorri
E senti
Já não tenho todo o tempo para viver
Já não posso correr atrás das borboletas
Já se apagaram as pegadas de magia
E a força inquebrável de um querer
Trago coladas em mim
As marcas que a vida gravou
Nas rugas sombrias do tempo
Navego como naufraga
No desencanto do que já passou
Os dias neutros escondem o sentido da vida
E eu.... perdida
Sem saber como atravessar este mar
Procuro em contramão
Talvez...?
Um novo lugar
Uma outra luz que emane da beleza de um olhar
Nas brumas da incerteza
Até onde vou chegar?
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
15 - Cai a noite
E tudo é escuridão
As luzes da cidade se acendem
Dando ânimo ao meu coração
Cai a noite
Mas ainda é cedo
Para me deitar
Ligo a televisão
Gosto de estar a par
Do que se está a passar
O que vejo
Só me deixa entristecida
Espreito à janela
Lá fora, ainda há vida
Jovens casais passeando
Para eles, não existe solidão
Felizes trocam juras de amor
Vivem ainda
Num mundo de ilusão
Quando cai a noite
E se acendem as luzes da cidade
Tudo é magia
Tudo é saudade
******
Sílvia *Santos
16 - Minha pulcra casa
…
Junto do rio a minha pulcra casa
Onde na água, assim, nela se espelha
Na noite escura tal beleza arrasa.
…
Antiga mas sem ter aspeto velha
Tenho-a, aqui, bastante conservada
Esta arte anormal numa tal botelha.
…
Neste meu bairro sempre apreciada
Turistas por aqui a vêm visitar
Arquitetura, neste tempo, ousada.
…
Vermelha sua cor todos saudar
O amor que nela encerra e tanto almeja
Sonhos reais, tão magos a alvorar
…
No silêncio da noite se deseja
Primado museu vivo e natural
Sem ser alvo de quem assaz coteja.
…
Acham-na, todos, algo surreal
Fadas, duendes, noite se avistam
Descritos em notícia no jornal
Casa díspar pois dela usufruam.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
17 - Em águas paradas
**
Descobri segredo das águas paradas
Descansam tormentos quando em correnteza
Á volta dos prédios espelham beleza
Porque um dia têm que seguir jornada
**
Portas e janelas se miram contentes
Ali projectadas o tempo passou
Nas águas paradas que têm á frente
Um escuro com brilho ali se formou
**
E o prédio contente se mira e remira
Na esperança que a água se deixe ficar
E seja um espelho na eternidade
**
No fundo que é escuro a luz se revira
Portas e janelas são sempre a dobrar
Jurando um futuro de eterna amizade
*
Gertrudes Dias
18 - AMESTERDÃO
Nunca fui a Amesterdão,
Nem voguei nos seus canais,
Só sei que é linda demais,
Nos canais da televisão.
*
Basta olhar esta imagem
Parece um país de fadas,
Quem olhe estas fachadas,
Julga ver uma miragem.
*
De tanto olhar, fico grogue,
Pois não sei s’ é foto ou tela,
Só sei que é muito bela,
Digna de um Van Gogh.
*
Até sinto certa inveja
E minha vontade almeja,
O ensejo a ocasião;
De com estes olhos ver,
Inda antes de morrer,
Essa bela Amesterdão.
LAF25MAR2024
19 - VIDAS (IN)DISCRETAS
.
Na água espelha-se um certo reflexo;
Linhas horizontais, curvas, quadradas,
Tudo intencionalmente complexo
Como a vida entre cortinas cerradas.
.
Mas vejo engendrados traços sem nexo
Que me levam a julgar as águas furtadas
Porquê misturar o reto e convexo
Se não queriam que fossem notadas?!
.
Nesta confusa questão me deixo e parto,
Quem as pintou saberá a razão do quarto;
Não me cabe fazer juízo de valores!
.
No entanto confesso que preferia flores,
Fica a sensação doutro cunho dos autores;
...Não é que seja imoral recriar desejos em abstrato!
.
RAADOMINGOS
20 - Autor: António Alves
País: Portugal 🇵🇹
25 03 2024
Amor, incondicional
Á noite entre as luzes brilhando nas janelas, sinto o lar a casa de família que já tive, desvios que a vida me deu e aqui estou eu, sem abrigo da cidade, sem amor.
Passo ante passo percorro as ruas invisível acenando as mãos nuas, em gritos mudos, na ânsia de chamar à atenção, peso morto do mundo sobre um corpo já fatigado.
Não sou nada, não sou gente apenas um indigente, com a esmola jogada a meu lado por consolo de algum pecado, nem um olhar, um toque, um simples gesto de amor
E a dor que assola consumindo nadas a cada dia, mantendo á deriva esta alma perdida, até que surja um toque, um olhar,
um gesto de amor e volte a esperança.
Já desacreditada, por tudo e por nada, então como num sonho sinto a tua mão,
tu que deixaste a família lá atrás e no breu da noite, sais procurando náufragos da vida
Todos os direitos reservados
(Dedicado a todos que teimam em olhar à sua volta, um obrigado, um bem haja)
21 - POSTAL
Com ruas de perdição
E também muita beleza
A famosa Amesterdão
De sua fama e natureza.
É um postal que circula
Em todo e qualquer canto
Vê-lo ao vivo que ternura
Só alguns têm esse tanto.
É lugar de eleição
Pra quem é viajante
E se gosta de diversão
Numa cidade brilhante.
Dizem os entendidos
Que já por lá passaram
Só se perdem os perdidos
Os outros muito gostaram.
Quem lá vai quer voltar
Muitos querem lá ir
Sem dinheiro para gastar
É melhor nem partir.
#MariaGouveia#
22 - Numa tela secular
…
Numa tela secular
Pois pintada com rigor
Num tão famoso lugar.
…
Terra que posso alcançar
Viagem, todo o vapor
Numa tela secular.
…
Arte pura, algo, admirar
Arquitetura em rigor
Num tão famoso lugar.
…
Junto a um rio despertar
Célebre hotel tricolor
Numa tela secular.
…
Conhecimento ampliar
Neste local encantador
Numa tela secular
Num tão famoso lugar.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
23 - A minha preferência !
Não será leviandade
Altas Torres na Cidade
A mim causa-me impressão
Num arranha-céus viver
Seria só, padecer
Para a saúde perder
Ao cair tonta no chão !
(((((((((((((()))))))))))))))
Gosto dum Monte Rasteiro
À volta ter um terreiro
Estrada de terra batida
Com várias flores em volta
Ter cortinados de tule
Rodapé de tinta azul
Muitos legumes na horta !
25 de Março de 2024
Laura Prates
24 - CIDADE SEM ROSTOS
Na noite escura, as casas são luz
Pintadas das mais variadas cores
Janelas abertas que a todos seduz
Sem dar a aperceber os interiores.
É mistério da noite que dá à cidade
O poder do anonimato na escuridão
O brilho da cor é a pseudo felicidade
Que não esconde a tristeza e solidão
No cimo de edifícios, de forma bizarra,
Há as claraboias que não deixam sair
Vozes que dentro se alçam com garra
Sem que alguém fora as consiga ouvir.
Estranha cidade tão bela e colorida
Mas tão fria e deserta, bem diferente
De uma cidade animada, cheia de vida
Onde não se nota que há falta de gente.
25 de março de 2024
Fernanda Simões Mendonça
25 - “ Viver de boa-fé… “
De rosto pela vida marcado
Com os cabelo em tom grisalho
O espelho tudo me devolve,
Sem nenhuma cerimónia
Acorda a fraca memória
Da minha mente entorpecida
Por tanto viver em aleive,
E de tudo que mal se aprove
Em todas malfadadas escolhas
Da tresloucada e insípida
Vivência, em falso atalho
Para alcançar a tua ternura.
Por falta de exercício lógico
Que ao viver se acumula
No ultrapassar sinal vermelho,
Resulta num sucumbir de forças
Que no corpo se acentua
De tão fragilizado se encontra
Pelo passar veloz dos tempos.
Com todo esses contratempos
O prazer do amor esmorece
Por falta de tudo que merece,
Ao vencer o destino marcado
Que se carrega por estar de pé
…Temos de ter Fé
De não ser blasé
Nem sequer ralé,
Viver de boa-fé …
© Galvão-Lucas
26 - Tanta janela fechada
à realidade da vida lá fora:
terra queimada, águas imundas
valores esquecidos
mundo manipulador
conflituoso enganador
que não conhece sentimentos
e confunde a palavra amor!
E por detrás
das cortinas corridas
há luz que reflete vida
com momentos felizes
há ternura que apraz
a boa disposição
de quem por detrás delas
encontrou proteção!
............
maria g.
27 - “Reflexos”
Viajei ao passado
Fui ver o que perdi
E o que não compreendi
Fui ver o que lá ficou!
Vi tantos reflexos de mim…
Alguns já perdiam a nitidez
Era apenas uma sombra,
Uma lembrança tão longínqua!
Caminhei e lembrei tantos momentos,
Tantos encantos e desencantos!
Procurei…
Procurei pela magia de um dia,
Por tanto que não te dei,
Por tanto que te quis dar!
Em algum lugar hei-de encontrar
O amor que lá morou,
Os sonhos que sonhei e nunca realizei,
Deixei-os arrumados, escondidos
Talvez estejam perdidos!
Percorri o caminho das flores,
Vi o céu da minha rua,
O cantinho dos amores.
O que sonhei contemplando a lua,
Ouvi o eco da minha voz,
Vi o outro lado do mundo,
Vi os passarinhos esvoaçando
E vi meninos correndo,
Ouvi risos e gargalhadas,
E gentes em grandes caminhadas!
E vi…
Vi apenas reflexos de uma vida
Que hoje são apenas reflexos de um tempo!
(25-03-2024)
Maria Goretti Pinto
18-03-2024
30
1 - “Avó”
Encostada no teu ombro tantas vezes adormeci!
Embalada pela tua voz doce,
Sonhei sonhos de amor.
Aprendi contigo
A ver a beleza que há neste mundo
Aprendi que o mais valioso são os sentimentos que vão nascendo dentro de nós.
Sentimentos que nos acrescentam amor!
Pelas tuas mãos viajei pelo universo,
Contemplei o despontar da primavera,
Desfrutei de verões cheios de ternura,
É nos invernos frios senti-o quão quente era, o amor que me davas.
Quantas saudades dos teus abraços,
Dos beijos que me davas com os olhos a brincar,
Da tua voz tão doce com que me acordavas quando adormecia no teu colo…
Saudades das traquinices que ambos fazíamos,
De quando nos embrulhávamos na relva e rebolávamos por ali fora.
E de quanto ríamos…
Aquelas gargalhadas ainda fazem eco em mim!
De ti, guardo as melhores lembranças,
Quando penso em ti e acontece tantas vezes,
Fecho os olhos e ainda te sinto ao pé de mim!
Avó, deixaste comigo a tua ternura, o teu amor,
Também deixaste uma infinita saudade
Talvez tu consigas ouvir-me,
Obrigada avó por tudo o que me deste,
Por tudo o que me ensinaste
E por quanto tu me amaste!
(18-03-2024
Maria Goretti
2 - ESPERANÇA
.
Na aridez, são férteis os pensamentos
Levam a sentar pondo certas questões;
Eu até diria "dou-vos dois tostões
E suavizarei os vossos sentimentos"!
.
Mas será que serviria os intentos;
Atenuaria a maquia aquelas tensões?
Não! Creio que as minhas pretensões,
Ainda lhes traria mais sofrimentos!
.
Quem nasce na terra e dela se sustenta,
Venha quem vier, não vende e não compra,
Produz; mais que não seja as ilusões.
.
Tem a sua honra, tudo o mais é afronta!
"Cria uma quinta de grande dimensões
E prados verdes onde o gado apascenta!"
.
RAADOMINGOS
3 - Poiso a cabeça sobre teu ombro, meu porto seguro
Sonho o futuro, eternizo memórias suaves do tempo
Nada temo, sinto no rosto, os afagos do vento!
Um lírio branco reflete o céu num bom auguro…
*
Teu rosto marcado com rugas profundas… traços,
quiçá cicatrizes da vida vivida a cada passo…
Ah, mas as maçãs do teu rosto inflam-se num sorriso
Quando contas estórias que para sempre, eternizo!
*
A ternura suave na tua face, no tempo perdura,
Eternizam a delicadeza da alma as horas…
Os instantes que irão florescer no recato do coração!
*
O sol do Oriente, que nem sempre é luz do dia
Às vezes é noite que não finda, num mundo de utopia
Num céu enraivecido que sangra em expiação…
*
- Fátima Arede
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4 - "Velhinho"
És o meu velhinho que me dá colinho, quando choro.
O teu afago e as tuas palavras doces,
são o alívio da minha felicidade.
Coloco as minhas mãos no teu rosto,
sinto as tuas rugas de cansaço, duma Vida que passou carregada de trabalho.
O meu olhar está vazio, e sinto o teu coração que me ama.
Maria Sousa
5 - História: Lá, longe…
…
Lá longe, no sol nascente
Onde a guerra é pungente
Um avô mais o seu neto
Num momento, puro encanto
Sonho naquele recanto
Troca de assaz e alvo afeto.
…
Criança de olhar com medo
Encosta-se no avô quedo
Pois se sente bem seguro
Avô esboça um sorriso
Para o horizonte conciso
Neste tempo vil e duro.
…
Se ouvem tantas explosões
Tristes os seus corações
Sonho fica ali suspenso
Não entendem essa vã guerra
Que o homem provoca na terra
Sem chegar a tal consenso.
…
Sentem um pouco de paz
Desfrutam tempo fugaz
Na deliciosa imagem
Onde a ternura perdura
Num místico se mistura
No transmitir da mensagem.
…
Sossega o neto tão calmo
Menino com um tal palmo
Energia que contemplo
Não tarda em adormecer
No ombro doce o seu mel ser
Nesse sábio e mago templo.
…
Com ternura o avô o pega
Bem no seu peito o aconchega
Nesta fase de incerteza
Zela por ele, dá colo
O seu tão feliz consolo,
Amor com tanta beleza!
.…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
6 - HONRA DO HOMEM DE VERDADE!
O homem,carinhoso,
Sua realidade,
Com crianças é bondoso,
Mostrando sua fedelidade.
*
rosto do homem, marcas do tempo,com ele seu segredo,
Expressões que contam um largo enredo.
Rugas e linhas, história gravada,
Caminhos percorridos, vida amada.
*
Cabelos de prata, lembranças do ontem,
Sabedoria acumulada, tesouro que tem.
Olhos que testemunharam o passar dos anos,
Profundas janelas para mundos insanos.
*
A barba por fazer, um toque de descuido,
Um misto de charme e de um passado vivido,
Os lábios que sorriem com tanta sabedoria,
Segredos guardados, pérolas da sua poesia.
*
O homem de certa idade, um tesouro a descobrir,
Histórias para contar, experiências a transmitir.
Seus cabelos brancos são um mapa, de uma jornada sem idade,
Um símbolo de: HONRA DO HOMEM DE VERDADE!
@Carmen Bettencourt !
7 - ESTOU A SOFRER
.
Estou a sofrer e o sofrimento cansa
Vivo na desgraça neste momento
Já faz tempo que não entra nada na minha pança
Porque tudo dou a este menino pois ele precisa de alimento
.
Não tenho forças estou incapaz de trabalhar
Passo os dias sentado na areia a olhar para o mar
Para ver se passam barcos de pescadores a navegar
Na esperança que passem e algum peixe me possam dar
.
Deixei as minhas poesias incompletas
Por estar doente não as consegui terminar
Espero e desejo que apareçam outros poetas
E que me façam o favor de as terminar
.
A minha doença não é mental mas sim física
Cura-la já perdi sinceramente toda a esperança
Os médicos já me disseram que se trata de uma doença tísica
O que mais me preocupa é o que vai acontecer a esta criança
.
José Martinho.
8 - Colo de avô
Que nunca senti
Palavras sábias
Que eu nunca ouvi
Avô
Teu abraço forte
Que eu nunca abracei
Teus cabelos brancos
Que não afaguei
Histórias tuas
Que eu nunca ouvi
Teu rosto enrugado
Que eu não conheci
********************
Sílvia *Santos
9 - LEMBRANÇAS
Quando corria pra sua casa
Nem era tão perto
O cansaço era grande
O carinho era certo.
Ali não faltava amor
Ele tinha um enorme coração
Seu colo era aconchego
Falo com muita emoção.
Ali naquele paraíso
Não me faltava nada
Hoje se pudesse retornar
Ali seria minha morada.
Colo de avô é como ninho
Que agasalha passarinho
Lembrando aquele dias
Ele já bem velhinho.
Autoria Irá Rodrigues.
10 - É jubiloso!
…
Ter um avô é jubiloso!
Ligação de amor salutar
Acordo perfeito e ditoso
Sentidos em paz a vibrar
…
Criança, ternura a alcançar
Velho seu sonho venturoso
Verdade que quer encontrar
Seu desejo amplo e impetuoso.
…
O espaço olha misterioso
Satisfação assim a bradar
Rebento, em si, tão caloroso
Sorriso em seu rosto a aflorar.
…
Trocam carinho sem falar
Momento demais saboroso
Não se querem pois afastar
Deste amar doce e milagroso.
…
Quadro tão puro e assaz mimoso
Meu coração leve a brilhar
Neste olhar risonho e fogoso
Que me fez algo recordar.
…
Alívio no avô vislumbrar
Meu medo ágil e teimoso
Sempre me fazia acalmar.
Ter um avô é jubiloso!
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
11 - SERÁ DE NOVO TEMPO DE VIVER
Amanhã será um novo dia
Com promessas de vida e de rosas
Será um novo alvorecer
Com rios a cantar canções formosas
Amanhã será só de bonança
Com gestos de ternura em cada olhar
Será um tempo novo de alegria
Marcado pelo riso das crianças
Amanhã será um novo alvorecer
Quando todos formos livres sem receios
Abriremos os braços ao futuro
Será um novo tempo de viver
Ficaremos juntos a esperar
O que a vida tem para oferecer
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
12 - SEMPRE COM AMOR
.
O teu ombro me acolhe
Em dias de insatisfação,
Sei que o amor recolhe
Os suspiros do coração.
.
Com carinho e amor
Dás-te sempre até mais não,
Grande dádiva esse calor
Abraças-me com afeição.
.
Aquele que mais amo
Não me quer ver sofrer,
Sinto-me fora do abismo
Dás conselhos sem doer.
.
O teu ombro me acolhe
Em dias de grande aflição,
Com amor tudo se resolve
Chorar a dor, é a solução.
.
Funchal, 18 de Março de 2024
Cecília Pestana
13 - Meu avô velhinho
**
Relembro o avô velhinho
Minha grande companhia
A toda a hora do dia
Me provava o seu carinho
Mesmo sendo pobrezinho
Era rico em experiência
Na idade da inocência
Meu avô era um herói
O tempo tudo destrói
Hoje sinto a sua ausência
**
Sempre foi na minha vida
Dada a nossa convivência
Uma grande experiência
Guardo um imagem querida
Se me via entristecida
Tinha uma história a contar
Em palavras explicar
Que tudo íamos vencer
Eu por tanto lhe querer
Um beijinho lhe ia dar
**
Foi assim , para bem dizer
Uma etapa valorosa
O meu avô tinha prosa
Ninguém o ia vencer
Passear , era um prazer
Que ele não abdicava
Quase sempre me levava
Eu era a sua alegria
Perdi sua companhia
Coisa que eu tanto adorava
**
Gertrudes Dias
13 - Na idade da pureza
**
Na idade da inocência
Quando a vida lhe sorria
Roubaram -lhe a alegria
Sem dó e sem consciência
Por crueldade ou demência
Tiraram -lhe essa magia
**
Sem Paz , sem tecto e sem lar
O seu chorar é em vão
Sente no seu coração
A dor do familiar
Vê todos a dispersar
Já perdeu a ilusão
**
Nas ruínas do seu mundo
Tenta o avô abraçar
Num abraço para animar
E o seu afecto profundo
Mas não deixa de pensar
A guerra em pano de fundo
**
O idoso inconsolável
Reveste -se de amargura
Sempre em sua fé mais pura
Nunca pensou ser provável
Nem sequer imaginável
Esta dor que o tortura
Gertrudes Dias
14 - .Avô e Neto...
1 poema
O Neto pede colo ao Avô
O Avô pensativo não dá conta
Com olhar vago pensa
Onde é que eu estou ?
Vai ao passado, tristeza de grande monta
De repente...voltou à realidade
Apertou a criança em seus braços
Com um olhar de sinceridade
Estendeu a mão, para pequenos passos
O amor entre os dois é enorme
Juntos se aventuram
entre rosas e espinhos
O tempo urge e o Avô se consome
E conta ao Neto seus descaminhos
Laura Prates
15 - Duas gerações…
…
Duas gerações que se amam demais!
Avô, sua idade avançada e alento
Neto quer eternizar o momento
Dois corações a palpitar reais.
…
Pensar recua a tempos ancestrais
Abraçada a meu avô com sentimento
Encontro entre nós esse tal portento
Nossa felicidade em tais florais.
…
Ligação pura de amor tão sublime
Nos faz voar no sonho p’lo universo
Ouvimos doce canto harmonioso.
…
Anjos nos guardam e o ardor nos anime
Criança, eu tão repousada me imerso
Na leveza desse amor milagroso.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
16 - Criança triste
Uma criança, abraça o seu avô muito querido,
talvez seja a única benção neste mundo, cujo o momento lhe faz sentido.
Liberta a tristeza num ombro de amor e também amigo,
transmitindo -o de igual modo, ao seu pai que estará perdido?…
Avô de muitos netos …olha para o horizonte e faz dele memórias da sua terra prometida,…ou perdida…!
Não sei se faz sentido o que eu escrevo , mas eu vejo uns olhos negros e tristes do menino, aconchegando a sua dor no avozinho.
Criança és vida, és a nossa semelhança, a qual nos envelhece e nos dás esperança. És fruto do ventre da mãe natureza , tornando-a
viva, tão fecunda e sem tristeza.
18 Março 2024
Graciete Lima
17 - OMBRO AMIGO
És tu
A força que em mim germina
A ponte segura
Meu porto de abrigo
Unindo as duas margens
Sempre que é preciso
És tu
O ombro amigo
Se a esperança ruir
Serena bonança quando há tempestade
O riso claro que o dia ilumina
És tu
A força que faz o meu dia brilhar
Incentivo presente para continuar
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras. Direitos de autor reservados
18 - Vejo tristeza desenhada
em rostos puros, inocentes
pela besta insurgida da guerra
que roubou, alegria e vida
à verde e florida primavera...
Crianças de sonhos roubados
nem mais poderão tê-los
no corpo fome, e maus tratos
tornaram se seus pesadelos.
Nessa terra queimada
de céu sombrio sem cor
manifesto de tanta dor
de vidas a preto e branco
em amarga desesperança!
Esfuma se o tempo de encontro
onde todos perdem nessa busca
numa procura intensa, inglória...
velhos sentados em seu desterro
orando nos momentos sagrados
jovens dos escombros levantados
fogem ao inferno desse degredo.
Ao abandono, tanta criança
desejando colo, amor, afectos
de qualquer avô podem ser netos
ilusões que esfumem, os traumas
do desassossego da memória!
..........
maria g.
19 - "Cavalitas"
Nem sequer tive a oportunidade de trepar para as cavalitas dos meu avós, infelizmente pelo tempo que convivemos não me lembro de um ato assim, só conheci um o materno, infelizmente não cheguei a conhecer o paterno, mas reconheço ser:
Um gesto tão carinhoso
Encavalitado nos ombros
Um avô meigo e maravilhoso
Seus netinhos seus assombros
Mil carinhos carregados
Em esforços já redobrados
Seus vigores, já tão fatigados
Mas seus amores ampliados.
Mas tantas vezes o meu pai me carregou às cavalitas, era mais novo e íamos a pé visitar os meus avós maternos nessa altura, eu era bastante pequena, já nem sequer me recordo, mas uma passagem destas tem que ser reavivada e retirada da memória para o papel.
Numa dessas caminhadas feitas de 1 hora e 30 minutos mais ou menos, era uma criança nessa altura de pouco mais de 1 ano de vida, ora falar ainda não devia saber, e como deixei cedo de usar fralda, provavelmente, tive a necessidade fisiológica de um chichizinho. e lá vai ele pelas costas abaixo do meu pai.
Claro está que não ficou muito satisfeito, mas teve que se aguentar.
Sabe bem recordar com carinho as nossas memórias dos que amamos e nos amaram.
Lurdes Bernardo
20 - ÓRFÃO
No rosto velho e cansado
Que prescruta o horizonte
Sentindo a si encostado
O neto, escorre-lhe da fonte
Uma única lágrima perdida
Sem saudades da partida.
Também ele foi pequenino
Mas viveu com pai e mãe
E ao seu neto o destino
Roubou o precioso bem.
E vive a ele encostado
Que está velho e cansado.
Deus não devia permitir
Que tal na vida acontecesse
Deixando uns pais partir
Antes que o filho crescesse.
E o velho quer viver
Para ver o neto crescer.
Que importa o seu cansaço
A sua desesperança
Ele precisa de um abraço
De um amparo e confiança.
E a lágrima no rosto secou
E o Velho por mais tempo rogou.
18 de março de 2024
Fernanda Simões Mendonça
21 - UMA GRANDE AFEIÇÃO
Extremamente cansado
Sentado no chão
Está preocupado
E com razão
Seu cabelo branco
Barba por fazer
Perdeu o encanto
Triste é seu viver
Lembra a juventude
Como foi feliz
Mudou de atitude
"Esqueceu a raiz"
Há uma criança
Que faz um agrado
Ali está a esperança
P'ra esquecer o passado
No colo o sentou
Percebeu que tremia
Logo perguntou
O que o afligia
Idoso, e criança
Estavam felizes
Não querem lembrança
Doutras cicatrizes !
Laura Prates
22 - OLHAR DISTANTE
Distante vão os pensamentos,
de quem procura a paz interior .
Afectos de criança atenua a sua dor,
do peso da idade, em certos momentos
Começa a procurar no infinito o alento,
Com um olhar fixo, que vai mais além.
O tempo que passa e nada o detém.
Aos sinais do corpo, fica mais atento.
Como a natureza tem a sua magia?
Jovem que era há um tempo atrás.
As flores nasciam no seu caminho.
Hoje olha em frente, sente a nostalgia,
de correr suas pernas já não lhe apraz.
Restam as mãos que lhe dão carinho.
Celestina Esteves
23 - Ficaram os dois sozinhos
Duas vidas tão sofridas
Duas idades diferentes
Iguais as horas vividas
De guerra sobreviventes.
O avô está sentado
Nos escombros do seu lar
O neto a ele encostado
Perdido está seu olhar.
É difícil imaginar
O sofrimento sentido
A guerra a bombardear
Nada mais lhe é oferecido.
A uma inocente criança
Ao seu avô já velhinho
Da família nem esperança
Ficaram os dois sozinhos.
Adelaide Simões Rosa
24 - AVÔ
.
Existem mimicas em ação
Sem qualquer som entoar
Têm de leituras, um montão
Que se fazem ao coração chegar!
.
Com característica assinalada
Tendo a mais límpida compreensão
Sem nunca ter sido ensaiada
Tem a mais bela exibição!
.
Tocando na alma bem fundo
A inocência comporta um mundo
Muito simples leve e puro!
.
Quando se tem alguém protetor
Com sua sementeira de amor
Garantido… está o futuro!
.
São Pereira
25 - Duas vidas, um destino
Duas histórias difr`entes
De um idoso e de um menino
Qu`inda o sol não vai a pino
Mostra a pobreza das gentes!
*****
Talvez sejam avô e neto
Que logo assim pela alvorada
Percorrem esse trajecto
Que me deixa irrequieto
Nesta vida atribulada!
*****
Não creio que esse miúdo
Leve sonhos na sacola
Também sei que não m`iludo
Que seja ele um sortudo
De ir a caminho da escola!
*****
Quem sabe vá já cansado
A perder-se do sentido
De rosto ao ombro encostado
Com seu pijama listrado
Por tão mal ter dormido!
*****
Mas para seu ganha pão
Sai cedinho do seu lar
Porque é tanta a podridão
Que num sono de aflição
Lá tem de ir… trabalhar!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
26 - ALMAS PERDIDAS
Um vazio em cada olhar,
Sem réstia de esperança,
O velho está a cismar
No futuro da criança.
*
Que momento a cena encerra,
Naquela paz aparente,
Que no meio duma guerra,
Já nem a guerra se sente.
*
São duas almas perdidas,
Que a morte poupa por ora,
Sem terem pão ou guarida,
Nem forças pra ir embora.
Quando a maldade impera,
Já nada de bom s’ espera,
Só morte e destruição.
É esta a triste mensagem,
Que transmite esta imagem,
Que destroça o coração.
LAF18MAR2024
27 - SIMPLESMENTE CANSAÇO!
(3º Poema)
*****
O cansaço impede
De ir mais além
Quem muito se excede
A distância mede
E estorva também!
*****
O cansaço mata
A alma até dói
O corpo desidrata
Quando se relata
Daquilo que mói.
*****
Cansaço fustiga
Criança ou idoso
Tem o que se diga
E pr`a que se siga
O trilho é moroso!
*****
Cansaço é ruim
Pr`a chegar veloz
Estará longe o fim
E o som do clarim
Espera-nos na “foz”!
*****
Cansaço é somente
Tal significado
Mas que certamente
Deixa de novo ir em frente
Depois de se ter…descansado!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
28 - TRISTE OLHAR!
(1º Poema)
*****
Triste olhar dessa criança
Que nesse ombro se debruça
Por ter perdido a esperança
De querer tanto uma mudança
E por entre choro… soluça!
*****
Parece estar sonolento
Cansado de tanto andar
Quem sabe… durma ao relento
Sem ter pão para sustento
Ou sonhos por almejar!
