segunda-feira, 1 de maio de 2023

 


PAPOILAS 


Amarelas, brancas

Laranjas, roxas 

Azuis e outras

Selvagens e belas

Mas espalhando charme

Como centelha 

Só mesmo as vermelhas

Abrilhantam campos

Extensões sem fim

Não gostam de estar sós

Quando por elas passo

Sorriem para mim

Vaidosas

Bem vestidas e penteadas

Mas não usam maquilhagem

Exibem a beleza campestre

Adoram andar descalças

A sentir a terra, a sua essência

Exalam um perfume embriagador

São sedutoras e apaixonadas

E tudo fazem por amor

Sabendo que são cobiçadas

E até invejadas

Não deixam de pintar paisagens

De vida, harmonia e emoções

Porque sabem que só de afectos

Se embelezam corações!


Helena Santos

Texto e foto

domingo, 30 de abril de 2023

 


REFÚGIO

Este é o meu refúgio

Gaivotas no ar

Sol a brilhar

Ou nuvens a pairar

É sempre bom aqui estar

Brisa com cheirinho a mar

E uma imensidão azul, aos meus pés

Azul do céu, ou do mar?

Não sei. Eles fundem-se no horizonte

E até conseguem me enganar

Umas vezes vejo nuvens a dançar

Outras vejo ondas a saltar

Eu venho aqui para me inspirar, para me encontrar

Ou simplesmente estar

Hoje vim para desabafar

No papel

Vamos ver no que vai dar…

Sentei-me, acomodei-me, olhei para o mar

E sem me aperceber, voei

De alma solta vagueei, até me perder

Durante quanto tempo, não sei

Só sei que ao regressar

O azul continuava azul

O sol ainda brilhava

Eu completamente extasiada

Mas o relógio acusava

Que chegara a hora de voltar para casa

O poema, não escrevi

Perdeu-se na imaginação, tal como eu me perdi

Mas sinto-me feliz

Com os momentos vividos aqui.

Volto amanhã!

Helena Santos

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

 

 
Imagem Google, identificada com o autor.

DESABAFOS 


Sentei-me e aguardei. Para quê desesperar, se nada posso solucionar? Sabia que o vento por ali passaria e algo me diria. Pouco esperei. Avistei-o ao longe, com o seu ar descontraído, sereno, e, quando se aproximou vi o brilho de felicidade no olhar. Mas não vinha sozinho. Falou-me de alguém distante, mas de presença constante no meu coração.
Houve um tempo de amor, harmonia e cumplicidade, mas de repente tudo mudou, tudo se transformou em dor. As perguntas ficaram a pairar, as respostas por adivinhar. O que foi dito não foi retirado, o que foi ouvido ficou registado. O carácter, a amizade, a gratidão e até o amor, foram engolidos simplesmente pelo orgulho de quem pensa que, perdoar, reconhecer erros e assumi-los, faz de seres humanos, seres inferiores.
O vento pouco falou, mas trazia com ele o Tempo e foi quem me elucidou. O Tempo tem tudo, principalmente respostas mudas e quando essas tudo nos dizem, não precisamos das verbalizadas. Por que gostamos tanto de ouvir o que já sentimos, o que já adivinhámos? Talvez porque enquanto não somos confrontados com a realidade, a Esperança permanece. Devemos engordar o nosso amor próprio com sensatez e bom senso e acreditar que o Tempo não é  nosso inimigo e nos dá tudo, a seu tempo.
Interrogações, já não as tenho… negociei com o Tempo e troquei-as por pontos finais.

Helena Santos

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Foto: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ativo-movimentado-atividade-acao-4498157/

 

 REZAR POR TI


Por mais que a noite se alongue,
acredita que o amanhecer vingará.
Ainda que a dor te domine,
certifica-te de que não te consumirá.
Quando o desânimo te visitar, recebe-o,
mas não o convides a pernoitar.
Se há uma batalha a enfrentar, coragem,
só tu a podes ganhar.
E quando do sono despertares, apenas sorri,
porque por ti,
alguém esteve a rezar!


Helena Santos

domingo, 8 de janeiro de 2023

 

Foto de um site de fotos autorizadas: https://www.pexels.com/pt-br/foto/silhueta-de-mulher-no-balanco-durante-a-hora-dourada-289998/

 

ACREDITAR

Há portas que se fecham
Luzes que se apagam
Até rios que secam
E tantas flores murcham
Mas nunca é só isso
Nem sempre é assim
Também
Há olhos que brilham
Bocas que beijam
Braços que enlaçam
Corações que palpitam
Ainda que
Com mágoas infundadas
Canções mal interpretadas
Leituras apressadas
E conclusões precipitadas
Longe
Mas muito longe
Há sempre alguém
Que vela por nós
Alimentado pela Esperança
Aquela que a Fé sustem
Porque
Por mais que o tempo corra
Os passos hesitem
As esperas se percam
E os sonhos adormeçam

Nesse lugar longe
Ainda que às vezes tão perto
Só a dor se deixa que morra
E alguém aprendeu a eternizar
O melhor que a vida lhe deu
O AMOR
Que não tem medida
Que torna tudo mais fácil
Quando não se deixa
Que fuja por entre os dedos
E não se perde a capacidade
De se doar
De perdoar
De acreditar!

Helena Santos