*****
E só quer um ombro amigo
Que tal fardo lhe carregue
Tais situações não mastigo
Pois são pr`a mim um castigo
Quando a sofrer se prossegue!
*****
Criança assim conduzida
Por quem o destino muda
Para não ter recaída
Lá vai suportando a vida
Que é já… um Deus nos acuda!
*****
Os dois seguem pl`a vereda
Ainda que em lentidão
Porque sendo a trilha azeda
Quiçá num futuro ceda
Sem qualquer… restrição!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
29 - AMOR ETERNO
Quanto carinho
Quanta ternura
Entre o VELHO e o MENINO
Um AVÔ e seu NETINHO!
A primeira e terceira idade
O princípio e o fim
Olho aquele terno abraço,
Olho aquele simples cuidado
Uma foto tão querida.
que fica para a VIDA
Uma foto de AMOR ❤️
De dois seres tão diferentes
Mas dentro deles...
...recolhem conhecimentos
Que os vão enriquecer!
Quanto carinho
Quanta ternura
São os miminhos
Entre eles a sua ventura!
Não há AMOR neste mundo
Igual a um como este...
...um AMOR forte e PURO
Água límpida e cristalina
VIDA cheia e divertida
VIDA que dá ao AVÔ mais VIDA
VIDA que dá ao neto tanto CALOR!
Quanto carinho
Quanta ternura
Sussurra ao seu ouvido...
...a mãe do menino
Filha do nosso avozinho!!!
Autora
Irene Matias
30 - DOCE PALAVRAS AMAR
No agreste da paisagem
O olhar vagueia com sonhos de mar
Sente a ternura quente abraçar-lhe a alma
Nessa manhã calma só o amor do menino
o pode alegrar
Encostado a si com carinho e amor
A doçura e o calor dessa criança meiguinha
Que se entrega inteira como se fosse andorinha
Sonhos, abraços e beijos
Nesse abraço de encantar
Seu neto, feito ternura
Lhe entrega a ventura
Da doce palavra AMAR
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
11-03-2024
24
1 - NÃO TENHAS MEDO
.
A afeição não tem métrica nem medida
É como os versos livres de poesia;
Flui sem regras, padrão, desprendida,
E só para quando a alma se sacia!
.
É tão bom a barriga cheia na vida;
Senti-la empanturrada em demasia,
Que servia não ter fome mas desnutrida
Exclamar que a tinha se não a sentia?!
.
O amor não é um sentimento trivial
Pros quatro ventos se ir apregoando;
" Se quis ficar à porta, não faz mal"!
.
Algo de menos bem se está passando
Num coração que assume natural,
Viver só, ainda com o peito sangrando...
.
RAADOMINGOS
2 - A ESCOLA
.
O professor é quem ensina
Na escola, mestria no saber,
Tudo certinho, que grande sina
O aluno saía de lá a ler e escrever.
.
Em casa que grande labuta
A sabedoria da educação,
Os pais tinham aquela luta
De educar com o coração.
.
O professor é quem ensina
A sabedoria da instrução,
Cumprir com as regras, desatina
Era assim, sem direito a reclamação.
.
Em casa, insistem os pais
Com as regras da educação,
Na escola, era assim sem ais
Sem qualquer choro sem razão.
.
Cecília Pestana
3 - Pudesse eu ser fita
**
Gostava de medir o tempo e a vida
E queria medir minhas emoções
Para isso preciso de fita comprida
E poder controlar mil sensações
**
Não posso medir o sol com classe
A fita é pequena para o tempo medir
Queria uma fita que o mundo abraçasse
Medida que fizesse a Paz florir
**
Queria medir no mundo o amor
Fazer que brotasse de duros corações
Medindo as ideias que os fossem unir
**
Queria uma fita de muito valor
Que afastasse o mal e as tentações
E medidas pudessem a Paz garantir
**
Gertrudes Dias
4 - Se a vida fosse medida
À velocidade do vento
Que não tem... sequer guarida
Ficava sem argumento
Se eu pudesse medir
Minha vida pelos espaços
Pedia de mão estendida
O tamanho dos abraços
Saudade é comprimento
Sem saber se terá fim
Mas o grito do lamento
Se torna muito ruim
Não se pode imaginar
Como se mede o amor
Será simplesmente, amar
Seja a que distância for
Deus quando mede o destino
Da nossa própria existência
São badaladas, dum sino
Que é a nossa consciência !
Laura Prates
5 - UM DOCE NA VIDA!
(2º Poema)
Um mimo na vida
Torna-a diferente
É como batida
No peito sentida
Na alma da gente!
Se já é amarga
Há que aliviar
Toda essa carga
Que a voz nos embarga
E embaça o olhar!
Tê-la adocicada
De mel ou ternura
Tanto nos agrada
Ao ser gozada
Da forma mais pura!
Porque sendo bela
Com o que nos trouxe
Seja uma aguarela
Abrindo a janela
A um lugar mais doce!
Com dose certeira
Pr`a não fazer mal
Se fizer asneira
Dá-lhe caganeira
Vai.. pró hospital.
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
6 - DOCE CORAÇÃO!
(1º Poema)
Uma guloseima
Qualquer rebuçado
Pr`a tirar a teima
De que ele não queima
O mal que é causado!
Uma ou outra goma
Um suco de fruta
Delícia de aroma
Para quem se assoma
Armado em bruto!
Grandes tentações
Maior o desejo
Doces corações
Que às voltas me pões
Tal qual com teus beijos!
De quando em quando
Mas sem exageros
Lá vamos ousando
Ainda que cismando
Provar tais temperos!
Quem saiba talvez
Possa ser comida
Só de quando em vez
E sem altivez
Com conta, peso e medida!
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
7 - Vestido
Confeccionei um vestido
D' um tecido de brocado
Vermelho aos corações
Agrado do meu amado...
Molde imaginado
Não foi sequer uma léria...
Criativo e imaginado
Ajuste por uma régua
Primeiro cortei a saia
Ajudada pela tesoura
Linda e arredondada
Cereja encantadora.
Recortei uns bocadinhos
A fim de os bolsos enfeitar
Iludidos e astuciosos
Práticos para algo guardar.
Fiz um vestido catita
Tão lindo que é de morrer...
Conversa...
não leva ao resultado
Do meu vestido fazer.
Ó Rosa arredonda a saia
Como dançam as Minhotas
As tua meias rendadas
Giram em chinelas janotas.
11 Março 2024
Graciete Lima
8 - A vida não é aos metros
**
A vida não tem medida
Nem régua de calcular
A vida é para ser vivida
E por afectos gerida
Não para medir ou contar
**
Ó vida dá - me um abraço
Sem medidas precisar
Não confundas este laço
Que as juras que eu em ti faço
Nada as pode desatar
**
Ó vida dá -me guarida
Sê luz neste meu viver
Porque já estou convencida
Que a esperança sempre vivida
É medida com prazer
**
Desdobra a fita da vida
Faz dela o teu ornamento
Que seja fita comprida
Sempre com amor servida
A todo e qualquer momento
**
Gertrudes Dias
9 - O CUSTO DA BELEZA
Oitenta e seis
sessenta oitenta e seis
peito
cinta e anca
cada peso sua medida
a beleza é que manda...
muitos, os seguidores
d'imposto conceito
imagem de Diva.
Veneno subjugação
superficialidade
sobrepostas sem pudores
a outros valores
beleza d'interioridade
sem conta nem medida!
...........
maria g.
10 - O AMOR NÃO TEM MEDIDA
O amor não tem limites, nem medidas,
e também não se mede, em quantidades.
Ele quer-se compreensivo e com verdades.
Mantendo, sempre as qualidades devidas.
Puro, deve ser como água cristalina,
ter como aliada, a sua amiga liberdade.
Terno, meigo, quer-se com simplicidade,
o amor, que contem, uma essência divina
É tão importante esse valioso sentimento,
que o mundo todo, por ele anseia e chora.
Talvez, na humanidade, se sinta perdido.
Não há régua, que tenha o comprimento,
para medir, o que não se sabe onde mora.
O Amor, que na mente surge tão colorido
CELESTINA ESTEVES
11 - Nasci para isto
**
Uma fita métrica sou
Meço tudo o que é preciso
Meço o fato ou o vestido
Se desenrolada estou
Comigo sempre se achou
Quem deseja trabalhar
Em metros vou calcular
Uma boa organização
Meço tectos , meço o chão
Podem comigo contar
**
Em régua sou mais curtinha
Trabalho com estudantes
Sou arrumada nas estantes
Porque sou bem levezinha
Vou da sala p'ra cozinha
Com o desenho do petiz
Eu sou a força motriz
Que faz o mundo girar
Quando me posso esticar
Meço tudo de raiz
**
Gertrudes Dias
12 NÚMEROS
.
O número um é o primeiro
O número dois vem depois
O número três é o terceiro
O número quatro são dois mais dois
.
O número cinco numa dezena está no meio
O número seis é conhecido por meia dúzia
O número sete é um número algo feio
O número oito com ele dois zeros fazia
.
O número nove quando mal lido pode ser seis
O número dez como se sabe tem dois dígitos
O número onze é composto por dois números iguais
O número doze é uma dúzia e gera conflitos
.
O número treze dizem que é um número azarento
O número catorze morreu à porta de um Hospital
O número quinze é um número com temperamento
O número dezasseis não faz bem nem faz mal
.
Podia continuar a escrever
Sobre os números a seguir
Talvez vocês não queiram saber
Porque já estão fartos de os ouvir
.
Mas…
.
Os números são fundamentais para a sociedade
Em quase tudo o que existe estão presentes
Se eles não existissem como era que sabíamos a nossa idade?
Hoje sem eles era impossível viver como antes
.
José Martinho
13 - "O amor"
O amor não tem medidas
É uma doçura somente
Prega-nos algumas partidas
Mas adoça a vida da gente.
O amor é fecundo e doce
O tempo às vezes o muda
Há que viver como se fosse
Completo e sem amargura.
O que mantém o amor
Sempre em feixes de luz
É transbordar em calor
Não em calvário nem cruz.
Assim o amor não perdura
Se o calor não o esquenta
A alma vive tão insegura
Some; o amor não aguenta.
As gomas adoçam-me a boca
Não tanto como os teus beijos
Não é vivendo uma vida oca
Que concretizamos os desejos.
Lurdes Bernardo
14 - SEM RÉDEAS MINHA VERDADE!
Neste poema livre, sem medida ou compasso,
As palavras dançam, fluem como um abraço,
Sem restrições, sem amarras, seguem seu caminho,
Em um ritmo único, como um doce carinho.
****
Nas entrelinhas deste verso desgarrado,
Expresso o que sinto, um sentimento tão sagrado.
Cada palavra escolhida, um pedaço de mim,
Neste poema sem amarras, livre assim.
****
Sem métrica ou rima, deixo a emoção fluir,
E no caos aparente, há um belo sentir,
Cada verso solto, cada estrofe a vibrar,
Traz consigo a essência do meu ser a marchar.
****
Em meio ao caos, a beleza se revela,
E neste poema sem medida, a alma se aquela.
Um canto despretensioso, um grito de liberdade,
Neste poema: SEM RÉDEAS MINHA VERDADE!
Carmen Bettencourt !
15 - Medidas
.
Meço muito, os prós e os contras
Para uma mais correta decisão
Na justeza das minhas contas
Enfrento ainda muitos contras
Que nem sempre me dão razão!
.
Gostava de encontrar a medida certa
E tudo ter o encaixe mais perfeito
Só que o coração, por vezes aperta
Esquecendo-se da medida certa
Para o disciplinar, não tenho jeito!
.
Gostava de ser intransigente na medida
Para amainar a minha ondulação
Quando nuvens à partida
Carregam uma torrente desmedida
Que sossego não me dão!
.
Eu meço o melhor caminho a seguir
Na escolha foco a minha atenção
Existe tanto para me persuadir
Numa encruzilhada, tanto caminho a partir
É preciso parar, e, usar a ponderação!
.
Há medidas, para tudo e para nada
Há medidas muito convenientes
Há… aquela medida sagrada
E... muita medida disfarçada!
A que nós, sem o saber, somos servientes.
.
São Pereira
16 - DOCES MOMENTOS!
(3º Poema)
Cada instante vivido
Cada hora que é marcada
Com um doce no sentido
Tem outro sabor… que agrada!
Cada minuto ou segundo
Cada esperança renascida
É vermos mais doce o mundo
Sentindo mais doce…a vida!
Cada caixa por oferenda
Com mil corações melados
Equipara à melhor prenda
Quando com amor são dados!
No espaço que se concluí
De um tempo tão real
É desses doces que flui
Um alento… mais natural.
E de cada doce entregue
Nos mais puros sentimentos
É bom que jamais se negue
A importância de tais momentos!
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
17 - TELA DA VIDA
Sonho-te e desejo-te
Vivo neste querer
Sem medir o tempo
Abraço a ternura
Na doce loucura
Porque sou mulher
Visto-me de cor
Vermelho cetim
Prendo-me em teus braços
Chama do vulcão nascido em mim
Nesta vida o tempo, corre sem parar
Vai riscando o corpo
Qual tela oferecida
Neste doce enlevo
Partilho contigo a tela da vida
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
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18 - VERMELHO, FEZ-SE CAMA DOS AMANTES
Era o tempo das cerejas
Vermelhas como o amor
No meu barco de encantar
Fui com elas passear
Numa viagem de cor
Na praia onde atraquei
Meu barco chamou a atenção
Era vermelho brilhante
Construído com carinho
Verdadeira tentação
Uma "menina" parou
Olhando-o encantada
Viu as cerejas no barco
Ficou tão deliciada
Que estendeu suas mãos
Sorri... E lhe ofereci
Cerejas de linda cor
Aquele vermelho brilhante
Fez-se cama dos amantes
Que com o tempo deu flor
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
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19 - SOU ROSA VERMELHA
Vermelho o sangue que corre em mim
Transformando sonhos em realidades
Percorro caminhos sem medir o tempo
Sou flor de inverno
Chama e sentimento
Dentro do meu peito não meço o amor
Ele flui ligeiro por entre gargalhadas
É um sentimento que marca por dentro
Vida sem amor... Não sabe a nada
Sou vida, sou sangue, sou choro, sou querer
Sou tempo, sou alma
Sou rosa vermelha, sou grito e mulher
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
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20 - SEM TEMPO MARCADO
A vida é como uma manta de retalhos
foi adquirida quando nascida
pesada e medida...
um céu aberto cheio de luz
que para sempre nos seduz...
medida todos os meses
e, mais tarde, todos os anos!
Um equilíbrio
uma força
um estar...
... sempre a crescer
um peso forte com a idade
está sempre do nosso lado
medindo-nos em tamanho e SER!
SOMOS e SEREMOS
no crescimento diário
uma medida em cumprimento
outra medida escrita em diário:
conta a nossa escola
todo um percurso literário,
mede-nos e mede sempre
cada passo e cada êxito...
...um cumprimento virtual
foi esse o nosso desejo!...
SEEEMOS e SOMOS
para sempre a nossa alegria
medida conforme sopra o vento
Numa extensão correspondente...
... à força que mora em nós...
num deserto habitado
dentro de uma extensão limitada
sem medida prevista;
mas numa medida ousada
pelo tempo nela esperado
por uma vida sem medida
uma vida que por vezes não agrada,
mas essa é a nossa vida...
...que nasce, percorre e morre...
...sem que o tempo venha MARCADO!!!
Autora
Irene Matias
21 - TERMÓMETRO DO AMOR
Tudo tem o momento certo para ser apreciado
Na medida certa, nem de menos, nem de mais
Um doce alento para o espírito, faz a vida mais feliz
Se for em demasia, faz mal e torna-se enjoado!
Assim também é o amor, quer-se na medida certa
A liberdade de dançar em asas de borboleta
Que tenha asas para voar e não se canse de voltar
De trazer consigo o perfume que embalsama o ar!
O amor é uma caixa de doces que dá sentido à vida
O mais nobre sentimento em doses homeopáticas
A seiva do dos lábios,
Esperou os beijos que sonhou para sua boca
Nos seus lábios rubros e raros amadurecidos
pela seiva dourada de mel que a deixava louca
Das curvas do seu corpo conhecia-lhe os segredos!
Seus dedos quentes acaricíam-lhe a alva silhueta
Pelas veredas do seu corpo, passeiam e espreitam
Pintando de luz e êxtase seus esconderijos secretos
Os verdes prados do seu corpo no calor dos gestos
Nos lábios, corações de amora, brotam sorrisos
Nascentes d’água, flores, no seu corpo, fez-se o paraíso
Canto de pássaros, doce bailar das borboletas
O termómetro do amor na temperatura certa!
O amor tenha asas para voar e não se cansa de voltar
E traz consigo o doce perfume que embalsama o ar!
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06.
22 - A IMPORTÂNCIA DA MEDIDA
Tanta fobia com a medida,
ter uma medida como certa
para tudo e nada à partida,
não deixa a mente aberta.
A vida não feita à medida,
não é medida com régua,
nem a astúcia adquirida
pode ser avaliada à légua.
Não é por mais centímetros
ou por ter menos um pouco,
que és mais ou menos viril.
Se te ficas por um decímetro
que isso não te deixe louco,
dá o teu melhor e sê gentil.
(com uma pitada de humor)
de: Celso Cordeiro
23 - UMA VIDA À MEDIDA
Não sei se estarei à medida
de desafio a que me acometa,
mas deixem que garanta e prometa
a minha entrega será desmedida.
Não sei se foi o mais correcto
todo o meu percurso de vida,
mas respondo por completo
qualquer medida assumida.
Já percorri muito autoestrada
e também caminhos de pedras,
em vida sem medida marcada,
também nunca atirei pedras
a tanta gente mais ponderada,
que segue à medida as regras.
de: Celso Cordeiro
24 - A RÉGUA DAS EMOÇÕES
A régua utilizada em geometria
Própria para fazer medições
Utilizada no desenho e engenharia
Hoje, serve para medir emoções.
Mal vi a imagem logo me arrepiei
Só de sangue a jorros me lembrei.
O meu pensamento logo desviei
Do que me estava a fazer arrepiar
Em vez de ver ali sangue pensei
Não valer a pena penas antecipar.
A régua se encarregará de medir
O que de novo surgirá no porvir.
Olhei de novo e na simbologia
Do vermelho de que a régua era feita
Em vez de raiva e fúria vi a energia
Da paixão e do amor a imagem perfeita.
E a imagem que primeiro me assustou
Um sorriso no meu rosto depois plantou.
Que grande mania tem o ser humano
De usar uma régua para tudo medir
Medir as emoções é um puro engano
Embora se demore tempo a descobrir.
Que a régua se use para medições,
Mas ninguém pense medir as emoções.
11 de março de 2024
Fernanda Simões Mendonça
04-03-2024
https://www.pexels.com/pt-br/foto/adoravel-encantador-cativante-animal-7210698/
26
1 - TU ÉS MEU AMIGOTu és um amigo
Minha companhia
Sem me aperceber...
Tu entras em mim
Pintas o meu dia
E vives comigo
Não são necessárias palavras
Para contigo me entender
O caminho está traçado
Lado a lado
Haja o que houver
Não sou o teu dono
Tu és meu irmão
Tua voz macia
Afasta o nevoeiro
E acorda o meu dia
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
2 - MANICURE
.
Uma manicure de nome Luísa
Nos dias calmos e sem brisa
Pinta unhas em várias cores
Ficam lindas como os amores
.
Pinta unhas a qualquer pessoa
Também pinta em animais
Com um esmalte de qualidade boa
Para que durem muito mais
.
Pinta unhas em mãos delicadas
A mulheres que estão apaixonadas
Mas também às que não estão
Mas que têm essa pretensão
.
É uma manicure que usa trança
Que por acaso estava em França
A pintar unhas como ela não há igual
Que digam as francesas e as pessoas de Portugal
.
Foi convidada para pintar unhas de artistas de Novela
Por ser uma profissional de gabarito e eleição
Mas como ia ganhar de ordenado uma bagatela
Prefere pintar unhas de pessoas e de cão, com muita satisfação
.
José Martinho.
3 - FIEL AMIGO
É na ternura, do teu olhar,
que vejo a tua mansidão.
Pareces querer falar,
quando eu te estendo a mão.
Na minha mão recebo, a tua pata,
afago-te o pêlo, com carinho.
Lambes o rosto, sinto-me grata,
por me dares esse miminho.
É grande a emoção,
quanto te vou dar, o comer.
Pulas com tanta convicção,
como querendo agradecer.
E quando chega hora,
do teu dono chegar,
do portão, não te vais embora,
fixas ali o teu lugar.
Ao abrir-se o bendito portão,
o fiel amigo, começa para o dono a saltar,
quase que o deita ao chão.
De contentamento vê-se, seus olhos a brilhar.
Está feliz o cão.
CELESTINA ESTEVES
4 - MÃOS COM AMOR
.
As mãos que nos agarram
Com carinho
São mãos que nos acariciam
De mansinho
São mãos que nos indicam
O caminho
São mãos amistosas
Também dão beijos e rosas.
.
As mãos que ajudam
Na queda nos levantam
São mãos de amizade
São mãos doadas de amor
São mãos que nos alertam
Para a maldade disfarçada.
.
As mãos que nos agarram
De mansinho
Dão alma, dão pão, dão coração
São mãos que nos acariciam
Com carinho
São mãos que nos indicam
O caminho.
São essas mãos maravilhosas
Também dão cravos e rosas!
.
Funchal, 4 de Março de 2024
Cecília Pestana
5 - PARTILHAR A COMPANHIA
Sorrio sempre que te vejo
Acariciando o teu olhar
És o meu perfeito amigo
No teu jeito ternurento
Ensinaste-me a esperar
Corres sem medo da vida
O tempo é teu companheiro
Sabes esperar com calma
Se preciso...
O dia inteiro
Chego a casa já cansado
Das lutas do dia a dia
Mas ter-te sempre a meu lado
É um prazer redobrado
Partilhar a companhia
És um amigo fiel
Em ti posso confiar
Esqueço os meus problemas
Nos teus olhos cor de mar
Não há sombras no caminho
Quando vamos passear
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
6 - Animal de estimação
Melhor companhia não há…
tendo um animal de estimação
transmite fascínio e emoção
ao homem que tem coração.
Seja cão ou seja gato
ou qualquer outro animal
sente quem lhe quer bem
e também quem lhe quer mal.
A cabrinha lá no monte
vai ao pasto com o pastor
dá-lhe a sua patinha
apesar de não ser doutor…
Até o lobo do capuchinho
rendeu-se ao seu encanto
ensinou-lhe o caminho
de olho à espreita num canto.
Num canto escondidinho
detrás de um medronheiro
Para lhe levar o cestinho
Passando por cavalheiro.
Os animais fizeram parte
da Arca do Profeta Noé
reza na Bíblia Sagrada
em História assim é.
4 Março 2024
Graciete Lima
7 - O meu cão Piloto
**
A tua na minha mão
Meu fiel companheiro
Quero mostrar ao mundo inteiro
Minha eterna gratidão
Dentro do meu coração
Era um amor verdadeiro
**
Era minha predileção
Ter a tua companhia
A toda a hora do dia
Tinha que te pôr travão
Se eu não tomasse atenção
Só diabruras fazia
**
Sempre atento ao meu chamado
A comer da minha mão
Grande era o seu coração
Foi por mim sempre estimado
Mas já não está a meu lado
Está noutra dimensão
**
As saudades que eu tenho
Do Piloto meu amigo
Afastava sempre o perigo
Ainda hoje mantenho
Que a sua ajuda e empenho
Eram meu porto de abrigo
**
Gertrudes Dias
8 - OS PATUDOS
Põe aqui a tua pata,
Nesta minha mão aberta,
Que a tua amizade é certa,
Mesmo nessa vida ingrata,
Onde a maldade encoberta,
Se vinga sem ter razão,
Por motivos insensatos,
Infligem, assim, maus tratos,
Sem pingo de compaixão
Aos pequenos cães e gatos.
Porém, esses valentões,
Ao verem um grande cão,
Esses, não molestam, não,
Pra não sofrerem lesões,
Nalguma perna ou mão.
Quem não gosta d’ animais,
Não tem que os mal tratar,
Nem precisam de os amar,
Embora sejam leais,
Só têm que os tolerar.
LAF04MAR2024
9 - "Amor canino"
O amor está nos sentimentos
Que são tão diversos e variados
Cheios de alegrias e movimentos
Sempre com carinhos e agrados.
Há animais que têm imensa sorte
Mais que muitos humanos são uns felizardos
Deram com donos de um amor tão forte
Cujo coração está repleto de agrados.
Dá me a tua pata para te fazer um agrado
Ela é indefesa carinhosa e tão possante
Tens um porte grande e prestigioso fado.
O que é agradável aos olhos neste instante
Enche todos os dias a indiferença da vida
És um amigo sempre atento e reconfortante.
Lurdes Bernardo
10 - TERNURA QUANTO BASTE!
(3º Poema)
Desse animal carente
Com quem um dia brincaste
Faz dele como o ser Gente
Em ternura quanto baste!
Até no esticar das unhas
Eu o sinto a suplicar
Toda a meiguice que punhas
Quando te fosse cheirar!
Numa “dança” ternurenta
Vai-se formando amizade
Sem que de forma sangrenta
Possa andar-se em liberdade!
Porque um animal deste porte
É a melhor companhia
Ao saber que tem por sorte
Sempre quem o acaricia!
E qualquer um que o faz
Se sente feliz, d`igual
Pr`a viverem os dois em Paz
Ser humano… e animal!
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados-
11 - Patinha de fiel amigo
Irracional
Mas muito inteligente
Quem o tem me dará razão
Pois que na solidão
Faz companhia a muita gente
Infelizmente ainda há
Gente que o Trata mal
Quem o faz não tem coração
E é mais irracional
Que o próprio animal
Não sabe falar é verdade
Mas também dor ele sente
Há quem diga serem anjos
Que zelam pla vida da gente
****
Sílvia *Santos
12 - Mãos que doam amor
**
Mãos que doam , que trabalham , que labutam
Calejadas ou não pelo esforço do trabalho
Mãos sofridas que no dia de -a--dia lutam
E manifestam o amor como alimento diário
**
Mãos que acariciam , que afagam , que protegem
Que se exprimem com um toque diferente
Com sentimentos que no coração elegem
Quando tratam ou acarinham o doente
**
Há ainda outras mãos bem diferentes
Que não deixam de ter muita valia
Mãos amigas de animal , que de carente
Diariamente nos dá mimo e alegria
**
Como seres racionais que ao toque de outra mão
Sabem sempre o caminho a prosseguir
Porque o animal já sabe de antemão
Aquilo que o seu dono vai pedir
**
Gertrudes Dias
13 - Dá -me a tua mão
**
As mãos são tão valiosas
No passar do dia -a--dia
Empenhadas com mestria
Voam como a mariposa
Sentem os espinhos da rosa
Deliciam quem as ama
Estendem -se ao calor da chama
Carinho é sua divisa
A mão é sempre precisa
Seja de homem ou de dama
**
Há um provérbio que diz
Uma mão a outra lava
Na partilha que extravasa
É que se sente feliz
Há outra mão que condiz
No afecto ou na carência
O animal tem competência
Para mostrar sua afeição
Vejam o gato ou o cão
São amor com consciência
**
Gertrudes Dias
14 - TERNURA DE QUATRO PATAS!
(1º Poema)
Uma mão em outra mão
Situações mais que sensatas
Posso ser de estimação
Mas preciso de atenção
E de ver como me tratas!
Sou um cão, sou genial
Mesmo quatro patas, tendo
Apesar de irracional
Quero carinho por igual
Para não viver sofrendo!
Pois sou mais atencioso
Do que certa gente humana
E num gesto carinhoso
No ladrar eu sinto gozo
Fugindo à ordem tirana!
Dessa pele, a maciez
Ao tocar-te com o meu pelo
Sinto amor sem altivez
Porque sem qualquer rispidez
Eu sou tratado com zelo!
E enquanto houver esse toque
Deveras tão sensual
Não havendo quem me provoque
E apenas no bem se foque
Posso eu ser… um animal.
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
15 - Mística, sonho real
…
Mística, sonho real
Num passar de alva energia
Tal riqueza triunfal
…
Tem destreza natural
Sua intuição algo amplia
Mística, sonho real.
…
Dono figura central
Latido, atenção pedia
Tal riqueza triunfal.
…
Triste chora e dá sinal
P’lo desprezo que sentia
Mística, sonho real.
…
Guia nato e tão leal
Hábeis e tal mais-valia
Mística, sonho real
Tal riqueza triunfal.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
16 - MÃOS
.
Movimentam-se de palavras
Bem carinhosas a tanto dizer
Tanto ser que caído se salva
Com a sensibilidade de alma
Duma mão, que o ajuda a erguer!
.
Mãos cruzadas, direitas e alinhadas
De penitência, amor e carinho
Mãos de durezas calejadas
E tempestades amainadas
Segredando sabiamente de mansinho!
.
Mãos de afagos exercitadas
Em tanta e tanta alusão
Levam correções ralhadas
Ou a maior das ternuras manifestadas
Dependendo da ocasião!
.
Mãos que falam… sem diferenças
Com a maior universalidade
Mãos que partilham crença
Bem longe da indiferença
Muito valiosas... e... sem idade!
.
São Pereira
17 - MEUS OMBROS FRIOS
.
O amor não tem cor nem distinção
Brota fecundo e profundo da alma;
A confirmar isso mostra a ligação
Que funde mão na mão, palma na palma!
.
São dois seres em uno coração;
Tão bom o estreito abraço que espalma
Só assim o vento corre de feição
E a amizade avança escorreita e calma.
.
Olhando pr'uma era de gestos arredios
O afeto sela a calor a dor do egoísmo
Quando o outro sentir que estás ali!
.
Como fazê-lo, dirás -com altruísmo!
Foi assim que na altura me apercebi
Quando cobriam os meus ombros frios...
.
RAADOMINGOS
18 - Olhares diversos banam
de mãos dadas um laço
dos que em plenitude se amam
até no dia complexo
É hora de abrir mão
juntar pequenos sentimentos
deixar entrar amor no coração
repartir o que se é nos momentos
Juntos fazemos o mundo mais verde
renascer a esperança que finda
dar de beber a quem tem sede
Tu e eu, há tempo ainda
Juntar-nos entre mil sorrisos
correr alegres nas savanas
enxugar melancolias depois disso
no espírito que a paz emana.
Belecato II
19 - Quiçá os animais falem a linguagem dos anjos
Que os só corações puros conseguem decifrar
Entre miados e latidos, lambidelas e beijos
Conjugam no tempo infinito o verbo amar
De uma índole que não é para muitos humanos
Dotados de uma ternura e bondade sem igual
A maldade não existe do olhar de um animal
Sofrem em silêncio, não se queixam do destino
As palavras elevam-nos e ao mesmo diminuem-nos
quando proferidas com maldade, podem magoar
Não tem nada mais gratificante do que a ternura de um olhar!
Os animais são anjinhos sem asas que passam por nós
Num tempo tão breve mas deixam pegadas no coração
Ensinam a amar, o valor da amizade, são-nos inspiração!
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06.
19 - NESSE TOQUE!
(2º Poema)
Nesse toque vejo o alvor
Vejo a luz sol nascente
Vejo alguém que em esplendor
Sabe entregar amor
Como não o faz… certa gente!
Vejo o quanto é necessário
Tratar bem, a qualquer “bicho”
Pr`a fugirem do calvário
Ou de um habitat precário
Onde o considerem lixo!
Quanta ternura num gesto
Esta que em meu peito lavras
Um acto puro e honesto
Que em nada eu protesto
Pois diz mais…que mil palavras!
Não se precisa falar
Pr`a expressar o que é sentido
Basta somente pensar
Toda a forma de se dar
O carinho que é pedido!
Mesmo não se vendo o rosto
Sem quaisquer actos ardis
Naquilo que aqui é exposto
Entende-se por suposto
Que o animal está… feliz!
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
20 - DEDICAÇÃO SEM IGUAL!
O cão, o melhor amigo do homem, não jumento,
Companheiro leal, em qualquer momento,
Seu olhar leal, cheio de amor,
Em sua presença, sentimos calor.
*
Fiel e leal, sempre do dono ao lado,
Nas alegrias e no mais profundo fado,
Seus latidos, expressões de devoção,
Enchem os corações de gratidão.
.*
Corre ao chamado, brinca com paixão,
Nunca julga, aceita com compaixão.
Guardião, protetor, amigo leal,
Seu amor incondicional, sem igual.
*
Pelo longo ou curto, diversa é sua raça,
Cada cão, uma história, um laço que reverbera sua graça,
O cão, o melhor amigo do homem,
Um vínculo eterno, que nenhuma tempestade consome.
*
Quem o tem sua sorte,
É um amigo leal,
Acompanha seu dono até na morte,
DEDICAÇÃO SEM IGUAL.
@Carmen Bettencourt !
21 - TERNA COMPANHIA
Era a ternura embrulhada
Sem sinais de solidão
Era a vida oferecida
Docemente
Em gratidão
Era a voz sem palavras
O carinho a bailar
Nos teus olhos peregrinos
A amizade surgia
Como se fossemos irmãos
Doce, a tua companhia
Sem pedir contrapartida
Ternos amigos com alma
Que se entendem num sorriso
Num abraço de alegria
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
22 - Pata de cachorra na mão
…
Pata de cachorra na mão
Pulcra energia a desfrutar
Aura de luz minha visão
Magia de amor, nosso mar.
…
Relação feliz a louvar
Amizade e pura união
Sentimentos desabrochar
Nas essências em comunhão.
…
Fidelidade em vibração
Compinchas neste caminhar
Seu ar alegre e tão brincalhão
Felicidade ampla a arrasar.
…
Sempre pronta pra disputar
Jogos com tal satisfação
Adora correr sem parar
No jardim, ser campeão.
…
Gosta de deitar-se no chão
E nele também rebolar
Mas ouve uma linda canção
E logo se sente acalmar.
…
Ter um cão é saber amar
Magia ter no coração
Entendimento salutar
Pata de cachorra na mão.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira´)
23 - Saudades…
…
Senti saudades! Pituxa, fofinha
Pulavas tanto, querias colinho
Nossa relação em harmonia em linha
Ainda, hoje, sinto a energia e carinho.
…
Na Camélia branca, minha louquinha,
Te repousas nesse belo cantinho
Teu pular, imagino à tardinha
Chegava e corrias feliz do ninho.
…
Amavas pôr a cabeça, no colo
Tiravas-me o meu trabalho da mão
Possessiva e cuidados, pois, querias.
…
Pequenina e castanha, eras consolo
Família toda te dava atenção,
Chorosos, quando da vida fugias.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
04/03/2024
24 - QUERIDOS PATUDOS
.
É muito carinho é amor é ternura
a relação que temos com os patudos
direi mesmo que são uma fofura
nós seus donos somos uns sortudos…
.
Cria-se tal cumplicidade e amor
que não passamos uns sem os outros
enchem nossa vida de alegria e de cor
que bons são com eles os encontros…
.
É tal a dedicação entrega e confiança
sua pata na nossa mão descansa
companheirismo e amizade sem igual
.
nosso patudo é nosso guardião leal
nosso melhor e mais fiel companheiro
sempre ali para nós a tempo inteiro…
.
Tiló Henriques
25 - UM FIEL AMIGO
Desde os seus tempos ancestrais
O homem iniciou a domesticação
De alguns dos selvagens animais
Que colocou sob a sua proteção.
Aprendeu com eles a comunicar
Enquanto os introduzia no seu lar.
O cão foi o primeiro a ser domesticado
Sendo o lobo cinzento o seu ancestral
Por isso de Canis Lupus ele é chamado
E vivia com humanos onde hoje é Nepal.
Ao longo dos séculos por seleção artificial
O homem tornou o cão num animal social.
O cão é hoje do homem a melhor companhia
Que lhe dedica atenção e profunda amizade
É em qualquer lar uma fonte de pura alegria,
Há cães famosos que marcaram a sociedade.
Capazes de expressarem as suas emoções
Fazem parte da infância de várias gerações.
O cão no mais fiel amigo do homem se tornou
Dedicando -lhe afeição durante toda a sua vida
Nunca por nunca ser o seu dono abandonou
Muitos morrem de saudade após a sua partida.
Uma pata colocada na palma da mão do dono
É amor e confiança, não sonhar com abandono.
4 de março de 2024
Fernanda Simões Mendonça
26 - LOBISOMEM
Numa bela noite de luar
Um lobisomem apareceu
Bateu numa janela
Esta!
Uma bofetada lhe deu.
Pediu misericórdia
Para ela lhe dar guarida
Sossego pr’a maldição
Que tinha levado na vida.
A janela comovida
Com jeitinho deu-lhe a mão
Ficando comprometida
Deu asas à imaginação.
Abriu - se de para em par
O luar entrou também
Para iluminar o lobisomem
O qual fugiu para o além...
Assim o luar desapareceu
E a janela fechou também.
4 Fevereiro 2024
Graciete Lima
FEVEREIRO
26-02-2024
Foto:
https://www.pexels.com/pt-br/foto/preto-e-branco-p-b-panela-de-barro-multidao-13514471/28
1 - TRADIÇÕES
.
As tradições de antigamente
Têm tendência em acabar
Na altura muita gente
Nelas gostava de participar
.
Iam para as especiais romarias
Que se faziam um pouco por todo o lado
No seu rosto expressavam alegrias
Felizes por terem nelas participado
.
Aqui na minha Freguesia
Havia uma linda tradição
Pela madrugada ainda sol não havia
Iam a um local lavar a cara com água e sabão
.
Pelo caminho cantavam e dançavam
Ao som de uma música especial
Consigo muitas jóias levavam
Umas de ouro outras feitas de metal
.
As tradições vão acabando
Hoje a vida é muito diferente
Os jovens estão-se marimbando
Para as tradições de antigamente
.
José Martinho.
2 - SAÍDA FRUSTRANTE!
(1º Poema)
*****
Semblante meio tenso
Sem querem sair
Na cabeça um lenço
Deixam um sonho imenso
Tendo que fugir!
*****
Para parte incerta
Pr`a sul ou pr`a norte
Vão à descoberta
De quem desaperta
Alguns nós da sorte!
*****
São refugiados
Que saindo da terra
Vão tão desolados
Por serem expulsados
Por culpas da guerra!
*****
Saída frustrante
Olhares indecisos
De quem segue avante
Pouco confiante
Contudo…assim vivos!
*****
Sem familiares
Que sigam seus trilhos
Pra trás…os seus lares
Mas sem destroçar
Maridos e filhos!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
3 - Ritual
…
Me encontro no meio da multidão
Mulheres: rito cerimonial
Carregam potes para doação
Festa ao seu santo num ritual.
…
Sorrisos tristes em concentração
Pedem pla paz em cortejo real
Ou por outra ampla significação
Costume usado de herança ancestral.
…
Potes com pedrinha bem encastradas,
Nisa sua arte me fez recordar,
Linda decoração primaveril.
…
Há rostos sisudos, feições geladas
Outros, leve sorriso a atenuar
Chama nos olhos num modo subtil.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
4 - ADORAÇÃO AO SEU DEUS!
(2º Poema)
*****
De pote à cabeça
Pintado à mão
Cumprem a promessa
Pr`a que não se esqueça
Qualquer tradição!
*****
Cantando e louvando
Os ancestrais seus
Lá vão adorando
E em preces rezando
Aquele é que um Deus!
*****
Levam por oferenda
Velas e flores
Uma fita em renda
Símbolos da lenda
Desses criadores!
*****
Há quem alegre, siga
E quem vá apreensiva
E se há quem instiga
De igual maldiga
História ainda viva!
*****
Diferentes passados
De certos países
Que deixam recados
A quem em pecados
Nos deixa…infelizes!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
5 - ABRAÇO FRATERNO
Era a alegria, a festa, o sentir
Era o desejo, a terna união
Era a verdade bailando nos olhos
Mostrando a bondade
O eterno perdão
Era o sorriso bailando na boca
A força de um querer
A sinceridade
Era o sentimento
A pureza d'alma
O abraço fraterno
Oferecido a todos em profunda igualdade
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
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6 - PROCURO NA MULTIDÃO
Procuro na multidão
Alívio prà solidão
Mas nela nada encontrei
Fiquei ainda mais triste
Pois o sorriso não existe
A solidão comigo deixei.
Diz o povo com sabedoria
Que a solidão não varia
Se estás só ou acompanhado
Que é no meio da multidão
Que se sente mais solidão
E o coração mais apertado.
Olho à volta e só vejo
Rostos sérios, sem desejo
Como se de frete tratasse
Mesmo assim vou insistindo
Mas sempre só me sentindo
Como se algo m'ultrapassa-se.
Não se canta, não se ri
O que faço eu aqui
Tão igual ao meu silêncio
Para quê tanto trabalho
De procurar outros atalhos
S'da solidão não sou isento?!...
#MariaGouveia#
7 - Multidão
…
Perdida na multidão
Foto e não me reconheço
Só damas e tradição.
…
Bem trajada de algodão
Pelo caminho agradeço
Perdida na multidão.
…
Sinto tanta vibração
Às mulheres meu amplo apreço
Só damas e tradição
…
Nesta imensa e qual visão
De loucura assim padeço
Perdida na multidão.
…
Nesta vã celebração
De entendimento careço
Perdida na multidão
Só damas e tradição.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
26/02/2024
Viva às mulheres!
8 - Olhar cerrado
…
Damas virgens ou casadas
Caminham de olhar cerrado.
…
Com as panelas pintadas
Carregadas de desgosto
Felicidade o suposto
Damas virgens ou casadas
Vão, na procissão, lançadas
Tão juntas no ritual
Castas distintas, dual
Seus trajes bem diferentes
Umas com véu; outras isentes
Caminham de olhar cerrado.
…
Da solidão algo afastadas
Nesta tal festividade
Tão plena de alva verdade
Damas virgens ou casadas
Braço erguido… mãos pousadas
Nos seus vasos adereços
Oração novos começos
De chegar a algum lugar
Para o amor pois alcançar...
Caminham de olhar cerrado.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
9 - Nas ruas da cidade, a romaria a ecoar,
Mulheres de fé, em suas cabeças a carregar,
Potes de barro, símbolos de devoção,
Na procissão, em nome da proteção.
****
Ao som dos tambores, em passos ritmados,
Elas seguem, com seus fardos abençoados.
Cabelos trançados, vestes coloridas a esvoaçar,
Uma sinfonia de cores a dançar no ar.
****
Caminham com graça, olhos cheios de devoção,
Em suas cabeças, segredos de gerações.
Potências femininas, força ancestral a brilhar,
Na romaria, sua história a se revelar.
****
A cidade se enfeita, para receber a procissão,
Em cada esquina, flores e cânticos em profusão.
Mulheres guerreiras, em marcha pelo chão,
Levam a fé, a esperança, em sua missão.
****
Os potes de barro guardam segredos do passado,
E em cada passo, um cântico sagrado.
Na cidade da romaria, as mulheres a desfilar,
Com suas cabeças erguidas, prontas para abençoar.
****
Que a tradição perdure, que a fé inspiradora,
Continue a brilhar, como uma chama sedutora.
Na cidade da romaria, mulheres a celebrar,
Com seus potes de barro, em cada novo altar.
@Carmen Bettencourt !
10 - ESPAÇOS VAZIOS
Espaços vazios
estando cheios
um arrepio
mil beijos
vence o destemido
perde o ousado
cheio de vida...
...estava aquele espaço!
Mulheres perfumadas
gargantas secas...
mulheres, umas ousadas
outras cobrem as cabeças...
será que vencem o pudor!?
Este depressa se esvai,
mas depressa também regressa!
Um mar de mulherio
atravessando o rio...
...o rio da verdade
não têm frio
delas são os seus abrigos
Cobrem a cabeça
destapam o umbigo
numa vertiginosa dança
nada lhes escapa
umas duras outras fracas
ondulam as suas ancas!
São força, são alegria,
vibram em si noite e dia
rebolam-se sobre si mesmas
com uma cesta na cabeça
batem palmas
elevam os suspiros
abafando os espirros
são VIDA e dão VIDA
Nem sempre bem AMADAS
são mulheres
umas Felizes
outras DESGRAÇADAS !!!
Autora
Irene Matias
11 - "Mulheres"
Preparai-vos para a vinda do Senhor
Com agrados e cânticos de louvor
Que o santo óleo seja regenerador
E que a vida seja um percurso de amor.
Com cânticos de júbilo e complacência
Perfumes e ofertas para agrado de Deus
Num ofertório de cada vez mais evidência
Onde o coração necessita de carinhos seus.
Os seus caminhos retos vão percorrendo
Como se estivessem cumprindo profecias
Em conjunto os seus potes vão oferecendo
Mulheres com diversas éticas e empatias.
Lurdes Bernardo
12 - FESTA NA CIDADE
Há festa e alegria na cidade!
O desfile se apresenta de oferendas
Potes com enfeites da antiguidade
Guarnecidos de belas prendas...
Chegou o dia em que se sai à rua,
Com vestes a preceito, d'alma festiva
Assim, uma união se construa
Quando a cultura é mais criativa...
Cantares lembrando a sua região
Faz, também, parte da religião
E, vão entoando um hino de glória!
O seu povo vai enaltecendo
Em cada passo vão crescendo
Os ecos que ficam na memória...
Maria Graciete Felizardo
13 - PAZ E UNIÃO
No calor tórrido da tarde
A música soou alegre
Como rastilho de pólvora
Incendiou corações
Abriu as portas só sonho
Foi chão de muitas paixões
Num abraço de carinho
A vida aconteceu
Foi luz acendendo o dia
Estrada aberta e florida
Na doçura do caminho
Desceu do céu o amor
Mansamente assim bailou
Soltou-se a alegria
E a alma que estava triste
Por milagre despertou
Foi doçura e alegria
A bondade mão na mão
No olhar amaciado
Foi loucura sem pecado
De paz e de união
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
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14 - Destinos sofridos
**
Multidão carente fugindo ao destino
Que deixa para trás os seus ideais
Momentos marcantes , que são vendavais
Os sonhos desfeitos de amor e carinho
A esperança perdida que encurta caminho
Levando no peito a dor dos seus ais
**
No fim do caminho a mágoa é sentida
Levando á cabeça sonhos de ilusão
Aperta de dor o seu coração
Projetos falhados são contrapartida
Já indiferentes á morte ou á vida
No caos da mudança e da privação
**
Lágrimas vertidas que formam cordão
Ausência total do valor da vida
Tênue é a esperança, revolta sentida
Um caos de tormenta , perda de ilusão
Vivendo ao relento , dormindo no chão
Sonhando recordam a terra querida
**
Gertrudes Dias
15 - DA ÁSIA A LISBOA
Hoje a festa desceu à cidade
Pisou ruas e calçadas
Fechou ao trânsito as estradas
Num hino à liberdade
Cantou a sua verdade
A multidão se abraçou como se fosse irmãos
A ternura floresceu
Docemente...
Mão na mão
A música subiu aos céus
Embalando os corações
A amizade nasceu
Tornou toda a gente boa
Foi carinho semeado
Da Ásia até Lisboa
-----------------
Depois da música do Mundo
Ouviu-se soar o fado
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
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16 - MULTIDÃO
Correm lágrimas de sangue a atapetarem o chão...correm rios de tristeza nos olhos baços criados pela desilusão...e fica tão pequenino o meu coração!
Maldade
crueldade
infanticídio
do amor desonestidade
da VIDA a morte esperando...
...agarra nas garras destrutivas
todo um âmago de desumanidade!
Ferem corpos,
estropiam sensibilidades
criam o horror humano
pela ganância desmedida...e, assim, continuam poluindo o mundo nos seus sentimentos, matando susceptibilidades...
destruindo a humanidade!
Uma multidão de estropiados pedindo clemência
e os povos revoltados o que fazem!?
Clamam em reuniões
lançam brados de guerra
e, comem-se como feras...
...por um pedaço de terra!...
Fim à GUERRA
justiça humana
AMOR pelo humano
festejamos com carinho
as famílias reunidas
as casas de novo levantadas...
...e as bandeiras engalanadas
percorrendo ruas inteiras
no ar gritos de festividade!!!
FIM ÀS GUERRAS
Autora
Irene Matias
26022024
...que não lhes pertence!
17 - Cada povo tem as suas tradições.
Nas aldeias fazem festas e romarias.
Há dias festivos, com procissões.
Organizam-se bailes e cantorias.
Desfilam nas ruas carros alegóricos.
Mulheres vão fantasiadas, com várias cores.
Algumas vestem-se, com fatos históricos.
Outras levam no braço, cestas com flores.
E povo faz filas, para as ver desfilar.
As jovens tão belas, rebolando a anca.
Em grupo, assim vão desfilando a dançar.
No rosto coradas do cansaço, sobre a pele branca.
Há um prémio, para a fantasia, mais bonita.
Os jurados têm dificuldades, nas suas decisões.
São sempre tão belas, as vestes catitas.
Que regalam os olhares, cheios de emoções.
CELESTINA ESTEVES
18 - A FESTA
.
É notória a euforia
Planeando com mestria
Os rostos manifestam ansiedade
Pela chegada daquele dia
Festa, que anualmente acontecia
Pelas ruas e recantos da Cidade!
.
Com arranjo muito esmerado
E muito ser empenhado
Para ir vender e comprar
Com muito encontro marcado
E muito desejo renovado
Numa avalanche a desfilar!
.
Lindos rostos e sentimentos
Por tão felizes momentos
Dá gosto, tanta beleza assim!
Planeados os casamentos
Procurando os ornamentos
Para quele dia… dar o sim!
.
Com alegria e cumplicidade
Se desfila pela Cidade
Naquela festa tão sonhada
As ruas têm um toque de vaidade
Muito apelativo à mocidade
Que não a perde, nem por nada!
.
São Pereira
19 - NUMA LENDA VIVA!
(3º Poema)
*****
Numa lenda viva
Cumpre-se o ritual
A festa cativa
E a comitiva
É de mulheres em geral.
*****
Lendas que não esquecem
E que eu aprovo
Pois se as merecem
Sabe-se que tecem
A história de um povo!
*****
Ofertas que dadas
Com o Sol a pino
São formas lançadas
De mulheres deslumbradas
Para um Deus divino!
*****
Lenços ao pescoço
Empossando os potes
Mostram bem o esboço
De todo o “colosso”
Que têm em seus dotes!
*****
Depois da festança
Que a alma lhe arrasa
Quiçá façam uma dança
Esperando a bonança
Já de volta…a casa!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
20 - DOAR SEM PAGAR
.
Oferendas, tão boas de ofertar
Quando um povo a isso não é obrigado;
Tudo cá dentro tem maior agrado
Se for de livre vontade as carr'gar!
.
Gosto imenso de ver acarretar
Canecos, baldes sobre um verde prado
Mas não admiro ver alguém sujeitado
A ter que doar sem ninguém pagar!
.
Já não basta as curvas tortas da vida
Quando mais uma imposição servil
Sem ter direito sobre ela votar;
.
É por estas e outras que a guerra c'vil
Põe todos direitos do trono a marchar,
Sob o içar da bandeira e cabeça erguida!
.
RAADOMINGOS
21 - Margaridas
Margaridas,
vestidas de branco,
que formosas elas vão!
levam a cantarinha,
também o seu coração.
Rostos fotogénicos
e carismáticos saberes…
cheiram bem cheiram a canela,
alfazema e malmequeres.
Possuem silhuetas graciosas
perfeito símbolo maternal
no turbante, nascem rosas
de carácter emocional.
Cativam com olhares penetrantes,
que a natureza lhes deu,
Cujo o brilho e a essência
no tempo certo nasceu.
Neste registo visual,
há Margaridas em flor,
floriram ao mesmo tempo
Inclusive da mesma cor.
26 Fevereiro 2024
Graciete Lima
22 - Caminhos de terra
**
Há festa na roça
Em estrada batida
De branco vestida
Alegrando a vida
Festa colorida
Tradição que é vossa
**
Cor de chocolate
Ou branco deleite
Na cabeça enfeite
Ânfora que se ageite
Com gosto e com arte
**
No rosto sereno
Pronto a animar
Brilho no olhar
Esperando o bailar
Num clima ameno
**
Perfume de canela
Vem da Natureza
Iguala em beleza
Como realeza
Sonho de donzela
**
Nos trilhos sem fim
Do pó da estrada
Ao som da chamada
Fazem caminhada
São flores de jardim
**
Gertrudes Dias
23 - TRADIÇÕES E FOLCLORE
.
A tradição já não é o que era…
o mundo muda e segue em evolução
há tradições que deixam saudades
e se guardam no coração…
.
Outras são como roupas velhas
que já não fazem sentido
já não servem nem se usam
tiveram tempo e destino cumprido…
.
Como é bom o evoluir
quando é para o bem de humanidade
trazendo novo bem-estar e sentir…
.
Segue o folclore por aí
oferecem-se muitas promessas
ao sabor de calculistas interesses
enganam muitas incautas cabeças…
.
Pena que as tradições
os valores tenham perdido
a seriedade a palavra de honra
do mundo tão desconhecido…
Pena que a tradição
que já não é o que era
não nos volte a dar a emoção
de almejada quimera
e houvesse festa e muito amor para dar
e a humanidade pudesse voltar a sonhar…
.
Tiló Henriques
24 - Algo me diz
**
O mundo tem tradições
Onde tudo faz sentido
Sempre em dia defenido
Orgulho de gerações
Elegem como funções
Oferendas no altar
Em costume salutar
Vão formando romaria
E quando chega esse dia
Vão os seus bens ofertar
**
Costumes medievais
Doutras raças , doutras eras
São como os nossos , deveras
Em feitos tradicionais
As mulheres são as que mais
Se dão ao culto e promessas
Talvez que em grupo vão essas
Cumprir uma tradição
Com amor no coração
Pisam a terra sem pressas
**
Gertrudes Dias
25 - ÁGUA BENTA E MEL
*
Sob a luz do sol resplandecente, que reflete o divino
Sentimentos transbordam dos rostos, há alegria e união
Caminham em direção ao templo, sorrisos serenos
Olhares que escorrem fé, bondade no coração
*
Equilibram com suave elegância, sobre a cabeça,
Um pote de barro decorado, apontado para o céu
Dentro dele água benta, quiçá adoçada com mel
Na grandeza do crer… a vida é promessa!
*
Cumprir tradições em lindos rituais de peregrinação
No solo sagrado do templo que sempre lhes será chão
Seguindo os trilhos traçados pela crença e pelo amor
Dádivas de benquerença em pétalas de flor…
*
Uma variedade de cores caleidoscópicas
Enfeitam de luz estas procissões magicas!
*
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de
Agosto
26 - Mulheres castas
cobertas de panos
pintados
em cores garridas
quais borboletas coloridas
desfilando pela rua
em rituais religiosos.
Mulheres reprimidas
escondem martírios
vidas num peregrinar
por caminhos submissos
de direitos desiguais
princípios de cruel cultura.
Mulheres em mudança
lutadoras
que vão conquistando
pela perseverança
a sua própria identidade.
..............
maria g.
27 - Tradição Indiana
Mulheres em peregrinação
De acordo com a sua crença
Como forma de adoração
Os vasos com incenso à cabeça.
Também com frutos e flores
Para aos seus Deuses ofertar
Que veneram com amor
Religiosamente a orar.
Em festivais e casamentos
E nas festas religiosas
Vestes de paramentos
Como Deusas poderosas.
Conservam as tradições
Há seculos estabelecidas
As suas peregrinações
No Mundo são conhecidas.
Adelaide Simões Rosa
28 - Sem sorrir e com respeito...
Tanto rosto triste, sorumbático
Carregado por tristeza infinda
Resultará de caso prblematico
Ou por vida que por ora finda.
Mais do que ver um ar lunático
Um silêncio se adivinha ainda
No sorriso apagado enigmático
Numa dor funda da alma advinda.
Ninguém poderá ficar indiferente
E sorrir perante tragédia anunciada
Numa imagem que diz claramente
A alma que vai ser acompanhada
Tem direito a um último presente
Para levar à sua eterna morada.
26:de fevereiro de 2024
Fernanda Simões Mendonça
19-02-2024
32
1 - ESTÁ DECIDIDO NÃO PARTICIPO
.
Se não sei não digo
Se soubesse dizia
Como não sei não contem comigo
Para escrever sobre esta planta, poesia
.
Não sei o nome desta planta
Por mais estranho que possa parecer
A minha dor de cabeça aumenta
Quando penso sobre ela escrever
.
O melhor é não participar
Hoje nesta iniciativa
Assim evito de me preocupar
Em escrever uma missiva
.
Está decidido não participo
Tenho pena mas tem que ser
Por não conhecer plantas deste tipo
Mas prometo que os vossos poemas vou ler
.
José Martinho.
2 - O poder das Plantas
.
Os cactos têm imenso poder
Começando pela resistência
Com pouca água… sobreviver
Multiplicando a sua presença
.
São usados com assiduidade
Por quem de produtos naturais é amante
Para alívio de muita enfermidade
De catos, não gosta de estar distante!
.
Gosto de os ver grandes, saudáveis
Em espaços largos de liberdade
Tornam-se aos olhos muito agradáveis
Proporcionando, benéfica utilidade!
.
Trouxe bebés cactos de Ferreira do Zêzere
Para ajardinar a minha aldeia
Planta que sem trato podia sobreviver
Parecendo-me uma excelente ideia!
.
Os javalis, tais ideias não aprovaram
Eis… tantas vezes arrancados!
Já alguns anos se passaram
Poucos resilientes, espero adultos chegados!
.
São Pereira
3 - Entre linhas e cores
vai o mundo pararelo
pintado amarelo
nela se entranha dores
Dela também vem a morbidez
no silêncio que espreita
se encara com lucidez
o amor que rebenta
Da cor morta também nasce o riso
do sentimento escondido
do dia incolor
que se tem tudo, menos amor.
Belecato II
4 - ESCOLHER O PRESENTE
São as flores, como amores
Alegriando um novo dia
Pétalas vistosas, belas, odorosas
São a alegria no campo espalhadas em belos jardins
Doce magia perfumado o dia
Tornando mais amena esta tarde dos amores
Rosas odorosas
Aromas de pinheiro
Cactos floridos
E as ervas de cheiro
Neste fim de tarde
Quando o ocaso se oferece maduro...
A alma libertar-se da rotina dos dias
Voa...
Sonhando com um novo futuro
Perdida na doçura deste tempo quente
Envolta na beleza das flores
Escolhemos o nosso presente
A Guardadora de Palavras
Fernanda Rocha
Direitos de autor reservados
5 - Os meus cactos
**
Eu tenho no meu jardim
Flores de rara beleza
O valor do cacto pra mim
Vem da própria Natureza
**
São fortes e resistentes
E há grande variedade
Em espécies diferentes
Eles picam de verdade
**
São maravilhas de Deus
Até são medicinais
Se a um cacto digo adeus
Arranjo outro ou muitos mais
**
Simbolizam a beleza
Amor que dura pra sempre
Porque o cacto com franqueza
Cura o mal a muita gente
**
Este de folhas compridas
Eu distinguido entre os demais
Aplico nas feridas
E é o fim dos meus ais
**
Gertrudes Dias
6 - Plantei um cacto no árido do meu deserto
Vi os seus ramos nascerem uns sobre os outros
Em forma de estrela, também ele era um astro
Seus braços almejavam o caminho do céu infinito!
Tinha luz própria, de uma florescência dourada
Cada dia, um braço nascia, das lágrimas derramadas
Meu cacto é filho do sol, do vento, da tristeza
Brotou em flor, mais bela do que uma rosa!
Uma escultura ou seria um anjo enviado do céu
Braços verdes estendidos, sua seiva era de mel
Com propriedades curativas, presente da natureza
Tira a dor do corpo, da alma, ameniza a tristeza…
Guardei nas mãos em concha, os grãos de areia
Quiçá a magia ou alquimia debaixo da lua cheia
Que transformasse a angústia em felicidade
Em alguns segundos de vida, tocar a eternidade!
- Fátima Arede
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06✍️
7 - O cacto do meu jardim
**
Esta planta eu conheço de certeza
Pelo seu porte e folha comprida
De verde -amarelo se veste e é protegida
Por picos que lhe deu a própria Natureza
Para a afastar de qualquer avareza
Porque é muito benéfica e á vida dá vida
**
Aloé -Vera , assim é chamada
Pode estar em vasos ou flor de jardim
Tem propriedades que a tornam assim
Entre os outros cactos a mais estimada
Em feridas é remédio se bem aplicada
Por isso eu o tenho sempre ao pé de mim
**
Sempre em queimaduras é remédio santo
Digam lá se o cacto não é necessário
Cautela que os picos são grande calvário
Com o cacto por perto da vida me encanto
Protejo -o do sol quando me levanto
E vê -lo crescer é tema diário
**
Gertrudes Dias
8 - ALÔ...VERA
És mulher
és força e salvação...
...bem estar e coração!...
És mulher
és única
és diferente,
és o sempre que resta,
a força que nos orienta...
na boca do mundo: salvação...
...para a doença!
És mulher
entrega firme
refúgio da esperança
a sorte que nos engana,
mas és a ilusão que nos...
...alimenta!
És mulher
não és diferente
és um ser humano
sabes o que queres...
...queres a saúde para toda a gente!!!
Autora
Irene Matias
9 - FOGO DE ARTIFÍCIO
.
Com estrondo... rebenta no ar
Fogo de artifício no céu a bailar,
Festas populares, olhos a enxergar
Quão beleza de espetáculo a brilhar.
.
Há comes e bebes, cheiros no ar
O povo ri, brinca e fica a dançar,
Fogo de artifício no céu a bailar
Alegria na noite, também há luar.
.
Com estrondo... rebenta no ar
Fogo de artifício no céu a iluminar,
O povo ri, brinca e sabe animar
Coração cheio, o povo fica a cantar.
.
Há comes e bebes, cheiros no ar
Também lá está, música a inspirar,
O povo ri, dança, fica a cantar
A noite está mesmo para durar!
.
Funchal, 19 de Fevereiro de 2024
Cecília Pestana
10 - Tela deslumbrante
…
Nesta tela tão deslumbrante
Um belo pompom sorridente,
Afasto o mosquito pedante
Nesta tela tão deslumbrante.
…
Sua aspereza triunfante
Me livra desse, mau, carente
A pele agredida vilmente
Por esse forte devorante
Nesta tela tão deslumbrante
Um belo pompom sorridente.
...
Mary Lai (Cidália Teixeira)
11 - POUCO "CATÓLICO"
.
Nestas explosões de cores me fico;
Mil e uma coisas me vêm à cabeça
Inda não tão longe quanto pareça
Recordam-me um tempo passado rico:
.
Caprichosamente pro bailarico
Fitas -"ai rap'riga que bela peça!"
Prolongo; na rua onde ele começa,
Ao adro e ao centro do poste em bico!
.
É pouco "católico" -mas amei
Todas estas e quaisquer brincadeiras
Numa era em que o pó fora m'nha sandália...
.
Sem falar nas bolas que nas piteiras
Nos jardins da velha vizinha Eulália
Atirei sem dó, estraguei e furei!
.
RAADOMINGOS
12 - CACTOS!
(2º Poema)
*****
Um cacto, penso que seja
Esta planta aqui exposta
Vendo-se que é composta
Pelas cores que se almeja!
*****
O seu nome verdadeiro
Ainda estou pr`a descobrir
Mas ao vê-lo assim a abrir
Jamais descubro o seu cheiro!
*****
Existe tanta variedade
Que nem todas eu conheço
Tenho a cabeça do avesso
Por causa da raridade!
*****
Esse verde e amarelo
Dão-lhe um tom magistral
E na nossa casa afinal
Existe um, igual e belo!
*****
De recortes na folhagem
Há que ter muito cuidado
Porque posso ser picado
E precisar de enfermagem!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
13 - VERDE E AMARELO!
(3º Poema)
*****
Verde e amarelo podia
Ser causa de ficar febril
Ao arrancar uma folha um dia
Sabendo que assim gemia
Como escravos no Brasil.
*****
Também poderia ser
Ao estar preso pl`a raiz
O que se quiser abranger
Desde que o sol vá nascer
Bandeira do meu país!
*****
Só faltaria uma cor
Para assim se completar
O vermelho do amor
Que a luz de um novo alvor
Traga assim ao nosso olhar!
*****
Nesse verde, traz a esperança
No amarelo, as searas
Quando com o vento, na dança
Mostra toda a semelhança
Destas belezas tão raras!
*****
Dois tons, que tão misturados
Deixam-me na incerteza
Se esta planta vem dos prados
Com seus “espinhos” aguçados
Sempre pl`a MÃE NATUREZA!
*****
“O Poeta Alentejano” -Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
14 - Cactos desérticos
O cacto no seu jardim
É planta de primeira
Aguenta-se bem por fim
Dá-se bem com a palmeira!
Pouca água ele precisa
Para alimentar sua raíz
Tem um porte de poetisa
Lá em cima ele é feliz!
Com seus picos afiados
Ninguém lhe pode tocar
Ai Jesus que malvados
Ouvem-se pessoas... rufar!
No jardim é imponente
Todos o olham de soslaio
Estão em risco eminente
PIca... pode haver desmaio!!!...
Maria Graciete Felizardo
15 - ESPINHOS!
(1º Poema)
*****
Espinhos da vida
Iguais aos da flor
Sem que nos agrida
Sejam só a saída
Plena em puro amor!
*****
Amarelos de luz
Mais escuros, negrume
E se amor produz
A planta faz jus
Fugindo ao ciúme!
*****
Ramificações
Iguais a rebentos
Se mimos lhes pões
Não haverá grilhões
Nem tão fortes ventos!
*****
Se existir machado
Que corte a raiz
Tudo o que era amado
Passa a ser tratado
De modo infeliz!
*****
Assim é a gente
Com espinhos e flores
Uns dias menos crente
Outros mais prudente
Com risos o dores!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
16 - Cato Exótico
Meu arranjo d’uma estrela
Não foi procurado no mar
Nem neste pedaço de céu
Furor d’algum vaso com terra
Que a mãe Natureza me deu.
Multicolor e florescente
Um cato exótico se refez
Uma obra com bilros recentes
Nicles de muitos enfeites
Vítima de folhas entrementes.
Centro de mim comovida
Ou d’um recipiente qualquer
Nasce dela uma flor
À noite muda de cor
Seja dentro ou d’exterior.
Duvido da sua imagem…
O meu tempo hoje foge
Amanhã é outro dia
A estrela que o diga…
Se é um cato ou fantasia.
19 Fevereiro 2024
Graciete Lima
17 - Piteira
Ou aloé
Eu nao sei bem, o que é
Piteira, parece-me que sim
A ser verdade
Tenho algumas no jardim
Aloé
Será que é?
Se assim for
Há quem diga, que tira a dor
Dessa tenho, no meu quintal
Se não fizer bem
Também não fará mal
****
Sílvia *Santos
18 - “ Empreendo longa viagem. “
Empreendo longa viagem,
No essencial da bagagem
Levo a alma e coração
Fotos, um pequeno punhado
Tua imagem e mil sorrisos
Lembranças do passado
Que quero deixar de lado.
Na trouxa feita levo coragem
Para um futuro enfrentar
Na convicção de encontrar
O puro amor tão desejado,
Com ele seguir ao encontro
De mundos num belo cruzeiro
Com os teus beijos fúlgidos.
No mar dos nossos sentimentos
Aportar lugares idílicos
Vestindo roupagens celestiais,
Em resorts feitos de cristais
Coloridos para nos acolher
E nosso amor acontecer
Num caloroso amanhecer!
Sem medo de nada e com fé
Não importa o que vier
No silêncio está o saber
De vencer o arquétipo
É uma questão de tempo
Basta só ignorar a má-fé!
© Galvão-Lucas
Lisboa/Alcântara
Reservados todos os direitos ao abrigo do Código de Autor.
19 - HINO À NATUREZA
Olho para longe como ave voando
No éter me perco sentindo a beleza
As árvores ao longe desenham paisagens
Vivendo em pleno com a Natureza
Sou alma onde o sonho vem fazer casa
Neste poente dourado
Olho pra lá do horizonte
Qual ave voando num céu que me abrasa
Perco-me entre os rios e montes
Como amante alucinado
Venero a Natureza
É tudo o que me rodeia
Da sua beleza sem par
Faço dela a minha casa
Enaltecendo a vida
Com respeito e humildade
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
20 - "O cacto"
Que cacto é este senhor?
Que tantos coloridos tem
Será um cacto de amor
Ao contrário do desdém.
Que belo era o seu dia
Como é encantador
Sementeira de alegria
Formoso de tanta cor.
Um belíssimo cacto este
No seu âmago fotografado
Que as suas cores empreste
Por ser assim tão engraçado.
É mesmo um cacto agreste
Há entrada de edifícios plantado
Cada picada que investe
Na certa é por ser tão mal tratado.
Não dá flores nem frutos
Mas ainda continuo empenhada
Que dele não se aproximem os putos
Pois ficarão com a mão ensanguentada.
Lurdes Bernardo
21 - O DRONE MERECE!
A Natureza dança, voa e se agita,
No céu aberto, a vida infinita,
O drone sobrevoa, registra em seu olhar,
O espetáculo na terra, a brilhar.
**
As árvores balançam, ao vento dançante,
Enquanto rios serpenteiam elegantemente,
Montanhas majestosas, tocam o azul,do céu,
Enquanto a natureza revela vuco-vuco,seu.
**
Aves em revoada, em coreografia no ar,
Energia em movimento, sem cessar,
O drone capta a dança, o balé sem fim,
Num espetáculo que encanta, não só a mim.
**
A Natureza, em sua graça sem igual,
Revela ao drone, seu segredo ancestral,
E nas imagens registradas, a emoção transparece,
Enfim:A pureza beleza que: O DRONE MERECE!
@Carmen Bettencourt !
22 - PRENÚNCIOS DE PAZ
Olho através da janela
A Primavera renasce
As flores desabrochando
Pássaros de todas as cores
Alegremente cantando
Sonho esta Primavera
Como prenúncio de Paz
Tempo de reconciliação
A vida chama por nós
Num hino à Natureza
Pois somos todos irmãos
Nesta manhã de beleza, de cantos e de perfumes
A vida se entrega inteira
No fim de uma longa espera
É tempo de veneração
No renascer da Primavera
A Guardadora de Palavras
Fernanda Rocha
Direitos de autor reservados
23 - Natura atraente…
…
Natura atraente me faz sonhar!
Encaro no jardim tal planta exótica,
Pensamento firme a quer explorar
Parecia-me um sol, meu erro de ótica.
…
A mergulho e sinto-me arrepiar
Picante, demais picante e tão fótica
Pelas folhas ele vai a deslizar
No fundo minha visão tão caótica.
…
Vi-me como fosse uma alva abelhinha
Pra ajudar na ampla polinização
Mas, veio a aragem, me beija o meu rosto.
…
À vida me chama tão ligeirinha…
Sorrio pela mágica ilusão
Avanço, agora, para o lado oposto.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
24 - Patógeno
Veios de luz, lâminas transpondo a alma
vendo além dos olhos, o destino da humanidade num abismo sem retorno,
acto da crónica de uma morte anunciada.
Homem selvagem glorificado, invocaste
a civilização essa maldita condição de não ser quem se é. Cavaleiros do apocalipse,
circundam o mundo em convulsão.
Erguem-se ventos e marés, sol aterrador,
degelo de terror galopante nas correntes
gerando tempestades, erosão da terra crua
nesta crueldade pura de seres o deus de ti
Deus universo ergue a mão aos inocentes,
bichos, plantas dormentes em aflição
clamando por vida, liberdade, na cegueira da imposta na maldade à nossa terra mãe.
Todos os direitos reservados
25 - Olho a imagem para decifrar
o que observo, mas nada me diz
num primeiro momento.
Não perco tempo
a definir o que é indefinível
à minha observação.
Mas voltando atrás
acho mesmo apetecível
desconstruir a imagem em questão.
Hastes espinhosas
folhas de catos, sem clorofila
não parece planta de jardim.
Noutra perspectiva
demoro me então a decifrar
com a melhor atenção.
Não lhe encontro vida
tem tons descoloridos
parecendo planta artificial.
Na falta de inspiração
procurando nisso a razão
volto ao terceto inicial.
Não sei escrever
sem ser tocada, pela beleza
ou pela minha emoção!
..........
maria g.
26 - O Aloé -Vera
**
Só sei que o cacto é muito apreciado
Entre tantos cactos me faz muita confusão
Não carece de cuidados , aparece pelo chão
E faz um lindo enfeite, sem sequer ser plantado
**
Tem folhas compridas por vezes bem listadas
Que têm um suco que é medicinal
Picadas de abelhas , e a dor que é surreal
Passa num instante se com ele for esfregada
**
Em qualquer farmácia em pomada está á venda
Aloé -Vera é sempre uma cura pela certa
Com ele me protejo a todo e qualquer momento
**
Só do seu picar nunca se emenda
Os picos estão na ponta sempre encoberta
Serve de remédio mas não á base de alimento
**
Gertrudes Dias
27 - SUA BELEZA!
No horizonte vasto, quem sabe algo sobrevoa,
Capturando a natureza em sua dança etérea voa,
Onde rios serpenteiam, as árvores dançam ao vento,
Um espetáculo divino, inebriante e isento.
A beleza selvagem se revela ao olhar atento,
Enquanto sobrevoa registra cada momento,
Montanhas se erguem, vales se estendem,
E o mundo natural em seu esplendor se prendem.
Ali está um cato plantado,
Assim é a Natureza,
E quando por cima filmado,
Mostra, seu brilhar: SUA BELEZA!
@Carmen Bettencourt !
28 - SERÁ QUE ÉS UMA SUCULENTA?
Se não estou errada
Mas ao olhar para ti
Embora estejas amarelada
És uma suculenta, que vi
Também te chamam cacto
E tens beneficios medicinais
Indentifico-te pelo teu formato
És daquelas plantas especiais
És uma suculenta babosa
Se te partem toda te babas
Tua baba é gelatinosa
Tens suco que não acaba
Dás uma flor Lilás
Que por sinal é bem bonita
Na cura és eficaz
Por curandeiros és prescrita
Quem te quer conhecer
Na terra viçosa, és bem verdinha
A planta Aloe vera devem saber
Que és uma santa d'uma mezinha
CELESTINA ESTEVES
29 - O ALOÉ VERA
Há muito tenho no jardim
Uma planta igualzinha
Uma amiga deu-me a mim
E eu dei um filho à vizinha.
Não sabendo que eu tinha
Esta planta especial
Veio outra amiga minha
E trouxe -me uma outra igual.
Muitas vezes fui cortando
Folhas quando me cortava
E as feridas fui sarando
E a sua fama se alargava.
Uma delas cresceu tanto
Que de a dar eu precisei
E procurava entretanto
Um dono até que o encontrei.
Depois de ter apregoado
Que trata de cicatrizes
Mantém o corpo hidratado
E deixa as pessoas felizes
Por ficarem com luminosidade
Na sua pele com ele tratado
Houve até necessidade
De o meu Aloé ser resguardado.
Muito gente apareceu
Para mais uma planta levar
Mas aquele Aloé é meu
E a ninguém o irei dar
Não me importo de partilhar
Uma ou outra folhinha
Mas fica sob o meu olhar
Pois a linda planta é minha.
19 de fevereiro de 2024
Fernanda Simões Mendonça
30 - Traje de realeza
…
Cato em traje de realeza
Brocado em belo matizado
Fitas de sonho e singeleza
Rodam na vida num bailado.
…
Folha num tão pulcro riscado
Se eleva com tal singeleza
Na noite o corpo iluminado
Amarelo nessa clareza.
…
Vive em solo em tanta crueza
Com pouca água é criado
P’los picos, respira, a certeza
E sente-se algo abençoado.
…
Meu olhar nele demais fixado
Um leque vejo que estranheza!
O calor assaz abrasado
O afasta com tanta proeza.
…
Corre uma brisa bem frieza
Acalentando o belo ornado
Brilha de imensa e alva beleza
Na escuridão do seu cercado
…
Mas o sonho é pois chegado
Enfeita a avenida, lindeza!
P’lo Natal bonito legado,
Cato em traje de realeza.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
31 - DE EM UNÍSSONO PULSAR!
Eu e a natureza, no seu brilhar,
Dançamos juntas, sem cessar.
Sob o sol radiante, no vento a soprar,
Descobrimos juntos o nosso lugar.
*
Nos bosques verdejantes, nos rios a correr,
Eu e a natureza, juntas a crescer.
Sob o manto estrelado, à luz da lua,
Encontramos paz na suave fluidez sua.
*
No canto dos pássaros, na brisa do mar,
Eu e a natureza, em pleno celebrar.
Na imensidão das montanhas, na vastidão do mar,
Desvendamos juntos a vida a desabrochar.
*
Eu e a natureza, em sintonia sem fim,
Compartilhamos segredos, que vislumbrem em mim,
No eco do silêncio, na canção do vento,
Encontramos juntas o nosso alento.
*
No brilho das estrelas, na luz do amanhecer,
Eu e a natureza, sem nada temer,
Neste eterno bailado, juntas a dançar,
Descobrimos o encanto: DE EM UNÍSSONO PULSAR!
@Carmen Bettencourt !
32 - Porque não tentar
**
À ultima da hora
olhei a imagem
tomei coragem
E sem demora
Vou iniciar agora
neste momento
será que dá tempo?
porque não tentar
vou imaginar
poema sem tempo.
**
Saber olhar a Natureza
e toda a beleza
que ela conduz
até aos espinhos
dá raios de luz
Um ato singelo
de enorme beleza
aqui ali em qualquer recanto
um cato aloé
pode dizer tanto
remédio santo
de natura pureza.
quem o produz
a mãe Natureza.
cravado de espinhos
faz bem à saúde
é tão conhecido
e tão sugerido.
Adelaide Simões Rosa
12-02-2024
28
1 - ESPERAR SENTADO
.
"Solidão que chegas e não comando
Que me reclamas e sentes atraída,
Acordar fica difícil na vida,
Nem aos dias frios comparando!"
.
Se fossem como eu:
Não vinha o mal ao mundo,
Não haveria guerras ou cheias,
Não cairiam aviões
Nem lava dos vulcões,
Fome e ideologias
Haveria amor todos os dias!
.
Se fossem como eu:
.
Não haveria breu;
Havia estrelas no céu,
Flores e sorrisos,
Sonhos precisos
Pães lêvedos
Alegria sem medos.
.
Se pudesse eu:
.
Haveria reuniões retomadas
Das conferências adiadas,
Promessas cumpridas
Hino às vidas,
Colhidas flores
Em troca de dores!
.
Tantas coisas que não tenho,
E que me fazem sofrer
Como me avenho?!
.
Não posso!
Como hei de fazer;
Pesam-me os anos
Ter vontade não chega
É preciso agir
Não tenho meios
Tenho que me cingir,
.
Aguardar (em sonhos)
Esperançado,
Haja quem mande,
Não se acobarde...
.
Mas temo que possa esperar sentado....
.
RAADOMINGOS
2 - "O peso da idade"
Já me custa a caminhada
Pelo peso da idade
Toda uma vida fatigada
Já vivida sem vontade
Mas um pouco empurrada.
Não fico a lamentar-me
Por entre quatro paredes
Tenho mais que motivar-me
Enquanto isso me vê-des
Com a força a acalentar-me.
Já com pouca plenitude
Mas muita força de vontade
Vai me faltando a saúde
Mas me ficou a saudade
De áureos anos de juventude.
A bengala é meu contento
Com ela vou caminhando
Com passo vagaroso e lento
Mesmo assim vou chegando
Devagar mas chego a tempo.
Hoje apenas a saudade
Ficará comigo para sempre
Que a memória me guarde
Fui tão feliz e contente
Brindarei sempre até tarde.
Para a eternidade
Partirei descansado
E se deixar saudade
Morrerei felizardo.
Lurdes Bernardo
3 - Lembranças
**
Seguindo sozinho
Escolho o caminho
Levo o meu bordão
Nos passos da vida
A missão cumprida
E aquilo que fui
Dá -me liberdade
Lembro a mocidade
**
Recordar é viver
E sempre irei ter
Um mar de lembranças
Da vida colorida
Por sonhos mantida
E no peito a esperança
Mas tudo passou
Só memórias deixou
**
Hoje o meu viver
É lembrar e esquecer
O que fui um dia
Nesta solidão
O meu coração
Hoje já cansado
Palpita baixinho
Por este caminho
**
Do tempo passado
Já amortalhado
Só tenho as lembranças
Tudo se esfumou
E o tempo afastou
Inútil , carente
Sem ninguém ao lado
É este o meu fado
**
Gertrudes Dias
4 - PASSADA APERTADA
O corpo já pesa,
pelo peso dos anos
e toda a vida vivida
sem parar a passada.
A passos pausados,
e arrastando o passo
em curtas passadas
cansadas de andar.
Os pés quase arrastam,
e a passada apertada
faz-se agora apoiada
em preciosa bengala.
Mas a vida continua,
mesmo mais demorada
esta subida da calçada
ainda é para continuar.
Já nada se faz a correr,
mas ainda há vida a viver.
de: CELSO CORDEIRO
5 - A corrida do tempo
**
Sempre me faz confusão
Oh tempo a tua corrida
Olha prós passos da vida
Corres sem disso teres noção
Repara no ancião
Que vai na rua a andar
Já por força lhe faltar
Encostado ao seu bordão
É uma desilusão
Quem pra ele nem olhar
**
Nessa rua sente sempre
Um mar de recordações
Onde as festas e os serões
Em convívio era diferente
Hoje ao passar tem em mente
Que o tempo nada perdoa
E por mais fundo que doa
No seu lento caminhar
Tem um coração para amar
E valor como pessoa
**
Trás sempre a mágoa no peito
Em prol das emoções
Já não vive de ilusões
Mas ama de qualquer geito
Idade não é defeito
É valor , sabedoria
É sentir a nostalgia
Por um tempo já passado
Que para trás foi deixado
Sem nenhuma garantia
**
Gertrudes Dias
6 - DEI TUDO DE MIM!
(3º Poema)
*****
Dei tudo de mim
Passei maus bocados
Agora é o meu fim
Se foi pra o que vim
Eis os resultados!
*****
O tempo passou
Não sou mais criança
Fui Filho, Pai e Avô
Hoje só restou
Um pouco de esperança!
*****
Vou bamboleando
Nas curvas da vida
Quase sempre chorando
Enquanto vou esperando
A hora da partida!
*****
E de outra gente
Que mesmo perto passe
Logo a dor se sente
De forma crescente
Como se matasse!
*****
Todos me ignoram
Pois nada me resta
Nem os sonhos moram
E os dias demoram
Pra quem…já molesta!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
7 - SOZINHO ENTRE A MULTIDÃO!
(2º POEMA)
*****
Rua larga na passagem
Portas de um e de outro lado
Um velhinho em su`a viagem
Por companhia…o cajado!
*****
Há plantas no passeio
Nas soleiras a enfeitar
E o idoso sem receio
Segue lento…a caminhar!
****
Sem ninguém lhe dar conversa
Seguem outros em correria
Mesmo assim ele não dispersa
Na solidão que o angustia!
*****
Pé ante pé, devagar
Percorrendo aquele “atalho”
Foi em frente e a cismar
Com um chapéu por agasalho!
*****
Uns na marcha ou na corrida
De olhar fito no chão
Lá vai fazendo pl`a vida
Sozinho entre….a multidão”
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
8 - VELHINHO
.
Reparem bem neste idoso
Que vai deixando a vida para trás
Mas sente-se bastante orgulhoso
Do que fez em novo e foi capaz
.
Tenho praticamente a certeza
Que foi um homem de respeito
Era assim a sua natureza
Tudo o que fez foi quase perfeito
.
Hoje para além de ser idoso é velhinho
Mas não se considera um homem infeliz
Apesar de andar muito devagarinho
É uma pessoa bastante feliz
.
Chegou a esta idade com a certeza
Que a sua vida não foi em vão
Um dia quando partir parte em beleza
Porque nunca viveu na solidão.
.
José Martinho.
9 - De pés magoados
e corpo dobrado
não esconde o esforço
e o cansaço em si colados
acervo de um viver
quebrantado.
Lá vai
seguindo caminho
calcorreando
as ruas da cidade
apoiado na virtude
dos que sabem reagir
a viver seu dia a dia
com sabedoria
e não pensar amiúde
no porvir
para amargura não sentir.
Sem subidas nem descidas
languidamente passeia
marcando com a atitude
de quem não tem já certezas
olha com cuidado o chão
a fim de evitar percalços
na falta de destreza.
O tempo escasseia
o dia a dia, de idas e vindas
vai agradecendo
em oração
sem nada pedir ou esperar
num diálogo solidário
com a solidão.
Evita, os que passam
ignorando o
pisa firme as pedras da rua
que de tão gastas
as trata como suas
inconscientemente
ou hábito apenas
mas sempre de acordo
com a sua vontade
passar nelas
com assiduidade...
sem estranheza
e enquanto pode
foge, deste modo
às amarras da saudade
que são prisão
passeando se
nas manhãs serenas
ou pelas lindas tardes
em liberdade!
.........
maria g.
10 - VAGUEANDO NA SOLIDÃO!
(1º Poema)
*****
Vagueando na solidão
Lá vai o pobre velhinho
Sem ninguém lhe dar a mão
Apoiado em seu “bordão”
Caminha triste e sozinho!
****
Leva com ele a experiência
De uma vida longa e dura
Agora sente a ausência
De uma voz que seja essência
Que não o leve à loucura!
*****
Lá vai indo lentamente
Sem poder ir mais depressa
Porque por mais que ele tente
Consegue apenas somente
Um passito que o enobreça!
*****
Põe os olhos na calçada
Sua visão é já baça
Pensa até não valer nada
Pl`a sua idade avançada
Acha que perdeu a graça!
*****
Mas é sempre nesta gente
Que há mais sabedoria
E quem “velho” assim se sente
Talvez nem sequer aguente
Pr`a viver…mais um só dia!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
11 - Velhinhos com sua bengala na rua,
Passos lentos, memórias na bagagem.
Caminhantes do tempo, história nua,
Símbolos vivos de tanta coragem.
***
Rugas contam de anos já vividos,
Experiências que o tempo deixou.
Cada passo, um legado compartilhado,
Segredos do tempo que o vento levou.
***
Com olhares de sabedoria profunda,
Sorriem para o sol e para a lua.
Velhinhos, com suas histórias sem fim,
Ensinam lições de amor e gratidão, cada um.
***
Bengalas que os apoiam pelo caminho,
Testemunhas de tanta jornada vivida.
Velhinhos, com sua bengala na rua,
Guardam em si uma vida construída.
***
Quando se é velhinho na rua,
Os passos cansados buscam luz.
Memórias vivas , histórias nuas,
Nas rugas o tempo seduz.
***
O olhar sábio, repleto de vida,
Caminha em busca de um abraço.
Passado e presente em despedida,
O tempo os guarda em seu laço.
***
Respeito e amor, gestos singelos,
Para aqueles que tanto viveram.
Os velhinhos, tesouros sem apelos,
Em suas histórias, o mundo se ergueram.
@Carmen Bettencourt !
12 - UMA OUTRA LUZ
Voltei atrás
No caminho que ontem percorri
E senti
Já não tenho todo o tempo para viver
Já não posso correr atrás das borboletas
Já se apagaram as pegadas de magia
E a força inquebrantável de um querer
Trago coladas em mim
As marcas que a vida gravou
Nas rugas sombrias do tempo
Navego como naufraga
No desencanto do que já passou
Os dias neutros escondem o sentido da vida
E eu... perdida
Sem saber como atravessar este mar
Procuro em contramão
Talvez..?
Um novo lugar
Uma outra luz
Que emane da beleza de um olhar
Nas brumas da incerteza
Até onde vou chegar?
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
13 - POBRE BENGALA
Sou uma pobre bengala,
Dependente do meu dono,
Sou prá qui, um triste mono,
Que tudo ouve, tudo cala,
Comigo ninguém se rala.
Sou família do cajado,
Que também é maltratado,
Pois, fica no fim da escala.
*
Só os velhos me confortam,
Pois, já estão em fim de linha
E já vivem de morrinha,
Que outros tempos evocam,
Com coisas que já não voltam.
Sou pra eles um bordão,
Apoio na solidão,
Nas mazelas que comportam.
LAF12JAN2024
14 - O Caminho do idoso
Todos dias passava na rua aquela hora
Com um pouco dificuldade no andar
O passeio fazia apoiado na bengala agora
Caminhava no tempo, sem querer parar
Descia a calçada, até chegar perto do mar
Sentava-se no muro, que o separa da areia
Entretinha-se a ver as crianças todas brincar
Vislumbrava as altas ondas em maré cheia
Procurava uma sombra em dias soalheiros
Havia um outro amigo por ali de conversas
Era frequente surgir, também cães rafeiros
Que o idoso mimava, com festas diversas
Na tasca mais próxima comia uma bucha
A acompanhar para digerir um gole vinho
No céu surgia uma nuvem, bem gorducha
À cautela o idoso segura a bengala e segue caminho.
Celestina Esteves
15 - Nas mãos a fé que ampara a flor da esperança
Imagino um sorriso franco que a todos abraça
Caminha sobre as pedras, ainda o sol a madrugar
Filho do sol e do vento, do tempo de algum lugar!
Caminha sereno o fado, nos trilhos da sua vida
Enfeitados de amor e ladrilhados de tenacidade
Senhor, de um olhar ternurento não olvida
Que a felicidade não tem tempo nem idade!
Sonha o futuro que é seu nas linhas da mão
Traz o viver esculpido no recato do coração
Com gentileza acolhe o que lhe reserva o porvir
Deixa o tempo para trás, caminha o presente a sorrir!
Os seus olhos são faróis que iluminam o mundo
Braços estendidos que envolvem com carinho
Uma força da natureza, um querer abençoado
Que seja sempre de luz, os seus caminhos!
- Fátima Arede
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06✍️
16 - O tempo não volta atrás
**
Sempre a vida segue ao sabor do tempo
E vêm -se as marcas da sua passagem
Correndo ela traz consigo o lamento
Porque vai faltando saúde e coragem
**
Traquina a infância, são tempos mimosos
Plena a mocidade na sua alegria
Adensam -se as mágoas na voz dos idosos
Num tempo em que se esvai toda a fantasia
**
Criança já foste , jovem competente
Respeita o idoso quando por ti passa
Oferece ajuda se o queres ver contente
Estende -lhe a mão se o vires em desgraça
**
Sozinho na rua precisa de ajuda
Suas forças quebram no passar dos anos
No tempo já gasto quando a vida muda
Resta a dignidade que foge a enganos
**
Gertrudes Dias
17 - Pelo caminho
…
Pelo caminho avança lentamente,
Bengala o auxilia e estabilidade
Vai com tal ânimo para ver gente
E renovar a vida em qualidade.
…
Vai com fé e sorri demais contente
Mais um dia com tal tranquilidade
Percurso feito e sempre bem urgente
Movimentar-se é prioridade,
…
Leva consigo ampla força e esperança
P’lo trilho convive e o faz sentir forte
Apanhar ar e sol tanto o conforta.
…
Pelo trilho em paralelo a aliança
Andar sem tropeçar, que a sorte aporte
E, o leva a sonhar, é o que lhe importa.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
18 - LEMBRANÇA,
.
No peso de uma longa vida
Seguem lentos e inseguros passos
Depois de muito trabalho e lida
De muita chegada e partida
Na azafama de esforçados braços!
.
Até que chega, a hora de parar
São limitadas, as forças e aptidões
Já faz jeito a bengala para amparar
Para o equilíbrio assegurar
Em rotinadas deslocações!
.
Ter bem a mente, uma felicidade!
Desde distante… até ao presente
Longo percurso fruto da idade
Com muitas saudades da mocidade
Encarnadas, numa jovialidade aparente!
.
Querendo para o hoje, a transportar
Reavivada, com orgulho e confiança
Tendo gente atenta, para escutar
Aquele detalhado e minucioso narrar
Conservado intacto na lembrança!
.
São Pereira
19 - Longa estrada
…
P’la longa estrada da vida
Tanta etapa percorrida
No crescer, reais vivências
Bem alegre ou sofrimento
Tão cheia de sentimento
Em idade e experiências.
…
Sonhos preencheram a alma
Nos levaram pois à palma
Numa vida em crescimento
Filhos nossa pura história
Que nos trazem à memória
Tempos de contentamento.
…
Somos avós tão presentes
Mil ensejos tão vigentes
Desafios a alcançar
Netos o nosso alvo orgulho
Que apoiamos sem barulho
A relação sublimar.
…
Percorremos o caminho
Com bengala e direitinho
Mas com mente luzidia
Júbilo em estar com gente
Pois vida sentir ciente
Positivos e alegria.
…
Idade em sabedoria
Que vos damos dia a dia
Os saberes ancestrais
Rugas na pele sentidas
Mas não estão comprometidas
Porque não somos virtuais.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
20 - Calma…
…
Com tal calma a caminhar
Vai pela vida a sorrir
Com bengala a divagar.
…
Vai o tempo a saborear
Pela senda a divertir
Com tal calma a caminhar.
…
Com amigos se juntar
O convívio pra existir…
Com bengala a divagar.
…
Sol o seu ser a esquentar
Logo essa maleita a haurir
Com tal calma a caminhar.
…
Paciente e com vagar
Gratidão por conseguir
Com tal calma a caminhar
Com bengala a divagar.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
21 - Ando devagar!
É verdade!
E sabem porquê?
Porque são imensas as memórias
Que carrego comigo
De uma vida um pouco dura
Um pouco sofrida
Caminho devagar!
É verdade!
E sabem porquê?
Porque não tenho pressa de chegar
Ao destino que me espera
Agora, resta-me apenas histórias
Para contar
E esta bengala, para me amparar
A menina que em mim vivia
Adormeceu
Deixou de sonhar
*****
Sílvia *Santos
22 - AI... A VELHICE
.
Dizem que a velhice
É um fardo, coisa mais natural,
Se não chegares a velho, é sinal
Morreste ou não de morte natural.
Isto de chegar a velho
Também tem a sua magia,
Tentar viver bem sem arrelia
É equilíbrio magistral, fantasia.
.
O caminho é sempre em frente
Por vezes com o coração nas mãos,
Não temos outro remédio, senão
Aguentar esse grande caldeirão.
.
Se te arrelias por tudo, e por nada
Então és um chato sofredor,
Tens de aguentar tudo sem pudor
Ser velho é alegria, mas também é dor.
.
Funchal, 12 de Fevereiro de 2024
Cecília Pestana
23 - CAMINHOS ESQUECIDOS
Agora não...
Não olharei o que ficou para trás
Esqueci, sem perceber, o meu passado
O tempo já passou...
É letra morta
Na sombra espalhada pelo chão
Deitou-se a saudade a meu lado
Vivo o inverno dos meus dias
A chuva... mas também a tempestade
O presente... e a minha perdida felicidade
Foste o meu carinho oblíquo
A palavra ardilosa enganando a alma
O avesso das promessas sem futuro
A mentira dentro da verdade
Agora não...
Já não tenho tempo
Para percorrer os caminhos esquecidos da minha mocidade
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
24 - SOMBRA
Eu sou a sombra
Sou corpo já doído e rejeitado
Desenho apagado em contramão
Existo sem existir
Apago-me sem a luz que vem de ti
Sou contorno do desenho imaginado
Esquecido no caderno esborratado
Sou só sombra na paisagem
Sem esquisso nem imagem
Sou corpo envelhecido
Esquecido p'la vida
Sou a sombra já perdida
Vivendo sem destino, à deriva
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
25 - DAS FESTAS À SOLIDÃO
.
Há muito muito tempo
Nem sei ao certo a minha idade
No princípio caminhei a quatro
Foi o andar de gatas
Era eu uma criança
De onde vim eu não sabia
Nem imaginava para onde ia…
.
Depois foi o caminhar de pé
Aprendi a seguir em frente
Com meu sonho e minha fé…
.
Foram muitas viagens pela vida fora
Estradas de luz e de sombras
Caminhos de ilusão
Curvas desilusões
Amores e desamores…
.
Tive sorte e fiz algum dinheiro
Tive tantos amigos
Da bola do trabalho dos copos
Tantos que eram à volta da mesa
Nas festas…os exageros…
Amigos era coisa que não faltava…
.
Mas a vida dá as suas voltas
Veio a doença e a velhice
A solidão
Desapareceram os amigos
E agora caminho só
Apenas com a minha bengala
Meu apoio e confidente
Ninguém me faz companhia
Nem consola…
.
Tiló Henriques
26 - Agarro-me à bengala...
Agarrado àquela bengala
Sofro por não ser independente
Na Pista já não faço gala
Da dança... Não fico contente
Mas a idade não perdoa
Nem perdoa o passado
É a vida nem que me doa
Que me tirou o momento amado
De vez em quando vem a lembrança
De tudo o que fui e fiz na vida
Ainda hoje tenho a esperança
De fazer uma dança bem sentida
E tu que me vês desta maneira
Diz-me lá se és assim como eu feliz
É que eu gosto da brincadeira
A teu lado foi o que sempre quis
Armindo Loureiro
27 - VELHICE
.
Aparecem agora as rugas
Com cabelos brancos a realçar
Na cor dos olhos esmorecidos
Reflete a vida que tivemos de levar.
.
Nas rugas vincadas pelo tempo
A vida é uma luta constante
Sofremos, rezamos, choramos
Nos intervalos temos de dançar.
.
Ai doce juventude esvaída
Na dura vida de tanto labutar
O tempo nada perdoa
A velhice não tarda a chegar.
.
Temos de viver intensamente
Cada minuto com saúde e vaidade
Transformar cada momento
Como se fosse o último a respirar.
.
A velhice tem um posto
De vivências e experiências
Todos somos diferentes
Os velhos temos de os respeitar.
.
Somos dignos do amor,
Compaixão e do perdão
Quem não ama os seus velhos
Um dia irão purgar.
.
Lutamos uma vida inteira
Por uma sociedade mais justa
Quando chegamos à velhice…
Ai Deus, é um autêntico desprezar!
.
Cecília Pestana
28 - CICLO DA VIDA
*
Na curva da nossa vida
Com tanto ciclo a passar
Estamos todos na corrida
Sem saber onde vai dar.
*
Quando estamos no crescente
Não nos lembramos de nada
Já no pico tudo sente
Começar outra jornada.
*
Esta agora é descendente
Começam os problemas
Para alguns é deprimente.
Com as doenças por temas.
*
Pois o desgaste natural
A que todos estamos sujeitos
Traz a muitos muito mal
Sendo difícil andar direitos.
*
O Outono da vida chegou
Aproxima-se o Inverno
Se a doença atacou
A vida é um Inferno
*
Todo o auxílio é pouco
Três pernas vão ajudar
Porque neste mundo louco
Nem nos podemos queixar.
*
Alda Gouveia
05-02-2024
28
1 - Estranha arquitetura!
…
Que estranha esta arquitetura!
Alguém, sobre ela caminha
Sem ter medo da clausura
Vai feliz para a aventura
Bem tranquila e tão sozinha.
…
Tantos círculos na teia
Suportados pelos canos
Mas o silêncio norteia
Minha mente ali vagueia
Curiosa sem enganos.
…
Quem será esse arquiteto
Desta teia algo enigmática?
Pois será tipo discreto
Ou um criativo inquieto
Com pura alma carismática?
…
Conjeturo mil visões
Arte moderna aqui vejo
Tão repleta de ilusões
P’las variadas seções
Onde clareza ampla almejo.
…
Sem encontrar solução
Só me resta assim sonhar
Que essa estrada no fundão
Me dê pois qualquer visão
P’ra sorrir e a decifrar.
...
Mary Lai (Cidália Teixeira)
2 - "O prédio em caracol"
Não sei como é que não imaginei
Aqui uma escada rolante
Que me acalmasse bué bem sei
E me fizesse cócegas naquele instante.
Diria que não morra até lá chegar
Aquele patamar que tinha o lançamento
Queria ver o livro que ias lançar
E escutar tua versão naquele momento.
Delirei só de pensar que era esse o dia
Aquele que te mandei enaltecer
Pedi para que fosses com magia
Dar aquele dia uma alegria e bom viver.
Correu tudo muito bem obrigada
Foste um génio da declamação
Estavas linda e tão empenhada
Sorrindo para toda aquela multidão.
Lurdes Bernardo
3 - Depois, duma visita ao planetário
Olhando os astros de lés a lés
Senti haver uma via prioritária
Por instantes, esqueci os pés!
.
Acessível a mim e à maioria
Com parcos recursos a usar
A bicicleta a andança permitia
Com muita energia, sem poluir o ar!
.
Numa enorme nave espacial
Viajando até outro planeta qualquer
Ser disfrute para comum mortal
Quando vulgar passeio houver!
.
Na terra, já tudo visto e explorado
E se procure o avido sossego
A violência exercida em todo lado
De viver de verdade, se sinta medo!
.
O homem não para, de inventar
Para chegar, mais e mais além
Há vezes, para a humanidade ajudar
Outras, para que não sobre ninguém!
.
São Pereira
4 - Uma construção
Solitária eu ando p'lo caminho
Ao encontro d'alguém que me proteja
Vejo esta arquitetura em desalinho
À procura de alma benfazeja!
A esquadria foi então pensada
Com arcos redondos em simetria
Não seria assim tão desejada
Labirinto de oculta analogia!
É de uma arrepiante altitude
Talvez e assim, terá alguma virtude
De turistas a contemplar o céu!
Com voltas e muita reviravolta
Chegarei ao final com revolta
Afinal, encontrei aquilo que era meu!
Maria Graciete Felizardo
5 - Estrutura
…
Parada na ponte a olhar a estrutura
Surpresa a alma nem quer acreditar
Onde estaria eu, ali, assim insegura?
Dali quero sair ... Tinha o peito a arfar.
…
Num poço com andares, que loucura!
Continuo, bem no meio, a observar
EUREKA! Será correta a leitura?
Estacionamentos vislumbrar.
…
Não sei como no espaço me encontrei
Lá de cima a luz me beija tranquila
Explorar o edifício tal façanha.
…
Tão delirante, a armação perscrutei
P'los pisos andei e meu ser rejubila,
Nada ali vi nesta teia de aranha.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
6 - Anh Nguyen tem a resposta
…
Anh Nguyen tem a resposta
Fotografou este tal local
Misteriosa esta proposta
Anh Nguyen tem a resposta.
…
Grande estrutura aqui algo exposta
Pura arte tão fenomenal
Teia de ilusão e virtual
Projeto em que alguém tanto aposta…
Anh Nguyen tem a resposta
Fotografou este tal local.
...
Mary Lai (Cidália Teixeira)
7 - ATÉ TER AS BOTAS RASAS
.
"Todos os caminhos vão dar a Roma"
Esperançada acha que sim, que vão,
Depois de tanto tempo na redoma;
Só almeja encontrar a direção!
.
Aspira a sensação do novo aroma;
Paira onde? -Só lhe cheira a solidão!
A vida tão rosa -"Não se conforma!"
Só trouxe o sabor acre da prisão!
.
Sempre fora assim -Nunca tivera asas!
Sente hoje, como as vazas numa cartada
Que o tempo, esse jogador lhe ganhou!
.
Não! -Não pode viver desenganada;
A estrada que a mocidade roubou
Palmilhará, até ter as botas rasas!
.
RAADOMINGOS
8 - Sobre a arquitetura cilíndrica, a ponte se ergue,
Em perfeita simetria, como um arco que deluge,
Ligando destinos, unindo passados e futuros,
Percorrendo distâncias, entre céus e monturos
***
A ponte em arco, majestosa e imponente,
Sobre a estrutura cilíndrica, um feito eloquente,
Onde o tempo parece parar, em silêncio celestial,
Um símbolo de engenho e beleza, obra magistral.
***
Por suas quatro quadras, a jornada se estende,
De um lado ao outro, o horizonte se rende,
À grandiosidade da ponte em sua perfeição,
Como um poema rimado, em pura admiração.
@Carmen Bettencourt !
9 - "Estrutura fria"
Que soturno espaço este
Em circuitos tão escuros
Mais parece um poço agreste
Num edifício aos furos.
Círculos deveras agressivos
Em cores tão desmaiadas
Em vez de belos postigos
E janelas grandes e arejadas.
Estou no último patamar que cruz
Neste gargalo redondo tão fundo
Andares em patamares sem luz
Neste mausoléu de fim do mundo.
Olhando assim em espiral
Este edifício em caracol
Não me podem levar a mal
Jamais viveria aqui sem sol.
Lurdes Bernardo
10 - MUNDO TENSO
.
Que foto tão estranha
Esta que tenho à frente
Tirada da ficção, não se entranha
Não sei o que dizer, somente.
.
Que seja uma imagem de ficção
Filmes estranhos com enredos
Entre os labirintos da ação
Narram-se horrores e medos.
.
Horrores dos tempos modernos
Ameaças e ações de guerra
Não gosto dessa ficção, somenos
Na verdade, em mãos temos guerra.
.
Acho que disse o que penso
Deste mundo tão imundo e negro
Desejaria viver, mundo menos tenso
Sem paz, sem amor, não me alegro.
.
Funchal, 5 de Fevereiro de 2024
Cecília Pestana
11 - NUNCA VI UMA COISA ASSIM
.
Será que esta ponte tem fim?
Nunca vi uma coisa assim
Atravessa-la seria uma aventura para mim
Quem sabe se será para o outro mundo trampolim
.
E se eu na ponte fizesse um festim?
Embora ela não fosse feita por mim
Enfeitava-a com flores do meu jardim
E a todos/as oferecia um delicioso pudim
.
Era degustado com um cheirinho a jasmim
Havia animação até nunca mais ter fim
Tudo isto está a ser sonhado por mim
Porque não sou um mãos largas assim.
.
José Martinho
12 - Quando penso não consigo imaginar
Que é isto com uma estrada lá no fundo
Será moderno ? ou do antigo o mais profundo
Para aqui dentro em segurança se andar?
**
Se fosse eu nesta estrada a passear
Nunca iria olhar para a estrutura
Para não me estontear com a altura
Só no Céu iria pôr o meu olhar
**
Com certeza haverá uma saída
E um mundo lá fora para gozar
Aqui dentro pareço sufocar
Porque estou de liberdade carecida
**
Quero ver gente , movimento , rir , falar
Quero ver o sol sem grades que o ofuscam
Quero ver as aves quando o alimento buscam
E com certeza não será neste lugar
**
Quero ser feliz sem arames nem estruturas
Quero um mundo de liberdade e sem prisões
Quero gritar a plenos pulmões
Vamos ter Paz e ajudar as criaturas
Gertrudes Dias
13 - No horizonte, vislumbro uma arquitetura esferoidal,
Uma travessia desafiadora, um convite surreal
Passo a passo, curva a curva, sigo em direção à meta,
Explorando esse universo arquitetônico tão completa.
**
Em cada caminho, curvas projetadas com precisão,
Atravessando salas, corredores, numa dança de ilusão
A esfera me envolve, me guia por seu labirinto,
E a cada passo dado, descubro segredos em seu recinto.
**
A travessia é desafiante, mas repleta de encantamento,
Nessa arquitetura esferoidal, de forma única e hipnotizante, seu encanto,
E quando finalmente atravessar essa esfera misteriosa,
Guardarei em memórias a magia dessa experiência grandiosa.
@Carmen Bettencourt !
14 - POSSO TENTAR ADIVINHAR
.
Confesso que muito gostaria
Escrever sobre esta realidade
Pode ser que venha a saber um dia
Mas hoje não sei de verdade
.
Posso tentar adivinhar
Mas não costumo ter sorte
Esta estrutura se calhar
Nas feiras já foi o poço-da-morte
.
Se foi, está bastante modificada
Em cima tem uma abertura
No meio vê-se uma estrada
Feita com boa envergadura
.
Não há dúvida que tem a sua beleza
Por muita gente deverá ser visitada
Dela não sei nada é uma tristeza
Nem para onde vai a sua estrada.
.
José Martinho.
15 - A Ponte D’Uma Esfera
Não sei como descrever!
A imagem de ter que ver…
uma mulher destemida
leva às costas uma mochila
servindo-a em contrapartida.
Caminha descontraída
passo a passo sobre uma ponte
d’uma esfera… esquisita
que mais parece um funil
para a água repartir…
Ligeira … e sem medo…
se o tem? Guardo-o em segredo.
Este lugar é um degredo!…
Fez o homem tal façanha…
a arte d’engenharia tão estranha!…
5 Fevereiro 2024
Graciete Lima
16 - RUAS SEM CARROS
.
As grandes cidades estão sem espaço
com tantos carros na rua
e para eles não há espaço…
e as pessoas têm de contornar o passo…
.
Lembraram-se os inteligentes
de parques na horizontal criar
grandes edifícios emergentes
servem para os carros arrumar…
.
É de facto muito prático
até parece poço iniciático
não tem estilo gótico nem exótico
mas é sem dúvida pragmático…
.
Será uma bela ideia
tornar as cidades mais bonitas
espaços para parques e jardins
para de flores ficar cheia
e receber visitas e turistas
e levam a cidade na ideia…
.
Tiló Henriques
17 - A VIDA É UMA ESPIRAL
.
A vida é uma espiral…
passamos tantas vezes
por situações semelhantes
mas diferentes…
e sempre acaba um ciclo
e outro recomeça
e parece que tem pressa
para evoluir no estilo…
.
E a vida vai subindo
mas a nós parece descendo
temos tanto para aprender
na vida a surpreender…
A vida é um poço iniciático
com espirito carismático…
.
Afinal o que é que realmente importa?
Ao amor e aos afetos abrir a porta…
.
A vida é uma espiral
despir o material…
Essa é a espiral que leva ao céu…
Nada trouxemos a este mundo
e nada dele levamos
a não ser o que damos…
.
A vida é uma espiral
neste espaço sideral
esta passagem é mortal
mas o sentido é multidimensional
de origem e fim divinal…
.
Tiló Henriques
18 - PERDIDA NUM LABIRINTO!
*****
Imagem não sugestiva
Mas é isso que eu sinto
Se a memória me aviva
Não tem nada que cativa
Talvez seja um labirinto!
*****
A subirmos e a descer
Vamos cumprindo a sina
Mas convém-nos perceber
Que não nos devemos perder
Como parece essa menina!
*****
Talvez ande baralhada
Sem saber dali sair
Mesmo se ao mundo brada
Não lhe adianta a chamada
Pois ninguém a vai ouvir!
*****
E assim naquele fosso
À mercê da sua sorte
Como que num calabouço
Vai-se entrando em alvoroço
Para o poço da morte!
****
Quando nessa solidão
Sem saber desse seu fado
Vai sofrendo o coração
Porque se em tal situação
Eu saía dali …borrado!
*****
“O Poeta Alentejano” - Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
19 - SERÁ REALIDADE...?
No túnel inquieto da vida
Percorro esta estrada desconhecida
Envolta por altas muralhas
Já não sei quem sou...
Onde estou..?
Interrogo-me pensativa
Tudo é escuro e cinzento
Como um lamento, minha voz ecoa
Batendo nas paredes de aço do meu existir
Como cheguei a este estado.?
Interrogo-me sem saber
Que faço aqui...?
Será realidade...
Ou um sonho magoado?
Perdida neste labirinto sem saída
Invoco os Deuses da vida
Para de novo saber olhar e sorrir
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
20 - ESTRANHA CONSTRUÇÃO
O que será que define esta construção?
O que teria o arquitecto em sua mente?
Algo que fosse talvez grande inovação
Um projecto que se mostrasse diferente?
A curiosidade era grande, que despertava
Toda a gente ficava bastante admirada
Será um fosso?... Quem via perguntava:
O buraco fundo, que no meio tem estrada.
A construção redonda tem uma entrada.
Por ela entrou uma pessoa, que deve sair?
É obra que foi feita, com certa intenção.
São as tecnologias modernas que do nada
Fazem as estranhas arquitecturas surgir.
Prodigioso é o ser humano e sua involução
CELESTINA ESTEVES
21 - O que será ?
**
Eu não sei porque razão
Hoje quero e não consigo
Por no Alentejo ter vivido
Estou longe desta noção
Se surgir ocasião
Vou pedir esclarecimento
Há -de chegar o momento
Que para mim se faça luz
Se a isto me propus
Sem saber não me contento
**
Alguém me irá dizer
O que a imagem significa
Estou na expectativa
Sem saber o que escrever
E quando compreender
Não vou por aqui ficar
Quando o mistério desvendar
Vou a foto descrever
Estar aqui é um prazer
E mais logo vou voltar
Gertrudes Dias
22 - Sobre o rio serpenteia a ponte em espiral,
Em caracol, obra de arte, desafia o banal.
Arquitetura que se curva, que dança com o vento,
Um convite ao encanto, um convite ao pensamento.
*
Suas curvas sinuosas, um abraço ao horizonte,
Conectando passado e futuro num instante ponte,
Em cada curva, um segredo, uma história a contar,
Sob o céu estrelado ou o sol a brilhar.
*
Ponte de sonhos entrelaçados, arquitetura única,
Sob seus arcos e pilares, a vida se multiplica.
Em cada passo dado, um novo olhar se revela,
E a ponte em caracol para onde ela anseia nos leva e revela,
*
Que as ondas do rio sussurrem poesia aos passantes,
E que a ponte em espiral siga tecendo instantes,
Ponte que atravessa o tempo, em forma de espiral,
Um convite à aventura, um portal para o celestial.
@Carmen Bettencourt !
23 - Percorro caminhos com a bússola do coração
O tempo passa por mim em redemoinhos
Deixo-me levar no colo do vento devagarinho
Para frente, rumo ao futuro com fé e devoção
Às vezes tenho medo, dos lugares escuros
Atravesso veredas, galgo montes e muros
Em intermináveis caminhos, vejo um tunel
Olho para o alto, meus olhos enchem-se de céu!
Sigo confiante o rumo das estradas curvas
Em cada curva uma despedida, não olho para trás
Danço no dorso do vento, bebo a água da chuva
Na mala os sonhos, um ramo de violetas e paz!
Não sei o que o futuro reserva, o que irei encontrar
Ah, mas nas asas do vento, deixo-me embalar!
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06
24 - PALÁCIO DE GELO
Levei-a e foi passear
Mas pouco quis falar
Durante toda a viagem
Por mais que a sondasse
E mil perguntas lhe fizesse
Nada disse sobre a imagem.
Remeteu p'ro coração
E disse-lhe de raspão
Quebra lá esse galho
Não estou com paciência
Pra desvendar a ciência
De tão elaborado trabalho.
Lembras o palácio do gelo
Olhando pra ti, faz apelo
À memória de um passeio
Quando em ti eu entrei
Com tudo me deslumbrei
Sem falar do teu asseio.
Podes palácio não ser
Nem tão pouco gelo ter
E o calor em ti abundar
Só sei que és obra bonita
Onde mão de homem habita
E no que faz, faz brilhar.
Um dia quero a ti voltar
A esse Viseu de encantar
Que tanto me fascinou
Ver teus repuxos de água
E esquecer toda a mágoa
Q'o tempo em mim deixou.
#MariaGouveia#
25 - A ESTRANHA IMAGEM
Não sei se chore ou se ria
Perante a estranha imagem
Que vejo na fotografia
Não sei se tenho coragem
De escrever uma poesia
Ou tiro da foto vantagem.
Não faço qualquer ideia
Do que isto possa ser,
Mas não é uma coisa feia
Custa-me muito não saber
Até já sinto cefaleia
Por isto estar a acontecer.
Mas, juro, não vou chorar
Antes que algo mais conte
Vou melhor observar
Meus olhos veem uma ponte
Vai uma jovem a andar
Talvez para uma direção aponte
A ponte é um elo de ligação
Muito importante para ignorar
Pois estabelece uma união
Quando ao fim da ponte chegar
A jovem com determinação
Terá encontrado o seu lugar.
Já não estou incomodada
E o meu texto realizo
E fico mais descansada
De saber o que é não preciso
Vou cumprir a tarefa dada
Com satisfação e um sorriso.
5 de fevereiro de 2024
Fernanda Simões Mendonça
26 - Não gosto de alturas
Queria ser ave e voar
Lá em cima em liberdade
E ter a capacidade
Desta estrutura escalar
Mas não quero mais estar
Onde a angústia me invade
**
Nesta estrada a vaguear
A par com ferro e betão
Onde já a solidão
Se instalou neste lugar
Preciso do meu bem -estar
E sair desta ilusão
**
Vou -me afastar das alturas
Como este tonel redondo
Pela sensatez respondo
Por estradas menos duras
Vou deixar as aventuras
E outra viagem compondo
**
E lá longe digo adeus
A invulgar monumento
Mas outra vez já não tento
E agradeci a Deus
Todos os ais foram meus
Sozinha neste tormento
Gertrudes Dias
27 - TORRE MODERNA
Uma torre moderna...
deixemos o antigamente
num mundo onde a ciência vence!
Rodeados de betão
Já nada nos admira...
nesta torre não entra a luz do dia
fica abaixo da linha do mar
mas o certo com esta guerra
todos vão gostar dela!...
Subterrados neste subterrâneo
Já não há ninguém para matar!...
Será!?
Não sei...vai sempre vencer o maior!
Vão os Países guerrear;
qual tem mais cientistas
para poderem escapar
a esta carnificina!?...
Quem conseguir inventar
monumentos como este
muito terá que trabalhar!
Pensam sem pensar
que para poder escapar
é preciso ir viver para debaixo de terra!...
Arcas gigantes com casais de cada espécie
já ficou para trás... agora ou vão pelos ares à procura de outros planetas
ou ficam debaixo de terra!...
Vamos ver muitos planos
vindos de todos os lados;
todos os Países com propostas
mas só alguns consegue escapar...
...fugir a toda esta carnificina
quem fôr viver em poços habitáveis!
E, assim, as guerras crescem...crescem...
porque onde houver mais que um homem, vai haver sempre a inveja de este ter mais que o outro, e o outro que o outro, e não vai haver nunca paz!
A guerra vai continuar...
...vai abafar todas as consciências!
O ciclo vicioso nunca vai acabar
Vai continuar...
vai continuar enquanto houver mais que um homem na terra!
E, neste planeta, vão continuar a matar
vão continuar com a carnificina!
Porque "a galinha da vizinha é melhor que a minha"!!!
Autora
Irene Matias
28 - Caminho inóspito
sem vida dentro
da própria vida
onde tudo é negro e triste...
sem o perfume da flor
nem sinais de amor
sem o calor do Sol
nem seu explendor
sem o belo arrebol
nem céu estrelado
sem luar apaixonado
nem o lindo alvorecer
sem o cantar dos pássaros
nem concertos, ao longo do dia
sem voos em sincronia
nem romântico entardecer
sem nada a acontecer
nem folia, nem alegria
sem cansaço para dormir
nem sono para sonhar
que ao bom caminho
se vai voltar...
aquela outra vivência
nobre e natural
onde os sentimentos
e todos os afetos
são uma constante
e não esses Seres
desvirtuados e vencidos
pela importância
do poder material.
O humanismo
esgotou se
a criar um mundo
de existência
artificial!
..........
maria g.
JANEIRO
29-01-2024
28
1 - A serra florida
**
Sempre em comunhão
Com a Natureza
A serra transmite
Encanto e beleza
Só na aspereza
Do fogo ou calor
Ela se reveste
De lágrimas e dor
**
Tem o roxo dos lírios
Branco o malmequer
A beleza da serra
Imita a mulher
A paisagem requer
Dom de realeza
Luz em esplendor
Linda a Natureza
**
Sempre em ziguezagues
A estrada é matreira
Segue em labirinto
E sobe a ladeira
Do alto vou vê -la
Seja a qualquer hora
Na luz verdadeira
Que á serra aflora
**
Gertrudes Dias
2 - FOGO POSTO
Fogo posto
serpenteado
surpreendente
gritante
imagens diferentes
queimadas
filtrantes
de noite ou de dia
choras... não sorris...
blasfémias indignadas
serras com seus brilhos apagados
carecas, sem remissão
florestas desertas
sem casas
sem paisagem...
...sem amor, porque esse lhe foi roubado!
Castigo
permanente
desventura de outrora
ventura desperdiçada
nas mãos do demo enterradas
sofrimento abstrato
rosto crispado
olhar demente,
mas consciente.
Já há muito existente
está este chão queimado
desvirtuado
pelo veneno enfermo
sem cura...
... amaldiçoado!
Curva contra curva
perigoso
no verão escaldante
danificado
no inverno encharcado
dilúvio
caudais esgotantes
ribeiras
rios de grande porte
descem por caminhos sinuosos
cheios de lama e sangue
cobertos de folhas secas
queimadas
amargura
desenganos!!!
Autora
Irene Matias
3 - A montanha
…
Olho a montanha gelada e tão fria
Rio serpenteia veloz p’la encosta
Neve, por entre árvores, vigia
O sol espreita e o tal nevoeiro a aposta.
…
Pinta a imagem de matizes que ardia
Saindo vapores fluidos da crosta.
Vivem-se momentos de alva magia…
Por fim, minha alma fica sem resposta.
…
Revivo os instantes, tão fascinada!
Penso nos meandros da vida incerta
Carregada de obstáculos diversos.
…
Deslizo p’la montanha acelerada
Pista não se vê, de neve encoberta…
Depois… Vagueio em pensares dispersos.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
4 - Postal
Magia e fantasia
Tem a fotografia
Dando a sensação de um postal!…
Há neve na floresta
Caiu sem pedir licença
Dando as boas-vindas ao Natal.
Algures numa cabana
Escondida entre a rama
Elfos trabalharam sem parar
Desbravaram um caminho
Apenas com um ancinho
Para o Pai Natal passar.
As renas admiradas!
Que por ali estavam a pastar
Fizeram uma reunião
Arranjando uma solução
A fim dos Elfos ajudar.
E o caminho terminar.
Juntos com determinação
Convidaram o Pinheiro alto
O Elfo d’um planalto
Para transformar o caminho
Sem terra nem rosmaninho
Numa estrada de asfalto.
Assim o Pai Natal passaria.
Com o trenó a cem à hora…
Chegaria no tempo certo
Ai os pedidos no teto!…
Num belíssimo céu aberto
Deslumbrante Bela Aurora.
29 Janeiro 2024
Graciete Lima
5 - ENTRE CURVA E CONTRA CURVA!
(3º Poema)
*****
Entre curva e contra curva
Ainda vai cheirando a fumo
A nossa visão se turva
Mas vamos seguindo o rumo!
*****
A serra está devastada
Ardeu o eucaliptal
De negro agora pintada
Chora assim meu Portugal.
*****
Há um verdadeiro contraste
Entre o antes e o após
Entre o verde e a escuridão
*****
Há tristeza quanto baste
Vai-se-me embargando a voz
E os meus olhos chorarão!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
6 - OS DOIS CAMINHOS
.
A vida tem esta dicotomia
Caminhos de Luz caminhos de trevas
Quando a poesia escreve linhas de breu
De dor de cinzas e nuvens escuras
E também caminhos de Paz alegria e Luz…
.
Os caminhos da noite e escuridão
Mascarados de felicidade
As vezes estes caminhos parecem fáceis
São caminhos que oferecem o ter e o prazer
Te prendem aos vícios
E parecem fáceis de percorrer
Mas no final se cai num grande vazio
E a dor e as lágrimas são um rio…
.
Discernimento é saber escolher o caminho
Os caminhos de Luz parecem pedregosos
E parecem bem mais difíceis
Exigem deixar mochilas pesadas
Arriscar saltar da montanha dos teus pecados
Descer um rio e libertar-se
De serpentes de afetos doentios
Mas as estrelas te iluminam
Vais- te conhecendo a ti próprio
Abandonaste nos braços da misericórdia
Aprendes que és único
És amado
Te aceitas como tu és
E fazes adesão livre a ser livre
Fazes o teu caminho interior
Onde encontras e abraças o amor…
.
Tiló Henriques
7 - Caminho novo e sinuoso
entre esqueletos erguidos
sem viço e cheiro a morte...
entre tristeza, as cinzas
por esse chão que é seu
todo o verde valioso
num hora, se perdeu.
Outono promete, inverno
com chuva tão desejada
caindo pela floresta
e todo a terra ressequida.
Primavera anunciada
pelo florescer da giesta
que ladeia nosso caminho...
faz brotar de novo vida
numa alegria sentida
a natureza faz a festa!
...........
maria g
8 - TRILHOS
.
Em terra gelada quem tem trilhos é rei!
Ficariam isolados de tudo e todos
Como caçavam e andavam -não sei!
Imagino como seria a vida daqueles povos!
.
Galinhas teriam nas copeiras - é de lei!
Uns patos, codornizes e muitos ovos,
Vacas, cabras... dizer : " eu aramei"
Por causa dos ursos, linces e dos lobos!
.
Não é fácil viver no inverno em tal região
A sobrevivência é dura e requer improviso
O lar faz-se do corte das árvores no verão;
.
Têm da natureza tudo o que é preciso
É a passagem do testemunho do ancião;
Agora é viver cada dia com o próprio juízo!
.
RAADOMINGOS
9 - “Inverno rigoroso”
Quis sentir a diferença, desses momentos solarengos
Perceber porque chega a nostalgia
De alguns sítios, que mais estimas e guardas.
Mas ainda continuo sem perceber
Porque lentamente se sente também um frio na alma.
A natureza é benta de fragrâncias de leitosos ribeiros,
Rios desaguando.
No inverno tudo é tão diferente
Formam-se cascatas e quedas de água acentuadas,
As florestas, densamente plantadas enfrentam nevões,
Onde só os limpa neves, desimpedem estradas.
As cores são garridas embora escurecidas pela ausência do sol.
Somente os animais nas suas tocas escondidos,
De pelos bem acobertados conseguem resistir às temperaturas elevadas
Que se fazem sentir em Monte Carlo.
O rali chegará para percorrer todos estes asfaltos e curvas acentuadas.
Mas é o sol que virá para dar vida a esta natureza morta,
Fria e escurecida, mas que a neve faz brilhar
Dando uma brancura que cintila,
Mas que ainda não é garantia de umas férias neste lugar.
Lurdes Bernardo
10 - DOCE SILÊNCIO
Deixa-te ficar no doce silêncio
Neste tempo frio
Neste frio Inverno
As montanhas estão nuas de alma e de gente
Só fica ao relento
Quem está carente
Deixa que os meus braços sejam as tuas ruas
Serpenteando teu corpo como constritores
Serei o teu fogo no frio da noite
No doce silêncio afago teu corpo
Ateando o amor liberto de dores
Deixa-te ficar no doce silêncio
Não quebres a magia deste sentimento
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
11 - SOU AQUILO QUE QUISERES
Sou estrada e sou rio
Sou calor e sou frio
Sou aquilo que quiseres
Sou montanha sou floresta
Ou até o que não presta
Se assim o interpertares.
Sou vale onde corres em mim
Talvez porque gostes assim
E nem te importes se eu gosto
Deixo correr a tua vontade
Não importa nossa idade
Nem quando vem o Agosto.
Corres entre os matagais
E nem ouves os meus ais
De tão cheio que vai teu ego
Tens pressa de chegar ao mar
Abro-me e deixo-te passar
E eu...nem ao lago chego.
Tanto era o nosso brio
Tu, um vale, eu, um rio
Em perfeita harmonia
Tu sem mim nada és
Estou sempre a teus pés
Mesmo q'nos falte alegria.
#MARIAGOUVEIA#
12 - .CHORO FEITO MAR
Choram meus olhos de tristeza
Choro violento feito mar
Olhei à minha volta e reparei
Em tudo o que a natureza tem para dar
Na beleza eternamente concedida
Da qual usufruimos sem gratidão
Destruindo as florestas e os mares
Numa fúria consumista sem perdão
Chorei
Por todas as guerras praticadas
Na ganância do poder e ambição
Pelas vidas dos povos mutiladas
Num crime odiondo e sem perdão
Chorei pela crianças amputadas
Da infância, de pais e de País
Por todas as lágrimas derramadas
Numa guerra absurda e neretriz
Chorei a inocência e a bondade
Perdidas neste tempo sem justiça
Chorei a ignorada felicidade
Num mundo de horrores e de sevícias
É meu choro, pranto rouco feito mar
De dores semeado em tempo estéril
Neste mundo cruel de ditadores
Chorei por todos nós, a perdida humanidade
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
13 - SÓ EU
Só eu...
No tempo sem pressas
Na dormência das horas
À espera de ti
Nas altas montanhas, nascente de rios
Em dias cinzentos de chuva e de frio
Acalentei o sonhoj nos Invernos frios de neve e geadas
Protegi-te em meus braços nas noites sem luz
Segui teus passos
Dei-te o meu calor
Só eu
Arderei no fogo que me irá queimar
Cumprindo a promessa de te proteger
Porque este amor que me invade a pele
É filho do sonho de tanto te querer
Nas alvas manhãs quando é duro o chão
Dar-te-ei inteira, alma e coração
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
14 - Vejo o rastro sinuoso na montanha escurecida,
Como uma serpente que dança na sombra da vida.
Um enigma se revela na imagem que se agiganta,
E no serpenteio escuro, há uma história que encanta.
*
Como as serpentes que se movem com destreza,
Assim também avanço, com coragem e firmeza.
Nas montanhas da vida, onde o mistério se entrelaça,
Sigo adiante, desvendando cada sombra que embaraça.
*
Serpenteando no escuro da montanha,
Em silêncio, desliza a serpente traiçoeira.
Seus olhos brilham como estrela estranha,
Na escuridão, sua presença é verdadeira.
*
Camuflada entre pedras e folhas secas,
A serpente desliza com passos de segredo.
Nas dobras da montanha, ela se arqueia e trepa,
Mistério e perigo é o que traz em seu enredo.
*
O escuro não esconde sua astúcia e veneno,
A serpente na montanha é rainha do mistério,
Seu rastro é como um enigma, sem terreno,
Mas sua presença é marcante, sutil e sério.
@Carmen Bettencourt !
15 - Gosto das alturas
**
Eu não sei porque razão
A serra me surpreende
Onde um caminho defende
Sua grande imensidão
Suas curvas aí estão
Para não subir a prumo
Quando ao mais alto rumo
Pasmo de tanta beleza
Do provérbio há uma certeza
"Não há chama sem ter fumo "
**
Nas curvas e na altura
Desta estrada perigosa
Há muita gente que goza
E se lança á aventura
Em corrida louca e pura
Disfrutam da liberdade
Com garra , sempre á vontade
Vão da serra disfrutar
Ao escolher este lugar
Testam a capacidade
**
Da serra á sua beleza
Nunca são indiferentes
Em festa , rumam contentes
De encontro á natureza
Há da estrada a dureza
Mas ficam a meio caminho
A comer o seu lanchinho
É um dia bem passado
Com flores mesmo a seu lado
E ao fundo um ribeirinho
Gertrudes Dias
16 - ESTRADA SINUOSA
.
E no emaranhado da vida
Percorremos o mundo à distância,
Entre curvas e contracurvas
Vamos vivendo a circunstância.
.
Por mais que possamos correr
A vida tem caminhos sinuosos,
Entre curvas e contracurvas
Vamos vivendo mal e ansiosos.
.
No emaranhado da vida
Temos coisas boas e muito más,
A vida dá mesmo muitas curvas
É escolher aquela que nos apraz.
.
Funchal, 29 de Janeiro de 2024
Cecília Pestana
17 - ESTRADAS SINUOSAS
Percorri os cantos secretos do tempo de lés a lés
Desbravei caminhos por entre as montanhas frias
Imaginei nascentes de água onde molhei os meus pés
A primavera em cores durante essa minha agonia
Adormeci assim como a natureza, no tempo anunciado
Numa espera… o ciclo das estações assim ensina
Num estuário de amor, somos rio vasto e mar bravio
Adormeço no teu regaço ao som da tua voz, sorrio
Abraça-me, amor, o tempo é tão breve e engana
Suspiro as noites frias, amar-te tanto é minha sina
Sigo em frente… nas estradas sinuosas da vida
Num recanto qualquer, espero-te, adormecida . . .
Nos beirais do firmamento reclino a esperança
Desfila sob os meus olhos, o tempo cheio de graça
Vejo andorinhas rasgando o azul do céu, a ir e voltar
O frio quente de inverno, o tempo perfeito de amar!
- Fátima Arede
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06
18 - NOS MEUS TEMPOS DE ATLETA
.
Muitas vezes passei por aqui
Nos meus tempos de atleta
Com uma bicicleta esta serra subi
E cheguei sempre lá em cima à meta
.
Como se vê, tem curvas muito apertadas
Ao nelas passar tinha que ter muito cuidado
Não podia dar umas fortes pedaladas
Caso se as desse poderia cair para o lado
.
Gostava muito mais de a subir
Do que propriamente a descer
Subi-la fazia-me rir
Descê-la fazia-me tremer
.
Mas quando se é ciclista
Pelas estradas temos que pedalar
Esta está em bom estado parece uma pista
Existem outras que se estão a degradar
.
José Martinho.
19 - UMA AVENTURA NA SERRA
Entrei na aventura, de fazer uma longa viagem.
Era inverno, o frio era muito denso e gelado.
A montanha aprentava à vista uma bela paisagem.
Os pinheiros eram bordados com manto de neve rosado.
As estradas tinham curva estreitas, acentuadas.
O piso era muito escorradio, mantinha-se
coberto de gelo.
Como visitantes, para fazer sky iamos preparadas
Porém havia sempre que temer algum flagelo.
Na noite escura ouvia-se os lobos a uivar
Havia poucas casas e eram feitas de madeira
Numa grande lareira ardia a lenha, para fazer o jantar
E mantinha-se a casa quente daquela maneira.
As lojas para fazer compras, ficavam distantes.
Os carros tinham correntes nas rodas e iam devagar.
Haviam corridas de ski e alguns caiam por instantes.
Mas logo os socorristas andavam, por ali a ajudar.
Foram umas mini férias, mas muito atrativas.
Conhecer, novos países e sua cultura é importante.
São poucos os habitantes nessa região, mas prestativas.
E ver como funciona vidas diferentes, é
Interessante.
CELESTINA ESTEVES
20 - A NATUREZA
.
Num belo serpenteado pela encosta
Caminho, tornou-se estrada
Onde se contorna, tanta volta!
Em circulação, cautelosa e moderada!
.
Descendo até ao vale profundo
Ou até ao céu, ter aproximação
Entrando-se num pacificador novo mundo
Despoletando o pulsar, de sentida emoção!
.
Quão bela é a paisagem circundante
Com o rio aos pés da escadinha
Uma abrangência bela e empolgante
Tanto acontecimento, nem se adivinha!
.
A natureza se esmera renascida
Ao rodar de cada estação
Para que possamos dar asas à vida
Sem peias, reticências ou contenção!
.
As aves chamam a elas atenções
No uso das asas, eficazes paraquedas
Fazem dos declives atrativas exibições
Levantando-se, dos rochedos de pedras!
.
São Pereira
21 - QUE IMAGEM É ESTA?
(1º Poema)
*****
Digam-me que imagem é esta
Pr’a que a mente inspeccione
Parece então um floresta
Numa fotografia que resta
Tirada através dum drone!
*****
Se assim for é uma tristeza
Uma tão vil crueldade
Um acto de safadeza
Destruir-se a natureza
Sem haver dó nem piedade!
*****
O negro manto que fica
Que em nada é pedagógico
Mais o planeta complica
Porque assim se verifica
Grande desastre ecológico!
*****
Cobre-se o chão de cor escura
Ainda há fumo no ar
Já desapareceu a verdura
A melancolia perdura
Que apetece chorar!
*****
E nas curvas daquela estrada
Há silêncio e solidão
Pela área devastada
Fica na alma marcada
Dos Homens…a maldição!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
22 - Sim!labirinto misterioso em forma de arte,
Caminhos entrelaçados, um desafio a parte,
Na imagem que contemplo, o enigma a se revelar,
Entre linhas e curvas, o destino a buscar.
***
Passos cuidados, pela trilha a percorrer,
Segredos ocultos, aguardam para se fazer ver,
A senda sinuosa, leva à incerteza e à luz,
No labirinto imaginário, a mente seduz.
***
Desenho que intriga, com sua complexidade,
Desvendar seus mistérios, é uma necessidade,
No labirinto da mente, a sabedoria a espreitar,
Na imagem que te chama, a jornada a iniciar!
@Carmen Bettencourt !
23 - Ah, labirinto na montanha, um enigma a decifrar,
Entre pedras e sombras, perdido a caminhar,
Segredos antigos, mistérios a desvendar,
Nas entranhas da rocha, a verdade a espreitar.
**
Nas curvas sinuosas, o labirinto se estende,
Como um quebra-cabeça, que a mente prende,
O eco dos passos, nas paredes ressoa,
Em busca da saída, a jornada se entrelaça soa.
**
O sol poente ilumina o caminho incerto,
No labirinto na montanha, um destino encoberto,
Entre o céu e a terra, o desafio a superar,
Na imensidão da natureza, a resposta a encontrar!
@Carmen Bettencourt !
24 - Meandros do rio ou estrada?
…
Pla montanha os meandros: rio ou estrada?
Sonhos crescentes, em tais, ágeis, vagas
Neve sorri gelada e descarada
Prometendo curar todas as chagas.
…
Sonhos crescentes, em tais, ágeis, vagas
Sol a romper, trespassa a ampla neblina
Prometendo curar todas as chagas
Pinheiros crestados pela colina.
…
Sol a romper, trespassa a ampla neblina
Fumos se elevam pro cume da serra
Pinheiros crestados pela colina.
Brilham castanhos sedentos na terra.
…
Fumos se elevam pro cume da serra
Correm torrentes, cristalina água
Brilham castanhos sedentos na terra
Outros branquinhos perto duma frágua.
…
Correm torrentes, cristalina água
Regato pela ponte atravessado
Outros branquinhos perto duma frágua
Estrada tão alva circula a seu lado
…
Regato pela ponte atravessado
Lembra o verão com gentes a emergir
Estrada tão alva circula a seu lado
Pacata aqui sem carro a confundir.
…
Lembra o verão com gentes a emergir
Piquenique e marchas pela natura
Pacata aqui sem carro a confundir.
Sonhos, alegrias e essa aventura.
…
Piquenique e marchas pela natura
Meu sentir tão feliz e abençoada
Sonhos, alegrias e essa aventura
Pla montanha os meandros: rio ou estrada?
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
25 - Nesta tela…
…
Nesta tela bem absorvente
Que meandrosos loucos são estes?
Profunda e sempre permanente
Nesta tela bem absorvente
…
Montanha pureza atraente
Natura, a encantos, acedestes
Nesta tela bem absorvente
Que meandrosos loucos são estes?
…
Neve tão branquinha e luzente
P’la encosta da bela floresta
Gelada, arrepia contente
A aragem com névoa presente.
…
Nesta tela bem absorvente
Que meandrosos loucos são estes?
Profunda e sempre permanente
Nesta tela bem absorvente.
...
Mary Lai (Cidália Teixeira)
26 - É TRISTE E INDECENTE!
(2º Poema)
*****
Poderia ser um rio
Isto que aqui se vê
Mas meu pensamento desvio
O branco será neve e frio
E o resto será o quê?
*****
Quiçá seja o rio índigo
Disfarçado de outra cor
Que a força do inimigo
Logo o “vestiu” por castigo
Cobrindo a terra de dor!
*****
Pr’a mim o que estou a ver
É triste e indecente
É a “Estrela” a arder
Na natureza a morrer
Junto a qualquer Ser vivente!
*****
Animais da serrania
Fogem do seu habitat
E o verde que florescia
Depressa se esfumaria
Sem saber se recuperará!
*****
Afinal que é isto então?
Que a mente me obstruiu
Magoando-me o coração
Paisagem em imensidão
Que o fogo…assim destruiu!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
27 - Somos todos companheiros
Andando por vários caminhos
Uns sinuosos outros ásperos
Cheios de pedras e espinhos.
Mila Lopes
28 - É UMA BELEZA ESTAR AQUI
.
Uma estrada sinuosa
Que atravessa uma serra
Torna-se muito perigosa
Se numa apertada curva se erra
.
Temos que conduzir com consciência
Para os lados não devemos olhar
Ir devagar e com muita prudência
Para ao cume da serra ilesos chegar
.
Pelo caminho há miradouros
Com lindas vistas para a Natureza
Também se vêm monumentos feitos pelos Mouros
Muito antes de existir a Realeza
.
O que não se sabe porém
É o que lá em cima está
Será que vive lá alguém?
E se viver o que na vida fará?
.
Antes de lá em cima chegar
É uma beleza estar aqui
Desta linda Natureza devemos desfrutar
Porque outra serra tão linda ainda não vi.
.
José Martinho
22-01-2024
29
1 - ACHOU GRAÇA E ATÉ SE RIU
.
Um robot trompetista
Com a trompete em sua mão
Tornou-se um grande artista
A tocar musica num salão
.
Foi construído por um ferreiro
Que também era artesão
Como tinha pouco dinheiro
Vendeu-o ao Mestre de um orfeão
.
O robot estava mal aparafusado
Com a vibração da música caiu
O Mestre surpreso ficou admirado
Mas achou graça e até se riu
.
Chamaram o ferreiro
Para os parafusos apertar
Como era um tipo porreiro
Não se fez esperar
.
Ao chegar ao salão
Viu o robot escangalhado
Tirou-lhe a trompete da mão
Devolveu o dinheiro ao Mestre do orfeão
Foi buscar um enorme camião
Para o robot ser transportado.
.
José Martinho.
2 - NASCI TROMPETISTA!
(1º Poema)
*****
Um dia alguém me criou
De certo modo um artista
Agora sou como sou
A monotonia acabou
Pois virei um trompetista!
*****
Sendo de metal feito
Entre porcas e parafusos
Saí um “homem” perfeito
Com chapéu de aba ao jeito
E os neurónios meio confusos!
*****
Numa secretária ou estante
Lá estou eu a ornamentar
Tão idêntico a um marchante
De uma procissão possante
Que leva o andor ao altar!
*****
Até parado sinto vida
Ainda que preso a uma chapa
Sem que me dê de vencida
Sou estátua que não é vendida
A não ser pr`ó Santo Papa!
*****
Sei que posso ser bonito
Tocando por fantasia
E se dúvidas suscito
Acreditem que transmito
Ao povo…alguma alegria!
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
3 - A ARTE
O que as mãos tem de maravilhosas
E o cérebro de fertil imaginação
Consegue fazer as coisas mais formosas
E mostrar algo extraordinário à sua visão
Apenas com as mãos, tendo material
Para que o seu trabalho faça sentido
Construir um artefacto do seu ideal
E tentar manejar o seu objeto preferido
Objectivamente o ferro vai moldando
Até conseguir dar-lhe o original feitio
As pernas e os braços vão se engenhando
E o tronco molda-se até ficar esguio
Para suporte, usa de alguns parafusos
Que irá fixar no corpo os membros
Sem querer construir objectos confusos
Vai imaginando a criatura de assombros
Depois o artista procura na sua ideia
O jeito de um instrumento lhe acrescentar
Porém como a música corre-lhe na veia
O mais provável era, um trompete fabricar
Finalmente o boneco estava concluído
Identificou-o como célebre trompetista
Usar o cérebro e mãos, querer ser evoluído
É preciso imaginar, e fazer para ser artista
CELESTINA ESTEVES
4 - TROMPETISTA ME CONFESSO!
(2º Poema)
*****
Trompetista me confesso
Alinhavado na forja
Mesmo assim não me aborreço
Minha vida não tem preço
Nem sirvo pr`a qualquer corja!
*****
Sei que fui feito a rigor
E para vós me revelo
Tratado sem algum amor
Eu tive que me expor
Entre a bigorna e o martelo!
*****
Meteram-me esfera redonda
Que parecesse uma cara
Agora fico na onda
À espera que corresponda
Àquele que me trilhara!
*****
Depois desse sofrimento
Sei que saí harmonioso
Pr’a ficar então atento
Sem padecer mais tormento
E olharem pr`a mim sem gozo!
*****
Só me resta pois, ficar
Lá num móvel da sala
E ainda que sem tocar
Sei que impacto vou causar
A quem comigo…se regala!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
5 - TROMPETISTA QUE NÃO TOCA!
(3º Poema)
*****
Trompetista que não toca
Talvez não sirva pr`a nada
Nem para fazer a troca
Por outra coisa usada!
*****
Podem até chamar-lhe gasto
Pelo tempo corroído
Mesmo que o levem de arrasto
O seu sonho é ser polido!
*****
Quer ficar novinho em folha
Ir outra vez pró mercado
Para ser de alguém, a escolha
Nem que ao menos fosse dado!
*****
Porque depois de levado
Por gente que ainda o estime
É como ver-se abraçado
Fugindo às teias do crime!
*****
E assim por puro prazer
Sem sequer poder tocar
Não me acabam por vender
Pois querem-me apreciar!
*****
"O Poeta Alentejano"- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
6 - A terra de ninguém
Loucos, são loucos homens desejosos de conquistas, perante a súplica à vista cultivando terras de morte, maldita dor rasga-me o peito
no desrespeito pela vida ? Humanidade és sonho.
Sementes de ódios largadas em vidas ceifadas, inocentes caídos por nada, rostos enrugados
na contração da alma, cumprir a missão de matar ou morrer na morte certa num vácuo de emoções
Se não cair na batalha, sobre mim pousará a mortalha, consumido o corpo por chagas de não mais ver a luz do dia, nas noites acordadas por suores frios, maldita condição e tudo sem razão.
Despojado no vazio tocando a marcha fúnebre sobre os escombros da sociedade, elevando os espíritos inocentes nesta música comovente na
negra estrada despertando flores inocentes.
Todos os direitos reservados
António Alves
7 - E eis que dou de caras
Com um simpático trompetista
Que me diz
Estar à espera do seu irmão
Por ter se esquecido em casa
Do seu inseparável acordeão
Com porcas e parafusos
Pozinhos de prelim pim pim
Mais um pouco de imaginação
Consegues criar uma orquestra
E fazer grande digressão
******
Sílvia *Santos
8 - ESTA NOITE TIVE UM SONHO
Sonhei de noite, acordada
Sonhos de mar e maresia
Por sonhos fui caminhando
Tive ravinas por estrada
Percorri outros caminhos
Retas, curvas sem saída
Após tanto caminhar
Dos sonhos não ficou nada
Sonhei ser bailarina
No palco que a vida é
Fui artista... fui corista
Travesti de muitas cenas
Em pontas dancei a vida
Músico de vidas paradas
Percorri etapas belas
Dos sonhos não restou nada
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
9 - Bela produção
…
Bela produção manual
Este músico tão magriço
Trompetista fenomenal
Bela produção manual.
…
Criação num tal ritual
Sempre a postos no seu serviço
Criando em mim forte feitiço
Sua linha algo escultural…
Bela produção manual
Este músico tão magriço.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
10 - Artesanato
…
Na visita à feira, artesanato,
Fiquei parada demais fascinada
Vi num stand, delicioso artefato
Sui generis a arte reciclada.
…
Trompetista elegante que constato
Sinto a bel melodia na bancada
Som agudo no manejo tão nato
Meu sorriso se apronta p’la chamada.
…
Na minha frente surgiu uma orquestra
Onde o trompetista se destacava
Minha alma o ouvia, assim, embevecida,
…
O sonho que entrava pela fenestra
Tão feliz no meu ser se deleitava…
À volta olhei e fiquei surpreendida!
...
Mary Lai (Cidália Teixeira)
11 - Cumplicidade
.
Vinha certo dia da escola
Dei um salto, como se tivesse mola
Vi um esqueleto musical
Parecia-me uma marionete
Caída dalguma camionete
Só não estava morta, porque não era mortal
Apanhei os pedaços com cuidado
Levei até o mais pequenino bocado
Tinha encontrado um tesouro precioso
Arranjei cola, com jeitinho e cuidado
Desejando de o ver, perfeitamente montado
Para ele, todo o meu tempo era pouco
Com ele dialogava, cantava, muito me divertia
Junto da janela de longe, o admirava e via
Tinha toda a minha atenção
Quando me deitava, dele me despedia
Ao acordar, com uma festinha, bom dia!!
A todas as minhas loucuras, eu queria dele ter visão
Algumas vezes a ele me abracei a chorar
Por um castigo injusto, me penalizar
Não me conformando facilmente
Só ele para me ouvir reclamar
Até ao apaziguado de novo regressar
Com ele na minha frente, e eu muito feliz e contente.
.
São Pereira
12 - "O boneco aparafusado"
Já perdi as minhas porcas
Mas ainda continuo aparafusado
Sempre em mim existem ocas
As folgas do meu estado.
Sou tão real como o imaginário
Com a força e alguns lamentos
Tocando trompete em plenário
Afago dos meus instrumentos.
Sou figura deveras caricata
Com um amor tão profundo
Posso até vir da sucata
Mas alegro sempre o mundo.
Não sou lenda nem mito
Mas uma feliz composição
Sou somente um coração aflito
Que torna a vida uma boa ação.
Lurdes Bernardo
13 - Feito de porcas…
…
Feito de porcas e arame
Trompetista tão pura arte
…
Criatividade inflame
No tempo com prontidão
Artefacto, que emoção!
Feito de porcas e arame
O trabalho aqui proclame
Perfeição e tanta perícia
Olho pra ele que delícia!
O trompete me resiste
Esse clip que em sonho viste…
Trompetista tão pura arte.
…
Design tão bonito clame
As honras do criador
Que lhe pôs demais amor
Feito de porcas e arame
Sua magia derrame
Na silhueta elegante
Dum músico tão brilhante
De metal bem construído
Sem fazer nenhum ruído
Trompetista tão pura arte.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
14 - COMO SE FOSSE MÚSICA
Na doçura da manhã
O silêncio
Um grão de areia, tilintou na minha janela
Como se fosse música...
O sonho abriu-se como um aguaceiro
Nas horas esquecidas da longa noite
A vida acontecia
Vibraram as almas ao encontro do beijo
Eterno desejo que em mim nascia
Tocaram as cordas do meu sentir
Música criada no corpo e na mente
Doce sentimento
Razão do meu existir
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
15 - Em meio ao tempo, imortalizada em pose, espantosa,
A estátua de bronze, majestosa, repousa,
Testemunha silenciosa de tantas eras,
Perpetuando a história, entre risos e quimeras.
Na imagem vejo arte a se revelar,
Cores e formas a dançar e brilhar,
O olhar se perde nesse doce enigma,
E a alma se embriaga nesse eterno dilema.
Ah, a arte da música, como ela dança,
Em notas e melodias, ela avança,
O coração bate no ritmo do som,
E a alma se perde, voa sem tom,
A música é a linguagem do coração,
Sem palavras, ela cria pura emoção.
A melodia na noite ecoa pela calada,
Emoções se entrelaçam, a alma se envereda,
Cada nota, um segredo a desvendar,
A arte se faz música, no ar a flutuar!!
@Carmen Bettencourt !
16 - O saxofonista
**
Há quem pense que estou
Para num ferro -velho entrar
Não é lá o meu lugar
Alguém em mim apostou
Com jeito e brio montou
Esse esqueleto de então
Como era bom artesão
A lidar com parafusos
Dos seus bons dotes fez usos
Que acusou admiração
**
Resultou um saxofonista
No seu trombone a tocar
Queria a todos agradar
E integrou -me na lista
Atingiu o fim em vista
Tão bem me soube ajustar
Toco músicas para dançar
Ninguém fica perplexo
Sem distinguir raça ou sexo
Todos querem festejar
**
Gertrudes Dias
17 - À ESPERA DO POEMA
Olho a folha em branco... e nada escrevo
Hoje...
As musas negaram-me a inspiração
Sentada, de olhar distante
Espero e penso
Lá fora alguém toca clarinete
Suave a música vem na voz do vento
Fecho os olhos
E deixo-me voar
Vem nessa música lembranças antigas
Recordações de outrora sempre tão presentes
Relembro o passado
Sonho ser menina
Viajo no tempo
Não quero acordar
A vida é tão maravilhosa
Que não é necessário mais nada inventar Acorda-me o frio e o papel em branco
À espera do poema que não irá chegar
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
18 - Sou robô
**
Um dia fui passear
Gosto de olhar uma vitrine
Logo quando ia a passar
O que lá fui encontrar
Não há ninguém que imagine
**
Uma orquestra estava exposta
Fazendo uma linda vista
Beleza para quem gosta
Logo ali fiz uma aposta
Que ao meio era o trompetista
**
Tocava no seu trompete
Uma linda melodia
Som e orquestra promete
Eram cinco , seis ou sete
Já tinha ganho o meu dia
**
O stand era engraçado
Com tantas miniaturas
Vim de lá maravilhado
Robotes por todo o lado
Imitando criaturas
**
Um dia ainda vou comprar
Um stand com apuro
O trompetista imitar
Igual orquestra formar
E vai ser o meu futuro
**
Gertrudes Dias
19 - O RAPAZ DO TROMPETE
( será que existe o livro?!)
Está um vento cortante
Que me deixa tão distante
Sem vontade d'nada fazer
Seu zonir é tão irritante
Dou comigo na estante
À procura de algo pra ler.
Como a vontade é pouca
A cabeça quase oca
Nada me chama à' tensão
Prestes já a desistir
Dou comigo a ouvir
Tocar uma linda canção.
Estarei eu a sonhar
Ou o vento está a mudar
Para bem do meu espírito
Volto a olhar a estante
O título é chamante
Está escolhido o livro.
O rapaz do trompete...
E a capa me remete
Para algo que eu já vi
Lembro da iniciativa
Da imagem toda catita
O livro...eu já o li.
#MariaGouveia #
20 - SAXOFONISTA
Há coisas que nós olhamos,
Mas que à primeira vista,
O menor valor lhe damos
E que mais tarde admiramos,
Porque houve um artista,
Que com seu engenho e arte,
Usando a imaginação,
Fez surgir pela sua mão
Algo que em qualquer parte,
Provoca admiração.
*
Quem havia de dizer,
Que clipes e parafusos,
Deixados a apodrecer,
Conjuntados com saber,
Qu’ até ficamos confusos,
Ao surgir à nossa vista,
Feito de coisas sem nexo,
Algo firme e conexo,
Um esbelto SAXOFONISTA,
Qu’ até, me deixa perplexo.
LAF22JAN2024
21 - NO MEU TEMPO
.
Hoje qual é o toque?
Se quer que lhe diga, nem sei!
Se calhar algum "caraoquê"!
Não vi prospeto nenhum, ou então
nem reparei!
.
Um jazz qualquer!
Agora é só batuque,
Já nem é música sequer!
.
No meu tempo é que era!
Era música a valer!
Agora ninguém dança,
Eles só querem beber!
.
Antigamente era o acordeom,
Ah rapazes, até fazia fumaça!
Agora não tem jeito nenhum,
Já não há raça! Tudo passa!
.
Não havia raparigas
Ao canto a esperar!
Dançava toda a gente,
Agora não as querem convidar!
.
Dançam sozinhos,
É alguma discoteca?
Só dão ao rabo,
Ao corpo e à cabeça!
.
Estão todos na falaça
Em magote, no meio do arraial,
Só com a cerveja na mão!
Às raparigas ninguém liga,
Dançar também não!
O que é que vão p'ra lá fazer?
.
Devem achar que tem muita graça,
Assim não formam casal,
Dá vontade de lhes dar um abanão!
.
Depois não querem que se diga,
Que rapazes novos hoje já não são
Homens do amanhã a valer!
.
Lembro-me do ceguinho,
Com a gaita de beiços a tocar,
Essas é que eram modas a valer!
Mesmo ao fresquinho
Dançávamos toda a noite sem parar,
Sempre até ao amanhecer!
.
Isso sim, no meu tempo é que era!
.
RAADOMINGOS
22 - Desfolhei as noites de luares transparentes
Colhi da taça do céu de cristal borbulhante;
Doçura das nuvens, gotas de orvalhos, estrelas
Magia, música, a felicidade que vinha com ela!
Bebi dos teus lábios, o encorpado de um tinto
O néctar celeste do mais profundo absinto
Embriaguei-me no mel do teu olhar vadio
Nos uivos da lua, na música que rompia o silêncio
Mas que sabor que tinham os beijos roubados
O doce veneno que me tomava os sentidos
Num som ritmado, a minha alma dançava em paz!
Teus beijos soprados, o toque dos teus dedos
No tempo certo, é música para aos meus ouvidos
Cai sobre mim o céu, deixo-me embalar ao som do jazz
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 De 24 de Agosto e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06
23 - O TROMPETISTA
O trompete é um instrumento musical
Tendo ligação com a religião e a guerra
Ao ser soprado emite um som de metal
E tem longa história conhecida na terra.
É fascinante a magia de um trompetista
Com o seu trompete não é simples artista.
O trompete foi pela deusa Atena inventado
Tendo o som muito agudo entre os metais
Usado na guerra para o combate ser iniciado
E chamar rebanhos ou afugentar os animais.
Mas o trompetista já desde a antiguidade
Que do imaginário coletivo é uma entidade.
O trompete ou trombeta também chamada
É bastante usada pelas bandas marciais
Na Bíblia há citações da trombeta ser usada
Nas batalhas, serviços religiosos e rituais,
Desempenhando um importante papel:
"Ao toque da trombeta, perseguiram Israel"
O trompetista impressiona com a sua postura
Com o peito bem erguido quando está a tocar
Parecendo a quem o vê ter uma maior altura,
Ser mais corpulento, o diafragma cheio de ar.
Acredita-se que o trompete é o instrumento
Mais velho de que se tem conhecimento.
Impossível não lembrar um grande artista
Que tocando trompete ficou eternizado,
Pela sua voz e sorriso, foi esse trompetista
O inconfundível Louis Armstrong chamado.
Foi a figura estilizada nesta imagem
Que inspirou ao trompete a abordagem.
22 de janeiro de 2024
Fernanda Simões Mendonça
24 - ARTE MUSICAL
.
Música sublime, doce sensação
Saxofone toca a minha canção,
Instrumento tocado com emoção
Música é arte em composição.
.
Bons saxofonistas, bela recordação
Almas sensíveis em constatação,
Pintam a música, extrema unção
Sem música, não viveríamos, não.
.
Música sublime, doce sensação
Arte e alma enche meu coração,
Saxofone toca a minha canção,
Música é arte em composição.
.
Funchal, 22 de Janeiro de 2024
Cecília Pestana
25 - Sou um robô
feito de pregos
e parafusos-
Sou um robô
trompetista
adoro tocar
no meu mundo de fantasia-
Sou um robô
gosto de brincar
e de imaginar
quero um mundo em paz
não quero guerras -
Sou um robô
não gosto de violência
gosto de rir
e de sorrisos-
Sou um robô
vivo com arte
dentro de mim-
Sou um robô
não sou frágil
sou ágil
galgo montanhas
se for preciso-
Mila Lopes
26 - Trompetista
D'um resto de uma chapa nasceu
Um trompetista com um chapéu.
Não aconteceu por acaso...
O acaso foi que um chapeiro
Trabalhava numa oficina de camiões
Cujos os tios eram os patrões.
O rapaz andava desanimado!...
Com os sermões e os recados...
À noite como passatempo
Passava o seu rico tempo
Soprando o trompete numa banda
Tocando Jaze num salão de samba.
Senhor do seu valor...!
Despediu- se do seu ofício
Sem temer algo ou sacrifício...
E com toda a permissão
Saiu com uma Recordação!
Uma chapa e devoção
Que em arame a transformou
Numa peça de artesanato
Com um trompete em aço.
Graciete Lima.
27 - Ser músico...
Tinha oito anos apenas
Quando aprendi a solfejar
Ninguém viu estas cenas
Desisti da música por não gostar
Não gostar de tocar
Ou não gostar da porrada
Meu pai queria-me ensinar
Mas a música no tempo não era amada
Os outros faziam asneiras
E eu ia a caixa de toque
Desculpem estas asneiras
Mas a música não tinha enfoque
Fui a três ensaios à Banda
Mas sem qualquer apetência
Logo de lá vim de banda
Por falta de competência
Tocava uma Marcha completa
Tocava o Cornetim sem gosto
Fá-lá-dó-mi pela certa
Não era naquilo que eu aposto
Hoje estou bem arrependido
Por desistir de tocar
A música desperta-me o sentido
Do que mais eu queria amar!
Armindo Loureiro
28 - Definição de Imagem
Ao ver a imagem
Eu disse para mim
Grande mensagem
Acredito que sim.
O músico da vida
Na estrada dos sonhos
Trompete à medida
Leva sonhos risonhos.
Esguio e delicado
Pintado de preto
O céu enevoado
O cenário perfeito.
Foi ferro abandonado
Em um qualquer lugar
Por alguém encontrado
Deu-lhe forma de estar.
Criatividade desmedida
A melhorar ambiente
Será lição para a vida
Reciclar é urgente.
Que se faça luz
No Mundo em geral
A poluição conduz
A um estado final.
O globo terrestre
Prestes a sufocar
De forma agreste
Na terra e no mar.
Adelaide Simões Rosa
29 - Conservo em mim
a frustração de não ter vivido
aqueles, meus sonhos antigos
dar asas à minha voz e cantar
a música que me soava nos ouvidos.
Sonhos em menina, proibidos
de mim afastados
caminhos não percorridos
sempre adiados
ainda hoje desconhecidos.
Sobrevivi
de olhos fechados à vida
e, ao que nela me seduzia
sem questionar o silêncio
da música, minha preferida
como se fosse, surdo castigo.
............
maria g.
15-01-2024
31
1 - MÃOS NEGRAS
Mãos negras
com África na cor da pele,
mãos castigadas, gretadas,
mãos gastas e maceradas,
mãos marcadas de tanta dor,
mãos de quem não se rende
por tanta limonada fazer
quando a vida só dá limões.
Mãos negras
de mãe negra que sofreu,
mãos que tiveram de dar colo
e trabalhar até à exaustão,
mãos que ganharam o pão
para poder manter o lar,
para seus filhos alimentar
e pagar por educação.
Diz o dito popular
“Se a vida te der limões,
faz limonada!”
Mãos negras,
dir-se-ia que descuidadas,
mas estão apenas marcadas
por tanto “limão” descascar,
guardam em si toda a beleza
do quanto tiveram de lutar,
nessa vida tão maltratadas
com tanto amor para dar.
Mãos negras,
mãos de mãe negra
com África na cor da pele,
mãos castigadas, gretadas,
mãos gastas e maceradas,
mãos marcadas de tanta dor
e falta de tempo para as cuidar,
mãos negras, são mãos de fada.
(a minha homenagem a muitas que conheci)
Autor: Celso Cordeiro
2 - POR TERRAS DIFERENTES
Viajei
Por terras desconhecidas
Numa viagem sem tempo
E encontrei outras gentes
De cores diferentes da minha
Que me abraçaram com ternura
E me ensinaram a ventura
De aceitar e amar
Quem de mim era diferente
Abriram-me outras portas
Descerraram mil janelas
E eu pude vê-las com alma
E senti-me preenchida
Amando assim esta vida
Não importa a cor da pele
Todos nascemos iguais
Somos homens e mulheres
Com diferentes rituais
Estendi as minhas mãos
Na igualdade do gesto
Com carinho me entreguei
Nesta dança que é a vida
Pois somos todos irmãos
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
3 - A cor da pele . II poema
**
Mão negra se estende mostrando o limão
Tempo de opressão está sempre presente
Na pele enrugada o tempo não mente
Quando mostra as rugas da escravidão
Só a acidez daquele limão
Lhe lembra as agruras deste seu viver
Sem tecto , sem cama , na vida a sofrer
Arrastando as penas da desilusão
Mas tem qualidades aquele limão
Que são prova viva do seu merecimento
E as mãos rugosas têm valimento
Porquê esta chaga no seu coração
Espremendo a acidez que jorra no chão
É dele que faz o seu aliado
Mas a sua vida é um triste fado
Com sorte talvez tivesse um condão
Pela cor da pele e a sofreguidão
Que marcam na alma sulcos bem profundos
Enquanto houver homens de mundos e mundos
Ninguém ouvirá a voz da razão
Gertrudes Dias
4 - DE MÃO ESTENDIDA
Um sorriso é alegria
No rosto de uma criança
De mão estendida prá vida
Oferece-se ao sonho inteira
Qual roseira florida
Da amizade e do sonho
Nasce essa bela união
Onde a ternura se oferece
Num gesto doce e macio
Minha mão na tua mão
A vida tem mais valor
Se formos todos irmãos
Um sorriso de carinho
É a estrada, o caminho
Não importa a sua cor
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
5 - REFLEXÕES DA ALMA
Olho-te, irmão
Por caminhos de lonjura
E sonho parar a loucura
Que aos homens atacou
Ganância e muito poder
Nesta vida enlouquecida
Não há valores nesta vida
Neste desejo de "ter"
Teus olhos choram de dor
Tuas mãos enegrecidas
Pedem ajuda à vida
Num gesto de oração
Morte, dor e sofrimento
É o pão do dia a dia
Morre em nós a alegria
A música perdeu o tom
E tudo o que era bom
Caiu no esquecimento
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
6 - Cocktail
Na tigela de vidro
Há grande animação
Tem um menino limão,
Que é muito atrevido!
Quer dar uma beijokinha
Na face meio corada
Da já envergonhada
Maçã vermelhinha.
Já vai uma salganhada
Com muita fruta à mistura,
Diz a uva já passada
-Entretanto ninguém a atura!
Entre a confusa excitação
Está no meio a melancia,
Tem ciúmes que um dia
A troquem plo doce melão.
Mas é lindo de se ver
Esta salada animada,
O pior é daqui a nada
Quando a formos comer!
Não! Estava a brincar
É só pra quadra rimar!
Não liguem ao que estou a dizer,
Se não inventar, como escrever?
RAADOMINGOS
7 - Mão negra
Mão de quem trabalha com fervor
Mão de quem trabalha a terra
Ou mão de um grande pintor
Mão negra
Seja africana ou de outro lugar
Mão de alguém
Que não se preocupa em sujar
Mão negra mão branca
Que me importa a mim a cor
Importa sim o calor que transmite
Quando a minha aperta com amor
*****
Sílvia *Santos
8 - OS LIMÕES
.
Com gomos bem definidos
Prontos a serem espremidos
Para apaladar com primor
Sempre que solicitado
Convém estar ali ao lado
Para aprimorar o sabor!
.
O demasiado doce enjoa
O limão é um fruto de proa
Para a balança mediar
Entre o doce e o azedo
Está na mão o segredo
Que dá muito que falar!
.
Nas comprinhas bem feitas
Vêm os limões prás maleitas
No inverno, não esquecer!
Usa-se a casquinha do limão
Para bolos e a constipação
É ouro, num chazinho pra beber!
.
Como sumo muito apreciado
Nas amêijoas à bolhão pato
E noutra tanta combinação
Nos filetes, bem temperados
Ou nos bifinhos panados
Tem preponderante função!
.
São Pereira
9 - PORQUE SERÁ?
.
Porque será que este limão
Descascado e amarelado
Está nesta negra mão
Precisamente ao meio cortado?
.
Será que é para o atirar ao mar?
De modo que caia enviesado?
Para os peixes com ele brincar
Se algum o provar fica arrepiado
.
Se for para o atirar a um Rio
Provoca um enorme reboliço
Apesar do limão não ter fio
Os peixes pensam que é feitiço
.
O limão foi atirado à água
Foi levado pela corrente
A mão ouviu os peixes dizerem
Hás-de amar eternamente.
.
José Martinho.
10 - Os meus limões
Na minha quinta tenho um limoeiro
Encosta á parede seu tronco potente
Para florir é sempre o primeiro
Perto tem areia e água corrente
**
Quando é plantado tão fraco e singelo
Depressa enraíza se gosta do chão
Crescem os limões de um verde amarelo
Tem flor e fruto sempre em profusão
**
Depois de crescido eu faço um cházinho
Que aquece sempre o meu coração
Uma colher de mel , é um instantinho
Para dizer adeus á constipação
**
Bolo de limão , que rico sabor
Cortado em metades seu sumo aproveito
Tem a vitamina , tem vista e tem cor
Eu não lhe conheço sequer um defeito
**
Até suas cascas são sempre guardadas
Porque dão sabor a um prato qualquer
E no arroz -doce são aproveitadas
Com canela a gosto comido á colher
**
Do meu limoeiro nunca me separo
Faço sempre gosto de olhar o limão
Dá -me fruto e sombra para meu amparo
Por isso lhe tenho tão grande afeição
**
Gertrudes Dias
11 - São cinco dedos da tua mão
Contam segredos desde que o são
De quem trabalha pois então.
De qualquer forma em sua palma
Está a rodela do limão
Vitamina c que cura e acalma.
Tua mão ponteia e lava dia após dia
Sem calosidades está tão segura
Também escura acho que está fria.
Cuida de mim com esmero e amor
Chega para todos com muita paciência
Também escreve e conta sua dor.
Tem cuidado para não mudares as cores
Faz visitas entra em casa da vizinha
Nunca está sozinha
Vale-lhe aquele limão com que esfrega suas dores.
Lurdes Bernardo
12 - Na imagem paira a mão negra, enigmática,
Um toque de mistério de maneira emblemática.
Símbolo de força e poder oculto, a se revelar,
Nas entrelinhas da vida, em cada olhar a fitar.
*
Ela é presença marcante, sombria e imponente,
Desperta curiosidade, de forma persistente.
Guardiã de segredos, em gestos enigmáticos,
Na imagem, a mão negra mostra seus atos caóticos.
*
Mas além da sombra que sobre a imagem lança,
Há beleza e sabedoria, em sua silhueta de esperança.
Pois até mesmo na escuridão, a luz pode encontrar,
Um caminho de redenção, um novo horizonte a clarear.
*
Nas sombras da noite, onde o mistério se esconde,
A mão negra desliza, como um sussurro que responde.
Segredos antigos ela carrega consigo,
E em seu toque, desvenda-se o desconhecido.
*
Nenhum olhar atento jamais a viu,
Pois seu poder reside onde a luz não fluiu,
É guardiã de segredos e mistérios sem fim,
E em seu toque, revela-se o destino para mim.
@Carmen Bettencourt !
13 - TÃO AZEDO QUANTO A VIDA!
(2º Poema)
*****
Tão azedo quanto a vida
Assim sou eu, o limão
Mas se em água fervida
E no tempero da comida
Farei bem ao coração!
*****
Sei que sou um pouco azedo
Que não enganarei os tolos
Mas de certo modo procedo
E espremido sem medo
Eu sirvo pr`a fazer bolos!
*****
Nas mãos de minha mulher
Ando eu num remoinho
Tira-me a acidez que quer
Porque a salada o requer
Tal o vinagre de vinho!
*****
Não sendo nenhum patife
Só tenho de ter cuidado
Mesmo que alguém se borrife
Sei que estarei feito ao bife
Pl`o facto de ser cortado!
*****
Cá em casa usam-me tanto
Que às vezes dá enjoo
Sempre que o bebo é um espanto
Pisco os olhos e até garanto
Que parece que levanto voo!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
14 - PRECE AO MUNDO
Quando a vida te der limões
faz limonada
bebe-a com açúcar
ou sem nada.
Se a mão que te segura é de luz
embebeda-te no agridoce do momento
deixa-te levar ao que ela te conduz
segue de todo o firmamento.
A vida tem tanta cor
e a mão de quem a segura é multicolor é esperança de alcançar e dar o melhor a'quando se vive num ser de amor.
Há gente azeda,
tão azeda como o limão
vida por vida, vívida
coração com coração.
Sim ou não
neste mundo conflituoso
não sei quem me dá razão
a'quando a intitulo é como
sete cães a um osso.
Maldade, e sofreguidão!
ganância e tanta falta de!
Consideração.
Às vezes faço uma prece
ergo as minhas mãos aos céus
e já nem sei quem se merece
no meio de tanta escuridão.
Florinda Dias
15 - LIMÃO LIMOEIRO
.
Limão é uma fruta
Sua casca amarela
Com ele fazemos chás
Água fervida e canela.
Rico em vitamina C
Ajuda na gripe e resfriados
Tem benefícios na saúde
E noutras coisas mais.
Excelente antioxidante
Rico em fibras solúveis
Ajuda a diminuir o apetite
E ajuda os abdominais.
Limão é um citrino
Assim como a laranja
Só temos de aproveitar
Seus benefícios essenciais.
.
Funchal, 15 de Janeiro de 2024
Cecília Pestana
16 - A DOÇURA QUE NÃO TEM!
(3º Poema)
*****
O limão é fruta azeda
Que à saúde faz bem
Só que em nós nunca se hospeda
A doçura que não tem!
*****
Porque esse seu azedume
Vai servindo de tempero
Ainda que fervido ao lume
Deixa o seu quê de queixume
Que se entra em desespero!
*****
Mesmo não fazendo mal
Está sempre à nossa mercê
Pr`a pressão arterial
É remédio santo afinal
Com sua vitamina C!
*****
Trata-se pois de um alimento
Que nos dá muita energia
Combate o envelhecimento
E é d`igual um suplemento
Que pode evitar a anemia!
*****
Por não ter essa doçura
Não me deixa de voz rouca
Mas de doenças é cura
Embora se pague a “factura”
Com um amargo de boca!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
17 - Mão negra
…
Mão negra humana em tal humilhação
Mostra a vontade da pele mudar
Palavras ocas, pura repressão
Saídas do vil medo a sufocar.
…
Vi a rodela limão na negra mão
Pede urgente o direito a respeitar
Desse racismo ignóbil a ilusão
A dor do seu coração quer limpar.
…
Pego a rodela, amor libertador
Agarro a mão repleta de esperança
Juntos, sanaremos banalidades.
…
Vamos lado a lado. Confortador!
Sonhamos que o mundo faça a mudança
Logo enfrentamos vis realidades.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
18 - Limão
Limão!
Ingrediente saboroso
Tempera e é gostoso
É a minha opinião...
O peixe fica cheiroso
Torna um bolo delicioso
Leite creme à maneira
Depende da cozinheira.
No meio de vários frutas
É rainha e não judas...
Guarda-costas da limpeza
Seja num banco ou numa mesa
Disto eu tenho a certeza.
Numa bebida aprumada
Sorridente e desinfectada
A boca de quem a bebe
Acalma-a... e mata-lhe a sede.
Passou pela minha mente
Colher um limão excelente
Confeccionar um bolo
Um bolo à sorridente.
15 Janeiro 2024
Graciete Lima
19 - Limonada…
…
Mão tem rodela limão
Sumarenta a solução
Limonada partilhada
Mão negra que algo aconchega
Mata a sede a quem pois chega
Júbilo na alma animada.
…
Vitamina C se achar
Tanto sorri pra se amar
Corações nesta fusão
Harmonia sã sossega
Sentimento nos apega
Amizade em vibração.
…
Olhamos a limonada
Paz por nós mais alcançada
Mel laranja, o nosso encontro
Puro singelo tão doce
Nesta alva vida agridoce
Plena de vão desencontro.
…
Diferença só na cor
Na alma temos tanto amor
E queremos pois viver
Fantasiar a ilusão
Com assaz satisfação
Liberdade refazer.
…
Temos belos ideais
Para os tornarmos reais
Numa tão simples verdade
Respeitar assim a vida
P’lo tempo sempre cingida
Numa sã cumplicidade.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
20 - Tormento
O sangue, flui livremente ao longo d'uma mão. Mas há um mistério!… a mão está limpa !… Mas saturada de trabalhos e dor… pertencendo a gente pobre…!
À custa da pobreza, a exploração do ouro negro, serve-se dela à grande e à francesa…para alimentar os comensais da sua mesa…
A mão limpa… é substituída como um fardo teatral…!
E se o petróleo abalasse?!…
Era muito melhor deixá-lo ir … se, houvesse água, talvez a mão embarcasse na sua liberdade e, com uma côdea de sabão a lavaria com ajuda da sua irmã…
A rodela de limão, não seria mais uma amostra…mas sim uma saborosa vitamina C …. dada pela mãe Natureza que, quando livre, …oferece-a gratuitamente… ao homem, não distinguindo qualquer raça ou cor.
15 Janeiro 2024
Graciete Lima
21 - LIMÃO, MEU VERDE LIMÃO!
(1º Poema)
*****
Limão, meu verde limão
Vou te espremer bem espremido
Na palma da minha mão
Pr’a fazer uma infusão
Que me deixe o corpo aquecido!
*****
Depois de cortado ao meio
Cada fatia é usada
Sem que me cause receio
Mesmo sabendo que veio
Daquela mão engelhada!
*****
Isso é que é mão sapiente
Por imensas dores tingida
Que o azedo ainda sente
Dos tempos de antigamente
Da dureza de uma vida!
*****
Porque na sua acidez
Se num bife, a marinar
O tempo não satisfez
Efeitos dessa rudez
Que a vida não quis temperar!
*****
Por dentro te vou olhando
Tens a grainha amarela
E se com o mel “noivando”
Essa mão lá vai teimando
A querer ser de uma donzela!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
22 - Limão puro em tua mão…
…
Limão puro em tua mão…
Não te melindres com isso!
…
As Palavras são o que o são
Correm depressa no vento
Sem qualquer entendimento
Limão puro em tua mão
Ser branco, por que razão?!
Cada um na sua alva essência
Vivê-la com resistência
Amando-a de verdade
Sem qualquer ansiedade…
Não te melindre com isso!
…
Nosso sangue vermelhão
Iguais nessa real cor
Onde corre tanto amor…
Limão puro em tua mão...
Limpeza com o sabão
Mago cheirinho a frescura
Pois que p’lo tempo perdura
Com amizade e esperança
Dias de sonho e bonança…
Não te melindres com isso!
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
23 - PERFUME ÁCIDO
Quero crer que entre os seres humanos, não há barreiras
Nascemos à imagem moldada nas mãos do criador
O sangue vermelho vivo, pulsante que corre nas veias
Alimento sagrado que nutre-nos a alma, a seiva do amor!
Deveria apenas existir a consciência da diferença
Respeito às origens suas tradições e crenças
A certeza de que, na vida, o que menos importa é a cor
Mas sim, a essência divina do ser, o que basta é o amor!
Sinto na minha alma, um dissabor infinito
Um gosto amargo na boca, um azedume
Um espírito soturno que roça a alma e me consome
Seres humanos que ainda se julgam superiores, é fato
O racismo é uma doença da alma que não tem cura
Tudo que os homens precisam são gestos de ternura!
- Fátima Arede
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06
24 - Quem?
Quem afinal olhará esta mão de um outro jeito?
Que interessa a cor de pele,
Se é suave o gesto.
Sei!
Limão é azedo
Mas em contrapartida é um fruto com odor suave
E muita propriedade curativa.
Oh!
Limonada de limão, em taça de cristal,servida seja lá por qualquer mão.
Num dia talvez de constipação, ao deitar um aromático chá de limão
Que bom para a garganta amaciar.
Aqui está mais em questão a cor de pele da mão,
que nos oferta a rodela de limão.
Vou expressar o meu sentir.
Já na trilha do caminho tive encontros
Com gente de outra cor, tão surpreendente fui feliz
Pois dei que ali dentro do peito batia um enorme coração.
Bastava ler o olhar para entender que tal como eu, o meu semelhante de outra cor, corria lhe nas veias sangue vermelho como o meu, era um calado sofredor, o que mais desejava era ser feliz.
Nesse tempo de juventude airosa
Brindamos com limonada de limão, fresca, deliciosa.
E delicadamente escutei.
És perfumada, talvez sejas alva rosa.
Augusta Maria Gonçalves
25 - Gosto da cor do limão
I poema
**
Bem perto da minha porta
Tenho um grande limoeiro
Logo ao seu limão primeiro
Garantida está a *torta*
Só o seu sabor importa
No bolo ou no cozinhado
Para quem está constipado
Actua em medicamento
Quando o corto não lamento
Sei que é bem aproveitado
**
Uma mão negra se estende
Ao limão que já cortou
Toda a vida trabalhou
E o trabalho ela defende
O mundo não compreende
Por ver tanto sofrimento
Se o limão tem valimento
Tem acidez e valor
Porquê distinguir a cor
Se a mão tem merecimento
**
O limão faz em rodelas
Uma linda cobertura
Á porta tenho fartura
E as flores são das mais belas
A mão negra como elas
É de raça uma visão
Tem valor como o limão
Que é tão apreciado
Vou deixar - vos um recado
Apertem sempre essa mão
Gertrudes Dias
26 - LIMONADA
Uma explanada
perto de um lago
um sorriso
e, na frente, uma limonada...
... fresquinha!
O amor está no ar
sente-se apaixonado
e, como sempre, em êxtase
bebe daquele copo um golinho
hum! Uma limonada
de sabor agridoce
que bom gostinho!...
Faz as delícias do momento
perante a bela paisagem
sou feliz; sempre!
As mãos descansam no regaço
as palavras surgem naquela hora
e, agora, com um sorriso
bebo o líquido gostoso
debaixo do seu olhar amoroso!...
Ouço as palavras,
que o amor cuidadoso
sopra no meu ouvido
num murmúrio...em surdina!...
Encaro a vida, que aos poucos
vai desaparecendo do corpo;
pelos anos que já passaram
e ficaram no passado!
A tarde segue o seu ritmo
o limoeiro vibra de contente
pois um dos seus filhos...
...está ali na minha frente!
Espremido é certo
também a ser bebido...
será que se encontra feliz!?
Claro que sim... muito feliz!
Não vai morrer no chão abandonado
não vai morrer sem primeiro
dar a alguém...
...um momento de felicidade!
É apenas um limão
que tempera uma boa salada
transforma-se numa saborosa bebida
que ao meu paladar dá guarida
e, naquela esplanada
onde como um delicioso gelado
com o seu sabor....
o momento torna-se alado
em mim fica a saudade
daquela maravilhosa tarde
onde relaxo das imperfeições...
que atacam...
...a minha VIDA!!!
Autora
Irene Matias
27 - Uma
Mão estendida calejada pelos anos
oferece-nos uma rodela de limão.
O limão pode ser amargo
Mas é muito utilizado e tem muitas propriedades curativas.
Assim como esta mão nos oferece
o limão, nós não devemos ser amargos com as pessoas de outra cor ou religião.
O ser humano é bem complicado
faz distensão sem olhar a quem.
Cada um é livre para fazer o que quer
não devemos julgar nem ofender nem olhar com azedume
quem nos estende a mão.
Mila Lopes
28 - O LIMÃO
O limão colocado sobre a mão escura
Uma mensagem de dor e sofrimento
Deixa na tarde negra no meu pensamento
Um sentimento puro de muita amargura.
Nem sempre o limão lembra a face obscura
Foi produto utilizado como um ornamento
Teve e tem propriedades de útil medicamento
Promovendo do corpo e da mente a cura.
Com profundo significado espiritual
De afastar energias negativas é capaz
Recorrendo a um determinado ritual.
Riqueza, abundância e prosperidade traz
A quem acredita e usa de forma habitual
E também atrai bem estar, amor e paz.
15 de janeiro de 2024
Fernanda Simões Mendonça
29 - Limão
acidez
tóxica dor
amargo
que manipula
a mente.
Insensibilidade
corpo magro
frio
dormente.
Solidão
olhar vidrado
vazio
de emoção.
Indiferente
à pele
e sua cor
soturno
viver
imundo.
Fugindo
à realidade
sem reagir
ao ácido
que mata
sem conhecer
o amor
............
maria g.
30 - O LIMÃO
Suave fica a minha mão
Quando teu sumo espremo
És fruto medicinal limão
No trato tens um lugar supremo
És bom para a digestão
Em doenças és protector
Tendo em consideração
Que fruto és de ácido sabor
Contigo faço um especial sumo
Confecciona-se uma torta de limão
Ela é tão apetitosa, presumo
Que deixa doce meu coração.
Sem deixar alguma mágoa
Comesse à fatia, de uma só vez
Na boca faz crescer água
Deliciosa não lhe sentes acidez
Celestina Esteves
31 - Por Amor Perdoou
Mão enrugada envelhecida
Mão negra, mão proteção
Sua vida amarga e sofrida
Tão azeda como o limão.
Mão enrugada que tinha
De servir o seu senhor
Limonada bem fresquinha
Em dias de intenso calor.
Quantas vezes foi usada
Foi mãe negra de criação
Pelo seu senhor abusada
Sofreu dura humilhação.
Mãe negra mãe dedicada
De filho que não procriou
Quantas vezes explorada
Mas por amor perdoou.
De pele negra envelhecida
Em tempos foi escravizada
Época que foi esquecida
Em filme será lembrada.
De Adelaide Simões Rosa
08-01-2024
28
1 - APELO!
(3º Poema)
*****
Ano Novo…vida nova
Vamos pôr outro governo à prova
Sem que tenha tantos ladrões.
Em nosso prol me movo
Pr’a pensarem bem…meu povo
Que em Março há eleições!
*****
Vejam da saúde, o estado
Património degradado
E outras coisas que tais.
Vive-se o maior dos horrores
Doentes pl`os corredores
Abandonados…nos hospitais!
*****
O ensino é igualmente
Um sector tão descrente
Que nos deixa a repensar.
Por isso há que estar, atento
Aos senhores do Parlamento
Pr’a saber em qual votar!
*****
Após o acto eleitoral
Há que conferir afinal
Esta crise que atravessas.
Vamos levar a efeito
Descobrir se o eleito
Vai cumprir suas promessas!
*****
Até lá, vamos vivendo
Ora subindo ou descendo
Neste infindável teatro.
E na altura dos votos
Não sejam uns ignotos
Se quiserem bom… vinte e quatro!
****
“ O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
2 - NO NOVO ANO NOVA VIDA
No Novo Ano nova vida
Acreditar que assim seja,
Lembra trova repetida
Pedir o que se deseja!
Pra refrão não fica mal,
No Novo Ano nova vida
Apesar de virtual,
A canção dá-lhe guarida.
Doze meses num, reunida,
Entoava-se uma vez
No Novo Ano nova vida
Quiçá se acerte uma vez!
Brindamo-lo com champanhe:
Vá de fora de batida
Ano Velho s' amanhe
No Novo Ano nova vida!
Que nos acompanhe a raça
No Novo Ano nova vida;
Esperamo-lo com taça,
No peito faça guarida!
RAADOMINGOS
3 - Ano Novo
.
Depois da última folha arrancada
A esperança é renovada
No alcance do Novo Ano
Por onde passa a caminhada
Como bandeira desfraldada
Por pior seja o seu pano!
.
Deseja-se harmonioso e perfeito
A natureza não alter o preceito
E o mundo encontre a paz!
Não nos falte amor no peito
Para cada um ao seu jeito
De ser feliz, ser capaz!
.
Que o sol brilhe sem desprimor
Com a bênção do Senhor
As nuvens, venham a terra regar
Sem o panorama desolador
Ou um tórrido abrasador
Venha a fonte de vida secar!
.
Não sei porque sim, ou não
Mas é importante o coração
Haja amor, e não guerra
Por maior seja a trepidação
Haverá sempre uma solução
Haja sim, amor na terra!
.
São Pereira
4 - Ano Novo . . Vida Nova
**
Ano Novo é alegria
Vem a noite sobraçando
Mais um ano vai rodando
Champanhe , cor , e magia
O bom gosto e fantasia
Loucura , imaginação
Escorrem gotas de limão
Pelas taças de cristal
Com aroma tropical
Que gera fascinação
**
Estalam foguetes no ar
Lacrimejando na lua
Ponho minha mão na tua
Na emoção de te amar
O Novo Ano a entrar
Que seja de Paz na terra
Que o reinar da Primavera
Se junte ao calor humano
Cada dia , cada ano ,
Seja de amor, quem me dera
**
No salão há dança e luz
Mil taças se juntando
E as horas vão passando
O relógio logo as traduz
A embriaguez conduz
Á glória podem crer
O mesmo será dizer
Iremos brindar á vida
Desta maneira sentida
Ano Novo é um prazer
**
Gertrudes Dias
5 - Deslumbrada…
….
Velho ano sem força e já recolhido
Sente o mel cheiro a brotar do novo ano
Dois mil e vinte e quatro em alarido
Os tachos barulhentos, p’lo ar ufano.
…
Fogos estalam e o céu colorido
Luz intensa num canto de soprano
Ergo a taça, meu desejo pedido
Grito bem alto pro universo e o emano.
…
Deslumbrada me arrasto pelo tempo
Dourados reluzem intermitentes
Com prateados das tais lentejoulas.
…
Pensativa, corri desse destempo
Diferente! Como estrelas cadentes…
Torno, vendo amor flama nas caçoulas.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira´)
5 - FELIZ NOVO ANO
Se temos que dizer alguma coisa,
Porque é o costume das pessoas,
Então, que desejemos coisas boas,
Para este Ano que, ora, poisa
E a ninguém ficará indiferente.
Que pelo menos tenha a virtude
De não nos falhar com a saúde
E a pobreza s’ afaste da Gente.
*
Como, então dizia São Mateus,
Que nunca desejou mal a ninguém,
Mas que por graça dizia também,
Que primeiro desejava aos seus,
Colocando os outros em segundo.
Sem querer arranjar qualquer quezília
Desejo sorte e saúde à família
E o mesmo desejo a todo o Mundo.
LAF08JAN2024
6 - SIGO ADIANTE
Balança o tempo o pêndulo do relógio dourado
Juntam-se num abraço os ponteiros apressados
A última badalada na suave melodia do coração
Proclama o tempo de ser feliz ou apenas a ilusão
Rostos sorridentes refletem brilho e esperança
Erguem-se taças, brindes e auspiciosos abraços
Um novo tempo que promete fins e recomeços
Novos caminhos que se abrem em graça
Rasgam o céu fogos de artifício em estampidos
Acendem-se estrelas festeja-se o ano, recém nascido
Ouço nos corações em uníssono o eco da paz
Abraço a mudança, um desejo que se refaz
Levo comigo tudo o que me faz seguir adiante
Passado que foi lição e impulsionou a mudança
No novo ano acrescento: vontade, esperança
Sorrisos, abraços, amor e fé e sigo adiante . . .
- Fátima Arede ✍️
Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004
de 24 de Agosto e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06
7 - Chega a derradeira noite
por muitos esperada
no velho calendário
a folha amarelecida
chora, ser rasgada...
sobre a mesa
o champanhe já na taça
espera, a última badalada!
Lá fora:
há foguetes a estalar
a anunciar o novo ano
festejado por muitos em alegria
para outros, é mais um dia!
Sem horizonte o desalento
daqueles a quem a sorte destoa
dos que podem festejar
só o silêncio ecoa
num céu sem madrugada !
........
maria g.
8 - ANO NOVO AVANÇA
Entre laços de esperança
Entre passas e desejos
O Ano Novo avança
Em alegre festança
E retumbantes lampejos.
Que traga a mudança
No sentido desejado
O futuro da criança
Em paz e segurança
O Brinde glorificado.
Taças de champanhe
Em braços a brindar
Se o brinde não erra
A paz na terra
Virá para ficar!
Este sim é o sonho
Que me traz alegria
Ilusório, ou risonho?
Risonho o suponho
Todos os meus dias!
De Adelaide Simões Rosa
9 - Visualizando a Imagem e o Mundo.
A mesa está posta
O cálice está meio cheio
A esperança também aposta
No bombom dourado com recheio.
Novo ano vida nova
Embora mesma, seja a vida
Que seja uma outra pessoa que o renova
A'quando numa ode de Amor dê guarida.
Há tanta coisa a fazer
Existe tanto hábito para mudar
Trocar as armas por algo a comer
Com a paz no mundo a poder Imperar.
Podia falar só de amor
Se não fosse tão realista
Para o Novo Ano peço com fervor
No bom senso dos homens. A conquista.
Happy 2024
Sorrisos da minha vida
Desejo. Amor saúde e paz
O resto, o Universo nos trás.
Florinda Dias.
10 - DESFRUTAR DA VIDA
Se a vida te diz sim
Faz dela canção feliz como seara de pão
Onde floresce o amor
Como árvore com raíz
E se sentires alguma dor
Aceita-a em recolhimento
É tempo de seguir em frente
De lutar sem desistir
Neste ano que se oferece
Olha a vida por dentro
Não dês guarida à tristeza
Nem a recebas à tua mesa
Apaga o que te magoa
Nas longas franjas do tempo
A vida dá muitas voltas
Neste tempo desumano
É preciso resistir
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
11 - SEJAMOS TODOS FELIZES!
(2º Poema)
*****
Para o ano que chegou
Que do velho se livrou
E a quem desejar não pude.
Venho aqui neste poema
Fazê-lo, mas sem blasfema
Pedir pois muita saúde!
*****
Para além desse desejo
Também por certo que almejo
Que não seja desordeiro.
Que não nos traga mordaças
Nem desastres ou desgraças
Mas sim, trabalho e dinheiro!
*****
Que o abracem com optimismo
E se veja maior civismo
Entre a nossa sociedade.
Que haja alegria e pão
E um mundo em união
Feito de boa vontade!
****
Que se renovem sentimentos
Pr’a espalhar aos quatro ventos
Tais como a Paz por louvor.
Que os sonhos se concretizem
E as guerras se amenizem
Vivendo-se com mais amor!
*****
Porquanto e resumindo
Ao Novo Ano eu brindo
Sem que assim o banalizes.
Eu só quero simplesmente
Que em poesia nos ostente
E sejamos todos…felizes!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
12 - Mais um ano que começou
Vamos ver, no que vai dar
Que não nos falte saúde e pão
Que o resto se há-de arranjar
***
Que não se perca a esperança
E a fé no coração
Que nunca falte o sorriso
No rosto do meu irmão
Sílvia *Santos
13 - Ano Novo
.
Que este Ano agora nascido
Nos traga muita alegria
Paz Saúde e Harmonia.
.
Desejos repetidos todos os anos
Sonhos sonhados todos os dias
Insistidos até serem conseguidos.
.
Esperança cada hora renascida
Minutos trabalhados e suados
Em cada 365 dias do novo ano.
.
Voltamos a nascer das cinzas
Com a mesma perseverança
Labuta Confiança Energia.
.
Renovamo-nos ano após ano
Todos os dias concretizando
Passo a passo o fado da Vida.
.
Sonhos, choros, risos, lutas
Enveredando pelos trilhos dos anos
Até chegarmos ao nosso porto de abrigo.
.
Cecília Pestana
14 - Dois mil e vinte e quatro
…
Mote migrante
…
Eis! Dois mil e vinte e quatro.
Chega com frio e contente
Humanidade em teatro
Júbilo forte corrente.
…
Glosas
…
Eis! Dois mil e vinte e quatro.
Último instante e nascente
Sonho anda no malabatro
Perfumando o ar tão tremente.
…
Olho o amplo céu demais atro
Chega com frio e contente
Vi os fogos do anfiteatro
Tanta ilusão aqui se sente
…
Sonhar, pois, como o hipniatro
Rol de remédio clemente
Humanidade em teatro
Dor, colmata, algo evidente.
...
Começa o ano vereatro…
Brindas champanhe plangente
A correr como um elatro
Júbilo forte corrente.
****
Malabatro - unguento
Hipniatro - sonâmbulo
Vereatro - planta venenosa
Elatro – escaravelho
Vistas em Dicionário Online de Português
****
Mary Lai (Cidália Teixeira)
15 - FELIZ 2024!
(1º Poema)
*****
Feliz ano para todos
É o que venho desejar
E com os melhores modos
Querer saúde a rodos
Pr à podermos passear!
*****
O ano mal começou
Chegou armado em vilão
Porque de mortes manchou
Quem a vida conquistou
Lá pr`ós lados do Japão!
*****
Cá pelo nosso país
O governo veio austero
Cortou logo de raiz
Pr`a se ser menos feliz
Acabou com o iva zero!
*****
Só resta agora esperar
Pl`as outras mensalidades
Vermos se vai melhorar
Sem a gente a reclamar
De tantas austeridades!
*****
Vamos pois, assim crer
Que vai ser extraordinário
Com mil sonhos a romper
E que sem enlouquecer
Possa virar milionário!
*****
“O Poeta Alentejano”- Renato Valadeiro
Todos os Direitos Reservados
16 - Doze badaladas…
…
Doze badaladas… Soar
Alarido no ar estridente
Alegria, algo a começar
Esp’rança se lança em corrente.
…
Paz, harmonia bem presente
Guerras ruins a terminar
Doze badaladas… Soar
Alarido no ar estridente.
…
Feliz ano, assim, desejar
Dois mil e vinte e quatro, sentes?
Sonho risonho a despertar
Dele, pois, serei o seu regente…
Doze badaladas… Soar.
…
Mary Lai (Cidália Teixeira)
17 - "Ano Novo vida nova"
O Novo Ano já começou
Estamos há oito dias a vivê-lo
Com alguns percalços arrancou
Trazendo mais uns prateados
Ao meu cabelo.
Mas que gosto teria a vida
Se não existissem soluções?
Nem sempre é colorida,
Tem dias que passamos aos trambolhões.
Mas o certo é que cá gostamos de andar, da companhia dos nossos pais filhos e netos, dos outros familiares, dos amigos e dos afetos.
De sentir a música, o vento roçar o nosso rosto, o canto dos pássaros, a magia da poesia, os sorrisos e os sentimentos nobres,
O bater palpitante do coração
Como pedras preciosas luzentes gostamos das minúsculas luzinhas que dão à noite um lusco fusco romântico.
O tilintar da água cristalina dos rios desaguando no mar, dos sopés da montanha pincelados de uma brancura alva.
Do amanhecer que brilha e nos faz sentir que um novo dia desponta.
Do poder imensurável de Deus que é ímpar e incomparável a algum outro.
Mas também os senão existem, as guerras, a fome e os flagelos das opressões, as contrariedades, os percalços, as incompreensões, as incompetências e incompatibilidades, os julgamentos e as frustrações.
Mas tudo depende de nós completamente.
O amor é um dom de Deus maravilhoso para todos, uns o usam na perfeição, mas outros optam pelo facilitismo do poder do mal, seguindo como referência o demônio.
Assim acontece ano após ano.
Lamentos constantes, mas poucas ou nenhumas soluções.
Feliz seria o mundo se conseguíssemos pensar que não somos dele, apenas trocamos uns momentos uns com os outros numa passagem fugaz.
Mas certo dia teremos que pensar e fazer a coisa certa pois só assim o Novo Ano será melhor para todos nós.
Que venha este com Deus no comando e cheio de venturas e prosperidade para todos nós.
BOM ANO NOVO PARA TODOS.
Lurdes Bernardo
18 - FAÇO O QUE ME APETECER
Sou livro e sou poeta
Sou Camões e sou Pessoa
Sou o fado que se escuta
Nas esquinas do passado
Sou Alfma e sou Lisboa
Sou teatro e sou artista
Neste novo ano que se oferece
Vivo num tempo emprestado
Pois não é este o meu fado
Sou contraponto sem regras
Da vida malabarista
Pinto de cores o poente
Neste ano que nasceu
Nesta sede de viver
Sou livro e sou poesia
Vivo à solta sem cadeias
E faço o que me apetecer
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
19 - QUE 2024, SEJA UM ANO FELIZ
.
O ano passado já passou
Ao Novo Ano cheguei
Finalmente uma amiga me encontrou
Que no passado ano deixei
.
Tanto tempo não nos vimos
O destino assim o quis
Um do outro saudades sentimos
Ao vê-la fiquei muito feliz
.
Espero que neste Novo Ano seja diferente
Que para todos/as seja muito melhor
O que passou foi mau para muita gente
Era bom que este não fosse pior
.
Desejo que 2024 seja um ano feliz
Que seja para todos/as nós virtuoso
E que faça com que o meu bicudo nariz
Deixe de andar quase sempre ranhoso.
.
José Martinho.
20 - HAPPY 24
Os ponteiros do relógio iam avançando
Marcavam os minutos, para chegar hora
O velho ano com seu passado iria embora
Às12 badaladas avisava o Novo, chegando
Começara o novo Ano naquele momento
Embora a noite escura fosse muito fria
As pessoas saíam para rua com alegria
Gritavam: Viva o 2024 de contentamento
Foi nesta euforia, que o Novo Ano nascia
Festejamos, comemos, passas e pedimos!
Dias felizes e tudo que possa vir de melhor
Em cada rosto lê-se a esperança e o amor
Todavia no relógio do tempo conseguimos
Um presente com expectativas a cada dia.
Celestina Esteves
21 - Quando chega o ano que esperamos tanto, e ansiosos com medo de algo terrível acontecer
e nos impeça de comemorar esse ano cheio de expectativas.
Mas podemos rir e nos alegrar, principalmente agradecer ao Dono do tempo: Feliz Ano Novo.!
E todos os projetos, sonhos, agora são nosso objetivo, para esses próximos 12 meses.
Ah! Se eu pudesse desenhar um mundo tão colorido como um belo arco-íris no céus,
Onde todos estivessem felizes, e que não se fome, nem corrupção aí sim seria um ano muito feliz.
E todos poderiam cantar e se alegrar, agora
E agradecer a Deu por um ano novo muito feliz.
Zi Ferreira.
22 - ANO NOVO
Para que ele seja diferente
De atitudes há que mudar
Já vimos que as permanentes
Bons resultados n' estão a dar.
Todos os anos o novo vem
Entre pedidos e desejos
Brindes, abraços, e também
Com alguns falsos beijos.
Se queremos mudar atitudes
Mande-mos embora os judas
Que infernizam a nossa vida
Que os cristos amiúdes
Mascarados de bem, não iluda
E nos apanhe o mal d'vencida.
#MariaGouveia#
23 - QUERER ACREDITAR
Na maciez da manhã
Acordou o coração liberto
O sonho era seguir em frente
Para o sucesso alcançar
Salta da cama ligeiro
Com desejos de ser gente
Acredita sem rodeios
A vida vai melhorar
Hoje é um dia diferente
Olha à volta confiante
No seu valor de saber
Nesta manhã descoberta
Tudo pode acontecer
Saio sem olhar pra trás
A vida é uma roleta
Na força de muito querer
É possível que aconteça
Há sempre um dia de esperança
Para se alcançar a meta
Fernanda Rocha
A Guardadora de Palavras
Direitos de autor reservados
24 - Há festa
**
Em cálidas noites onde o sonho esvoaça
A volúpia da festa reflecte magia
Borbulha o champanhe na brancura da taça
Em noite de festa , de amor , alegria
**
Esvoaçam as vozes nos vastos salões
O champanhe impera entre mil sorrisos
Doçura e néctar feito de ilusões
Onde a fruta e o mel são sempre precisos
**
Loucura e paixão e mesas de luz
Que se coadunam ao olhar brejeiro
Alta vai a lua lá fora e seduz
Dos dias do ano este é o primeiro
**
Gertrudes Dias
25 - FELIZ ANO DE 2024
Tenho vindo por aqui, por vezes, espreitar
Depois de entrar, vou saindo de mansinho
Vou sempre lendo, mas sem nada comentar,
Mas sei da Carmem, da Cidália e do Martinho.
Vinha hoje, para sobre os três premiados falar
Não me lembrei que seria dia do ano iniciar.
E não é que perante a imagem sugestiva,
Quero primeiro um bom ano a todos desejar,
Pareceu-me oportuno nesta nova iniciativa
Dos três mais participativos de 2023 falar.
Olhando para trás e com os olhos no passado,
Com o seu exemplo, será o futuro assegurado
A Carmem Bettencourt eu própria agradeço
As suas belas positivas mensagens diárias
Podem a quem as ler uma ajuda sem preço
Dar, sem sombra de dúvida extraordinárias.
Os seus poemas de amor fazem-nos sonhar
Para nós ela escreve, para nos acompanhar.
Cidália Teixeira não só escreve muito bem
Mas é uma poetisa com grande sensibilidade
Sempre pronta a ajudar e a comentar também
Revelando simpatia e uma forte generosidade
É um prazer ler a sua diversificada poesia
Sempre escrita com técnica e grande mestria.
José Martinho, ficando em primeiro lugar
De todos os sorridentes o mais participativo
Tem vindo a sua mestria na escrita a melhorar
Mas o que o caracteriza e o torna mais ativo
É a sua profunda e diversificada inspiração
O seu sentido de humor em permanente ação.
Eu acho que foi perfeita a escolha dos três
Para dois mil e vinte e quatro é motivante
E valorizando o ano de dois mil e vinte e três
Incentiva todos a aproveitarem cada instante
De um ano em que todos os sorridentes
Cada vez mais se sintam felizes e contentes.
De parabéns está deste grupo a mentora
Que soube tão bem os seus destinos dirigir
Que mantém o grupo unido e a partir de agora
Acredito que se prepara para mais descobrir.
Feliz Ano para todos nós no ano que começa
Que, como se pode ver, já corre a toda a pressa
8 de janeiro de 2024
Fernanda Simões Mendonça
26 - Réveillon
Anda comigo ver o Réveillon,
Veste o melhor fato
Já que, eu pinto os lábios com o meu batom.
Traz um sorriso
Na tua lapela,
Irás ao baile na companhia da Cinderela…
Não sei se sabes!
O que é preciso…
São doze passas e muito juízo…
A nossa mesa!
Não há nada que estranhe
Taças de cristal e muito champanhe.
O Ano velho cheio de vícios
Deixou -nos saudades,
Mas muitos resquícios.
Viva o Ano Novo 2024
Com tesouros preciosos
Para que eu e tu… nos tornemos …
Ricos, mas bondosos.
Happy New 2024 Sorridentes!
Graciete Lima
27 - CHEGA UM NOVO ANO
Relembramos tantos momentos
Queremos remendar os erros
Buscar no baú as lembranças
Reviver bons sentimentos.
Tentei alinhavar as horas
Enxuguei o rosto molhado
Troquei as lágrimas pelo sorriso
Às vezes sem graça, meio amarelado.
No coração costurei saudades
Rebusquei no fundo da memória
Algo que estava esquecido
Reescrevi a minha história.
Coloquei pessoas do bem
Outras resolvi descartar
Tudo que for negativo
Melhor é eliminar.
Quero levar pra o novo ano
Apenas o que me faz bem
Quem não teve importância
Será eliminado também.
Autora- Irá Rodrigues.
28 - No carrossel do tempo chegou, apeou-se atordoado o Ano Novo.
Iluminaram-lhe o caminho, se abriu a porta faiscando em mil cores. Escutaram-se palmas, risos alegres, euforia momentânea. Champanhe... as passas, sortilégios em cor azul.
Nasceram abraços, juras de amor, promessas vestidas a rigor de verde esperança.
De mãos erguidas, sem taça para brinde, Eles, os sem teto arrecadavam do céu longínquo pontas de estrelas caídas do firmamento.
As crianças sem teto, embaladas na magia das luzes cantam. Seduzidas pelo fascínio do fogo de artificio que alindava seus passos de pés nus.
Alguns juntaram as mãos erguidas num agradecer de alma. Essa gratidão que nos veste sem pronuncio de palavras, nos lábios a oração de beijos, nos olhos cerrados mil momentos que o ano velho como sábio pai guardou, pai!
Esse adivinho que sabe de nós e de todos os momentos de amor, dor e fé!
Tantos, vendaram os olhos, a audição mostrou-lhes em estrondos e gritos lancinantes, a paz da guerra.
Essa paz dada pela queda da vida.
O ano novo respirava nessa mudez de receio que nós bem conhecemos.
No recato de cada lar, chega o descanso que o corpo pede.
No coração de cada um o amor faz guarida, a esperança floresce
Os dias somam, o Novo Ano de destino incerto decorado cresce.
Lá vamos na vertigem da vida, desbravando as pedras do caminho.
Porque o que importa é ser FELIZ.
Augusta Maria Gonçalves
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